–você quer que eu conheça seus pais?

–sim, em um jantar amanhã à noite.

–e se eles não gostarem de mim?

–tudo que eu tenho que fazer é polir o que você já sabe- eu estava sentada com a cabeça deitada na carteira dele, ele fazia carinho em meu cabelo podia ficar ali o dia todo

–e se mesmo assim eles não gostarem de mim?

–está com medo de estragar sua chance de ficar comigo donzela?

–Ha. Ha. Convencido!

Ele colocou a mão debaixo da minha blusa subindo pelas costas, imediatamente a tirei de lá e fiz uma cara de brava com um beicinho para ele saber que aquilo não era decente, mas não havia ficado realmente brava. Ele pegou em meu maxilar e fez a mesma cara de bravo com beicinho que eu fazia, nossos rostos estavam se aproximando quando a garota que sentava atrás de nós interrompeu:

–Mel, querida, você poderia pegar meu lápis que caiu? Está ao lado do seu pé

Peguei o lápis, quando voltei Bernardo estava sério olhando para frente, sabia que ele não gostava muito das outras pessoas se intrometendo quando estávamos juntos, ultimamente algumas pessoas falam comigo mesmo quando ele está por perto, mas elas nunca falam diretamente com ele.

–Vamos sair daqui, não gosto de ficar na sala no intervalo!

–vamos, me acompanharia ao nosso local?

–Seria uma honra minha donzela- disse ele fazendo uma reverência

Fomos andando no meio do caminho ele pegou minha mão, fingi que não percebi nada, então ele parou me puxando e prendendo-me contra a parede

–se você não me soltar juro que vou gritar- cochichei para ele com ar de brincadeira

–então eu faço você gritar?

Fiquei vermelha vendo o duplo sentido, comecei a rir e já não conseguia olhar diretamente nos olhos dele

–Será que este belo cavalheiro em minha frente seria misericordioso e me soltaria?

–mas tenho um pedido

–qual seria esse pedido?

–isso- disse ele me beijando, assim que ouvi um “oh!!!” vindo de alguém parado na curva do corredor nos vendo o empurrei

Era Caroline uma garota da minha sala, conversávamos ás vezes no inicio do ano. Quando eu não conseguia fazer um exercício pedia ajuda dela quando sentávamos na mesma mesa na biblioteca. Vi o olhar com que Bernardo olhou para ela, era um olhar de quem não queria ser interrompido e alguém havia invadido seu território.

–Me-me desculpe! Eu não queria me intrometer

Ela ia voltando para onde vinha, pensei comigo que se ela contasse que viu Bernardo me beijando, eu teria mais atenção ainda das outras pessoas.

–ei Caroline espere!

–você se lembra de mim?

–será que você poderia manter isso que viu em segredo?

Ela olhou como se isso fosse nos fazer amigas intimas, e deu uma piscadinha para mim

–o que eu vi?

Soltei uma risada e agradeci, depois voltei-me a Bernardo, ela ficou ali parada, mas quando ele a encarou de novo e ela saiu rapidinho.

–estranha essa garota não?

–não fale isso! Imagine se fosse outra pessoa que pegasse a gente! Acho que ela não vai falar nada, pelo menos por um tempo! E você pare de me assediar assim!

–não sei de nada- disse ele dando um tapa minha bunda

Revidei com um tapa em seu braço, e continuamos o caminho até o jardim

Na saída da escola, Bernardo me fez uma surpresa.

–Você fez reserva para irmos almoçar em um restaurante fino agora?

–sim, para treinarmos suas maneiras à mesa.

–olhe como estamos vestidos! Você podia ter avisado ontem!

–passaremos no shopping antes

–eu não trouxe dinheiro

–eu trouxe.

No shopping ele se dirigiu direto a uma loja, era linda, uma roupa mais bela que a outra, mas quando olhei a etiqueta de preços e levei um susto!

–Bernardo aqui é tudo muito caro, vamos em outra loja

Ele não deu atenção para o que eu falei, em vez disso viu um vestido que chamou atenção dele, era um preto, de seda, as costas cheias de botão, saia rodada, era lindo!

–prove este- disse ele

A vendedora me encaminhou até o provador, tirei minha roupa ficando só de calcinha e sutiã e provei o vestido, era lindo, mas não conseguia fechar todos os botões nas costas.

–Bernardo, chame a vendedora para mim?-Ao invés disso ele entrou no provador- Seu tarado! E se eu estivesse sem roupa?- dei um tapa nele, mas ele segurou minha mão

–precisa de ajuda nisso?- ele colocou a mão em minha cintura e eu me coloquei de costas para ele abotoar meu vestido, ele foi fechando lentamente os botões, de baixo para cima, ele colocou meu cabelo para o lado e abaixou uma das alças do vestido, deixando meu ombro exposto, então começou a dar leves beijos em minha pele exposta indo em direção ao pescoço.

–Senhorita Melody está ai?- disse a vendedora do outro lado da cortina

Abri a cortina e Bernardo continuou abotoando os botões que faltavam, eram muitos botões não era muito prático

–estou só pedi a ele que abotoasse os botões

Ela parecia meio sem graça por ter nos interrompido, fiquei mais se graça ainda por ela achar que estávamos fazendo algo

–gostou desse vestido?- perguntou Bernardo

Me olhei no espelho, eu fiquei linda com ele, ele serviu muito bem em mim, e o tecido era muito gostoso em contato com a pele

–adorei, ele é lindo!

Bernardo enfiou a mão nas minhas costas por dentro do vestido procurando algo, ia perguntar o que ele pensava estar fazendo, mas um barulho de algo se destacando me interrompeu. Era a etiqueta, que ele deu à vendedora espantada.

–Vamos ficar com ele, ela já vai vestida, a senhora tem algum sapato que combine?