CADIMUS: Mutação escrita por Sombrio1


Capítulo 13
Luke - A luz


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que goste desse capitulo, cheio de ação :3



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– Cara você e tão tedioso. - Gritei para o corpo que estava parado em frente aos portões. O corpo como sempre não respondeu. Maldito seja Fantasma. Amaldiçoei mentalmente Fantasma, por ter me colocado ali, quando eu deveria estar me preparando para o torneio. Bem, não e que seja fraco, mas na distribuição das pedras eu fui colocado para lutar com a Fada, e isso era um grande problema.

Mas ao invés de estar me preparando lá estava eu sentado a mais de 4 horas observando aquele corpo inerte que encarava os portões na esperança que ele abrisse. Pobre infeliz.

– Se divertindo muito - Brian disse enquanto chegava do meu lado carregando uma espécie de carrinho de mão feito de madeira.

– Claro, muito - Eu digo tentando ironizar o máximo possível. - Quer trocar de lugar? Serio eu faço qualquer coisa. Esse cara e muito chato.

Ele ri.

– Não, olhar mutantes novos não faz jus ao meu poder. - Ele diz, e começa sorrir com um sorriso sarcástico tão branco quanto à neve, daqueles que causaria inveja ao modelo mais bonito.

– Está insinuando algo? - Pergunto.

Ele dá de ombros e se afasta lentamente de mim.

– Hey espera. - Digo e toco no ombro dele. E quase caio para trás com a estática que sai dele para mim.

– O que você fez? - Ele se vira para mim e diz. - Parece que saiu... Pera... Isso é...

– Sim, eu peguei um pouco dos seus poderes, e tem como você terminar as frases. Serio eu odeio isso.

– Sanguessuga desgraçado. - Ele diz seriamente no começo, mas não aguenta e começa a rir.

Brian e muito “criança”, nunca assumiu uma responsabilidade descente, embora fizesse parte dos 5,ele continuava o mesmo adolescente irresponsável que era antes de virar mutante. E toda vez que alguém falava algo corrigindo ele, ele ria e começa a andar para longe novamente.

Como estava fazendo nesse exato momento.

Fichei meus olhos, deixando que as lembranças de Brian se apagassem pouco a pouco, a energia amigável e forte dele vibrava dentro de mim de forma tão forte, que eu chegava a tremer minhas pernas.

Tá, e meio confuso explicar meus poderes, mas basicamente e isso. Eu sugo os poderes das pessoas. Não das "pessoas" como você é, "humano" (na verdade nem sei o que aconteceria se eu tocasse em um humano), mas sim das pessoas como nós, "mutantes" que tem poderes, que foram adquiridos pelo lixo hospitalar da Cadimus.

– Hey! Acho melhor se mover. - Grito para o corpo inerte que ainda observava o portão feito uma estatua.

Como sempre o corpo não se move.

Então eu corro até ele, me sentindo livre e jovem como um leão, meus pés então que a um momento estavam no chão sobem a uma altura grande, estou voando, mas ao mesmo tempo estou caindo, fecho minhas mãos em punho, e calculo aonde devo cair, minha mente está mais rápida agora e meu corpo mais forte (Poderes que peguei do Brian), os cálculos rapidamente são feitos e eu decido que cairei bem ao lado do corpo inerte, fecho minhas mãos em punho e as lanço ao chão quando caio ao lado do corpo inerte, o solo treme quando meu punho fechado se encontra com a terra. Minhas mãos deveriam doer e latejar, mas sinto apenas um leve formigamento. Olho para o corpo ao meu lado. Ele está de olho fechado, de frente para o portão, e não se moveu nenhum centímetro quando o chão quebrou e tremeu ao lado dele.

– Que porra você tem no corpo? - Eu surto, e começo a dizer as palavras tão rápido que elas chegam a embaralhar na boca. - Você não se meche e fica ai parado o tempo todo observando a droga desse portão será que você não entende? NÃO TEM COMO SAIR DAQUI, ENTÃO SE MECHA E FAÇA ALGO LEGAL, EU JÁ NÃO GOSTO DE VOCÊ NÃO ME FAÇA ODIA-LO POR SER TÃO IRRITANTE E TEDIOSO. - Bem, eu não queria gritar, mas aconteceu, quando to nervoso meu corpo reage de uma maneira louca, as vezes eu grito, esperneio, ou como nesse caso dou uma de maluco e grito mais do que uma mulher quando vê uma barata voadora. Mas mesmo diante da gritaria que fiz o corpo não se moveu. - Okay. Eu vou falar com o Fantasma.

Começo a me afastar rapidamente, queria falar logo com fantasma para que ele me livrasse de ficar olhando aquele trouxa sem graça. Mas paro quando dou poucos passos, o corpo que antes estava parado como uma estatua, do nada decide rir. Histericamente, uma risada agitada e melosa.

– Cara tu e hilário! - Ele diz e volta rir histericamente.

– Como é?

– Você ai, gritando como um louco e batendo no chão. E estranho mas nunca ninguém quis falar tanto assim comigo. – Ele diz meio embaralhado pela risada, mas eu entendo tudo, e estou prestes a responder quando ele diz. - Mas diz ai, tu e gay?

– Não sou gay. - Digo impaciente. Que filho da puta.

– Então, por que ta gritando? - Ele perguntou.

– Porque você e um idiota. - Dou as costas para ele e começo a andar novamente para ir atrás de Fantasma, agora sem nenhuma sombra de duvidas eu o iria matar por ter me mandado cuidar daquele filho da puta.

– Hey, eu não sou um idiota. - Os passos dele ecoam surdos no chão enquanto ele me segue.

– Alem de idiota e perseguidor. Novato faz um favor para mim? - Pergunto tentando ser um pouco mais simpático dessa vez, apenas para poder xinga-lo de uma forma melhor.

– Claro sem problemas, qual e o favor? – Ele disse calmamente, provavelmente tentando entender o que estava acontecendo.

– Vá se fuder e me deixa em paz. Ok?

– Dá pra você ser um pouco amigável comigo. - Ele pergunta enquanto ainda continua me seguindo.

– Não. Agora some daqui.

– Eu só quero dizer que... - Ele parou de falar. - Mas que droga e aquela?

Nossa como eu odeio ser curioso.

Virei- me para ele e segui os olhos dele que fitavam a agitação que estava tendo na praça.

– Cara, em que mundo você vive? - Perguntei sem acreditar naquilo.

– Hãn?

– Você ta aqui há uma semana e não conseguiu se adaptar aos torneios?

– Torneios? Isso tem a ver com aquela briga da morena com aquele cara?

– A morena se chama Letícia, e sim tem a ver. E ta acontecendo desde quando você veio pra Cadimus, e você não percebeu? Você tem problemas?

– Não só não prestei atenção, tava mais ocupado com o portão.

– Serio você tem sérios problemas. Acho que e melhor nem falar contigo para não ser infectado pela sua doença. - Disse e comecei a me virar, mas não fui muito longe, um corpo estava atrás de mim.

– Então você vai desobedecer minhas ordens? Bom saber quão rebelde você está ficando. - Fantasma disse sorrindo para mim, o pano que cobria seu rosto era bege e se movimentava seguindo a velocidade e a direção do vento.

– Você me colocou pra cuidar de um retardado, considere-me castigado. – Retruquei sem ao menos me dar o trabalho de ficar assustado ou sem graça por Fantasma ter ouvido tudo.

– Hey, eu to aqui. - O novato anunciou.

– Foda-se voc...

– Olá Erick - Fantasma disse enquanto andava até ele para apertar a mão.

– Oi Fantasma, como você esta? - ele perguntou enquanto apertava com força a mão de Fantasma.

– Eu estou ótimo, obrigado por perguntar. Espero que já esteja se acostumando a sua nova vida.

– Ah, e difícil não consigo ficar preso eu quero....

– Cala a boca novato, ninguém quer saber das suas dificuldades diárias. Fantasma da para você me dar outra tarefa? Serio quem aguenta esse cara falando de como a vida dele mudou de uma hora para outra.

– Você nunca falou comigo. - O novato disse. - Você acabou de dizer que não gosta de mim.

– Sim, eu não gosto de você. – Afirmei.

– Qual e o teu problema com ele, Luke? - Fantasma perguntou para mim.

– Não tenho problema com ele. – Disse, e era verdade, eu não tinha nada contra ele, apenas o fato de que ele era um idiota tedioso.

– Então por que me trata mal? – O novato perguntou interessado.

– Isso não e da sua conta. Já disse, eu não quero falar com você.

– Luke, poderia me dizer o que ele te fez? – Fantasma perguntou seus olhos centrando-se os meus, provavelmente procurando alguma oscilação em minha mente.

– Quer saber o que ele fez? – digo querendo terminar logo com aquela droga de papo chato. – Ele roubou minha cama, e isso ele roubou minha cama.

Bem, o modo como eles encararam a minha mentira foi bem legal de observar. Fantasma me olhou dos pés a cabeça, estranhando eu estar sendo tão chato sem motivos. E o novato apenas começou a rir. Rir não, relinchar. Fechei a cara e olhei para fantasma.

“Por favor, me da outra tarefa”. Pensei, enquanto o encarava fixamente.

“Não” Ele respondeu, sua voz ecoando em todos os cantos da minha mente.

“Por favor, eu lhe imploro” Retruco com ele.

“Só mais duas semanas, e eu te libero. Pode ser?” Ele responde, penso seriamente no que dizer para tentar o convencê-lo, mas sei que ele vai negar.

“Ok” Respondo e concordo com a cabeça, já imaginando quanto tempo duas semanas iria durar.

– Vamos para a praça. Luke pode deixar que eu acompanho o Erick. Boa luta para você.

Droga, ainda teria que lutar com a fada, que dia péssimo.

Andei a passos largos pela rua que levava a praça, a multidão gritava e se divertia enquanto alguns mutantes limpavam o pátio ensanguentado pela ultima luta que havia acontecido aquele dia, a cada passo que eu dava da arena, meu coração vinha para mais perto da boca e minhas pernas ficavam mais bambas. Iria lutar sem treinar. E com a fada.

– Espero que esteja preparado sanguessuga. – Uma voz veio de trás de mim. Virei para ver quem era, uma mulher loira, de olhos âmbares andava em minha direção com passos largos e objetivos de uma modelo, atrás dela um menino moreno de cabelos rastafári e roupa de hippie, a acompanhava a mulher quase correndo tentando manter o mesmo ritmo do andar dela. Fada e Jorge.

– Já nasci pronto. – Menti para ela.

– Então assim espero. – Jorge disse para mim. – Então, vai pegar o poder de alguém ou vai querer usar espada?

– Vou usar espada. - Disse, e logo pensei comigo. Seu eu perdesse poderia culpar a espada para não parecer um covarde.

– Ok. – Ele disse – Vão para o centro e fiquem cada um em uma extremidade. Eu vou abrir a luta de vocês.

Ele nem esperou a gente responder e saiu correndo em direção a um mutante que passava para que ele me arranja-se uma espada. Fui em direção ao centro da arena, passando pelas pessoas que se espremiam agitadas em busca de um bom lugar para se assistir a luta. Quando Jorge entrou girando em suas mãos a espada que eu iria usar, os mutantes pularam e gritaram ainda mais.

– A BATALHA EPICA, ESTÁ PARA COMEÇAR! – Ele disse, ou melhor gritou. Esse era o poder dele. – DE UM LADO O TÃO CONHECIDO LUKE. – A multidão não se agitou, Ao contrario ela se calou, era como se a tensão que estava em mim estivesse sendo enviada para eles por linhas invisíveis lançadas no ar. Jorge veio até mim e me entregou a espada, o aço frio percorreu toda extensão do meu corpo da cabeça aos pés. Olhei para os olhos dele, por um momento era como se ele estivesse dizendo “boa sorte”, então ele se virou e voltou a dizer em alto e bom som. – DO OUTRO LADO, A BELA E ADORAVEL FADA – Dessa vez a multidão gritou, esperneou e assobiou mais alta que uma torcida em um estádio de futebol. – JÁ SABEM AS REGRAS. QUE COMEÇE A BATALHA. – E ele saiu correndo em direção a multidão para tentar se refugiar do que estava por vir.

Fada começou a andar nas beiradas do campo, me observando fixamente com aqueles olhos âmbares, minha perna tremia, mas eu encontrei forças e repeti ela. A espada em minha mão me dava choques lentamente enquanto eu andava pelo perímetro da arena. Queria acabar com aquilo logo. Então avancei, ataquei com a espada na direção dela mas ela se desviou, ataquei ela de novo deslizando meus pés pelo chão a cada investida contra a espada, porem ela continuava se desviando. Eu podia sentir a adrenalina em nossos corpos. Ela me atacou dessa vez, investiu com o joelho tentando acertar meu saco, desviei bem a tempo, mas ela já estava preparada, o joelho se desdobrou e a pé dela veio parar em meu peito me chutando, fui para trás, tentando manter o equilíbrio do chute após o chute recebido, segurei com mais força o cabo da espada e investi contra ela com toda a minha força, a poucos centímetros da minha espada acertar, ela se lança para trás, e depois volta para frente com as mãos em punho se lançando contra mim, uma de direita e outra de esquerda, me desvio dos dois socos rapidamente e percebo a perna dela se levantando para me dar um chute, quando a perna dela se levanta eu jogo a minha espada no chão e com as duas mãos agarro o pé dela, levanto-a no ar pelo pé e do um giro a lançando ao chão fazendo com que poeira se levante. Percebo que minha camisa está empapada de suor, eu sei que ela vai se levantar então já me preparo pego a minha espada novamente usando as duas mãos e observo enquanto lentamente ela se ergue do chão. Os cabelos e as roupas sujas de terra, os olhos raivosos, e um pequeno corte do lado esquerdo do seu rosto do qual sangue começava a sair lentamente. Ela ergue as mãos para mim e logo percebo o que ela vai fazer, então tudo foi como um borrão. Em um momento das mãos dela uma luz branca saiu, vindo em minha direção, me desviei no ultimo segundo mas não e suficiente, ela ergue de novo a mão e novamente a luz branca sai dela, uso a espada como escudo e me protejo enquanto os raios, lentamente queimam minhas mãos, a espada era minha única chance de viver aquele momento por isso me agarrei a ela com toda a força possível, mas não foi suficiente, a luz que saia da mão de Fada era muito forte e estava-me deixando sem força. Então me dou por vencido e deixo a espada cair, e juntamente com ela a luz se cessa, observo enquanto lentamente ela vem em minha direção, passos lentos e objetivos de uma modelo, olho para o chão para esconder a vergonha que e perder para uma mulher, vejo a silhueta dela no chão, ela está na minha frente.

– Olhe para mim – Ela ordena. Tento não obedecer, mas não consigo era como se a voz dela tivesse ativado um botão de robô dentro de mim. Levanto a cabeça lentamente, sinto todas as pessoas a minha volta suspirando e suando frio. Observo a minha ultima vista, uma mulher loira, de olhos âmbares, com um corte na bochecha do qual sangue saia molhando a blusa dela. É o fim. Penso.

Ela então rapidamente, joga suas mãos sobre a cabeça, as mãos se encontram e um tapa ressona alto como se ela estivesse matando uma mosca, e o corpo dela, cada centímetro juntamente com as roupas que ela usava começam a brilhar, emitindo um brilho tão forte que mesmo através das minhas roupas sinto meu corpo queimar, o brilho rapidamente aumenta, e tudo ao meu redor fica branco. Enquanto lentamente a vida deixa meu corpo.


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Notas finais do capítulo

Gente, esse capitulo foi o mais demorado que tive para escrever, serio to a uma semana trabalhando nele, eu gostei do resultado final. Espero que tenham gostado. Ai mds, nos vemos no proximo capitulo narrado pelo Erick, não sei quanto tempo vou demorar para escreve-lo, Abraços ao meus leitores preferidos Anna, Eudes, Chrys



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