Konoha Silenciosa rpx escrita por andrehnt123


Capítulo 5
Capitulo 5 - Shikamaru, feriado


Notas iniciais do capítulo

Cada personagem tem uma forma de narrativa própria, se isso não foi notado. Agora ficara mais explicito.



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O despertador toca.

Me sinto um idiota em não ter ido desligá-lo na noite anterior, afinal o que faria tão cedo no domingo, pior, em um feriado em pleno domingo. Encaro o teto do meu quarto enquanto pergunto-me se isso foi uma brincadeira cruel. Os feriados ultimamente têm caído muito nos fins de semana. Não é segredo que gosto de dias livres. Alguns os aproveitariam para colocar os afazeres em ordem, repor tempo perdido. Eu no entanto, os utilizava para adia-los ainda mais. Contemplar as nuvens, sim... Para alguns perca de tempo, para mim um meio de encontrar a paz.

Tento me encobrir nas cobertas voltar a dormir, o clima esta perfeito para a manhã, um frio gostoso que percorre meu corpo, como em uma relaxante tarde chuvosa. Antes de dormir, talvez eu queira encarar minha doce amada. Tudo bem, doce nem tanto, só comigo, ainda por cima apenas quando estávamos a sós. Era incrível, todas as manhas mesmo a meu lado eu perguntava se a noite anterior havia sido real. Não acreditava que alguém tão bonita como a Temari estava com alguém tão desleixado quanto eu.

Lembro-me da noite passada onde o amor nos consumiu. Não a primeira vez, mas para mim tão especial quanto. Abaixo um pouco as cobertas apenas para ver seu rosto, delicado como um anjo, a dormir ao meu lado. Mas que pena, ela não esta lá. Sinto pena, tão rígida com os compromissos. Provavelmente arranjou algum, pena, não poderia adormecer abraçando o seu corpo aquecido. Costumava acordar mais cedo. Ela tinha muitas vezes sua típica cara seria. Eu ate achava fofo a maneira como ela tentava esconder seus sentimentos na frente dos outros, sabendo que por dentro ela sorria quando me olhava.

Hoje, não acordei com o cheiro de café na casa. Provavelmente não havia saído ainda, ela não ousava sair sem ao menos tomar um pouco de café. O humor dela dependia disso, sair sem pelo menos beber uma xícara a mantinha irritada o dia todo. E ninguém gostava disso. Pessoalmente não gosto muito de café, não pelo gosto, mas porque eu gostava de me manter calmo, no mesmo estado que logo após acordar de um sonho ou o mesmo que sentia enquanto contemplo o céu deitado à grama de uma calma tarde ensolarada.

Me levanto, não conseguirei voltar a dormir sabendo que posso perder a chance de dar um adeus para ela. Não lembro de que horas eu havia colocado aquele despertador. Olho para o lado apenas para ver que estava quebrado. Afinal já era claro e o despertador mostrava 2:06. Fui ao banheiro, me olhei no espelho, meus cabelos ainda bagunçados, apenas os ajeitei como fazia todas as manhas, prendendo-os. Jogo água fria em meu roto e escovo os dentes. Não queria beijar minha amada sem ao menos ter um hálito agradável de hortelã. Não sou do tipo detalhista, mas acho que pequenos caprichos era o que fazia ela me suportar.

O cheiro de café ainda não tinha começado, talvez ainda tivesse tempo para um banho. Mas estranho o boxe ainda não estar molhado. Talvez ela ainda não tivesse tomado banho, mais uma indispensável parte de seu ritual matinal. Sorriu quando penso se poderei participar desse ritual esta manhã.

Caminhei ate a cozinha da minha casa. A maioria dos seus amigos morava em apartamentos, mas naquela casa ele se mantinha afastado do barulho e movimento constante de áreas mais próximas ao centro. Não moro mais com os meus pais. Já tinha idade o suficiente para viver sozinho. Acho que seria estranho manter meus encontros com Temari com meus pais por perto. Ainda sim, devo admitir, sinto falta deles.

Ao chegar a cozinha, nada. Nenhum talher ou prato à mesa, a cafeteira também não tinha saído do armário. Olhei em volta, ma tudo estava bem guardado e limpo. Não entendo, talvez o despertador tivesse tocado tarde demais. Não, quando ele tocava era porque eu tinha um compromisso logo de manhã cedo. Se Temari saiu antes de se quer me levantar só indicava que ela estava com pressa. Mas... Ela teve tempo ate de limpar a cozinha? Talvez o despertado tenha mesmo tocado atrasado, afinal estava quebrado.

Caminho ate a entrada e deslizo suavemente a porta para o lado. O vento frio percorre meu corpo, me deparo com o que parece ser uma bonita névoa. Como se estivesse dentro de uma nuvem... Me animo com esse pensamento como um criança. Era raro ter névoa em Konoha. Mas era algo de se esperar daquele tempo. Fecho a porta e volto para dentro, talvez ainda tenha tempo daquele banho...

Após um banho rápido, ele pensei o que faria agora. Voltar para a cama? Parecia uma boa ideia. Mas longe do que vou fazer. Meu trabalho com relações políticas exigia levar informações de um lado a outro. Mesmo aos domingos a biblioteca de Konoha, onde também no mesmo prédio era o centro de informações publicas, permanecia aberta. Eu deveria fazer um relatório a uma semana sobre a relação comercial entre Suna e Konoha, idéia também eram bem vindas. Tipicamente adiaria, meu trabalho bastante entediante, mas se acabasse logo poderia ficar em casa e passar o resto do dia em casa sem ninguém indo me perturbar devido o atraso.

Visto meu típico colete verde com camisa e calças pretas e parto. Enquanto caminhava notei que o céu não havia nuvens, na verdade, não conseguia vê-lo devido a névoa. Acho contemplar as nuvens não era uma opção para aquele dia.

Notei que devia haver poucas pessoas saindo de casa, não encontrei ninguém a caminho do prédio onde iria deixar o relatório. Quando entrei esperei ver aquela recepcionista que sempre grandes óculos e tanto me olhava. É uma pena, ela é bonita, mas eu não desejava alguém além de Temari. Se bem que era bom saber você era desejado.

–Ola?

Sem resposta. Devia estar ocupada no momento. Apenas me dirigi para uma sala no segundo andar onde eu tinha um pequeno escritório onde guardava as informações necessária. Para isso eu tinha que passar pela grandiosa biblioteca. A arquitetura era enorme, nunca tinha notado, mas acho que foi feita seguindo um ideal de beleza. É uma pena que tão poucas pessoas visitassem.

Não pude deixar de notar que apesar de quase tudo esta em ordem, havia alguns livros abertos em cima da mesa. Haveria alguém pesquisando algo? Apenas por curiosidade me aproximei. Aparentemente ninguém a vista. Observei as paginas do Livro.

“Hospital psiquiátrico de Konoha”

Um assunto um tanto incomum...

–O que esta fazendo?

–Neji?

–Não gosto que fiquem bisbilhotando.

– Me desculpe. É que eu não vi ninguém achei que haviam esquecido o livro. Afinal porque esta pesquisando sobre isso?

–...

–Sei... Bem, depois a gente se fala eu tenho que terminar algo logo.

Ele achou aquela situação meio desconfortável. O jeito que Neji o encarava. Nossa. Aquilo dava arrepios.

Confesso que nos primeiros momentos que comecei a sair com ele, não gostei do enigmático Hyuuga . Notei certa empatia com seu jeito calmo. Bem mais difícil de provocar do que Naruto ou Sasuke. Mas seus olhos as vezes demonstravam uma certa malevolência e ambição, sim, seus olhos tinham um brilho misterioso. Era complicado ler as emoções de Neji, sem saber o que sentia, sem saber o que pensava, Shikamaru sempre achou o Hyuuga o mais imprevisível dos seus amigos. Todavia, eles se tornaram bons amigos. Os laços entre eu Neji e Shikamaru apesar de não tão fortes quanto os de Naruto e Sasuke era maior do que por outras pessoas. Quer dizer, exceto uma claro...

Comecei o trabalho, antes de terminá-lo eu já queria desistir. Olhei para meu relógio no escritório.

–2:06?

O relógio estava parado. Aquilo foi efetivo. Neji estava brincando com comigo, havia chegado cedo apenas para perturbá-lo. Não sabia como havia entrado na sua casa. Talvez ate Temari estivesse envolvida. Com certeza não era aquela hora, mas ainda era de manhã. Bem isso não vai me impedir de terminar meu trabalho... Bem, talvez uma pausa...

–Neji? Você esta ai?

Pelo que parece havia partido, mais que isso, o livro havia sido levado. O que Neji fazia com um livro desses eu não sei. Acho que já trabalhei demais por hoje. Amanhã eu continuo com o relatório...

Enquanto caminhava ate em casa Shikamaru percebeu que não havia ninguém nas ruas. No começo ate gostou da falta de ruídos, da serenidade. Mas isso já estava incomodando.

Ao chegar em casa esperava encontrar Temari. Nada. Ele estava começando a ficar preocupado. Tentou ligar para ela ou para um de seus amigos. Mas era como se não quisessem atende-lo. Pela primeira vez na vida, ele não queria simplesmente ficar parado esperando algo acontecer.

“Hospital Psiquiátrico”

Hum... Teria Neji seguido para aquele local? Pergunto-me se Neji esta la agora, se ele procurava algo ir direto a fonte poderia ser uma boa idéia.... Acho que é um plano melhor do que esperar aqui.

Após alguns minutos chega a seu destino. O hospital psiquiátrico não lhe era estranho. Ele já tinha ido visitar algumas vitimas de guerra. Nem todos poderiam suportar a morte de entes próximos. A entrada fazia o local aparentar calmo e agradável. Mas ele sabia que a parte de dentro havia gritos e choro. Porem ao entrar, apenas mais daquele maldito silêncio.

Quando se aproximou do elevador pode notar um homem alto esperando-o chegar.

–Senhor?

O homem alto olha para ele, ele não o reconheceu devido o capuz

–Shino? É você?

–Shikamaru?

–Achei que eu estivesse sozinho aqui. Afinal onde foram parar os pacientes?

–Eu não sei Shikamaru, isso não importa. Sinto que estou próximo da verdade.

Shino entra no elevador

–Fique longe daqui, acho que vai ser melhor para você.

As portas se fecham.

Afinal qual é o problema desse cara, sempre de capuz e querendo ficar sozinho. Mas dessa vez isso estava muito suspeito.

Shikamaru chama e entra no elevador. Pressionado o terceiro andar. Aparentemente onde Shino havia parado. Não foi preciso mais do que alguns passos para perceber que Shino vasculhava papeis.

–Shino escute, eu não sei o que esta acontecendo, mas você me deve uma explicação.

Shino apenas o fita com os óculos escuros que sempre usava. Era de fato um garoto estranho. Não acho que seja realmente amigo de algum. Talvez de Kiba. É o único que o vê conversando com ele por mais de 5 minutos.

–... Você... Você já deve ter percebido que a algo muito errado acontecendo. Não tenho certeza o que é. Mas acho que o clã Hyuuga esta envolvido de alguma forma.

Shino coloca uma mão no bolso e retira um pequeno envelope.

Meu pai devia ter enviado essa carta, mas eu não sei onde ele esta. Leia.

Pelo que parece o clã Hyuuga começou a agir. Eu sei que prometemos não falar mais disso, mas sua parte não foi cumprida. O que aconteceu? Ficaram assustados? Tudo parecia que ia dar certo após o incidente do clã. Mas enquanto aquele garoto estiver vivo, há um certo perigo em continuar a operação após tanto tempo. Estamos de olho em você. Ouça meu aviso, se você não aparecer na próxima reunião, eu mesmo me certificarei que você vai morrer.

S. Aburame”

–Eu estava seguindo o Neji, ele parece ter vindo visitar esse Hospital varias vezes . E hoje eu o vi carregando um livro sobre o local. Talvez aqui tenha mais respostas.

–Sim eu... Eu o vi mais cedo com esse livro.

–Se quer me ajudar, vasculhe o andar abaixo. Eu vou continuar por aqui

Shikamaru procurava respostas, logo ele concordou com o plano

O segundo andar não se diferenciava do terceiro. Era exatamente o mesmo corredor. Todas as portas estavam trancadas. A única porta aberta era um escritório. Esta desarrumado, mas em cima da mesa havia claramente um papel com a assinatura de um dos médicos. Shikamaru começa a ler.

“Senhor H.

Creio que queira manter a permanência dele aqui em sigilo, por isso ele não passa a noite aqui ou sequer vem todos os dias. Mas é preciso que o senhor compreenda. Procuramos tratá-lo com terapia intensiva. Com o pouco de tempo que nos oferece não podemos confirmar a eficácia do tratamento. Acho que ele ficou traumatizado devido a morte do pai. Me encontre no metro, se queremos manter nossas cartas em sigilo então devemos trocá-las fora daqui”

Shikamaru não acreditou. Era verdade? Os Hyuuga escondiam a permanência de Neji naquele hospital? Afinal o que havia de tão errado com Neji? Shino precisava saber disso. Mas ao retornar, Shino não estava mais la.

Era de se esperar, talvez ele achasse que não havia nada mais sobre o Neji aqui. Mais um plano de mantê-lo afastado.

Segurando a nota firme em sua mão ele leu mais uma vez. O metro a carta dizia. Shikamaru já sabe o seu destino.




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Notas finais do capítulo

Muito obrigado pela leitura ate agora. Entendam que nada aqui é aleatório. Tudo teve sua devida importância.
Comentem se quiserem. Seus comentários me fazem mantém animado rs
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