Konoha Silenciosa rpx escrita por andrehnt123


Capítulo 20
Ending C - You didn`t get my son




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Flash back on

Faltava pouco tempo para amanhecer.

–Sakura! Que bom que você esta bem!

A garota de cabelos róseos apenas chorava. Sasuke se aproxima e a abraça. A garota estava confusa e com medo. Não podia simplesmente deixa-la ali sem mais uma palavra. Prontamente, começou a falar. Explicou sua jornada de como chegou até ali. As vezes mais apressado, as vezes com hesitação de falar exatamente os sentimentos que percorreram a sua cabeça. Porém a amava. Era o dono da sabedoria em um mar de pessoas confusas. Ele tinha a resposta e ele sabia disso.

–Sakura, eu pensei em uma maneira de como parar isso...

–Você também sabe o que está acontecendo?

–Apenas, á direto para minha casa agora. Eu explicarei mais depois, antes preciso refletir sobre algo...

Flash back off

...

Naruto caminhava pelo corredor do hotel, já era de manhã. O sol já começava a passar pelas janelas e a tocar no piso de madeira polida. Podia ver que o lugar não foi projetado por menos que um dos melhores arquitetos que o dinheiro podia pagar. O esplendor do hotel se ostentava ainda mais com a luz do dia.

Era um lugar calmo e relaxante. Desceu as escadas mais próximas. Logo chegou ao Hall principal. Deu uma ultima olhada. Mármore e cristais e enfeitavam o lugar. Parecia haver esperança, mas não é o que Naruto precisa. Ele vai calmamente até o outro lado do hotel. Havia sombra que a grande estrutura fazia sobre aquele lado. Caminhou mais um pouco e logo estava em uma estrada ao lado por onde os visitantes costumavam chegar ao hotel. Sentou-se na calçada só para refletir um momento. A brisa fria da manhã era restauradora, de alguma forma, passou a entender o que Sasuke dizia sobre manhãs frias. Procurou olha para o horizonte ao longe. Mas uma voz o fez despertar por um segundo.

–Você matou Hinata de novo?

–Aquilo não era Hinata, ela se foi. Aquilo foi apenas uma coisa que eu inven- Hana-chan?!!!! – Naruto quase da um pulo ao notar que a garota ainda estava ali.

–...

–Hana-chan...- Naruto desvia o olhar para o chão que estava entre suas pernas. Levanta-se e passa a encarar a garota.

–O que Naruto?

O loiro olha para ela criando coragem de soltar aquelas palavras.

–Eu... quero você, quero você comigo.

Ela fica preocupada por um segundo com aquela informação, mas passa a sorrir. Um pouco espantada e incerta na decisão do loiro.

–Você tem certeza?

–Vamos, vamos embora daqui, onde possamos ficar juntos.

Naruto mal a encarava, quase apático e achando já estranha a pergunta da garota. Já estavam perdendo tempo. Ele começa a dar alguns passos enquanto falava a resposta, mas em um ultimo movimento ela segura a mão de Naruto, o impedindo de ir.

–Mas e quanto a Hinata?

–Está tudo bem- Naruto olha em seus olhos- eu tenho você.

Hana-chan tira algo dobrado escondido em seu sutian, era o resto da carta de Hinata, a qual Naruto nunca leu por completo. Ele a pegou e olhou. Porém apenas a guardou no bolso, não podiam ficar ali muito tempo. Ninguém podia ver eles juntos. Talvez ambos soubessem da cumplicidade daquele ato, talvez Naruto...

“Em meus incansáveis sonhos eu via você, não pude acreditar no dia em que ficamos juntos pela primeira vez, era uma manhã calma. Adoro quando o tempo esta assim, um frio gostoso que me fazia ficar ainda mais confortável em seus braços.

Era estranho a nevoa naquela época do ano, mas eu gostava pois assim, ninguém estava nos encarando. No monumento dos hokages onde passamos o dia juntos ou portões do meu clã onde demos nosso ultimo beijo do dia, quase uma assinatura: somos um do outro.. Você me prometeu que me levaria mais uma vez para o nosso lugar especial... Mas você nunca o fez.

Ouvi dizer que a névoa voltará ,quando acontecer vou estar te esperando. Estou lá, sozinha neste momento, no nosso lugar especial... Esperando por você...

Esperando por você vir me ver, mas você nunca veio. E então eu espero, embrulhada em meu casulo de dor e solidão. Eu sei que fiz uma coisa terrível Para você, algo que você jamais me perdoará.

Eu queria poder mudar isso, mas não posso. Eu me sinto tão patética e feia deitada aqui, te esperando .. Todos os dias eu olhei para as rachaduras do teto e o quarto branco sem vida, e tudo que eu conseguia pensar era sobre o quão injusto é tudo isso...

Tsunade veio hoje. Ele me disse que posso ir. Para casa, para ficar pouco tempo.

Não que eu esteja melhorando, é só que essa talvez seja minha última chance... Eu acho que você sabe o que quero dizer...

Mesmo assim, estou feliz por poder ir. Para casa, eu sinto imensamente sua falta. Mas eu tenho medo, Naruto. Eu realmente temo que você não. Que não queira que eu vá para casa. Quando você for me ver, eu posso dizer o quão difícil é isto para você.

Eu não sei se você me odeia ou se tem pena de mim ..Ou eu talvez apenas enojo você... Eu sinto muito por isso...

Quando eu percebi isso, que iria morrer, eu apenas não queria aceitar. Eu estava tão furiosa todo tempo e eu descontava em todos que eu mais amava. Especialmente você, Naruto. É por isso que eu entendo, caso você me odeie.

Mas eu quero que você saiba disto, Naruto. Eu sempre te amarei. Mesmo que nossa vida juntos tenha que acabar assim, eu ainda não trocaria isto pelo mundo, nós tivemos vários anos maravilhosos juntos.

Bem, esta carta já está comprida demais, então eu direi adeus. Eu disse para a enfermeira te dar isto depois que eu morrer. Então isto quer dizer que se você está lendo, é porque eu já morri.

Eu não posso dizer para você se lembrar de mim, mas não posso aguentar se você me esquecer. Nestes últimos anos desde que fiquei doente .. Eu sinto muito pelo que fiz a você, a nós .. Você me deu tanto e eu fui incapaz de retribuir qualquer coisa.

É por isso que eu quero que você viva apenas sua vida agora. Faça o melhor para você, Naruto.

Naruto...

Você me fez feliz ..”

Após uma longa caminhada pela estrada, já estavam nos limites da vila. Hana-chan desacelera um pouco o ritmo e começa a tossir, cada vez mais forte, assustando um pouco Naruto, mas nada serio ele supunha.

–É melhor você fazer algo sobre essa tosse.

É o que qualquer um diria, certo?

Certo?

...

Sempre tivera uma impressão errada dos hospitais e seus médicos. Mas, sobretudo, sobre alas psiquiátricas. Principalmente por conta da imagem impregnada no consciente coletivo, formada por anos e anos de bombardeio de filmes americanos. A visão era clara: um labirinto de corredores, homens de uniformes brancos com tratamentos alternativos parecendo atrocidades.

Talvez os gritos constantes não sejam ruins. Poucas pessoas tem a noção do quão sinistro fica um prédio grande durante a noite. Qualquer ruído se torna incomodo. O som dos próprios passos ecoando pelas paredes se torna aterrorizante. Ainda mais se tratando de um prédio antigo como aquele

Neji tenta levantar-se, estava deitado em uma mesa. Suas costas doíam, não era algo acolchoado e, pelo frio que sentia, era apenas metal que o apoiava. A luz forte em seu rosto quase o cegava. Debatia-se, porém seus braços e pernas estavam presos. Levantou um pouco a cabeça apenas para notar que tratavam-se de fivelas de couro, bem resistentes.

Olha para cima mais uma vez para ver um homem de avental azul claro usando uma mascara cirúrgica suja com espirros de sangue. Havia feito uma cirurgia ou algo parecido a pouco tempo? Estava mexendo em equipamentos, colocando algo próximo a cabeça do garoto.

–O que? O QUE ESTÁ ACONTECENDO? Isso foi um sonho? Naruto e Sasuke estão bem? Shikamaru está bem?

O médico o ignorava. Continuou então a arrumar os equipamentos até falar com o acompanhante.

–Não está funcionando dr. – Essa voz era?!!!!

–Shikamaru??? O que estou fazendo aqui? Nós não estávamos no Hotel? Eu sei que-

–É o que parece...- Falou um segundo médico, medico chefe do recinto, respondendo a afirmação de Shikamaru.

Neji já estava farto de ser ignorado e debatia-se com muita força, porem só causava alguns tremores na mesa. Aquilo foi projetado para suportar movimentos espamódicos. Sim, agora ele reconhecia estado lá antes, já viu a sala antes do procedimento uma vez, não ia aguentar assisti-lo na época. A época que estava nesse mesmo quarto, seus olhos se abriram em pavor ao ver o numero pendurado em cima da porta, o quarto 206.

Shikamaru continua a falar.

–Neji, você não tem demonstrado melhora, dês daquele dia do festival eu percebi que era serio, tentei até trata-lo em segredo. Mas você continuava a se afastar, terminou com Tenten, ela ficou arrasada.

–O que?? Mais eu e Tenten?! Ela foi socorrida a tempo? Você lembra do que fez no metrô?

–Estamos apenas andando em círculos aqui Neji, acorde!- Até o médico estava perdendo a paciência.- A Tenten está ótima. Olhe, o Shikamaru e eu sempre mantemos comunicação constante por cartas em segredo.

–DO QUE VOÊS ESTÃO FALANDO? Eu quem falava com você, não se lembra? Você! Você me esfaqueou Shikamaru olhe, mesmo após uma cirurgia não tem como ficar sem uma ci-

Neji olha para baixo, suas roupas não estavam se que manchadas com sangue, o kimono estava aberto e não havia nada lá, se quer pontos. Era impossível. Era de fato ainda o mesmo dia?

–Espere? Isso foi um sonho? Eu sai dessa sala algum momento?

–Não Neji! E você não irá a lugar nenhum até você começar a aceitar sua realidade!

Neji via os médicos aproximando um aparelho de choque, uma forte corrente elétrica passando pelo cérebro poderia resolver o problema. Pelo menos, era um dos tratamentos alternativos que estavam dispostos a fazer, ninguém iria dedura-los.

–NÃO! POR FAVOR NÃO!

O médico passa a girar um interruptor de intensidade, ligando a máquina, Neji olha o amigo sair, por um segundo, mesmo que apenas por alguns instantes, pensou ter visto uma mancha de sangue sobre o colete que Shikamaru usava. Ele saiu sorrindo sarcástico daquela situação? Não confirmou pois começou a sentir a corrente e ter convulsões intermitentes na mesa.

Quem iria acreditar nos gritos de um louco?

Quem?

...

Após alguns meses dos acontecimentos, Sasuke tinha muitos sentimentos, pesados demais para uma pessoa normal, suas escolha, a faria de novo, mas mesmo assim parece que elas vieram com o mais de sofrimento que alguém poderia imaginar... Ele silenciosamente observava Sakura andando pela rua. Ele pensava alto.

Você realmente acha que eu ligo? Se você acha que eu ligo, a resposta é sim. Ligo pra essa distância entre nós. Afinal, quem te deixou ir tão longe? Quem te deixou riscar meu nome da agenda, rasgar minhas cartas, queimar minhas fotos?

É essa a sua tática? Acha que deixo de existir por causa do que você faz com suas lembranças? Não sou uma memória pra você apagar de forma estupida. Eu existo! Goste ou não!

Acha que não sei da sua vida? Que não te sigo pelas ruas? Que não paro na esquina ouvindo o seu papo com estranhos? Que não roço os seus cabelos quando está distraída? Eles ainda têm o cheiro daquele perfume que te dei quando passou aquele amanhecer ardente no meu apartamento? Ahh sim, nossa primeira vez, ali você tinha toda a atenção em mim. Eu te dei esse presente caro que estava guardando a muito tempo. Isso você não quis jogar fora, vagabunda.

Eu te dei amor. Você também me amou. Pensa que esse amor vai desaparecer só porque você nega? Eu sou seu homem. Você é minha mulher. Sempre vai ser. E nada do que possa fazer apaga o que eu sou. Eu te amo. Por isso te persigo.

Gosto quando volta do trabalho sozinha, tarde da noite. Mas você não passa pela praça onde quero te fazer parar. Você vai pela avenida, que é longa, mas tem luz, parece sozinha, não? Só que eu estou ali, a poucos passos da sua porta, te seguindo, te esperando, o telefone toca na sua bolsa e meu ódio ferve com o seu alô todo sorridente. Com quem está falando? Quem é esse cara pra te ligar a esta hora?

Ele não é nada! Nunca será nada do que eu fui ou do que poderia ter sido se você não fosse tão idiota. Quem disse que você podia me esquecer?

Mas eu não esqueço. Não esqueço de contar quantas pessoas te telefonam todo dia. Não esqueço de abrir sua caixa de correio pra saber quem te escreve. Nem de seguir seus amigos, já que aparentemente não são mais meus. Ouvir os seus recados nos telefones deles, olhar as fotos do seu fim de semana, uma por uma, ver quem te acompanhou, te tocou, te desejou e te imaginou recíproca. Recíproca! O que você sabe de reciprocidade? Sei que superficial nunca foi nossa relação, me deixou ir fundo. Conhecer de verdade o que estava debaixo da sua pele. Será que vai lembrar quando você...

Eu ligo pra você. Ninguém nunca vai ligar tanto pra outra pessoa. Não vê que tudo o que faço tem você como motivo? Se admitisse que me ama eu não te odiaria tanto. Te amo e te odeio em medidas iguais. Você fingir que não sabe me enraivece. Chego a pensar se deveria te matar. Sabia? Na verdade, é o que eu ainda espero, sua morte.

Queria correr atrás de você, deixar meus passos crescerem nos seus ouvidos, cabeça, coração, tocar uma,duas, três vezes, rápido, mais rápido, então te ouvir gritar de medo, prazer, os dois, eu sei lá. Berrar, ser verdadeira uma vez na vida. E não ser capaz de fingir que não estou lá.

E só o que eu pensava era: será que você vai conseguir viver sem mim? Mas você conseguiu. Queria fazer você ver do meu ponto de vista. Se importar também. Doer. Como dói aqui.

Eu faria isso se pudesse. Mas não posso. Não desde que naquele mesmo dia da nossa primeira vez, pouco depois da manhã no hotel. Eu fiz a minha escolha de como acabar com tudo, sem saber se quer se surtiria efeito ou a repercussão disso. Sem seguir aquela maldita ordem, quebrando tudo. Por amor para salvar sua vida e de meus amigos, você era a próxima sabia? Bam, foi como um coice, uma bala atravessando minha cabeça. Cai sem nunca mais me levantar.

Mas você é carne, eu sou apenas vento agora, embaraçar seu cabelo é o pior que posso fazer. Assim é estar morto: amar e odiar sem ser visto.

Mas vou descobrir como fazer sua alma ser minha. E depois desse dia você não vai mais ter como ficar longe, vai? Você vai se importar. Você vai lembrar de mim, estar ao meu lado, dessa vez pra sempre. Como sonhamos um dia.

Afinal, quem te deixou não ser minha?


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