Quatro anos se passaram desde a invasão dos elfos negros, eles estavam mais poderosos do que nunca e nunca se sentiram tão poderosos e importantes quanto agora.

Em algum lugar da terra, a companhia da luz vivia suas vidas plenas e tranquilas. A cada ano que passava a dormência entre eles e o mundo mágico ia aumentando, eles nem praticavam mais magia, aliás, nem precisavam, ali naquele lugar, tudo era mais simples, mais tranquilo, melhor mesmo do que suas vidas na dimensão mágica.

— Bom dia crianças – fala a nova professora de artes, as crianças gritam com empolgação e ela coloca uma pequena tela na frente de cada criança, para que pudessem começar suas artes com tintas.

Ela olha para o menino de cabelos loiros com um sorriso, ele estava entretido com as tintas, nem precisava do pincel, ele apenas queria pintar o seu quadro. A mulher anda pela sala observando cada trabalho atenciosamente, em um reflexo ao olhar para o pátio da escolinha, ela vê um homem de cabelos loiros passar, a luz do sol iluminava seu rosto de tal forma que ela não podia reconhecê-lo, ela o segue com o olhar, parecia hipnotizada, e naquele instante, o mundo inteiro parou, ela apenas o encarava.

— Pró – chama o menino de cabelos loiros – eu terminei a minha pintura.

Ela pisca atônita e volta sua atenção para o garoto, que aponta para a pintura, fazendo-a dar dois passos para trás e se ajoelhar, como se a gravidade não pudesse mais conter o peso do seu corpo de pé.

Ela havia esquecido do seu rosto, fazia tanto tempo desde a última vez que o vira.

— Que linda pintura Troy – ela fala, alisando os cabelos dele com carinho.

A pintura mostrava duas pessoas de costas, com os rostos virados um para o outro e um pôr do sol no horizonte, como uma criança de 6 anos podia fazer uma pintura tão perfeita quanto aquela?

— De onde o conhece? – pergunta hipnotizada.

— Dos seus sonhos Bloom – fala a criança.

Bloom acorda em um ímpeto, soava frio, sua respiração estava pesada, lagrimas escorriam pelo seu rosto. Alguém abre a porta e espia a ruiva que mantinha o rosto entre as mãos, enquanto chorava pela milésima vez naquela semana.

A mulher fecha a porta e volta a cozinha, havia sempre alguém espreitando a ruiva, mas nenhum deles realmente faziam uma intervenção, não saberiam nem o que dizer, quem dirás fazê-la superar.

— Quatro anos se passaram – Stella suspira e se senta na cadeira de mau-humor.

— Eu levei dois anos para superar o Caleb, e o Brandon também ainda está de luto – Clarissa resmunga, agora tinha os cabelos curtos e escuros – deixe-a em paz Stella.

Eles moravam em uma casa grande, a companhia da luz jamais se separaria enquanto estivessem ali. Todos eles haviam arrumado empregos e mantinham o plano original, achar uma maneira de voltar para a dimensão mágica e tomá-la de volta. Os gêmeos ainda estavam na gruta e faziam relatórios semanais para Clarissa e Caleb, eles também procuravam uma forma de achar a espada e salvar Sky.

— Desde aquele dia, ela nunca mais foi a mesma – Aisha fala – Stella tem razão Clari.

Clarissa suspira, sabia o que suas amigas queriam dizer, também sabia que estavam certas, mas o que elas poderiam fazer? Manda-la parar de sofrer? Ela já havia seguido em frente, mas isso, não podiam impedir.

— Na semana passada ela destruiu todas as flores que estavam na sacada – Flora resmunga – secou todas elas com a porcaria da chama do dragão dela.

— Não dá mais para mantê-la assim Clarissa – Ludmila fala e Clarissa assente concordando com a loira, que também havia mudado seu visual, de um cabelo longo, para um curto.

Todos ali estavam diferentes, tanto em aparência, quanto em personalidades, apenas Bloom havia desgrenhado.

— A magia dela também está mudando – Clarissa fala pensativa – tenho tido alguns impulsos a noite de ir até o quarto dela, Caleb tem trancado o quarto com magia todas as noites.

— Está acontecendo Clari – Violetta fala – não dá mais para negar, e se ela caminhar para o abismo, nós não poderemos segurá-la.

— Eu já estive lá – Clarissa se levanta da cadeira com um suspiro – achem uma forma de ajudá-la, eu não posso fazer muito, tenho que trabalhar.

Clarissa pega sua bolsa e sai da vista de suas amigas, os meninos já haviam saído cedo. Alguns ali possuía empregos fixos, outros eram responsáveis apenas por manter a casa em ordem e procurarem uma forma de voltar para casa. A casa deles era uma bela mansão, mas parecia com uma república, apesar de alguns serem casais, também havia o quarto das meninas, dos meninos e individuais.

 – Ela tem razão – Charlotte dá de ombros e sai logo atras, ela e Clarissa trabalhavam em uma cafeteria ali perto.

Logo todos se dispersam e vão para seus trabalhos, Bloom fora a única que não tinha por que ir, afinal, estavam nas férias de primavera, então ela passaria o dia inteiro em casa.

Já era noite quando Ice colocou duas xicaras de café em cima da mesa, enquanto Natalia e Maxi folheavam dois livros que Aurora havia mandado para eles.

— É isso – Natalia grita se levantando, chamando a atenção de Ice que estava na bancada girando uma bola de cristal com neve dentro.

— Isso o que? – Ice pergunta, se aproximando da morena que lia freneticamente o livro, enquanto sacodia as pernas em completa animação.

Maxi tentava acompanhar ao seu lado, mas a garota estava muito acelerada.

— Podemos usar um feitiço do tempo – Natalia fala olhando para Ice que franze o cenho confusa.

— Natalia, temos a espada, para que precisamos de um feitiço do tempo? – Ice pergunta estranhando.

— Não esse tipo de feitiço – Natalia fala sacodindo as mãos em sinal de negação – um feitiço de tempo mesmo, para voltar no tempo.

Ice assente em silencio, eles haviam utilizado um feitiço de tempo para descobrir a localização exata da espada, depois de se apossarem dela, passaram tempos descobrindo como fariam para Sky usá-la, já que ele estava morto.

— Eu sou a fada do tempo – Natalia fala apressada – eu posso mandar alguém ao passado e impedir que tudo aconteça.

Ice suspira cansada e se senta na poltrona, Maxi tinha a mesma feição que a dela, eles queriam mesmo voltar no tempo?

— Não gostaram da notícia? – Natalia olha de um para o outro.

— A questão toda é – Ice suspira com pesar – queremos reverter isso? Queremos evitar que tudo aconteça? Até onde podemos suportar?

— E quem irá ao passado? – Maxi complementa fazendo Ice assentir.

Eles estavam tão acostumados com a vida que estavam levando ali que sentiam muito ter que mudá-la, mais importante que isso, o que isso lhes custaria?