LEIAM AS NOTAS DO CAPITULO ^^^^^^

Pov Autin

Com um fio de raio de sol em meus olhos, os abri lentamente. Ao meu lado Ally continuava a dormir, uma imagem fofa de se ver logo de manhã. Tirei uma mecha de cabelo que tampava um lado de seu rosto, e não me contive de sorrir ao ouvi-la resmungando.

Ela se aninhou ainda mais, repousando sua cabeça em meu peito e me abraçando. Carinhosamente passei a mão em seus cabelos, iniciando um leve cafuné. Em nenhum momento, em todo esse tempo ao seu lado, me passou pela cabeça que eu ficaria tão próximo dela, como eu estou. É algo bom, e relaxante, algo totalmente irônico, pois nas maiorias das vezes eu estou estressado com ela. Mas ela me fazia bem, apesar de tudo, ela me surpreendia.

Ela deu um longo suspirou e lentamente abriu os olhos grandes e castanhos. Sorri quando se enterrou em meu peito.

 –Bom dia. –Desejei alisando seu rosto e em seguida levantando para vê-la.

—Não, eu não quero que me veja assim... descabelada. –Declarou escondendo-se ainda mais com as mãos. –Eu não acredito que dormi com você, é tão... sei lá...

—Bom? –Perguntei completando. Ela levantou seu rosto me encarando. –Você é tão linda... –Falei sorrindo ao admira-la. Ela sorriu envergonhada voltando a enterrar o seu rosto em meu peito nu. –... E ainda mais quando acorda.

—Eu não acredito em você. –Sorri com o seu sem jeito.

—Eu não mentiria pra você. –Me afastei, apoiando-me com o cotovelo na cama, dando-me oportunidade de vê-la melhor. –Ally, você pode não perceber, mas você tem uma beleza rara. Uma beleza não só por fora... você é encantadora, e mesmo que tenhamos passados por momentos de ódio –ela sorri envergonhada mais um vez- ...você conseguia me fazer mudar de opinião, com um simples sorriso, que nunca vi um mais lindo... você é apaixonante... você é linda!

Ela sorri, dessa vez sem se esconder. Ela passou a mão em meu rosto alisando. Sua mão era macia, e trazia um pouco de calma. Fechei meus olhos com a sensação.

—Você também é muito lindo. –Comenta quase em um sussurro.

—Eu sei. –Digo ainda com os olhos fechados.  Ela tira a sua mão do meu rosto e em seguida ganho uma leve tapa em meu ombro, seguido de uma pequena risada. Sorrio de volta. –Vem cá. –Me deito novamente, a puxando para mais perto para se deitar em meu peito novamente.

—Obrigada por ter ficado comigo ontem. –Agradece sem me olhar. Sorrio mais uma vez.

—Foi um prazer. –Digo beijando sua testa antes de cochilarmos.

Não sei exatamente se estamos bem, mas posso dizer, e com total certeza que passar a noite ao lado dela, foi maravilhoso. Foi uma noite de carinho, uma noite de abraços... foi uma noite com ela. Também não posso dizer, ou explicar o que sinto por ela, pois eu nem sei o que eu sinto. Mas posso dizer que é algo bom.

Estávamos todos sentados na mesa tomando café da manhã, até o Math estava presente. Ele havia chegado para combinarmos pra sair, apenas eu e ele. Vanda terminava de preparar o bolo, Malu mantinha-se entretida com algo no celular, igual ao Math, e eu de vez em quando olhava para Ally. Era muito estranho, havíamos passado a maior parte do tempo, durante todo o tempo que ela esteve conosco, brigando. E agora, olhávamos um para outro e sorriamos logo em seguida. E mais estranho ainda, pois ninguém da cozinha percebia isso. Mas quem disse que eu não estava gostando daquilo? Eu estava adorando.

Ela, de alguma forma, tem me feito mudar meu modo de pensar em relação a ela, me fazendo ter atitudes que nunca imaginei ter. Um exemplo: a noite passada. Não houve nada de mais, apenas dormimos, mas sentia um desejo enorme em lhe agarrar, mas eu sabia que seria longe de mais. Então, por enquanto, irei me contentar com sorrisos bobos no café da manhã.

Depois do ocorrido que tivemos com Ally, dela ter ficado ouvindo a nossa conversa na cozinha, Math, não muito contra gosto, teve que ligar pra namorada que estava em Los Angels, a convidando a passar um tempo com ele. Depois de ouvir toda a sua conversa com a namorada, que descobri que se chama Juliet, fomos até o lugar onde o Math tinha comprado.

O lugar ficava bem no centro de Miami. Na entrada, parece um prédio antigo, que agora tinha um nome sendo instalado, que com certeza iria acender durante a noite. A boate era espaçosa, no fundo tinha um bar enorme com um balcão de vidro, que eu descobri depois que era um tipo de tela, que enquanto a música tocava, passava imagens nela. Nos andares de cima, tinha quartos, e até salas privadas com um pequeno bar. E nos fundos do prédio, tinha uma sala de reunião, onde as paredes eram a prova de som. Dentro da sala, ainda tinha uma tela, onde passava todas as imagens das câmeras de segurança, que estava instaladas em toda a boate, menos nos quartos e salas. Como ainda estavam organizando, e refazendo alguns lugares, a boate demorará pra inaugurar.

—O que achou? – Estávamos sentados em sua sala que ficava no ultimo andar do prédio. Na sala também tinha os monitores de segurança, que pude perceber que com uma senha, você podia até ver o que rolava nas salas privadas.

 –Impressionante! –Digo o parabenizando. –Nunca imaginei, você, Math, comandando algo assim. Não estou tão surpreso por ser uma boate. –Math sorri apertando um botão que tinha em cima da mesa, e automaticamente uma gaveta apareceu com uma bandeja com uísque e dois copos. Sorri acompanhando o meu querido amigo.

—Estou tão ansioso. Só você sabe sobre essa boate. Nem meus pais sabem sobre isso. E por enquanto quero que continue assim, até ela ser inaugurada.

—Será aqui a festa? –pergunto depositando o copo vazio na mesa.

—Não. A festa será na casa da Malu. Já falei com ela. Ela disse que não teria nenhum problema. Apenas espero que Ally não descubra.

—Ela ficou muito mal, quando descobriu que ainda continuará lá em casa. –Relembro colocando mais um pouco de bebida no meu copo.

—É, eu sei... e para a nossa surpresa, foi você que a consolou. –Ele se inclina pra frente e pisca sorrindo. –Vocês estão de bem? Pois eu sei que vocês não se dão bem desde que se viram... ou não se davam.

Sorri bebendo mais um gole de uísque. Tentando mudar de assunto, perguntei mais sobre a sua namorada. Ele me contou que ela era bonita, e como a conheceu. Depois de duas horas, vendo e ouvindo tudo sobre a boate, fomos embora. Quando já estávamos no carro, ele parou no sinal vermelho e olhou para mim, dizendo logo em seguida que convidará a Ally pra ser a gerente da boate.

—Você acha uma boa ideia?... Ela tem um grande problema com bebida. Eu já vi...

—Acredito que ela será uma boa gerente. E além do mais, empregados não bebem. -Ele interrompeu. Math parecia está convicto sobre a Ally.

Durante o jantar minhas atitudes continuavam do mesmo jeito. Eu olhava para Ally e sorria, e ela retribuía. Ficamos durante o jantar todo, e quando alguém falava algo desviávamos. Era algo, acima de tudo, prazeroso. O jeito que ela ficava envergonhada só por saber que eu estava olhando pra ela, era gratificante. De certa forma ela não me olhava diretamente nos meus olhos, era fração de segundos os trocares de olhares. Mas era o suficiente, e ainda mais, pela segunda vez no mesmo dia.

Todos já estavam dormindo, quando resolvi ir até o quarto da chatinha da casa. Abri a porta cuidadosamente para não acorda-la, e com o mesmo cuidado fechei. Atravessei o quarto tentando chegar de mansinho, mas estava impossível, o seu quarto era totalmente bagunçado. Tinha bichinhos de pelúcias, presilhas minúsculas que doía pra caramba, e balas do dia anterior, e suas roupas estavam espalhadas pelo chão, era uma zona aquilo ali. Mas por fim cheguei no determinado lugar.

Levantei o cobertor discretamente, e deitei ao seu lado. Deitei de lado ficando de frente a ela. Toquei em uma mecha de seu cabelo afastando de seu rosto. Ela era tão serena dormindo...

—Eu não lembro de convidar você pra se deitar comigo. –Ela fala sem abrir os olhos. Sorrio.

—Eu me alto-convidei. Pensei que você precisasse de mim por mais uma noite.

—Pensou errado, e não pode se alto-convidar. Isso é invasão de privacidade.

—Então... já que você não precisa de mim, eu já vou indo. –Digo já me levantando, quando sinto sua mão segurar o meu braço. Ela mantinha os olhos fechados. –Mudou de ideia? –Pergunto voltando a se deitar.

—Eu não tinha ideia nenhuma. Apenas disse que você estava errado em pensar que eu preciso de você por mais uma noite. –Sorrio.

—Eu acho que entendi –Lhe puxo para mais perto, colocando ela de costas pra mim. –Amanhã trago minhas roupas. –Ela volta a ficar de frente a mim.

—Você vai ter que achar um espaço pra você no armário. Acredito que você tem muita roupa.

Olho em volta, e sorrio para ela.

—Eu acho que não vai ser tão difícil. –Digo ainda olhando para o chão onde estava a maioria das suas roupas. Ela logo percebe o que eu quis dizer, e ganho uma leve tapa no meu peito. Volto a olhar para ela, e me deparo com um lindo sorriso. Ela voltara a fechar os olhos. Me aproximo aos pouco e lhe dou um beijo, apenas um selinho, um selinho delicado. Ela abre os olhos e logo fica corada. –Boa noite Ally.

—Boa noite Austin. –Ela deseja, e volta a ficar de costas para mim. Abraço a sua cintura e durmo com o meu rosto entre o seu pescoço.