"Não acredito que isso esta acontecendo. Não existe pessoa mais sem sorte que eu. Definitivamente.

Estou parada olhando para a porta do quarto a minha frente. Dentro dele está uma cama, mas tudo esta escuro, impossibilitando minha visão. Minha curiosidade e tão grande, que dou um passo para frente, avistando — com um pouco de dificuldade — um líquido vermelho espalhado por toda a cama. No mesmo instante percebo que era sangue. Meus olhos se arregalam e, em um movimento brusco, me viro desesperada para a porta. Não saio correndo como muita gente faria, eu apenas dou passos grandes e largos.Quando dou por mim estou na porta principal da casa.

Saio apressadamente de casa e sinto a grama macia e gelada encostando nos meus pés descalços. Não percebo quando começo a correr apenas compreendo que estou correndo quando chego na divisa da minha casa com a floresta.

A casa que eu moro é perto de uma floresta, que quanto eu era pequena meus pais me levavam em uma campina, perto de um riacho. O lugar era muito bonito, mas também era longe, por isso nós não vamos nele a bastante tempo.

Escuto o barulho dos galhos se quebrando e das folhas secas se esfarelando, de acordo com os meus passos. Para um pouco e observo onde estou e me acalmando um pouco. Começo a andar novamente, mas decidida a não fazer barulho. Tomo cuidado no que piso e tento fazer o menor barulho possível.

Ouço barulhos de passos, atraindo minha atenção, e fazendo me virar para trás. Vejo apenas um vulto passar por entre as árvores, me fazendo temer do desconhecido."

O barulho ensurdecedor do despertador me traz para a realidade, fazendo que eu me levante e desligue o mesmo. Espreguiço me e vou em direção ao banheiro tomando o meu banho e fazendo minha higiene matinal.

Depois de terminar coloco uma calça jeans preta e um suéter listrado preto e branco. Pego o meu sobretudo cor de pastel e minhas luvas de lã pretas, já que Nova York está muito frio. Pego minha mochila bolsa —preta, branca e marrom — e coloco tudo que preciso dentro da mesma. Termino de me arrumar e me olho no espelho, gostando do resultado.

Acho que demorei de mais, pois minha mãe grita que é para andar rápido se não irei me atrasar para escola. Escola, uma palavra que para muitos é assustadora, mas para mim é aconchegante. Eu gosto de ir a escola, já que não faço nada no meu tempo livre. Eu não gosto da televisão. Como diz a música da banda Tribalistas "Não tenho paciência pra televisão.Eu não sou audiência para a solidão".

Você deve estar se perguntado como eu sei português se sou americana. Eu amo aprender novas línguas e com o incentivo do meu irmão acabei aprendendo grande parte das coisas em português.

Eu aprendi a gostar das musicas brasileiras e aprendi a cantar todas as antigas músicas ou algumas mais novas, mas que seja do meu gosto musical. Conheci as musicas do Renato Russo com sua banda Legião Urbana, os Titãs, os Paralamas do Sucesso, entre outros.

Eu também pesquisei muito sobre o Brasil e sei a maior parte da história brasileira. E também procurei saber sobre os escritores brasileiros, entre eles o que mais se destacou foi Machado de Assis. Eu procurei tudo sobre ele e descobri que: Joaquim Maria Machado de Assis era o seu nome verdadeiro e ele foi um escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome da literatura nacional.

Eu quis ler uma obra desse grande escritor, mas queria que fosse em português. Foi difícil de achar, mas eu consegui achar um livro do Machado de Assis em português. O livro que li se chama "Dom Casmurro". O livro é maravilhoso e nos conta uma maravilhosa estória sobre o triângulo amoroso entre Bento, Capitolina e Escobar. Eu me apaixonei pelo livro e fique dias pensando no mistério que Machado de Assis deixa no final do livro, Capitu traio ou não traio Bentinho? Todos que lerem esse livro ficam com essa dúvida.

Saio dos meus pensamentos ao ouvir o grito estridente de minha mãe no andar de baixo, me mandado descer. Saio do meu quarto rapidamente e desço as escadas, chegando no primeiro andar.

Minha mãe estava batendo o pé nevorsamente no chão, com May ao seu lado, me esperando.

Devo estar sendo mal educada ao não me apresentar. Meu nome é América Singer, e eu tenho 16 anos — farei 17 mês que vem — e tenho duas irmãs e dois irmãos. A mais velha se chama Kenna e ela é casada com James e ela está gravida. Depois vem o meu outro irmão mais velho, Kota. Ele não é casado nem nada, mas já foi morar sozinho. Depois de Kota vem minha irmã mais nova, May. Depois de May vem Gerad, que é o casula da família.

Sou tirada dos meus pensamentos ao ouvir minha mãe falar que eu demorei uma eternidade e que agora estávamos atrasadas.

Eu é May fomos andando atrás de nossa mãe até o carro sem fala absulutamente nada. Entramos no carro, — eu no banco do carona e May atrás —logo em seguida minha mãe entro e dirigiu até a escola.

O caminho foi silencioso e só se ouvia o barulho do motor do carro — que é um novo uno cinza. Nossa família não era rica, mas também não éramos pobres. Minha mãe ganhavam um salário bom que dava para sustentar nossa família.

Eu ajudava ela em algumas coisas. Ajudava em algumas despesas da casa as vezes — quando estava faltando dinheiro ou algo do tipo.

Sou tirada dos meus pensamentos novamente, ao chegar na escola. Abro a porta do carro e me despeço de minha mãe, esperando May sair do carro.

Vejo as pessoas passarem e logo depois vejo eles passando.

É, parece que não terei paz esse ano.