I Wouldn't mind escrita por Tobi4s


Capítulo 4
I Won't Apologize: Part 1




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Sinto minha mente ficar ainda mais confusa. Estou tão aflito que acho que eu poderia me entregar a qual momento. Entregar-me para o nada. Eu queria apenas sumir.

“Senhor Devan Baker, o senhor está preso pelo assassinato de Cosima Hall”. No instante em que isso ecoa pela minha cabeça, sinto uma sensação estranha. Meu pai não mataria alguém.

“Senhor Devan Baker, o senhor está preso pelo assassinato de Cosima Hall”. Ele é praticamente um exemplo de integridade. Ele não faria isso.

“Senhor Devan Baker, o senhor está preso pelo assassinato de Cosima Hall”. Não sei mais o que pensar e nem em que argumentos levantar.

A porta se abre. O detetive Dixon entra na sala e senta na cadeira à frente.

Ficamos em silêncio e o vejo mexer em alguns papéis em cima da mesa.

É como se eu estivesse sendo Esmagado, eu preciso falar que meu pai não mataria uma pessoa.

—Ele não fez nada. —Digo. O detetive me encara. —Ele não mataria alguém.

—Ficaria surpreso em saber do que as pessoas são capazes.

—Ele não faria isso.

—O fato é, temos como provar.

—Então por que estou aqui? Depor? Achei que as provas eram suficientes.

“Cala essa porcaria de boca”, digo a mim mesmo.

—Aconteceu alguma coisa estranha ultimamente? No comportamento do seu pai?

Balanço negativamente a cabeça.

—Qual o último assunto da conversa de vocês?

—Ele me perguntou aonde eu tinha ido.

—Entendo. —O detetive diz. —Nada de estranho?

—Não. —Respondo. Em meio a toda essa confusão, lembro-me da discussão entre meu pai e minha mãe.

“Eu não vou, você vai”. Acho que isso não tem relação com a acusação contra meu pai. Mas sei que ele e minha mãe estão escondendo alguma coisa.

Enquanto o detetive traça praticamente a vida inteira de meu pai, me pergunto quais são as provas. Se eles confirmam que meu pai é assino, por que estou aqui? Por que a uma investigação com depoimentos se ele tem provas? Quem é Cosima Hall?

—Por que estou aqui? —Pergunto ao detetive após ele ter terminado de falar.

—Procedimentos.

—E as provas? —Não acredito que perguntei isso.

—Temos provas. São restritas por enquanto. Quando finalizarmos tudo, as provas serão analisadas.

—Analisadas? —Indago.

—Julgadas.

Sinto uma sensação tomar conta. Pânico.

De primeira, não entendo o que ele quer dizer, mas instantes depois compreendo.

Meu pai será julgado.

◄►

Chego em casa as 03:00 da madrugada. Minhas irmãs estão na casa da minha tia Lydia e minha mãe ficaria na delegacia. Minha mente está tão confusa. Não consigo acreditar que aquilo está acontecendo.

“Julgadas”, não perguntei mais nada ao detetive. Sei que minha compreensão está certa.

Minha cabeça está a ponto de explodir. Nem troco de roupa, jogo-me em cima da Cama sem pensar duas vezes. Não sei quanto tempo passa, mas o sono não chega. Ligo o laptop e a primeira coisa que faço é digitar “Cosima Hall” no campo de busca do Google. Nenhum resultado. “Hall, Cosima”. Nada.

Entro no perfil de Miranda.

Ela havia postado um foto com. Ela, Leslie e Nic faziam caretas. A legenda dizia “Green Child’s, noite da dança”.

Fecho o laptop na hora. Já são 04:00 quando não aguento mais. Meu corpo precisa de descanso, mas não permite.

Desço até o estoque de remédios de minha mãe. Pego alguns remédio reguladores de pressão e controladores de insônia e tomo quatro cápsulas. Sei que cairei no sono facilmente. Volto para meu quarto e resolvo contar de um a mil até o sono chegar.

Um... Dois... Três... Quatro... Cinco... Seis... Sete... Oito... Nove...

◄►

Acordo com o som do bip do meu celular.

“Chegarei mais tarde, se cuida”. Era minha mãe. Tive todo tipo de pesadelo possível e provavelmente ainda não acordaria, mas o bip soou tão forte.

Levanto rapidamente. Olho para o relógio da parede. 18:56.

Quantas horas eu dormi?

Estou sonolento quando me pergunto se tudo não passou de um sonho, mas lembro do sms e tudo volta à realidade.

Eu não planejava ir para o colégio hoje, então... Nem me preocupo se perdi as aulas. Aliás, nem quero dar minhas caras por lá. Todo mundo já estaria sabendo da história. “O filho do assassino”.

Nesse exato momento eu queria estar apenas longe de tudo. Na Europa, longe desse lugar horrível.

“Senhor Devan Baker, o senhor está preso pelo assassinato de Cosima Hall.”

“Eu não vou, você vai.”

Estou perto de desabar no choro, quando desço novamente ao estoque de minha mãe e pego mais três comprimidos. Minha mãe toma quando não consegue dormir e mesmo tendo ação reguladora da pressão, não faz mal nenhum, a não ser o uso exagerado.

Subo novamente para o meu quarto. Já não basta o pesadelo que eu estou vivendo, espero por mais em meus sonhos.

◄►

Acordo as 06:00 da manhã seguinte. Quero matar aula de novo, mas minha mãe ligou logo após eu acordar e disse que era pra mim ir para o colégio. Pergunto como ela está e como está a situação do meu pai. Ela apenas respondeu “Nos falamos depois” e desligou.

Com tudo isso passando pela minha cabeça, penso em como será lá no colégio. Tenho certeza que quase todo mundo já está sabendo.

E estou certo.

Quando chego ao colégio. A maioria das pessoas estão me olhando de esguelha e cochichando entro si. Nem ouso a imaginar o que estão falando.

Minha primeira é de química. Entro na classe e todos param de fazer o que estavam fazendo pra me olharem.

Ótimo. Minha vida não podia ser pior.

—Oi. —Diz Ashley quando eu sento na carteira ao seu lado.

—Oi. —Respondo.

—Então... Como você está?

“Estou ótimo. Acabei de voltar da Europa, minha melhor amiga nem se importa mais comigo e meu pai está preso por assassinato. Minha vida está ótima”, penso, mas não falo nada. Fico em silêncio.

—Eu sinto muito... Por perguntar. —Ela diz meio sem jeito.

Agora tenho certeza que todo mundo sabe. Apesar daqui ser Saint Louis e as pessoas estarem sempre ocupadas, quando acontece algo “bombástico”, todo mundo fica sabendo e ai vira uma bola de neve. Passando de boca em boca.

—Sem problemas. —Respondo.

—Se quiser, pode se juntar comigo, Bryan e Trevor no almoço. De novo.

—Okay. —Respondo apesar de eu nem pensar em almoço quando tudo a minha volta tá desmoronando.

◄►

Na hora do almoço, sento com eles e os ouço falarem sobre bandas de rock que eu nunca ouvi falar. Toda hora tenho a impressão de que alguém está sussurrando a minha volta. Encarando-me.

E estou certo. Tenho a certeza quando olho pra trás.

Nic, Miranda, Leslie e várias outras pessoas que eu não conheço estão vindo em minha direção.

Nic olha pra mim e sorri debochadamente e os colegas fazem o mesmo. Exceto Miranda, que desvia o olhar.

—Olha... Olha... O filho do socio. —Nic diz.

O resto do refeitório se cala. Todos estão prestando atenção.

—Vamos Nic. —Miranda diz enquanto tenta o puxar pela mão.

—Ou devo dizer... Sociopata. —Ele continua e todo mundo cai na gargalhada.

—Tobias, vamos... —Diz Ashley. Ela se levanta e Bryan e Trevor fazem o mesmo. —Vamos sair daqui.

Levanto e caminho até eles.

Estou andando até Ashley quando escuto Nic dizer:

—Cuidado. Sabem o que dizem sobre pais covardes, né? Filhos tem tendências a serem também. Socio.

Sinto uma raiva iminente me dominar. Socio. Ele havia me chamado de sociopata e covarde.

Nem vejo o momento em que viro e em passos largos e volto correndo para onde ele estava. Penso em revidar o que ele acabou de dizer, mas meu corpo reage de outra forma. Meus punhos se fecham e dou um soco nele e o mesmo cai. Acho que isso foi necessário, mas minha mente diz outra coisa.

Dou um chute em suas costelas e estou me preparando para continuar quando sinto minhas mãos ficarem presas. Dois garotos estão me segurando.

Nic demora algumas frações de segundos para se levantar.

—Nic, não faça isso. —Escuto Miranda dizer. Não sei em que tom saiu à voz dela. Não consigo distinguir aquilo de um berro ou um momento de nervosismo.

Nic serra os punhos e me acera diretamente no estômago. Sinto uma dor nostálgica.

As pessoas no refeitório começam a gritar e incentivar mais ainda.

—PARA COM ISSO! —Escuto Miranda gritar enquanto tenta tirar Nic de perto de mim.

Tento mexer minhas mãos, mas os garotos estão segurando com muita força. Nic prepara os punhos e dessa vez, dá um soco no meu rosto.

Sinto uma forte dor e em seguida sinto um gosto de sangue em minha boca.

—O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? —Escuto um homem berrar. Reconheço a voz. É o diretor do colégio.

Nic se afasta.

Os garotos soltam meus braços e eu desabo no chão. Sinto uma forte dor no estômago.

Vejo Ashley, Bryan e Trevor se aproximarem e logo em seguida escuto o diretor dizer:

—Os dois. Na minha sala. Agora.

◄►

O diretor dá uma lição de moral e fala sobre a gravidade da situação. Pergunta quem começou a briga e eu digo que fui eu, mas explico e até digo os comentários que Nic havia feito e do que ele havia me chamado... Socio.

O diretor pede pra mim aguardar lá fora enquanto conversa com aquele imbecil. Sei que o diretor não vai deixar isso sair em pune e muitas pessoas escutaram ele me chamar de sociopata.

Ashley, Bryan e Trevor estão me esperando.

—Como foi lá? O diretor... —Ashley começa a dizer, mas é interrompida.

Olho para o lado e vejo Miranda olhando pra mim e dizendo:

—Ei, Tobias, a gente precisa conversar.


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