Localidade desconhecida, 2010

Lizzy levantou de supetão: havia acordado há alguns segundos. Esperava estar no quarto do corredor de Tony, ou Deus, até mesmo que acordasse na sua cama em sua biblioteca... Mas acordar no meio do que parecia ser uma floresta, com a lua acima dela não era exatamente esperado.

Olhando ao redor, no entanto, reconheceu algumas das construções ao seu redor. Não diria que sabia onde estava ainda, mas tinha um leve reconhecimento... Achava que já estivera ali antes.

Ouvira histórias de situações, nas épocas caóticas das dimensões, quando seus antecessores Guardiões eram mandados emergencialmente para um lugar, quando o caso era extremo, pelos seus ‘QG’s’- QG não é o melhor termo para identificar uma biblioteca cheia de livros que levavam a dimensões desconhecidas, falando nisso, mas o que para ela era uma biblioteca, para outros Guardiões poderiam ser qualquer coisa com que eles se identificassem, portanto, não havia uma denominação certa para suas “casas”- porém nunca imaginaria que aquela situação realmente aconteceria com ela, nunca havia negligenciado um Chamado: ‘mas sempre tem uma primeira vez não é mesmo?’ ela pensou bufando.

Começou a cambalear pelas ruínas, suas pernas ainda não pareciam muito bem para uma corrida, e seu sentimento de reconhecimento aumentou, agora tinha certeza de que já estivera por ali antes... A questão era: Quando?

Lizzy tentava pensar. De onde ela conhecia aquela estrutura? Claramente passou-se muito tempo desde a última vez que estivera naquele lugar, não costumava esquecer nada em dimensões.

Não demorou muito, no entanto para que se cansasse. Sentou-se numa pedra qualquer, agradecendo por ter caído no sono com as roupas que tinha usado no trabalho com Stark, apesar de estar suada e desarrumada, uma mulher de pijama na floresta - mesmo uma mulher que tinha aparência forte como ela- não era normal em lugar nenhum.

Com certeza nas histórias os outros Guardiões deixaram de fora a enorme náusea que sentia ao ser jogada de uma dimensão a outra tão abruptamente. Virou a cabeça para o lado e vomitou. Lá se foi o Shuarma que havia comido, não sabia quantas horas atrás, ou quantas horas no futuro por assim dizer. O dono daquela mansão arruinada que a perdoasse, não conseguiria segurar aquilo por muito mais tempo.

Estava se sentindo fraca, mas, quando viu um par de sapatos em sua frente rapidamente levantou os olhos e pouco antes de desmaiar ela conseguiu pronunciar um nome:

– Katherine – ela sabia onde estava.

***

Elena Gilbert andava pela floresta perto das ruínas da antiga mansão Salvatore. Sabia que não deveria: Com Klaus à solta não era seguro, mas precisava de ar... Haviam acontecido tantas coisas desde o inicio do ano, pelo menos aquela floresta continuava a mesma, precisava de algo fixo.

Mas seus devaneios não duraram muito, ouviu passos por perto e automaticamente ficou em alerta, podia ser qualquer um. Continuou andando, se fosse algo importante para derrotar Klaus poderia ser crucial que ouvisse.

Seguindo o Som chegou rapidamente às ruínas da mansão, e se deparou com uma garota afro americana usando uma calça preta e uma blusa branca simples suada e amarrotada, a garota de cabelos fortemente cacheados que caiam pelas costas estava claramente atordoada e debruçada por trás de um pedra. O que surpreendia Elena não era o horário incomum que a mulher estava na floresta, mas onde estava. Poucas pessoas sabiam da existência daquelas ruínas na floresta de Mystic Falls.

Correu para perto, no estado em que estava: Suada, pálida e fraca, a menina não poderia lhe fazer mal, mas ao parar a frente da mulher, a mesma levantou os olhos e fez a única coisa que poderia dizer neste momento, que poderia deixa-la mais suspeita do que já estava parecendo:

–Katherine – a mulher disse olhando para Elena, e desmaiou. Elena tentou ampara-la, mas apenas coseguiu evitar que esta caísse em seu próprio vômito, deitando-a no chão, Elena sacou o celular e ligou para Stefan, não era algo com o que ela quisesse lidar sozinha.

***

Depois de alguns minutos Stefan chegou totalmente preocupado pelo som da voz de Elena aflita ao telefone. Dando de cara com a menina amparando uma mulher que pensava que nunca mais veria.

– Não é possível... Elizabeth?– Stefan murmurou para si mesmo tentando convencer-se que não poderia ser quem estava pensando, e se abaixando e erguendo a ‘Elizabeth’ em seus braços, tendo sua atenção logo desviada para Elena que desatou a falar:

– Ela me chamou de Katherine, Stefan, como isso é possível? Quem é ela? Como apareceu aqui? – Elena estava nervosa, não gostava de ser confundida com Katehrine, e além do mais, como aquela mulher que nunca havia visto na vida sabia da identidade de Katherine? Ou a sua própria? Seria ela perigosa? Pelo modo como Stefan a tratava, não parecia ser o caso.

– Ainda não sei, mas se for quem eu penso que é... Ela deveria ter morrido 100 anos atrás Elena... Seja lá quem for, ela deve algumas muitas explicações a uma pessoa – Stefan apenas respondeu antes de começar a andar para o carro de Elena.

***

Eles andaram rápidos e em silencio, até Elena falar segurando a mão de Stefan que prendia o cinto do carro na menina desacordada.

– A quem ela deve explicações? – Stefan ficou tenso, mas a abraçou e falou em seu ouvido finalmente:

–Damon.

Elena entrou no carro, pensativa, e antes de dar partida já tinha chegado à conclusão que quem quer que fosse aquela ‘Elizabeth’, ela significava problemas.