Fico sem reação ao ver aquele garoto atirado na cama, que olhava para nós como se fosse um ladrão e nós fossemos policiais.

– Esse é o maninho Scott? – Pergunta Sammy.

– Maninho? Você ainda tem tudo isso de irmãos? – Pergunta Jubileu ao garoto de cabelos prateados. – O que mais você mentiu para mim hein? – Ela acerta um tapa na cara do garoto, e um segundo depois ele não estava mais na cama. Ele aparece no fundo no quarto e eu, Sammy e Lorna soltamos um “oh” juntos. – Eu vou acabar contigo! – Ameaça a garota que usava roupas estranhas.

– Calma aí. – Diz Lorna para a estressada Jubileu.

– Calma o que, hein guria? Ta aí se achando com esse cabelinho tingindo de perua.

– Olha o jeito que fala comigo ... – Lorna começa a dizer mas para quando Jubileu começa a ir em sua direção.

– Se não o que? Olha que eu explodo essa tua cara de dondoca!

Apesar de toda confusão que estava acontecendo em tão pouco tempo, Sammy começa a rir e todos olham para ele. – Garota maluca. – Ele diz.

– Maluca? Olha quem fala, o garoto com cara de peixe. Se não retirar o que disse eu vou socar a tua cara. – Jubileu fecha o punho e mostra para o garoto. – Apesar que vai ser um favor que estarei fazendo para essa sua cara feia.

– Não fala assim com ele, ele é só um garoto. – Lorna puxa Jubileu pelo braço, para ela se afastar do Sammy. Péssima ideia imagino.

– Não encosta em mim, só imagino as doenças que tu deve ter.

– A única doente aqui é você, doida. – Lorna se põem com o corpo para frente, querendo enfrentar a garota maluca. Em resposta, Jubileu mostra sua mão que brilhava, ela iria atacar Lorna com seus poderes!

Eu puxo Lorna e me coloco na frente, deixo meu corpo ficar envolto da minha energia plasmática, que fazia todo o quarto ficar vermelho. Jubileu da um passo para trás, mas sua pose de valentona logo volta.

– Eu não tenho medo de vocês. – Ela diz e cruza os braços. – Não tenho mesmo, sabe aqueles mutantes que mostrarem na TV? – Ela estava falando do Xavier, Mística e Fera? – Eu sou muito mais poderosa com eles, sou sim. Eu sou nível Omega. Eu acabo com a Liga da Justiça assim,ó! – Então ela estralo os dedos, criando faíscas luminosas.

– É mentira. – Diz o garoto de cabelos prateados se aproximando de nós. Ele estava alisando sua bochecha que estava bem vermelho pelo tapa que a garota doida deu. – Ela só consegue criar fogos de artifícios, mas acha que consegue enfrentar qualquer um.

Jubileu não diz nada, apenas se senta na beira da cama e cruza os braços.

– Quem é esse tal de Scott? – Pergunta o garoto rápido.

– É meu irmão, eu pensei que ele era você. Que ele estava aqui.

– Não sou eu, tenho apenas irmã. Sou Pietro. – Ele estende a mão e aperto firmemente.

– Sou Alex. Ela é a Lorna e ele é o Sammy. – Aponto minha cabeça para a direita e depois para a esquerda.

– Ela é Jubileu, ela é legal quando não está irritada. – Todos riem inclusive a irritadinha. – Qual são seus poderes? – Pergunta ela.

– Eu consigo respirar de baixo d'água. – Diz Sammy animado, mesmo não sendo uma grande habilidade.

– Eu consigo gerar energia plasmática.

– E é maneiro? – Pergunta Pietro.

– É destrutivo.

Pietro que estava a minha frente em menos de um segundo esta ao lado de Lorna, com o braço em volta do seu pescoço. – Eu sou rápido, e você gatinha?

Lorna ri, o que me faz ficar com o rosto quente, espero que eu não fique vermelho e ninguém note. – Eu consigo controlar metal. Magnetismo sabe?

– Sei. Mas que poderzinho comum o seu,hein? – Pietro sai do lado dela e se senta na cama ao lado de Jubileu, fazendo com que uma leve rajada de vento nas atinja. – E como podemos ajudar vocês?

– Estamos procurando o irmão do Alex. – Responde Lorna para o garoto.

– O tal de Scott?

– Isso mesmo, Scott Summers.

– Scott Summers? – Jubileu poem sua mão no queixo e movimentas os dedos. Ela pensa por alguns minutos até que fala. – Mas ele não se parece com você.

– Você o que conhece? – Pergunto já animado com a hipótese dela saber onde ele está.

– Você é loiro, ele é moreno. Ele é mais alto que você, possui a cara mais fina – o que tem de errado com o meu rosto – você tem um jeito mais bobão e ele é mais sério, e usa uns óculos estranhos. – Ela tinha a mão do queixo e apoia sobre a coxa e balança a cabeça de forma estranha – Sinceramente, eu acho ele sinistro. E você bem, é o tipo de pessoa que eu deixaria meu filho enquanto eu vou na padaria comprar pão, fujo e passo o final de semana bêbada com caras gostosos e voltaria na segunda e meu filho estaria bem.

– O que quer dizer com isso? Eu sou um bom pai? – Olho para a Lorna – Eu sou pai?

Lorna me encara de maneira feia, enrugando a testa e com um olhar de reprovação e depois olha para Jubileu. – Você é mãe?

– Por que ele é sinistro? – Sammy que faz a melhor pergunta.

– E eu que vou saber se tu é pai. Não fico cuidando da sua ”linguicinha”. – Jubileu balança a cabeça e revira os olhos. – É claro que eu não sou mãe, se eu tivesse parido um e.t. eu não teria esse corpinho de modelo. – Ela passa a mão dos seus peitos até a cintura, onde deixa ali, como uma pose de modelo. – Ele simplesmente é sinistro. Ele usa um óculos sinistro, ele não tira o óculos sinistro, ele diz que seu poder é perigoso e isso é sinistro, e ele é lindamente sinistro.

Pietro da um tapa no ombro da garota, parece que eles tem alguma coisa, talvez sejam namorados. Limpo a garganta interrompendo a discussão que o ligeirinho e a garota de fogos de artifícios iriam iniciar. – E você sabe onde ele está?

– Até onde eu sei ele ainda está na cidade. – Jubileu olha para os lados, demonstrando estar desconfortável.

– O que foi Jubs? – Pergunta o platinado.

– Ele ia procurar os radicalistas. – Lorna pergunta a garota que radicalistas e ela responde – Radicalistas mutantes. São Francisco está a ponto de explodir. Gangues antimutantes e gangues de mutantes praticamente anti-humanos ainda irão iniciar uma guerra.

– Precisamos encontrá-lo antes que ele se meta nisso! – exclamo para todos.

Jubileu roí as unhas de forma despreocupada. – Acho que já é meio tarde para isso benzinho.

O garoto de cabelos prateados revira os olhos e levanta da cama. – Vamos lá. Nós sabemos onde os baderneiros vão se divertir a noite.

– Aonde? – Pergunta Sammy já animado, pensando em se divertir.

– Em um bar mutante.

– Existe bar mutante? – Lorna ficou incrédula com o fato, mas a resposta de Pietro foi apenas um sorriso, safado por sinal.

Cerca de 20 minutos de caminhada pelas piores ruas e becos de São Francisco encontramos. Não o bar, mas o pior bairro da cidade ou de todo o estado. Nos noticiários parecia ser bem pior, a realidade era um bairro acabado dominado por mutantes. Um tubarão com roupas femininas fazia ponto na esquina, crianças pichavam o muro com os seus próprios vômitos.

– Que maneiro! – Comentava Sammy a cada coisa que víamos.

– Muito, sempre quis morar em um lugar assim. Bairro tranquilo, as casas não devem nem ter cerca branca. – Lorna se encolhia em seus próprios braços, como se estivesse com frio, mas a noite estava quente.

Jubileu se pôs na nossa frente e estendeu os braços apontando para a direita. – Chegamos realeza. – Lorna soltou os braços e encarou Jubileu com a mesma confiança da outra. Pietro abriu a porta e quando passávamos notei o nome “Palácio Dos Bonitos”. O local até que não era dos piores, um homem com 4 braços estava atrás do balcão, como qualquer bar estava lotado de velhos mijões que bebem até desmaiarem, notei uma mesa com três moças, uma tinha um olho na testa, a do meio tinha asas de morcego e outra da ponta não tinha uma mutação visível. Ouvimos gargalhas que ecoaram pelo bar e todos nós olhamos para a última mesa do estabelecimento. Um garoto um pouco mais velho do que eu usava uma jaqueta de couro aberta e sem camisa, mostrando seus músculos para as garotas da mesa ria ao levitar garrafas de bebida e derramar nas suas convidadas.

– Aquele é um dos membros da gangue mutante. – Diz Pietro, olhando de forma estranha para o garoto, como se a presença dele o desagradava. Jubileu andou, ou melhor, desfilou até a mesa onde estava o tal gangster e nós tivemos que acompanhá-la.

– Olá, Satânico. – Jubileu arrancou uma das garotas e sentou no lugar dela. Cruzou as pernas e ficou a encarar o tal Satânico.

Ele se inclinou para frente e colocou a mão no rosto de Jubileu e em seguida aperto o queixo da mesma. – Jubilation. O que devo a honra? Você e seu namoradinho enfim vão se juntar a nossa causa?

Ela sorri ao toque do mutante e depois afasto o rosto, quando ouve o garoto pronunciar “namoradinho”. – Quase isso. Quero saber sobre um garoto que veio procurar vocês. Scott Summers.

Satânico ficou pensativo mas depois voltou a sorrir, seu sorriso era o sorriso mais cafajeste que eu já vi. – Ah, o cara que solta raio lazer pelos olhos. Ele tem poderzinho maneiro.

– Não quero saber sobre o poder dele. – Jubileu toma uma das cervejas que estava na mesa enquanto fala. – Onde ele está?

– Ele esta com alguns membros na gangue, eu acho que foram assustar uns policiais.

Jubileu cuspe a cerveja que tinha na boca quando ouve o que ele diz. – Como assim assustar uns policiais?

– Relaxa, eles iam apenas invadir um deposito da polícia. Onde eles guardam carros aprendidos, armas e drogas. Teria apenas alguns polícias que fazem a segurança, a intenção é destruir o deposito mesmo.

– Apenas isso. – Comentou Lorna com a voz super baixo, não queria ser ouvida, mas não podia deixar de comentar. Satânico fica ainda mais atirado na cadeira enquanto encara Lorna, e a mesma olha para o outro lado. – O que foi querida, tem pena dos humanos?

Jubileu se levanta da cedera e retira uma coisa do bolso do sobretudo. – Deixe a garota. Apenas passe o endereço desse deposito. Precisamos muito falar com Scott. – Ela entrega um papel e uma caneta e ele anota algo e a devolve. – Depois irei cobrar esse favor. – Diz Satânico que finaliza com uma piscada.

Ela guarda o papel e nos retiramos do bar. Ela verifica o endereço e seguimos para o local. – Está na hora de acabarmos com essa palhaçada. – Jubileu diz enquanto coloca seus óculos escuros.