POV Wanda Maximoff

Apesar de estar extremamente cansada, eu não consegui dormir muito, estava preocupada. Tentei usar meus poderes para escapar daquele quarto, mas toda vez que eu os usava sem ser para criar as coisas que a Rainha Branca mandava, minha cabeça doía. Em falar no diabo, a porta se abriu e ela entrou. Notei que estava sem nenhum guarda costa e sua expressão era diferente, não estava nem série e nem com um sorriso de vadia, estava com algo sombrio em sua face.

– Vamos Maximoff. – Ela nunca havia me chamado pelo sobrenome, sempre usava apelidos como queridinha, bonitinha ou apenas me chamava de Wanda. Sem escolha, me levantei da cama e caminhei até ela, ela se virou e foi na frente.

Percebi que sua sombra na parede estava estranha, não estava com um formato definido, mas imaginei que seria por causa da iluminação, apesar da minha sombra estar normal. Ela me guiou para fora da boate e me ordenou criar armas, de todos os tipos, para os seus peões mais fracos usarem. Observei que todas as coisas que eu havia criado no dia anterior já não estavam mais no deposito do Clube do Inferno, fiquei imaginando para onde teriam levado as coisas, mas eu também não tinha tempo para pensar, precisava trabalhar.

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POV Jean Grey

O dia amanheceu e então e o Piotr fomos até o Clube do Inferno. Ao lado tinha uma loja de rosquinhas, fomos lá para tomar café da manhã e espionar o local. Pedi uma rosquinha de morango, enquanto meu amigo pediu 10 rosquinhas de chocolate, tirando o fato da bomba de caloria, já vi ele comer mais do que aquilo, mas ele é grande e precisa de energia.

– O que você está vendo? – Ele disse coma boca cheia.

– O mesmo que você, nada.

– Eu quis dizer vendo com seu terceiro olho. – Fiquei o encarando confusa, que terceiro olho, na bunda? – Sua telepatia e tal.

– Ah. – Suspirei de leve enquanto dava uma mordida no donut. – Você sabe que a minha telepatia é fraca, não sei usar direito.

– Pensei que tinha ficado forte, você atacou a muçulmana com seus poderes psíquicos.

– Pois lá naquela hora funcionou, mas normalmente não funciona. Ei olha, tem uma mulher saindo.

A porta da frente da boate se abriu, um homem com terno preto segurava a porta para uma mulher passar. Ela usava botas longas branca, um casaco de pele branco e era loira. – Será que ela é a Rainha Branca, olha a roupa dela. – Rasputin fez uma ótima observação, mas enquanto falávamos dela ela passou na frente da loja de rosquinhas e por isso precisamos disfarçar.

– Vamos seguir ela. – Ele disse, já deixando alguns dólares sobre a mesa e se levantando.

– Está louco, se ela saiu sozinha por aí é porque ela é bem poderosa.

Ele me puxou pelo braço, sem usar muita força e eu já estava quase na porta da loja. – E daí, precisamos fazer algo.

Saímos da loja e fomos de mancinho atrás da mulher. Ela andava como se estivesse desfilando pela calçada, sem se importar com os outros que lhe faziam ameaça e a olhavam feio, afinal ela era a culpada de aquilo tudo acontecer. Uma senhora se aproximou e deu um tapa no rosto da Rainha Branca.

– Meu neto é doente e os remédios dele viriam de Nova York hoje, mas como irei receber os remédios se estamos trancados por culpa sua, devassa do capeta. Sua aberração. – A velinha gritava angustiada.

A mulher toda de branco deu gargalhadas e de repente a velha começou a gritar até que caiu na calçada morta, como se tivesse ganhado um derrame. E a rainha continuou desfilando, batendo com o salto fortemente na calçada por mais algumas ruas até que se encontrou com um grupo de policiais.

– Olá rapazes. – Ela disse quando se aproximou. Eu e Piotr ficamos atrás de um carro estacionado, tentando ouvir e ver eles através dos vidros do veiculo. A loira puxou o policial mais novo pela camisa e roçou nele. Ele apalpou a sua bunda e os dois trocaram alguns beijos, o resto dos policiais pareciam não se importar. – Como andam as coisas?

– Bem confusas. O departamento de policia está com poucas armas e equipamentos e por isso não podemos intervir muito nos caos que está nas ruas. Toda hora está tendo furtos, assaltos, estupros, brigas entres vizinhos e principalmente entre mutantes e humanos. – Disse o policial mais velho, parecia ser delegado.

– É por isso que os meus peões negros atacaram há um tempo atrás o deposito da policia, assim vocês não podem defender os humanos.

– E aqueles policiais e militares que vieram de fora antes de você trancafiar a cidade? – Perguntou o jovem policial que estava agarrado a rainha.

– Estão esperando ordens dos políticos da cidade e eles esperam as minhas ordens.

– E para que você precisa deles?

– Nós não precisamos deles agora, mas eu e ele vamos usá-los quando sairmos de São Francisco. – Ela disse como se já estivesse desanimada de responder aquelas perguntas.

– Ele? – O rapaz a olhou estranho, parecia que pensava que ela estava louca.

A sombra dela se mexeu, quase gritei de medo porque parecia que estava se solidificando. Aquela sombra não tinha a forma dela, era maior e monstruosa e se uniu com a sombra do terceiro policial e ele ficou tonto, quando se estabilizou seus olhos estavam negros. – O Rei das Sombras. – O policial disse com uma voz assustadora.

~x~

POV Wanda Maximoff

Já tinha se passado algumas horas desde que Emma me mandou trabalhar, e eu já havia criado centenas de armas e de todos os tipos. Decidi parar para descansar, afinal não tinha ninguém me cuidando ali e então sentei em um caixote. Olhei para os lados e a porta estava entreaberta e podia espiar a rua que estava vazia. Olhei para trás não havia ninguém comigo no deposito e então tranquei a respiração e encolhi a barriga para passar pela fresta da porta. Pronto, estava do lado de fora e realmente estava deserto, não tinha nenhum seguidor da Rainha Branca por perto, até parecia uma armadilha, mas eu precisava conseguir escapar.

Corri até o lado da rua, mas quando cheguei lá caí no chão de tanta dor de cabeça que eu senti e acabei apagando. Tudo ficou escuro e de repente surgiram olhos brilhantes amarelos me encaravam na escuridão. Abaixo dos olhos começou a se abrir uma enorme boca que possuía fileiras de presas, e aquilo movimentava a língua como se me chamasse.

– Quem é você? – Apesar de eu ter algumas alucinações antes, aquilo parecia ser bem real, a ponto daquela criatura ser alguém.

– Eu sou Amahl Farouk, o Rei das Sombras. – Ele respondeu com uma voz de fazer meus ouvidos doerem.

– O que você quer comigo?

– Uma ótima pergunta, bruxa. Digamos que estou aqui para assegurar que você irá trabalhar para mim direitinho e não irá fugir.

– Para você? Pensei que era Emma a quem eu servia.

– De você sou eu quem cuido. – Ele riu e começou a sumir da minha visão.

– Wanda. Wanda. Wanda acorde. – Eu ouvia uma voz familiar, mas que eu não ouvia muito. Senti leves tapinhas em meu rosto e eu abri os olhos.

– Satânico? – Não esperava ver ele me acordando gentilmente. Olhei para os lados e eu vi que não estava mais no meio da rua, nem no deposito e nem no meu quarto. Acho que eu estava no quarto dele.

– Me chame de Julian, eu já disse. E o que você estava fazendo lá fora, você sabe que não pode ir lá. Eles vão machucar você se souberem. – Ele dizia em um tom que parecia que realmente estava preocupado comigo.

– Você está falando do Rei das Sombras?

Ele me olhou assustado e senti que ele ficou frio de medo. – Você o conheceu?

– Ele está em mim. – Apontei para minha cabeça e ele deu sorriso leve.

– Acredite, ele não está. Se estivesse você não estaria respondendo por si mesma, ele estaria lhe controlando. – Ele pegou uma coberta no guarda-roupa e jogou por cima de mim.

– Por que você faz isso Satânico? Quero dizer, Julian, por que cuida de mim?

– Porque esse é o meu dever. Estou cumprindo ordens da Rainha Branca, minha alteza.

– Suas ordens são para me vigiar e impedir que eu fuja, não de me socorrer ou me dar água, me colocar para dormir.

Ele ficou sem resposta por um tempo e falou sem olhar para mim. – Estou garantindo que você possa trabalhar com eficiência, que possa criar as coisas com seus poderes.

– Está mentindo. – Ele voltou a me olhar.

– Não estou não. – Sua voz mal saia de sua boca, parecia inseguro.

– Me tira daqui,por favor.

– Não posso e não temos para onde ir. Não há outro lugar além desse.

– Isso é o inferno.

– Bem vinda ao Clube do Inferno. – Ele deu sorriso, mas sem malicia ou crueldade, parecia ser sincero pela primeira vez.