Elo escrita por C0nfused queen


Capítulo 2
Capítulo 2.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado as minhas princesas Thalia Pevensi e BeatrizBraz, que nào me abandonaram e deixaram seus comentarios, tamebm quero agradecer a meus leitores fantasmas e todods aqueles que estão acompanhando. Espero que gostem e não deixem de comentar.



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Era tarde, alguns raios de sol tocavam a verde relva, quase que de maneira despercebida, o clima era frio, como de costume em um país como a Inglaterra, tudo estava silencioso, o rio corria devagar, quase não emitindo nenhum ruído, o tempo passava despercebido por mim, eu manejava a espada com bastante precisão, enquanto algumas gotas de suor brotavam em minha testa, meus cabelos caiam por minhas costas como cascatas, grudados a minha pele devido ao suor, Siobhan me observava ao longe, ela se encontrava sentada sob a copa de uma enorme árvore, com as mãos sob a barriga, esperando eu me cansar.

–Não entendo alteza... – ela falou chamando brevemente minha atenção.

–O que não entendes? – perguntei a ela sem parar em momento algum meu exaustivo treinamento.

–Bem compreendo seu desejo pela liberdade... – ela começou. – afinal, isso é bastante comum, mas... E quanto à luta alteza?

–A luta? – perguntei a fitando.

–Sim... Espadas, suas roupas...? – ela franziu levemente a testa.

–Não gosto que pensem que sou uma donzela... Uma donzela indefesa.

–Perdoe-me alteza, mas a senhora é sim uma donzela.

–Donzelas não sabem usar isto. – apontei a espada. – Donzelas não usam esse tipo de roupa... Donzelas não atiram facas... E a cima de tudo... Donzelas tem uma postura constante, eu não consigo ver essas características em mim, você consegue? – perguntei ironicamente.

–Talvez... Ela falou se aproximando, pegando meus cabelos e voltando a prendê-los. – Você só precise deixá-las aparecer.

Refleti sobre o que ela me disse, de fato, desde criança eu tentava escapar de minha postura de dama, mesmo que muitas vezes falhasse, infelizmente não pude desfrutar por muito tempo de meu momento de diversão, logo escurecia, o sol desaparecia ao longe, dando espaço ao crepúsculo, o vento passava a correr com mais intensidade, chocando-se as árvores retorcidas, com poucas folhas devido à estação do ano. Siobhan entregou-me o vestido e me auxilio a vesti-lo, a fim de que não notassem minhas atitudes, depois guardou cuidadosamente minha espada, assim como a minhas roupas. Seguimos em silencio para o castelo, onde as luzes do mesmo já começavam a se acender, os guardas permaneciam parados a procura de algo que fugisse do comum e alguns empregados subiam e desciam escadas terminando suas tarefas, eu o fitei ao longe, e pensar que aquela propriedade escura e assustadora talvez seja tudo que eu possa chamar de lar. Siobhan tocou meu ombro, quase que indicando que deveríamos continuar, prossegui caminhando com dificuldade pelos campos até chegar à escadaria que dava acesso ao interior de minha casa.

Assim que entrei no palácio pude sentir a diferença de temperatura me atingir, silenciosamente subimos as escadas, não gostaria de levantar questionamentos, muito menos explicar o porquê de uma princesa estar com a barra de seu vestido suja de terra. Entrei em meus aposentos e segui para o banho, enquanto Siobhan enxaguava meus cabelos fitei o que eu chamava de quarto, um suntuoso espaço, que possuía a mesma decoração desde minha infância, com uma cama repleta de lençóis de seda e um grande numera de almofadas, suas paredes eram pintadas com alguns desenhos, que mostravam arvores e pequenos animais, o que quando criança, ironicamente pensava ser o mais próximo de uma liberdade que poderia ter.

Assim que terminei Siobhan separou roupas limpas, em seguida prendendo meus cabelos para que eu acompanhasse Dmitrei em seu jantar, a simples menção desse encontro, praticamente anulou meu apetite, eu não queria acompanha-lo em nada, não queria nada que viesse dele. Quando Siobhan pediu que eu a seguisse, era como se alguém estivesse me levando para a forca, eu ficaria largada a mesa, rodeada por todos os conselheiros de Dmitrei que beberiam incessantemente e discutiriam táticas de batalha.

Quando adentrei o salão, todos os conselheiros levantaram de seus lugares e fizeram uma exagerada reverencia, como de costume, sentei-me a cabeceira e esperei impacientemente Dmitrei. Quando este chegou, com suas exageradas vestimentas e sentou-se a minha frente, sorriu brevemente e falou:

–Perdoe-me novamente pelo atraso, alteza. – ele falou.

–Espero que não transforme isso em um habito Dmitrei. – todos a mesa jogaram seus olhares sob mim, eu apenas o ignorei e sorri para Dmitrei, sua expressão era desconhecida para mim, ele apenas sorria, como se possuísse sua vingança planejada.

–Creio que o motivo de meu atraso lhe agradará.

–Gostaria de saber o que lhe faz pensar dessa forma? – o indaguei.

–Como sabes... Já possui 18 anos alteza...

–Sei minha idade Dmitrei.

–Sim, claro que sabe, então também deve saber que uma jovem dama da sua idade, não poderia esperar tanto para se casa.

–Casar? – a palavra me atingiu como uma flecha, já havia sim pensado nisso, mas eu não cogitava aceitar essa hipótese de maneira alguma. – Creio que... Não poderei fazer nada a respeito.

–Não precisa se preocupar, já providenciei tudo.

–O que? – perguntei incrédula, levantando-me. – Como ousas?

–Quando seus pais faleceram prometi que tomaria conta de tudo, e isso inclui a senhorita, não achou que eu a deixaria sozinha, não assumirás seu trono sem um marido.

–Terás que desistir desta ideia absurda.

–Temo que não possa fazer nada a respeito, já firmei o acordo com o rei de Avalon, seu casamento será em quatro dias.

Eu não conseguia pronunciar nada, pensar, nem ao menos respirar, minha cabeça encontrava-se envolta por duvidas, o que ele havia feito. Senti meu coração palpitar em meu peito, tentava esconder minha respiração compassada, assim como tentava esconder as lágrimas que teimavam em brotar de meus olhos e o fato de minha garganta se fechar aos poucos me sufocando, cerrei meus punhos, suados, e os levei próximo ao corpo, fechei os olhos ao senti-los arder e controlei minha respiração. Dmitrei se divertia com cada uma de minhas reações, não escondendo em momento algum seu sorriso debochado, como se tudo que ele houvesse feito fosse um simples mal entendido.

–E se eu desejasse reverter o acordo? – perguntei ainda de olhos fechados, apenas sentindo suas expressões variarem assim como seu tom de voz.

–Não creio que almejes a guerra, não é mesmo? – ele perguntou irônico, fazendo cada parte de meu corpo praticamente incendiar com tamanho ódio.

–Não... – falei quase que em um sussurro com a cabeça cabisbaixa, abrindo lentamente os olhos, tentando conter minha voz. Eu precisava aceitar tudo isso, ele havia cometido um erro propositalmente, atado minhas mãos, mas eu não poderia deixar que todos pagassem por isso.

–Então vou anunciar sua decisão pela manhã... – ele falou animado com uma taca de vinho em mãos propondo um brinde.

–Essa decisão não foi minha, ela partiu de um ato inconsequente da sua parte, inconsequente, porém muito bem trabalhado, sabia que eu não era tão mimada a ponto de colocar a minha felicidade acima da de meu povo, que eu concordaria com tudo a fim de evitar a guerra, e acredite eu irei, mas não pense que vou tornar as coisas tão fáceis para você Dmitrei... – falei o cortando, despejando tudo sob a mesa de uma só vez, atraindo todos os olhares assustados em minha direção e arrancando certos risinhos dos empregados que logo foram repreendidos, não conseguia nem ao menos descrever a expressão de Dmitrei, ele estava claramente sem fala, assustado, como se nunca esperasse tal resposta de minha parte.

–Eu... – ele gaguejou.

–Poupe-me de suas desculpas, sei que não sente nada. – falei abandonando a sala, tudo para mim parecia ser notado com maior intensidade, os olhares, os ruídos, meu vestido arrastando contra a tapeçaria, pude perceber as portas se fechando logo atrás e então finalmente me permitir chorar, me entregar a todos aqueles sentimentos, abraçando meu próprio corpo em busca de qualquer conforto que eu pudesse obter naquele momento. As lágrimas corriam pelos meus olhos incessantes, eu tinha tantas dúvidas naquele momento.

Subi as escadas correndo, mesmo que com dificuldade, ignorando todos os quadros indagadores naquele momento, eu pelo menos nunca mais teria que vê-los. Assim que senti a porta se chocar logo atrás gritei furiosa, liberando todo meu ódio, arrancando meu vestido de uma só vez, mesmo que inutilmente e soltei meus cabelos, como eu suportaria aquela situação, senti alguém tocar meu ombro e logo Siobhan me abraçava carinhosamente, ela estaria ali para me auxiliar, encostei minha cabeça em seu colo e simplesmente chorei enquanto ela afagava meus cabelos carinhosamente, como uma mãe.

Quando percebeu que eu já estava mais calma, ela me auxiliou a tirara aos poucos meu vestido enquanto guardava meus sapatos em seguida. Eu caminhava pelo quarto, pensativa, mesmo que sob seus protestos.

–Deixe-me guardar seu espartilho... – ela falava, tentando fazer com que eu parasse.

Fiz um sinal para que ela esperasse e lhe perguntei:

–O nome? – ela me fitou confusa.

–De seu pretendente? – ela franziu a testa enquanto eu assentia. – Arthur. – ela falou simplesmente, cabisbaixa.

–Avise a Dmitrei que partirei pela manhã, ela levantou seu olhar, eu estava tão confusa que até mesmo ignorava o chão frio em meus pés descalços, provocando certa dormência, meu corpo protestando. – Meu noivo não pode esperar.


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Notas finais do capítulo

Então??