Elo escrita por C0nfused queen


Capítulo 12
Capítulo 12.


Notas iniciais do capítulo

Bem... Por onde comecar, talvez por... Mil desculpas meus amores, sério, eu passei um tempo viajando e onde eu tava internet ainda é novidade, ainda fui proibida de levar meu computador, entào um zilhão de desculpas e quero que vocês saibam que esse capítulo e todo de vocês, minhas leitoras princesas que eu amo, espero que vocês continuem comentando e sempre me apoaindo, vocês não fazem ideia de quanta saudade eu senti de vocês.
Um feliz Natal e ano-Novo pra voces e espero que gostem do capítulo novo.



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Eu podia sentir, sentir meu coração bater de maneira incessante, desesperada, frenética, quase como se a qualquer momento ameaçasse pular do corpete que eu trajava, corpete que eu trajava, meu peito subia e descia, minha cabeça parecia girar, não conseguindo fixar um pensamento sequer, minha respiração estava desregulada, meus olhos permaneciam fechados, como se temessem o que poderiam encontrar caso eu ousasse abri-los, tudo ao meu redor pareceu por um momento tornasse mais nítido, o rio correndo próximos a nós, o vento passando por entre as árvores, fazendo chacoalhar suas poucas folhas, acariciando minha face de maneira agradável, tudo parecia conspirar para afastar os horrores que estavam por vim, o corte em meu abdômen pareceu por um instante queimar, trazendo novamente toda a dor que eu havia sentido noite passada, minhas mãos estavam trêmulas, suadas, mas logo pude sentir que estas estavam sendo seguradas por algo, algo não, alguém, o rapaz as segurava como se tentasse me transmitir qualquer conforto e por um momento encontrar suas obres azuis pareceu me dar forcas para fugir, fugir deles, eu não seria uma prisioneira outra vez.

Os enormes e amedrontadores corcéis brancos encontravam-se a uma pequena distância de nós, os amedrontadores soldados que os montavam usavam seus brasões estampados nas armaduras de metais, com gloriosas e coloridas capas e espadas em mãos, sempre deixando evidente o som da colisão entre os metais, o medo permanecia estampado na face de todos que tentavam em vão correr para os bosques. Eu permanecia assustada, a dor a cada momento tornava-se mais e mais insuportável, eu levei uma das mãos ao local e assim que meus dedos o tocaram pude sentir uma pontada alucinante percorrer por todo meu corpo, tornando minha vista turva, embaçando ainda mais, se possível, meus pensamentos, fazendo meus pés cambalearem, perderem por um momento as forcas.

Isso fora o suficiente para que o rapaz loiro me colocasse em seus braços e disparasse comigo por entre as árvores, ele corria desesperado, reunindo todas as suas forcas para fugir daqueles terríveis homens, tentava me manter segura e aquecida, tudo que não piorasse ainda mais meu complicado estado. Eu me agarrava a sua camisa branca de algodão, sentindo meus dedos quentes devido a febre entrar em contado com sua pele, macia, expelindo seu doce aroma, capaz de acalmar por um momento meus medos, seus cabelos loiros tornavam-se ainda mais atraente quando o discreto sol inglês entrava em contato com o mesmo e suas obres azuis não se tornavam menos atraentes por sua noite mal dormida, ainda eram capazes de capturar a atenção de todos.

–Estamos quase lá Kate? – ele falava como se tentasse me manter consciente. – Tudo vai ficar bem.

Os soldados se aproximavam cada vez mais, podia ouvir o relinchar dos cavalos e seus gritos inúteis, tentando fazer com que em vão parássemos. Sentia-me culpada por tudo aquilo, colocara todos em perigo, aquelas pessoas inocentes agora precisavam fugir, abandonar uns aos outros e se pegos enfrentariam um cruel julgamento devido as suas praticas, podiam ser mortos e tudo aquilo era minha culpa, havia também ele, o rapaz, que agora precisava assim como os outros tentar escapar por estar acobertando a princesa, esses pensamentos apenas faziam meu coração doer ainda mais e algumas lágrimas começarem a rolar por minhas rosadas bochechas.

–Kate... – ele falava, sua voz era doce, sensível, capaz de acalmar todas as minhas angústias. – Você vai ficar bem.

Eu estava ciente dos ciganos correndo a nosso lado, tentando atrasar os guardas que nos seguiam, alguns permaneciam para trás e lutavam, tentando salvar os demais, Lower corria com uma criança em seus braços, sua filha ou neta, não sabia identificar, esta estava desesperada, lágrimas rolavam por suas bochechas e suas obres verdes mudavam aos poucos de tom, tornando-se praticamente musgo devido ao choro.

Eu me abraçava ainda mais ao rapaz loiro, nem ao menos sabia seu nome, porém, ele era capaz de me transmitir uma confiança inimaginável, toda sua preocupação, seu carinho, faziam com que uma espécie de sentimento diferente começasse a surgir em meu peito e minha visão sobre ele mudava cada vez mais, agora, eu não o via como aquele homem debochado e irritante que eu conhecera no lago, que impedira meu suicídio e não fora capaz de deixar com que eu atacasse os ciganos, tomando a estúpida decisão de se aliar a eles, não já havíamos prejudicado pessoas demais?

Essa pergunta parecia rodar em minha mente, não estava certa sobre seus atos, mas quanto aos meus... Cada vez mais se tornava insuportável conviver com os mesmos.

Por um momento tudo que desejava naquele momento era ter Siobhan ao meu lado, repousar minha cabeça em seu colo, sentir seus dedos gorduchos em meus cabelos castanhos, contando histórias sobre nosso antigo reino, sobre meus pais, naquele momento tudo o que desejava era ter o sorriso da minha mãe, saber quais atitudes os antigos soberanos de Bretanha tomariam naquele momento, sua segurança ou a de seu povo?

Com certeza essa eu saberia responder e a vida toda foi a lição que eu nunca pude esquecer, o povo em primeiro lugar, eles decidiram salvar a todos, por isso eu crescera só, por isso eu precisava conviver com ele, Dmitrei, se talvez, um simples talvez meu pai não tivesse partido naquela batalha e tivesse ficado ao lado de minha mãe, assistindo ao meu nascimento, todos poderíamos estar juntos agora, mas não, eles não foram covardes e naquele momento eu me amaldiçoava por a dor me impedir de tomar as mesmas decisões, tudo que eu precisava fazer era desistir, me entregar, casar-me com um príncipe infantil e mimado que continuaria a se engraçar com suas criadas em nossa, em sua, torre de marfim. Isso era revoltante, as minhas opções eram revoltantes.

Pude sentir meu corpo parar por um momento, queria protestar, mas a dor, a dor era insuportável demais, fechei meus olhos enquanto sentia que outra pessoa agora me carregava, mas o que ele estava fazendo.

–Kate... Kate eu sinto, mas essa é a nossa melhor chance, eu preciso fazer de tudo para mantê-la segura e se... Se isso significa ter que retornar e casar com uma desconhecida, eu aceito as consequências. – ele falou beijando minha testa e alisando meus cabelos, sentir seu toque quase me fez lembrar o toque maternal de Siobhan.

–Não... – eu falei reunindo todas as minhas forcas. – Você está errado, não é a você que eles querem é a mim, eu posso parar com tudo isso, por favor, por favor, você não entende? – eu chorava, sentindo as minhas palavras se misturarem com meu choro. – Não tome nenhuma decisão estúpida.

–Não sou eu o encarregado de tomar decisões estúpidas mocinha. – ele falou brincalhão e se a situação fosse outra, talvez eu até pudesse rir de seu comentário irônico.

–Não... – eu tentava falar. – eles querem a mim, eu sou a...

–Vá. – ele falou. – Mantenha-a segura.

–Mas e você? – pude ouvir o cigano que me carregava se dirigir ao rapaz.

–Apenas vá. – ele falou, sua voz transmitia dor, era quase, quase se não fosse mais o rapaz que tanto me encantara. – Diga a ela... Diga a Kate que eu a amo.

E assim o cigano continuou a correr, correr tentando me manter segura, cumprir com sua palavra, mas eu não me importava mais, o rapaz também morreria por minha causa, e naquele momento, eu não conseguia reunir forca alguma, eu também não conseguiria viver sem ele. Afinal... Eu também o amava.


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Notas finais do capítulo

Então???????????