Pov’s Violetta

Quando você vai beijar uma pessoa pela primeira vez dá aquele certo arrepio, ficamos nervosos e com medo de estragar tudo, o pior é a vergonha. Pelo menos foi isso que eu, Violetta Castillo, senti. Mas, para ser sincera, o problema não foi o beijo, foi o momento depois dele.

O primeiro beijo, que na verdade era o segundo, havia acabado e ambos havíamos reagido bem, então ele me beijou novamente, e quando percebemos o que tinha acontecido não soubemos reagir.

Nunca fiquei tão corada na vida como naquele momento, o par de olhos castanho-esverdeados me encarando foi uma das sensações mais estranhas que eu já senti, e o pior era isso, o pior era não saber que sensações eram aquelas.

–Eu..eu. –Murmurei, eu queria falar, mas não conseguia formular nada que fizesse sentido. –Melhor eu ir, quer dizer, melhor você ir, o quarto é meu. –Sorri sem graça

Acho que ele ficou meio desapontado, talvez eu tenha sido meio insensível, mas Leon era o tipo de pessoa legal demais para falar isso na minha cara. Ele apenas assentiu.

Soltei as mãos dele, e bem devagar me desvencilhei, sentindo calor e frio ao mesmo tempo. Eu realmente precisava pensar, e de preferência sozinha. Eu logo ouvi o barulho da porta do meu quarto se fechando, e com isso uma certa tensão passou.

Só fui raciocinar novamente quando senti a maciez do colchão, eu havia ficado um tempão na varanda olhando para o jardim tentando organizar os pensamentos, mas ficar ali, exatamente aonde havíamos acabado de nos beijar, não estava ajudando muito.

Rolei de um lado para o outro, bagunçando todos os lençóis de seda que Naty e Cami haviam organizado com perfeição.

Vamos voltar ao beijo. Eu havia gostado, e talvez tenha sido o melhor beijo que já me deram, eu não sei, as sensações ainda estavam me deixando esquisita.

Eu definitivamente não poderiam me apaixonar por ele, primeiro que eu seria uma péssima rainha e segundo: Eu não queria a coroa. Sem contar que me apaixonar estava completamente fora de cogitação, eu queria ser amiga dele e nada mais.

Então me veio uma brilhante ideia. Eu me preocupava com Leon, e teria que evitar que ele acabasse se casando com a víbora da Lara e as outras chatas que não combinavam com ele. Também havia a Gery, bom ela combinava com o Leon e eu ainda não sabia qual era o problema dela, mas com certeza havia um.

Talvez Ludmila se desse bem com ele, e bom eu estaria ajudando as únicas pessoas que eu gosto aqui a ficarem juntos. Ludmila era um amor de pessoa, e pelo que eu sabia, ela não havia tido nenhum encontro com o Leon, eles precisavam se conhecer mais.

Eu também pretendia não tocar mais no assunto do beijo com Leon, a não ser que ele o fizesse, aí não teria escapatória. E principalmente: Não deveria beijá-lo mais.

Só esperava que Leon não estivesse criando sentimentos, eu não poderia correspondê-lo. Eu precisava empurra-lo para Ludmila, fazer ambos se apaixonarem e no final tudo se encaixa com um lindo beijo...Não não, beijo não, quer dizer, eles vão precisar se beijar, mas..mas, esquece, prefiro não imaginar os dois se beijando.

Minhas pálpebras começaram a se cerrar, sozinhas e tão devagar, eu estava pronta para dormir feito um bebê, mas...

–Senhorita Violetta. –Cami e Naty entraram correndo pelo quarto. Eu precisava treina-las com o lance do “Senhorita”.

–Oi. –Eu disse sorrindo.

–O que está fazendo deitada? Precisa se arrumar! O Jornal Oficial vai começar a ser transmitido daqui a pouco. –Naty me arrastava para o banho. –Não ouviu àquela hora quando perguntamos se a senhorita poderia nos esperar de banho tomado?

–Não. –Falei confusa, entrando na banheira.

–Mas a senhorita assentiu. –Cami falou lavando meus cabelos.

Oh sim, eu estava muito desesperado por causa da sessão de fotos e do Leon, acho que nem prestei atenção no que elas me falavam, é, eu preciso tomar cuidado com as coisas com que eu concordo enquanto penso em príncipes bonitões.

E todo aquele processo que eu “adoro” começou novamente, cabelo, maquiagem, todos os componentes do vestido e bom, minhas unhas estavam feitas.

–Senhorita, quisemos fazer algo diferente. –Naty disse tirando o vestido da capa. –Todas as selecionadas estão querendo te imitar, já que, ao que parece, o príncipe Vargas se afeiçoou muito à sua pessoa.

–E elas estão querendo me..me copiar? –Perguntei estranhando, ninguém nunca quis isso, eu nunca fui um exemplo de moda para alguém.

–Claro que sim! Mas elas não fazem ideia de que não é assim que elas irão conquistar o príncipe, ele enxerga muito mais além da beleza.

Isso era verdade, e eu já havia percebido, Leon era ótimo, ao contrário do que saia na mídia. Eu tinha pena, questionavam se Leon seria um bom rei, e ele não tinha nem o direito de se defender, e ao passo que ele amadurecia as criticas somente aumentavam.

–Você está maravilhosa! –Cami falou, soltando uns gritinhos de felicidade meio exagerados, mas aquilo foi bonitinho.

–De verdade, deslumbrante. –Naty comentou, a alegria estampada no rosto delas com o ar de “Fizemos um bom trabalho acabou me motivando.”

–Acho melhor eu ir. –Murmurei sem muita coragem, afinal era o Jornal Oficial, o país inteiro assistia, era capaz de o mundo inteiro estar atento, já que todos queriam conhecer as pretendentes do príncipe Vargas.

Fui caminhando pelos corredores do castelo bem apressada, perdi as contas de quantas vezes tropecei no vestido, a propósito, eu odiava andar de vestido para tudo quanto é lugar, mas nessa ocasião eu necessariamente precisava estar de vestido.

–Violetta! Finalmente mulher.

–Eu estou muito atrasada? –Perguntei a Ludmila, ela era a única ali que não estava com um vestido parecido com os que eu havia usado.

–Chegou bem em cima da hora. –Ludmila disse me pegando pelo pulso e arrastando. –Está maravilhosa. Diferente.

–Diferente?

–Um diferente bom. –Ela falou, e deu risada com a minha preocupação. –Violetta, relaxa.

–Eu juro que estou tentando, juro! Mas, francamente, você não está nem um pouco nervosa? Dar uma entrevista que será transmitida internacionalmente, com um dos apresentadores mais renomados desse país, e com todos os olhos voltado a você, porque tecnicamente você poderá ser a nova rainha?

–Tudo bem, tudo bem. –Ludmila falou pausadamente. –Agora você conseguiu me deixar nervosa. –Me senti culpada por isso, eu não queria transmitir meu nervosismo por aí.

–Pedimos a todas as selecionadas que permaneçam em seus lugares para a cobertura do Jornal Oficial de Illéa. –Ouviu-se uma voz anunciar em uma espécie de megafone.

Apenas entramos no enorme, e digo ENORME, salão onde toda a transmissão era realizada. Havia a poltrona da família real em cima do palco, e claro a poltrona “nada chamativa” rosa e roxa do Gregório.

Eu fiquei na quinta fileira, atrás de umas 13 cópias de vestidos que eu já havia usado. Fez-se um silêncio absurdo. O programa iria começar. A música que tocava em todo começo de programa, tocou contagiando todo o salão.

–Senhoras e senhores, com muita honra o nosso amado apresentador: Gregório! –Disse a voz misteriosa no microfone.

–Boa noite! –Gregório gritou, ele vestia um terno azul brilhante. –É ótimo estar aqui em mais uma sexta feira do ano, e como sabemos, hoje é uma data diferente, mas não menos importante. –Ele andou de um lado para o alto sobre o palco, em passos perfeitamente bem ensaiados.

–Estou vendo belas moças na plateia, e não se preocupem irão conhecer cada uma dessas 23 garotas mais tarde. –Acabei me lembrando das 12 garotas que já haviam sido dispensadas. –Antes de mais nada, eu queria dar boas-vindas ao nossos amados Rei Pablo e Rainha Angie.

E, sorridentes, ambos entraram. Assumo que o rei não estava tão carrancudo, ele até parecia...feliz? A rainha, deslumbrante, com sua doçura estampada no rosto, entrou apoiada no braço do marido.

–Vossa majestade. –Gregório fez uma reverência. –Preciso dizer o quanto estão magníficos essa noite?

–Muito obrigado, Gregório. Digo o mesmo a você, nesse seu terno apertadinho dos tempos da universidade. –O rei disse e Gregório riu, não sabia que eles eram amigos.

–Mas acho que as pessoas aqui não estão muito interessadas nos nossos velhos tempos. –O rei novamente falou. –Senhoras, senhores e selecionadas, com muito orgulho eu apresento meu amado filho, e futuro herdeiro do trono de Illéa: Leon!

Engraçado, na frente das câmeras o rei agia com carinho, mas por trás delas tratava Leon com desprezo, como um nada, nem parecia que era seu filho. Agora vamos voltar ao mais importante...

Leon estava lindo, tudo bem que o cabelo dele estava muito arrumado, o típico cabelo de sempre que ele usava nesse programa, e bom, ele também estava muito engomadinho, mas ainda estava bonito. Bonito o suficiente para fazer umas garotas da fileira da frente suspirarem, o que foi estranho.

–Vossa Alteza. –Outra reverência de Gregório.

–Não precisa ter essas formalidades comigo Tio Gregory. –Leon falou e arrancou um sorrido do Gregório. Fiquei feliz de ver que Leon parecia mais solto.

A partir daí alguns anúncios foram feitos pelo rei, as famosas notícias semanais de Illéa. Depois a parte que todo mundo queria ver: As entrevistas.

–Bom, antes de entrevistar as selecionadas eu gostaria de ouvir um pouquinho nosso amado príncipe Leon. –Então Gregório se sentou na poltrona “nada chamativa”. –Leon, conte-nos um pouco como foram esses primeiros dias com essas belas damas.

Gregório era legal, mas era bajulador demais.

–Olha Gregório, sinceramente foi tudo muito diferente, mas eu gostei bastante. –Leon disse, e pareceu meio forçado. Ele parou de falar, olhou para o pai que estava sorrindo satisfeito, então sorriu, como uma criança que iria pregar uma peça.

–Está quente aqui, não é? –Leon falou desfroixando à gravata. –Gregório, para ser realmente sincero, esses primeiros dias foram uma loucura, acho que ninguém consegue se preparar para isso, mas quer saber? Eu gostei, tive a sorte de conhecer garotas fantásticas, claro que ainda não as conheço muito bem.

–Bom, e pelo pouco que sabe, como são essas garotas? –Gregório perguntou.

–Acho que são todas diferentes umas das outros, percebo que elas têm personalidade diferentes, sabe é meio constrangedor falar tudo isso com elas me olhando. –Leon brincou, a expressão do rei não era das piores, mas também não era das melhores. –Umas são mais tímidos, outras mais diretos, algumas meio ansiosas, sabe uma delas sem querer me deu um chute no nosso primeiro encontro, mas assumo que ela foi muito divertida...

Ele havia me citado, e eu até consegui ouvir uns cochichos das selecionadas “Chutou o príncipe”?”, “Foi você?”, “Eu não.” A entrevista seguiu por um tempo, Leon fazia piadas e arrancava risadas de todos ali, menos do Pablo, estou achando que ele não sabe rir de verdade.

Depois as entrevistas foram para as selecionadas, a de Gery sendo a mais empolgante, e infelizmente Ludmila não tinha muito o que falar, ela sequer havia saído com Leon. O pior era que em toda entrevistada Gregório perguntava “Você foi a garota que chutou o príncipe”, e obviamente eu não poderia mentir, mesmo que eu mentisse iriam me descobrir, sou uma péssima mentirosa.

–Violetta Castillo, casta 5. –Ouvi Gregório me chamar, subi no palco bem devagar para não tropeçar e acabar pagando mico em rede nacional.

–Olá, bo.boa noite. –Falei.

–Acho que ela está nervosa. –Gregório comentou. –Então, Violetta como foram as suas primeiras experiências aqui no castelo?

–Bom, Gregório, eu fiquei um pouco perdida, assumo, mas estou começando a me acostumar.

–E o que mais gostou?

–A comida, com certeza, a comida. –Respondi rindo e ele riu também. –Fora a comida, também adorei algumas amizades que fiz aqui. –Me referi a Ludmila, Naty, Cami, e claro a Leon, mas eu preferi não citar nomes.

–E quanto ao príncipe Leon? –Gregório perguntou, essa era umas das perguntas mais desejadas pelo público e com certeza uma das mais temidas por mim. Decidi ser sincera, essa seria uma oportunidade de expor a minha opinião, e isso faria com que eu me ferrasse depois, mas pelo menos eu teria dito o que penso.

–Sabe, eu não sabia muito sobre o príncipe, só sabia o que lia, e para ser sincera, a maiorias das coisas por aí são mentiras. Ele é uma ótima pessoa, com certeza todos que o conhecem de verdade gostam dele, e sabem quem é o verdadeiro Leon. –Parei e olhei de soslaio para Leon ele sorria, o resto das pessoas pareciam meio pasmas, não só pelo que eu disse, mas....Eu havia chamado Leon somente pelo nome, e aquilo na realeza demonstrava intimidade. Decidi parar por aí meu discurso de defesa do Vargas.

–Belas palavras, Violetta. –Gregório sorriu. –Sempre quis ouvir alguém falar isso, mas ao que parece, ninguém teve coragem.

–Err..Obrigada. –Sussurrei.

–Bom, agora vamos à pergunta da noite: Você foi a garota que chutou o príncipe? –Todos os olhares cresceram sobre mim.

–Sim, fui eu. –Assumi e ouvi murmurinhos por todo salão. Minha mãe provavelmente estava surtando lá em casa, e meu irmão, Maxi, deveria estar dando risada e imaginando a cena. –Mas eu juro que foi sem querer, eu achei...eu achei...eu não achei nada, só levei um susto quando ele apareceu do nada.

–E que susto ein. Seu chute pegou em cheio. –Ouvi Leon falar lá do outro lado do palco, segundo as regras ele não poderia interferir nas entrevistas, mas era de Leon Vargas que estávamos falando, ele poderia dançar pelado durante a entrevista e ninguém faria nada, exceto seus pais. –Fiquei com dor por quase dois dias.

–Exagerado. –Falei e ele soltou uma gargalhada extremamente gostosa. Pude perceber que Pablo estava carrancudo e Gregório também viu, o que o fez encerrar a minha entrevista.

Mais algumas entrevistas prosseguiram até a hora que o Jornal Oficial estava chegando ao final. As fotos que tiramos de manhã começaram a passar em um telão. A minha com Leon estava maravilhosa se me permitem dizer, estava natural, ele com os dedos pressionados contra a minha cintura e rindo juntamente comigo.

Gregório encerrou o show, amém, pois eu não estava mais aguentando.

–Então onde foi o chute que você deu no príncipe? –Ludmila perguntou rindo enquanto caminhávamos em direção ao quartos.

–Acredite, você não vai querer saber. –Nós duas não parávamos de rir, comentávamos sobre o quão ridículo ficou Lara com aquele vestido apertado e com os seios tão espremidos que pareciam que iriam pular para fora daquele tecido azul. O relógio do castelo bateu indicando a meia noite e Ludmila se desesperou.

–Que foi? –Perguntei.

–Nada nada, só estou atrasada. –Ela falou retirando os saltos. –Não se preocupe, não sou uma espécie de Cinderela que tem que voltar para casa a meia noite.

–Cinderela? –Perguntei.

–Sim, não conhece? –Ela perguntou pasma e eu neguei. –Garota, você não teve infância? Uma hora dessas eu te conto essa história, agora preciso ir. –Ela me deu um beijo na bochecha e se foi, correndo com os saltos nas mãos pelos imensos corredores.

Fui ao meu quarto, não havia mais nada que fazer e Leon provavelmente estava ocupado...

–Leon? –Indaguei olhando para o mesmo que estava parado em frente ao meu quarto. Ele riu.

–Queria te ver. –Ele falou, coçando a nuca envergonhado. –Sabe, acho que precisamos conversar.

–É. –Concordei, não queria aquilo. –Leon, prefiro manter a amizade, sabe acabamos de nos conhecer e eu...

–Eu te entendo. –Ele murmurou. –Só peço para você não ficar estranha, e ainda podemos...-Eu o interrompi dessa vez.

–Preciso que me escute. Quando eu digo manter a amizade é realmente só a amizade, sem beijos e outras coisas amorosas...Ah, e sem sorriso sedutor da sua parte.

–Sorriso sedutor? –Ele indagou e eu assenti. Ele se aproximou de um quadro grande e espelhado que estava próximo de nós. –Eu não tenho sorrio sedut...Wow eu realmente fiquei muito sexy com essa roupa. –Ele falou dando uma reboladinha.

–Idiota. –Murmurei deixando o clima descontraído tomar conta do momento, o que não durou muito.

–Tudo bem, senhorita Castillo, só amizade? –Leon me estendeu a mão, mas ele não parecia tão contente, quer dizer, ele sorria, mas seus olhos diziam outra coisa.

–Só amizade. –Concordei, incerta se era aquilo que eu realmente queria.

–Aah, eu estive pensando, minha cara amiguinha. –Ele falou, aquilo foi irritante. -O que acha de assistir um filme comigo amanhã?

–Eu adorari...Hm por que não leva a Ludmila? –Eu iria aceitar, mas achei que estava na hora de colocar meu plano em ação.

–Ludmila? Tudo bem. –Ele pareceu meio decepcionado. –Do que ela gosta? –Ele perguntou enfiando as mãos no bolso do traje real.

–Não faço ideia, mas pergunte, garanto que ela ficará feliz. –Eu disse, fingi uma animação digna de um óscar.

–Tudo bem. –Ele murmurou. –Acho que vou deixar você dormir agora.

–Para falar a verdade eu estou agitada, não vou conseguir dormir tão cedo.

–Então o que acha de fazermos algo agora? –Ele perguntou, voltando a sorrir.

–Leon, eu..eu acho melhor eu ficar por aqui mesmo...

–Está fugindo?

–Não. –Respondi rápido demais.

–Está fugindo. –Ele constatou. –Pedi para não ficar estranha comigo.

–Eu não concordei com isso. –Falei rindo, mas dessa vez ele não achou graça. –Foi só uma brincadeira. –Murmurei e ele suspirou. Ele me encarou por alguns instantes, e eu até achei que ele fosse tomar alguma atitude.

–Melhor eu ir para o meu quarto. –Ele falou, e se virou, estava chateado?

–Leon. –O chamei e ele se virou, eu sabia que me arrependeria depois, mas sabia que estava agindo mal, e a última coisa que eu queria era ter ele chateado comigo. –Vamos dar uma voltinha, mas uma rápida voltinha. –Ele sorriu.

–Mudou de opinião?

–Não, mas não quero você chateado comigo e achando que eu estou fugindo.

–Você parece estar fugindo. –Ele repetiu.

–Mas não estou. –Blefei e ele riu.

–Não estou chateado com você, só peço para não ficar estranha comigo, não quero perder você entende? –Ele murmurou. –Poxa, eu te conheço a alguns dias, mas você me compreende, é umas das poucas que que me entende.

–Prometo não ficar estranha com você, Leon. –Falei abrindo meus braços na esperança que ele me abraçasse. –Fala sério, você não vai dispensar meu abraço, vai?

–Eu poderia dispensar. –Ele disse dando risada da cara que eu fiz. Então ele veio até mim, envolvendo os braços fortes pela minha cintura, juntando seu peito contra o meu, o que era tortura, e me abraçou, ainda deu um beijinho em minha cabeça.

–Agora eu vou mesmo, estou ficando com sono. –Ele disse. –Até amanhã, Castillo.

–Até amanhã, Leon. –Murmurei sorrindo, quando ele já estava chegando ao final do corredor. Fechei a porta do meu quarto fazendo um barulhão no castelo que estava silencioso. O castelo todo dormia e eu não demorei muito para me juntar a ele...