–Mais chá Srta. Defilippo. - uma policial ofereceu assim que lhe entreguei minha xicara.

–Não obrigada, e me chame apenas de Águida. - pedi nervosa. -Onde o Miguel está?

Estava no segundo andar onde ficava o escritório de Miguel, era estranho como me sentia segura apenas com ele. Apesar de vivermos brigando desde o dia que nos conhecemos.

–Não se preocupem logo seu namorado estará aqui. - ela garantiu suave.

–Ele não é meu namorado.

–Não foi o que pareceu, afinal você correu para os braços dele e não soltou mais.

–Eu...-sussurrei sem saber o que dizer, por que até eu estava confusa com minha reação.

–Gloria pode ficar de olho na delegacia por mim? Se acontecer algo urgente é só me chamar. - Miguel pediu entrando na sala.

–Claro chefe. - ela disse e saiu sorrindo maliciosamente.

–E então, Srta. Defilippo o que houve para a Srta. Invadir minha delegacia feito louca e ainda por cima me agarrar?! Sabia que sua ficha criminal está só crescendo?! É desacato a autoridade, falsidade ideológica e desordem. Posso te prender num estar de dedos.

–Me desculpe, é que eu tive uma noite de cão. E não pensei direito quando vi já estava nos seus braços. - disse chorosa.

–O que houve? Por que pensei que você ficaria em casa e não sairia sozinha por ai, afinal foi o que você prometeu. - ele me acusou e suspirei antes de lhe contar sobre a minha noite.

–De longe esse foi o pior encontro que alguém já tive na vida. – Miguel disse enquanto colocava um cobertor em meus ombros. - Tem certeza que está bem? Que não se machucou?

–Sim, só alguns aranhões, fora isso estou bem. Só quero r para casa.

–Sinto muito, mas não posso deixar você ir. Ainda pode ser perigoso, assim que amanhecer eu mesmo deixo você em casa.

–Obrigada por ser tão gentil. - disse e ele sorriu suave antes de olhar para o meu pescoço.

–Me permite? - ele questionou e concordei antes de vê-lo segurar meu colar de rosa fascinado e confuso.

–Você sempre esteve usando esse colar? - ele questionou confuso.

–Sim, só o tiro para tomar banho e o coloco de novo. Por que? – questionei confusa.

–Meu avô me dizia que o avô do primeiro Miguel era um excelente joalheiro. Quando Miguel se apaixonou por Rosalinda ele pediu ao avô para lhe fazer um colar que lembra-se o nome da rosa mais famosa da Espanha, e ele o fez. Miguel deu esse colar como presente de cortejo a Águida. - ele disse e soltou meu colar. - Se você usa esse colar é por que é ela. Ele jamais seria dado a outra pessoa que não fosse Rosalinda.

–Por favor, não me chame assim. Rosalinda é um nome tão feio e antiquado. E esse colar me foi dado por meu pai quando fiz 15 anos.

–Por que você acha que Rosalinda é um nome antiquado?

–Por que é o tipo de nome que uma senhora de 80 anos teria e não uma jovem de 25 anos como eu. - disse e ele sorriu.

Miguel tinha um sorriso lindo, parecia que tudo a sua volta se iluminava.

–Você não sabe mesmo o que significa esse nome não é?

–E você sabe? - questionei sorrindo.

–Meu avô diz que Rosalinda era o nome de uma rosa espanhola. Ela era vermelha como o sangue, seu caule era cheio de espinhos e seu aroma era cem vezes mais doce e forte que uma rosa normal. Esse nome significa força e delicadeza ao mesmo tempo. - ele explicou suave.

–E ela ainda existe?

–Não sei ao certo, mas se ainda existe ela deve ser deslumbrante.

–Depois dessa aula sobre meu nome, até que ele ficou bonito para mim. - brinquei e rimos. - Você é legal Miguel, só não sei por que nós dois nunca conseguimos ter uma conversa civilizada como agora.

–Digo o mesmo de você Águida. - ele disse meu nome com suavidade.

Acho que agora ele havia acreditado em mim, que eu era a verdadeira Águida Defilippo e não uma impostora.

–É impressão minha ou ficou frio de repente? - questionei tremula.

–Não, a noite está até quente. - Miguel disse preocupado enquanto eu me cobria mais com o cobertor.

Rapidamente ele colocou mais um coberto em cima de mim antes de abrir a porta e gritar por Gloria enquanto eu tremia sem parar.

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–Águida, graças a Deus. - Karen disse aliviada assim que passei pela porta. - Já estava chamando a SWAT para ir atrás de você.

–Estou bem Karen, estou só cansada. - disse exausta.

–Ela precisa descansar Karen, não foi uma noite fácil. - Miguel disse cansado.

Passei a noite toda acordada, estava tão assustada que entrei em choque algumas vezes. Miguel teve que me levar para o hospital sob a vigilância de seus homens e a sua para que fosse medicada.

–O que houve? Por que você saiu com o Maurizio ontem e volta hoje de manhã com o Miguel, por acaso vocês três fizeram um ménage?!- ela questionou eufórica e eu corei enquanto Miguel tossia.

–Karen pelo amor de Deus, para com isso. - pedi envergonhada. - Miguel muito obrigada por tudo nem sei como agradecer.

–Não há o que agradecer Águida, apenas não saia de casa sozinha. Vou mandar uma viatura para vigiar sua casa, qualquer coisa é só me ligar.

–Não se preocupe, vou passar o dia todo em casa. - prometi e ele se despediu de nós antes de ir.

–Agora você vai me explicar que história é essa de dormir fora de casa. - Karen disse e gemi antes de subirmos para o meu quarto.

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–Amiga que noite. - Karen disse chocada assim que lhe contei tudo o que aconteceu comigo.

–Pois é, por isso não quero ver Maurizio nem pintado de ouro. - disse cansada.

–Você tem razão, mas o “delega gostosão” está afim de você.

–Me poupe Karen, chega de homem. Eu só escolho cafajestes. - disse me deitando na cama e bocejando.

–Pode até ser, mas quando você chegou no restaurante depois da ópera, lembra? Ouvi o Miguel sussurrar um “Rosalinda” tão apaixonado que fiquei arrepiada, por isso desencanei dele, por que sabia que ele sentia algo por você.

–Me poupe, quero dormir um pouco.

–Tudo bem, mas você vai me ajudar a escolher uma roupa a note, por que vou sair com Enzo. - ela disse animada e sorri.

–Tudo bem. - disse quase dormindo.

–Tudo bem, boa noite. - ela disse e saiu do quarto, não demorou muito para que eu pegasse no sono rapidamente.