Tempo Perdido escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 13
Perdas




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SantaRossa, 1738

Meu único consolo para minhas aflições era ir à missa e rezar.

Mas meu confessor não estava conduzindo a missa hoje, era um frei muito novo.

Assim que a missa terminou me aproximei do frei para questionar onde estava o padre.

–Me desculpe frei, mas onde está o padre Brunini? - questionei preocupada e ele sorriu amável.

–O padre Brunini está muito doente minha filha e se ausentou para cuidar de sua saúde. Sou o frei Luigi, posso ajuda-la em algo? - ele questionou atencioso e comecei a chorar.

–Aqui minha filha. - Frei Luigi disse me dando um copo de agua.

–Obrigada. - disse segurando o copo com as mãos tremulas.

Tomei um pouco da agua e respirei fundo antes de contar meu triste destino.

–Ela vai me casar com qualquer um que tenha algum dinheiro no banco, como se eu fosse uma mercadoria de troca. - disse desamparada.

– Srta. Águida, você precisa se acalmar talvez sua mãe acha que é o certo.

–Não é o certo. - disse furiosa. - Prefiro morrer do que me casar sem amor.

–Não diga essas coisas criança, você é jovem demais para desejar tal coisa. Não perca a fé Águida. Nos piores momentos sempre vemos a luz. - Frei Luigi disse e sorri me acalmando.

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–Mãe? - chamei assim que entrei em casa e ouvi alguns soluços.

Confusa fui em direção a sala e todos estavam em lagrimas.

–O que houve? - questionei nervosa.

–Os Castelli nos acharam e mataram o papai Águi. - Enzo sussurrou entre lagrimas enquanto titia consolava mamãe e eu parava de respirar.

O mundo estava desbando em minha cabeça.

–Não. - solucei e sai correndo da casa.

Peguei o primeiro cavalo que vi pela frente e cavalguei sem rumo pelos campos que pertenciam a minha família.

Assim que sai de minhas terras desci do cavalo tropeçando no meio do caminho porque as lagrimas me chegavam, me encolhi em baixo de um cedro e lá solucei sem parar.

Meu pai podia ter sido horrível nesses últimos meses, mais ele foi um pai incrível e era o único que eu tinha.

–Quem está ai? - solucei levantando-me do chão assim que ouvi um barulho.

–Apenas eu. -Miguel Valentini disse segurando seu cavalo. - A Srta. Está bem?

–E por que quer saber? - questionei desconfiada.

–Por que toda SantaRossa está atrás da senhorita por que fugiu? - ele questionou confuso.

–Por que quero morrer. - solucei e cai no chão chorando.

–Não diga isso senhorita. - Miguel disse soltando seu cavalo e se sentando ao meu lado. - A vida é boa demais para se morrer.

–Não a minha Sr. Valentini, os homens que mataram meu pai vêm atrás de mim. - disse desamparada e ele me ofereceu seu lenço. - Obrigada.

–Creio que não Srta. Pelo que ouvi na cidade, parece que a guarda matou todos. Talvez seja um consolo.

–Talvez. - solucei mais.

–A senhorita é tão linda, não deveria chorar. - ele disse e acariciou meu rosto de leve. - És como uma rosa, delicada e agressiva ao mesmo tempo.

–Por isso me chamo Águida Rosalinda. Rosalinda é o nome de uma rosa espanhola. Ela é vermelha como o sangue, seu caule é cheio de espinhos e seu aroma é cem vezes mais doce e forte que uma rosa normal. Esse nome significa força e delicadeza ao mesmo tempo. - expliquei olhando em seus olhos.

–A partir de hoje vou chamá-la de Rosa, minha Rosa. - ele sussurrou suave enquanto se aproximava de mim.

–Acho melhor voltarmos Sr. Valentini, não lhe dou essa intimidade toda. - disse me levantando do chão e ele me acompanhou.

–Agradeço por me achar e por seu lenço, mas não lhe dou liberdades. - disse nervosa e lhe devolvi seu lenço.

Miguel me perturbava.

–Quero que fiques com ele, para que se lembre de mim e mesmo de longe eu possa acalentar seu pesar. - ele sussurrou suave enquanto colocava seu lenço em minha mão e a fechava.

–Obrigada. - sussurrei desconcertada.

–Já está anoitecendo, acho melhor levá-la. - ele disse e concordei.

Miguel me segurou pela cintura e senti um calor abrasador percorrer meu corpo e ambos nos encaramos demoradamente, era como se nossos olhos nos perguntassem se havíamos sentindo o calor e respondido que sim.

–Não se preocupe, tudo vai passar. - ele prometeu e me colocou em cima do seu cavalo, antes de subir e começarmos a ir para a cidade com meu cavalo seguindo obedientemente o seu.

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–Águida, querida. - ouvi minha mãe gritar assim que Miguel entrou na casa comigo no colo.

Podia estar de olhos fechados e fingindo que estava dormindo, mas a exaustão me dominava.

–Ela precisa descansar Sra. Defilippo. - ouvi Miguel dizer e mamãe concordou.

–Obrigada Sr. Valentini, nem sei como agradecer por ter achado minha menina. - mamãe disse e senti um cobertor ser colocado em cima de mim.

– A Srta. Águida é uma menina forte e isso é notável. - ouvi ele dizer suave.

–É sim, adoraria que sua família viesse para um chá aqui. É a única forma de agradecer o que fez por ela. - mamãe pediu.

–Claro que sim Sra. Defilippo, minha mãe vai adorar o convite. Meus pêsames por seu marido.

–Obrigada.

–Boa noite Sra. Defilippo. - ouvi Miguel se despedir.

–Boa noite Sr. Valentini. - mamãe disse e ouvi uma porta ser fechada, logo me entreguei ao sono sem perceber.


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Notas finais do capítulo

Estou começando com a campanha "FAÇA SUA AUTORA FELIZ", se você leu a minha historia comente por favor, estou curiosa para saber da reação de vocês.
Beijos e até amanhã.



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