Lucky Ones escrita por Hamish


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

IT'S THE FINAL COUNTDOWN!

Ok, tô brincando, mas esse é o capítulo final.

Espero que tenham gostado e posso garantir que sexta-feira vou ter uma surpresa que vai agradar muito vocês (pelo menos eu espero isso) e não, não estou falando do desafio de 30 dias.

Um forte abraço a quem acompanhou, muito obrigada mesmo.



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No dia seguinte, depois de sonhos confusos com roupas camufladas e sobretudos pretos, acordei, sentindo o cheiro de chá invadindo minhas narinas. Me levantei, vesti minha calça jeans que estava jogada pelo chão e andei um pouco, mas bem pouco mesmo, até o que aparentava ser uma cozinha. Ao invés de recipientes com temperos havia jarros com olhos, ao invés de pratos no escorredor havia tubos de ensaio dos mais diversos tamanhos e formatos. Ao invés de mulher parecida com a minha mãe fazendo meu café havia um cara magrelo, extremamente branco, vestindo apenas um suéter mais largo do que ele e cuecas. Me aproximei, devagarinho e o abracei, ficando na ponta dos pés para lhe dar um beijo no pescoço.

– Bom dia – falou ele sorrindo – Dormiu bem?

– Muito bem – o larguei e cruzei os braços, meio envergonhado – E você?

Ele se virou de costas para a bancada da cozinha e me puxou de volta, me fazendo abraçar novamente sua cintura. Sherlock se abaixou um pouquinho e me deu um beijo. Senti um aperto no coração. Aquilo só podia ser saudade... Pura e simples saudade. Aquele lance da dor da separação novamente. E nem havíamos nos separado ainda. Depois desse aperto no coração, senti as mãos dele no meu peito, depois na minha barriga e logo em seguida se esgueirando para dentro das minhas calças.

– Se acalma um pouquinho – falei enquanto ria, com os lábios grudados aos seus – Você realmente gostou disso, né?

– Um pouquinho – Sherlock falou, encostando a testa na minha, se abaixando um pouco e voltando a me abraçar – Que horas o pessoal da sua excursão vai pegar o ônibus para casa?

– Uma hora da tarde – bufei – Sabe que horas são?

– Nem imagino – ele olhou para o lado em direção a um relógio de parede que devia ser a coisa mais convencional naquela cozinha inteira – São dez e quinze... Já quer se arrumar para que eu chame o táxi para te deixar no teu hotel?

– Pensei que a gente poderia fazer uma coisinha antes – As minhas mãos já estavam em sua cintura então foi mais fácil puxá-lo para perto de mim, fazendo-o sorrir – Sei lá, só pra se divertir um pouco... Pra você não ficar com saudades de mim... E pra deixar mais marcas nessa tua pele estupidamente branquela.

Sherlock riu e me puxou para o seu quarto, ignorando completamente a chaleira com o chá que ele estava preparando anteriormente berrando na cozinha.

...

– Você tem certeza de que quer me levar, Sherlock? – falei jogado em sua cama, enrolado em um lençol branco enquanto ouvia o barulho da água escorrendo pelo chão do banheiro – Eu posso ir sozinho...

– Sabe qual é a chance de eu te ver novamente tão cedo? Mínimas, John Watson, mínimas – ele gritou de dentro do banheiro.

– Mas eu te prometi que eu iria voltar- gritei de volta, me sentando na cama.

– Como se eu acreditasse em um cara que só me usa para fins sexuais – Ele falou. Pude notar pela sua voz que ele sorria.

– Como se eu realmente não tivesse nada melhor do que essa bunda seca – falei com uma risada – Estou contigo pelo teu dinheiro, quero só um sugar daddy.

– Bom saber disso, John – Sherlock riu e colocou a cabeça para fora do banheiro – Você não vem tomar banho? Vai voltar pra casa fedendo?

Mordi o lábio inferior e sorri para a visão de Sherlock com os cachos molhados, me chamando para tomar banho com ele. Fui para dentro do banheiro, largando o lençol para trás e entrando devagarinho no boxe. Ele já estava lá dentro, com a cabeça debaixo da água quente. Sherlock esticou o braço e pegou minha mão, sorrindo. Esperei que ele se inclinasse um pouco para que eu pudesse beijá-lo, sentindo a água quente escorrendo pelo meu rosto.

– Fica aqui – Ele pediu, como uma criança manhosa, gemendo no meu ouvido.

– Ficar aqui eu não posso – Respondi, sentindo novamente aquele aperto no coração – Mas eu posso voltar para Londres quando tudo isso acabar.

– Tem certeza de que você vai se lembrar de mim? – perguntou ele, com os braços em volta do meu corpo, me olhando fixamente com os olhos extremamente azuis – Depois de tanto tempo?

– Talvez... – dei de ombros – Você é um cara meio difícil de se esquecer.

Ele sorriu. Eu sorri. Decidimos não dizer mais nada e aproveitar os últimos minutos que tínhamos até o táxi (pago por Mycroft Holmes sem que ele soubesse, claro) buzinasse na porta do 221B.

...

– Pode parar aqui na esquina – falei para o taxista antes que ele virasse a rua. A viagem havia sido extremamente silenciosa. Sherlock não parecia querer conversar e eu também não estava muito excitado para fazê-lo – Obrigado.

– Fica na conta de Mycroft Holmes – Sherlock falou com um sorriso nos lábios antes de descer do carro. O taxista foi embora, deixando-nos na esquina próxima ao hotel em que eu deveria ter ficado hospedado. Sherlock se aproximou de mim, meio sem jeito, com um sorrisinho – Cá estamos.

– É... Cá estamos – Eu sorri sem graça para ele – Sherlock, eu... Só quero que você saiba que eu nunca vou esquecer esses dias que passamos juntos e...

– Ei – ele levantou a mão, me mandando ficar quieto – Não fala mais nada, por favor.

Ele colocou as mãos nos bolsos e olhou para nossos pés. Dei um passo pra frente, aproveitando-me do seu rosto já abaixado e lhe dando um beijo carinhoso nos lábios. Ele sorriu, olhando para o meu rosto.

– Não me esquece, por favor – ele pediu.

– Não dá – eu respondi, sentindo seus braços envolvendo meu corpo em um abraço – E os chupões no meu pescoço vão demorar bastante tempo pra sair.

Ele riu e me soltou. O ônibus já esperava os meus colegas na frente do hotel. Era o mesmo ônibus, mas os passageiros eram claramente diferentes; As meninas agora estavam mais vestidas, os moleques mais quietos... Parecia que Londres havia mudado todo mundo, pelo menos um pouquinho. Voltei a olhar para Sherlock que tinha os olhos fixos no meu rosto.

– Então... Até depois do Afeganistão ou do Iraque – sorri estendendo a mão para que ele apertasse.

– Até – ele apertou minha mão.

Ficamos um minuto inteiro de mãos dadas, sem coragem de nos soltarmos. Quando notamos que estávamos começando a ficar ridículos, nos soltamos e cada um seguiu seu caminho. Dei uma olhada para trás para ver se ele ainda estava ali, se eu podia olhar mais uma vez para Sherlock antes de ficar tantos anos sem vê-lo, mas ele já havia pego um táxi de volta para casa. Me encontrei com meus colegas, que imediatamente me perguntaram onde eu estive.

– Eu estava conhecendo outras partes de Londres – falei, com um sorrisinho triste nos lábios.

– Conheceu alguém, soldado Watson? – riram de mim, enquanto um deles cutucava o meu braço com a intenção de me provocar – Foi lá naquele pub, né? Não te vimos desde aquela noite.

– Mais ou menos – agora eu sorria de verdade, passando os dedos pelos meus cabelos ainda meio úmidos – Mas isso eu conto pra vocês quando foram grandinhos o suficiente para entender.

Eles riram e jogaram a minha mochila em meus braços. Até havia esquecido de que eu realmente carregava alguma bagagem. Meus amigos começaram a me dizer o quanto o Big Ben era incrível e como o London Eye proporcionava uma visão muito perfeita de Londres e tudo o que eu conseguia pensar era em uma expressão que nunca mais teria o mesmo significado.

Foda-se.


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