Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 9
Capítulo 8 - Um Sorvete Sempre Ajuda


Notas iniciais do capítulo

Heey Cupcakess!! Como vão??

Postei mais tarde hoje por causa do jogo do Brasil. E ai? Quem viu? E o que acham que vai dar contra a Alemanha???

Musica do Cap: Birdy - Not About Angels
Beijocaaass!!



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Consigo acalmar Gin antes que Sara ou meu pai chegarem. Aconselho-a tomar um banho e colocar uma roupa confortável e ela o faz. Quando sai do banheiro a surpreendo com um pote de sorvete de creme, o qual eu sai correndo para comprar. Ela o pega sem discutir e se senta em sua cama.

– Está melhor? – pergunto a ela que toma uma colherada do sorvete. E como que não poderia ficar de fora, trouxe uma colher para mim também.

– Já estive melhor. – responde depois de um longo suspiro. Passo a minha colher pelo sorvete de creme. – Porque está me ajudando?

– Querendo ou não você é minha nova irmã. – falo dando os ombros. Não consigo arrancar nenhum sorrido de seu rosto. – Se quiser pode desabafar comigo.

– Não sei se quero contar sobre esse filho para as pessoas. – declara fungando com nariz. – Tenho medo de ser julgada.

– Você não pode ter um medo bobo desses, Gin. As pessoas vão te julgar por tudo o que você fizer, mesmo que isso não inclua um filho. Eu penso de uma maneira bem pratica: Se estou feliz, as outras pessoas que se explodam.

– Queria ser assim. – ela dá um leve sorriso em minha direção. Eu suspiro e faço um sinal para que ela desabafe mais. – Minha mãe nunca vai aceitar isso.

– Pelo pouco que conheço de Sara sei que ela não vai jogar uma filha e um neto no lixo, Gin. Ela e meu pai vão te ajudar, querendo ou não. E se eles se recusarem eu te ajudarei.

Eu sei que parece estranho eu me solidarizar com ela de repente, mas, se coloque um pouco no lugar de Gin. Uma adolescente de 17 anos que não sabe nem o que vai fazer da vida com um filho nos braços. E ainda tem a mãe, o namorado e as pessoas a julgando. Não posso ser mais uma dessas pessoas. Sei como é se sentir solitária e não desejo isso para ninguém, nem mesmo para ela que me fez tão mal antes mesmo de me conhecer direito.

– Não sei como falar isso para Harry. – ela coloca as mãos entre o rosto e lagrimas silenciosas começam a rolar pela sua bochecha. – E se ele... Recusar o filho?

– Então ele será um idiota. – concluo levantando as sobrancelhas, séria. – Ele pode até terminar com você, mas abandonar um filho é crime, Gin. Harry vai ter que assumir as responsabilidades, querendo ou não.

– Não quero passar por isso, Jane. – ela já está na metade do pote de sorvete. – Eu nem sei por onde começar. Um emprego? Largar a escola?

– Nem pense nisso! – falo em voz alta. – Primeiro precisa entender isso. Terá um filho. Depois abra o jogo com Harry. Ele tem o mesmo direito que você, afinal é o pai.

– Tudo bem. E enquanto a minha mãe?

– Ela precisa saber isso de você e não das outras pessoas. Conte a ela e fale tudo o que quiser e precisar falar. Sara vai brigar muito com você mais também vai lhe ajudar.

Um silencio paira no quarto.

– Vou falar para Harry amanha. Eu prometo. – declara com os olhos molhados. Eu a abraço de novo e resolvemos assistir uma comedia na TV. Gin parece distraída com o filme, mas sei que ela não consegue tirar o seu filho da cabeça. Ela adormece primeiro, encostada nas costas da cama. Eu a ajeito e cubro seu corpo. Depois vou para o meu quarto e durmo.

***

Está frio de manha. Tomo uma ducha e coloco uma roupa quente, um suéter com o ombro caído branco com corações pretos, uma calça jeans cinza, o meu velho All-Star preto, uma bolsa cinza e uma touca caída preta.

Gin está melhor, mas seus olhos ainda estão inchados. Ela acordou no meio da noite e acabou vindo para o meu quarto, onde dormimos no chão depois que ela chorou mais um monte. Mas, convencida, vai contar tudo hoje para Harry.

Ao entrarmos na escola acompanho Gin até o seu armário, onde suas amigas, que não sabem que ela está grávida, me encaram com nojo. Eu ignoro e peço para que Gin fique bem. Ela assente.

Só depois vou até meu armário e acabo não vendo meus amigos, por falta de tempo. Assim que pego meus livros tenho que sair correndo para a aula de Esportes, a qual ainda terei que me trocar.

A manha passa rápido e não consigo tirar Gin da cabeça. Ela me disse que contaria tudo para Harry no almoço e, quando o sinal bate, vou direto para o primeiro andar, onde se localiza o seu armário.

– E ai? – pergunto ofegante assim que chego ao seu lado. Sua cara demonstra o nervosismo que está em seu coração.

– Ainda não falei nada. – declara suspirando pesado. Começamos a andar em direção a porta de entrada. – Acho que ele está no campo de futebol.

– Quer que eu vá com você? – pergunto mordendo a parte de dentro da boca. Ela assente, então partimos juntas para fora da escola.

O campo fica um pouco afastado do prédio principal, depois do estacionamento, mas assim que chegamos avisto Harry. Ele está conversando em uma roda de amigos encostado na arquibancada do outro lado do gramado.

– Não vou conseguir falar para ele na frente de tantas pessoas. – fala Gin colocando a mão no estomago, como se estivesse enjoada.

– Chame ele para cá. Diga que é importante. – insisto colocando a mão em seu ombro para lha dar coragem. – Vou estar ali sentada. Qualquer coisa me chame, ok?

Ela assente e começa a andar em direção a rodinha. Quando Harry a vê sorri e, nesse momento sei que vai dar tudo certo. Seu olhar brilha. Sento-me na arquibancada.

Com isso, vago os olhos para o estacionamento enquanto penso na vida. Preciso descobrir o que o meu pai tanto me esconde. Hoje, depois da escola, vou pesquisar todos os nomes dos caras que encontrei no Anuário.

Depois de alguns minutos avisto um certo loiro andando no estacionamento ao longe com um cigarro na mão, indo em direção ao seu carro, um Ford Maverick preto. Ele está com uma menina morena que sorri e se insinua para ele no caminho. Andrew encosta a menina no carro e a beija com paixão.

Fico boquiaberta. Como o cara me passa a maior cantada e depois sai beijando morenas bonitas por ai?! Estou quase explodindo de raiva quando ouço uma confusão do outro lado do campo.

Não consigo ver muita coisa, mas assim que me levanto da arquibancada que estou sentada vejo o cabelo de Ginna no meio da rodinha que começa a se formar em volta. Corro o mais rápido que consigo até lá.

– Como você fez isso acontecer?! – pergunta, gritando, Harry. Não consigo o ver, mas sua voz transmite raiva. Para passar no meio das pessoas que estão em minha frente as empurro pedindo licença.

– Faça essa pergunta direito Harry! – grita de volta Ginna. Ela parece nervosa. – Eu não fiz esse filho sozinha se é isso que pensa!

– Acha que isso é desculpa pra não tomar a pílula?! – ele grita ainda mais alto. – Você é uma grande idiota! Não vai ter esse filho.

Estou prestes a interferir na briga quando vejo os olhos de Ginna marejando. Mas as lágrimas não são de tristeza.

– Eu vou ter esse filho você querendo ou não, está me entendendo? – ela fala com a voz baixa mais ameaçadora. – Perguntei se entendeu!

– Você não vai! – ele a pega pelo braço com força e, pela reclamação de dor que sai da boca de Ginna, sei que a está machucando e muito. – Não vai estragar a minha vida!

– Pare já com isso! – grito me botando no meio dos dois e empurrando o peito de Harry com uma das mãos. Ele larga Ginna, que anda um pouco para trás assustada, e me olha com um ódio muito grande. – Que foi? Vai me bater agora?

Não queria ter feito essa pergunta. Ele levanta a mão, ameaçando me empurrar em direção ao chão. De repente, tudo fica em câmera lenta. A sua mão está indo diretamente para o meu rosto e eu me preparo para o impacto.

– Se você encostar um dedo nela está morto! – Andrew agarra a mão de Harry no meio do caminho e se mete entre nós dois, me deixando atrás de si. Ele empurra Harry que cambaleia um pouco para trás.

– Ahm, o namoradinho veio defender a mocinha! – ele cantarola. Andrew está na minha frente, protejendo-me de qualquer ataque do idiota. Mesmo assim, não fico com medo.

– Eu não preciso que me protejam. – saio de trás de Andrew e caminho até Harry, parando em sua frente. – Alias, está sujo aqui. – Aponto para a sua bochecha e vejo a sobrancelha de Harry se levantar, perguntando o quanto aquilo seria importante no meio de uma briga dessas. Antes que ele se de conta do meu próximo ato lhe dou um tapa estalado na cara.

As pessoas gritam em comemoração ao meu redor. Harry se surpreende de primeira. Depois, com ódio nos olhos, ameaça me bater, mas olha para todos em volta, só agora percebendo a plateia que atraiu.

– Tudo bem, vadia. Você ganhou por hoje. Mas vai ter volta. – ele se vira e abre caminho entre a multidão. Entra em seu conversível parado no estacionamento e vai embora.

– O que estão olhando?! – grita Andrew apontando para as pessoas em sua volta. – Vão! Saiam daqui, o show acabou!

Aos poucos, todos fazem o que Andrew pediu. Eu vou ao encontro de Ginna, que chora, e a abraço forte, o mais forte que consigo.

– Calma, calma! Faz mal para o bebê! – murmuro contra o seu ouvido no meio do abraço. Quando nos separamos pergunto preocupada com seu rosto entre as mãos. – Você está bem? Ele te machucou?

– N-Não. – ela responde limpando as lagrimas em suas bochechas. – Vou ligar para a minha mãe. Preciso ir para a casa.

– Eu vou com você. – digo decidida.

– Não, preciso de um tempo sozinha com ela. – fala e eu assinto com a cabeça. Eu lhe dou mais um abraço e ela caminha rumo a escola.

Suspiro alto e olho para quem eu sei que ainda está parado atrás de mim, me encarando. Andrew não sorri como a maioria das vezes. Ele coloca as mãos no bolso e chega perto de mim, parando em uma distancia considerável.

– E ai? Agora eu mereço um obrigado, gatinha? – ele me faz rir um pouco. Então o seu sorriso volta com a minha risada e até fico feliz. Eu assinto e tomo a palavra.

– Foi... Legal da sua parte fazer isso.

– Só isso? Puff! – ele faz esse som com a boca e dá uma voltinha, negando com a cabeça. Eu rio. – Pensei que fosse ganhar um beijo.

– Pensou errado, bem errado senhor Andrew. – falo isso com normalidade mais estou fervilhando por dentro. Meu sorriso morre. Ela acabara de beijar aquela morena no estacionamento e ainda diz na minha cara que quer ficar comigo?! – Vou indo.

Saio antes que ele possa falar mais alguma besteira.


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Notas finais do capítulo

Tretaaaaa!! Hahahahahaa!!

Comentem o que acharam!!

Beijocaas!!



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