Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 8
Capítulo 7 - Monstros S.A


Notas iniciais do capítulo

Heey!!

E ai?? Como vão???
Ahmm, eu queria agradecer as minhas leitoras lindas que estão começando a comentar mais. Sério! Obrigada!! E queria dedicar esses caps para elas: gilbitchs ; thaisbarb ; Anna Katharina!!

Musica do CAP: Jason Derulo - Talk Dirty
Beijooocas!!



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O dia foi péssimo depois daquela primeira aula. Acho que nunca na minha vida inteira eu passei tanto nervoso com um garoto. Tá, eu nunca havia ido a uma escola, mas eu convivia com alguns garotos. Bem poucos, mas convivia.

Meu primeiro amor foi aos sete anos. A casa da frente, a qual morava uma velinha, foi vendida depois de sua morte. Os novos donos tinham um filho de mais ou menos dez anos, um menino moreno com sardas nas bochechas.

Foi amor a primeira vista, pelo menos da minha parte. Como não podia sair de casa sem a autorização do meu pai então pedi que minha professora na época, Lilian, falasse com ele para que tivéssemos uma aula ao ar livre. Então, quando Lilian precisou ir ao banheiro eu corri para a casa da frente e bati na porta.

Lembro-me até hoje da reação dele quando eu o beijei. Primeiro me afastou com um empurrão e depois reclamou: “Eca! Ela me beijou!”.Então sua mãe veio ver o que estava acontecendo. Mas eu já estava longe, já estava na parte de trás do meu quintal, em cima da casa na árvore. Eu chorei muito naquele dia.

– Você está bem? Parece... Irritada. – conclui Ashley arrumando os cadernos que tem em mão. Eu e ela estamos andando pelo corredor do primeiro andar, indo em direção ao estacionamento.

– Vou ter que fazer um trabalho de Convivência Social com um idiota que me fez perder o meu celular. – declaro coçando a testa. Ashley estoura uma bola de chiclete.

– Ele é tão irritante assim? – pergunta depois de mais um tempo mascando o chiclete. Assinto com a cabeça. – Qual é o nome dele?

– Andrew Taylor. – quando digo o nome dele até me vem um gosto ruim na boca. Eca!

– O Andrew Taylor?! – ela dá ênfase no “O” como se ele fosse um Pop Star. Respondo afirmamente. – Você está de brincadeira comigo? Ele é um gato!

– Mas é um idiota.

– E daí? Ele é um G-A-T-O! – Ash diz cada letra calmamente, como se tivesse participando de um concurso de soletração. – Vai embora com a vadia hoje?

Eu contei a Ash sobre Ginna e ela confirmou: A minha querida irmãzinha é exatamente como eu pensava. Quando elas estavam no quinto ano Ginna jogou suco na cara de Ash e ainda faz todas as suas amigas se virarem contra ela. Mas, logo depois, conheceu Lírio e Dora, o que fez as coisas melhorarem.

– Não. Preciso fazer... Uma pesquisa.

– Ahm, aquele trabalho chato de Inglês? – pergunta-me com a voz entediada. Enquanto fala comigo digira uma mensagem em seu celular.

– Não. É algo mais... Pessoal.

– Uhmm... – ela pensa com as unhas batendo no queixo. – Quer descobrir se seu namorado está te traindo? Porque se for isso eu estou dentro! Amo dar uma de detetive! Me chame de Sherlock Homes!

– Não! Eu não tenho namorado! – Ash não parece acreditar, mas mesmo assim continuo. – É sobre faculdades. Estou pensando no futuro.

– Já sabe o que vai fazer?

– Não. Na verdade quero visitar algumas para ver sua estrutura. – espero um pouco e depois faço a pergunta que quero fazer desde o começo. – Sabe se tem algum ônibus que vai para a Universidade Estadual de São Francisco?

– Acho que o 1670 passa lá. – diz indicando o numero do ônibus. – Se quiser te levo no ponto em frente a praia. É mais fácil desses ônibus passarem lá.

– Seria ótimo. Valeu.

Mando uma mensagem para Sara dizendo que vou fazer um trabalho na casa de Ash e que volto antes das 20:00 horas. Ela responde que tudo bem, então nem me dou o trabalho de avisar meu pai.

No caminho penso no que vou encontrar pela frente. Será que quero mesmo descobrir isso? Ou a única coisa que vou ganhar indo até lá é um machucado ainda maior dentro de meu peito?

– Ouviu o que eu disse? – pergunta Ash estalando o dedo na minha frente quando o carro para em um farol. Eu pisco para voltar a consciência.

– Não. – admito e ela ri. Não entendo. – O que tem tanta graça?

– Falei que você está caidinha pelo Andrew. – o sinal já passou para o verde e Ash pisa fundo no acelerador. Reviro os olhos.

– Eu nunca vou gostar daquele garoto idiota! Ele me fez de besta. – declaro olhando a rua com o carro em movimento.

– Aposto dez dólares que você começa a gostar dele.

– Aposta feita.

***

Quando chego na faculdade me surpreendo com a sua grandeza. O ônibus me deixa algumas quadras antes da Universidade e pelo caminho já percebo um numero considerável de jovens.

O prédio principal está na minha frente. Ele é branco, marrom e creme, uma mistura bem comum nas faculdades. Parece ter por cerca de oito andares. É introduzido por um jardim bem cuidado onde alguns alunos se sentam, aproveitando a primavera.

– Com licença. – falo para a moça na recepção, uma mulher com rabo de cavalo que tem por volta dos 40 anos. – Preciso de uma informação sobre ex-alunos.

– Claro. Suba mais dois andares e entre na Sala de Fichas. Lá você encontrara alguém que vai ajuda-la a procurar as fichas que quer.

– Obrigada.

Subo mais dois andares de escada mesmo. Minha pulsação começa a acelerar quando chego na porta da Sala de Fichas, não sei se pela subida ou se pela ansiedade.

Imagine uma Sala de Fichas.... A minha imaginação, antes de entrar aqui, pensou em algo com vários armários com gavetas grandes onde fichas são guardadas por ordem alfabética.

Agora vire o que imaginou de ponta cabeça. Então. A sala é horrivelmente bagunçada. Folhas estão no chão, o lixo está caído e a mulher em frente ao computador dorme em cima do teclado.

Bato na porta. Ela não acorda. Bato mais forte. E depois mais forte ainda. Até que resolvo fechar a porta com toda a força que tenho. A velha levanta assustada.

– Fogo! – grita de primeira. Depois, quando me vê parada no meio da sala, bufa. Eu estou segurando a risada ao máximo. – O que você quer?

– Estou procurando a ficha de um aluno do ano de 1987. Ele entrou na faculdade nesse ano. – a mulher me olha de sobrancelhas levantadas.

– Para que você precisa isso?

– Trabalho de escola. – isso sai automático. Agora, pensando bem, essa é a minha maior desculpa nos últimos dias. Amo você, escola (mentira).

– Qual o nome da pessoa?

Vish! Esqueci completamente do nome dele. Como procurar um cara sem nome?

– Ehrr... – pense em um nome sua lenta! – Andrew.

Claro! Você tinha que pensar no nome daquele idiota não é? A mulher digita algo no computador e depois de alguns segundos ela vira a tela para mim. Na busca apareceram sete homens.

– Achou o seu Andrew? – parece ridículo mais quando ela diz isso me arrepio inteira, com a ideia de Andrew ser meu. Finjo olhar atenta para as fotos.

– Será que pode me deixar ver isso por mais alguns segundos? Preciso consultar uma lista aqui no meu caderno. – levanto o livro de Inglês que seguro em mãos.

A mulher bufa e se levanta, deixando eu me sentar em sua cadeira.

– Vou tomar um café aqui do lado, você tem 10 minutos. Se alguém te encontrar aqui digo que tive uma disenteria e ainda te processo por calunia, entendido? – assinto com a cabeça. Ela sai.

Digito o nome do meu pai e sua foto jovem aparece na tela. Ao entrar em sua ficha acho o nome da minha mãe, como sua mulher. Depois de olhar em tudo acabo desistindo. Nada do nome do garoto.

– Acabou o tempo. – a mulher entra e aponta para a saída.

– Sabe me informar onde é a Biblioteca?

– Suba mais dois andares. – declara batendo a porta. Esse mundo é cheio de pessoas bipolares ou eu estou ficando maluca?

Faço o que ela diz e logo encontro o que procurava. Na sessão dos Anuários procuro o de 1991, o ano que meus pais se formaram. Quando o acho, levo meus pés até uma mesa vazia.

São 253 paginas. Bato o olho em todos os alunos loiros e anoto seus nomes. Tenho certeza que a velha que cuida da Sala de Fichas não vai mais me deixar entrar lá, então vou ter que pesquisar na internet mesmo.

São 47 caras loiros no total. Quando acabo são 18:00 horas. Com seus nomes anotei todas as paginas que preciso fazer copia. Na Biblioteca mesmo tem uma impressora então faço tudo lá.

Minhas pernas doem e minhas mãos também, mas, como uma boa leitora, levo o livro no lugar de onde o tirei. Com as folhas dobradas copiadas dentro do caderno saio do prédio.

Estou caminhando em direção ao ponto de ônibus quando ouço meu nome sendo chamado. Viro-me e quase caio no chão.

– Ian?

– Oi. – ele chega perto e me dá um beijo na bochecha. – O que está fazendo aqui?

– Eu é quem te pergunto isso. – falo tentando deixar o assunto “O que você está fazendo aqui” para depois.

– Uns amigos meus estudam na SFSU. Você está me seguindo ou o que? – eu rio e nego com a cabeça.

– Vim ver a Faculdade. Preciso pensar no futuro. – declaro começando a andar. Ian vem caminhando ao meu lado.

– Você está a fim de dar aquele passeio de moto que eu tinha proposto? – pergunta sorrindo de lado. O sorriso dele é doce e não se parece nada com o de Andrew. Argh! Pare de pensar nele!

– Claro. – concordo por automático. Ele me guia pelo estacionamento e me dá o capacete. – Tem medo de velocidade?

– Nem um pouco. E você? – falo isso como se eu fosse a dona da moto e não ele. Ian se senta e eu me sento em sua traseira, já com o capacete.

– Que coincidência. Eu também não. – ele arranca com a moto depois que fala isso e me arrependo eternamente de ter aceitado.

***

Chego em casa depois das 19:30. Ian e eu fomos até um café, que ele julgou ser seu preferido, e comemos Cupcakes temáticos. O meu era um mostro, aquele verde de “Monstros S.A”, Mike. Ian escolheu o seu parceiro, Sulley, o monstro maior e azul.

Ok, sair com ele não foi tão ruim. Eu ri e por um milésimo de segundo consegui deixar a minha ansiedade de lado. Ian me deixou uma quadra antes de casa por pedido meu.

Abri a porta e não achei ninguém na sala nem na cozinha. Resolvo não gritar pois, se meu pai e Sara estiverem falando mais algo sobre meu passado, quero ouvir. Subo as escadas em silencio.

Então ouço um soluço. E ele é seguido de vários. Olho em volta do corredor, já no andar de cima, e percebo que esses sons vem do quarto de Ginna.

Não me importando, abro a porta tentando não fazer barulho.

A encontro caída no chão do banheiro chorando. Ginna ainda não me vê e eu aproveito para analisar a situação. O vaso sanitário está sujo de vomito recém jorrado e o box do chuveiro está molhado. Em cima da pia está... Não pode ser.

– Gin? – é a primeira vez que pronuncio o seu apelido e ele sai com dó de minha boca. Assustada, ela me olha de cima a baixo.

– O que você está fazendo aqui? – grita em plenos pulmões. Mas isso sai mais como um sussurro rouco do que como qualquer coisa.

– O que aconteceu? – me aproximo dela ignorando a sua pergunta. Sento-me ao seu lado no chão do banheiro. Ela parece vacilante. – Pode falar pra mim Ginna.

– Quem disse que você não vai espalhar pra todo mundo que Ginna “A menina mais gostosa da escola” estava chorando no banheiro? – pergunta com a voz rude.

– Não tenho nada contra você Ginna. – exclamo olhando em seus olhos mel. – Comigo você não precisa fingir com aquele sorriso falso.

– Meu sorriso não é... – um soluço invade a sua voz e o inesperado acontece. Ela me agarra em um abraço forte, nem um pouco parecido com o nosso primeiro abraço. Retribuo com a mesma intensidade. No meio do abraço ela fala consigo mesma, como se estivesse tentando colocar esse pensamento em sua mente. – Não posso estar grávida, não posso.


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Notas finais do capítulo

Gin gravida... Problemas apenas começando hein?!
Hahahaha!!!

Beijooocas!!



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