Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 33
Capítulo 32 - Sozinha


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey Cupcakeeeees!! Como estããão??

Eu sei que demorei um pouquinho bastante, mas não teve jeito, desculpem. Apenas essa semana tive três provas! Tipo imagine a minha cabeça como está!
Ahmmm!! E OBRIGADA PELOS 200 COMENTÁRIOS!!!!! ESTOU MEGA HAPPY, NUNCA NENHUMA FIC MINHA TINHA IDO TÃO LONGE E COM TANTOS COMENTÁRIOS!!
Bom, pra compensar a minha falta, estive pensando em fazer meio que um "especial". Que tal um fim de semana só de Passado Obscuro? Tipo, sexta tem cap, sábado também e domingo também!! Falem se topam nos comentários!

Musica do CAP: Justin Timberlake - Not a Bad Thing (meu Deus, que musica é essa! Uma das minhas preferidas).
Beijooooocas!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/518420/chapter/33

Eu entro na casa hesitante. Não quero encontrar meu pai agora, mas sei que preciso. Ginna está sentada no sofá com as pernas para cima e o rosto branco. Eu entro completamente e deixo a minha bolsa na poltrona.

– O que houve? – eu me sento no chão e agarro a sua mão.

– Sei lá, não estou passando muito bem. – ela coloca a mão na testa e enxuga o suor frio que desce pelo seu rosto. – Já vomitei umas três vezes e não consigo comer nada.

– Onde está Sara? – eu me levanto e vago o olhar pela sala de casa.

– Não sei. Ela saiu cedo com o seu pai, disseram que iriam resolver algumas coisas do casamento. – Gin vem atrás de mim cambaleante.

– Vem, vamos para o quarto. – eu faço com que ela se apoie em mim e a deixo na cama. – Vou fazer um chá e ligar para a sua mãe ok?

– Já tentei, celular desligado.

– E pra sua médica?

– É uma boa! O celular dela está na agenda em cima da mesa. – eu desço as escadas e coloco a água para ferver. Depois procuro o telefone da médica.

Ela não diz nada de mais. Fala que é normal da gravidez e que, caso não melhore, para marcar uma consulta. Indica um remédio, o qual eu saio de casa para comprar. Quando volto o dou para Gin, que logo cai em um sono profundo.

Eu estudo para a prova de Matemática que terei amanha, mas não deixo de pensar em o que dizer quando meu pai chegar. Eles demoram e isso só piora a situação, minha ansiedade aumenta.

– Onde vocês estavam? – pergunto quando a porta se abre. Sara entra primeiro e levanta as sobrancelhas pelo meu tom de voz.

– Vendo algumas coisas para o casamento. E porque está falando assim? – ela entra e deixa a bolsa em cima do sofá. Meu pai entra logo depois e meu estomago se revira.

– Ginna estava passando mal. – Sara rapidamente sobe as escadas, nem me dando tempo para continuar. Eu e meu pai ficamos sozinhos na sala.

– E então, como foi o dia na escola? – ele pergunta inocentemente.

Eu não acredito nisso! Acabei de sair do hospital, o qual ele nem foi me visitar, depois de uma crise de asma seriíssima e a única coisa que ele pergunta é como foi o meu dia de aula?

– Pai, precisamos conversar.

– Tem que ser agora? – ele faz uma careta estranha e aponta para a cozinha. – É que eu prometi para a Sara que faria o meu famoso Ensopado de Frango para o jantar e você sabe como esse prato dá trabalho e...

– Chega! – eu grito com os olhos vermelhos. Ele me olha estranho – Chega pai! Eu cansei de ter que te aguentar assim!

– Não fale assim comigo mocinha! Quer ficar de castigo de novo? – exclama apontando o dedo indicador para mim e se aproximando.

– Puff! – eu faço um som de deboche e rio de modo irônico. – Eu sei de tudo ok? Não precisa mais fingir nada.

– Do que você está falando, minha filha? – ele rola os olhos e franze o cenho. – É mais um daqueles problemas chatos de adolescentes ou...

– Eu sei que você não é meu pai! – isso sai de mim como um grito enorme, o qual toda a vizinhança pode ter escutado. É como se todos os meus problemas saíssem das minhas costas, mas o peso de tudo não diminuísse. Por incrível que pareça, senti que ele só aumentou.

– O-O que? – ele gagueja e arregala os olhos.

Foi nesse momento. Não sei por que, não sei como ou qual sensação me fez ter tanta certeza, mas eu tive. Ele não era meu pai. Pelo seu olhar, seu modo de se portar e principalmente pelas suas palavras. Se fosse mentira meu pai, meu verdadeiro pai, não gaguejaria ou falaria apenas “O que?”.

– Meu pai é Julian, não é?

– Deixe de besteira Jane! – exclama virando de costas e caminhando em direção a cozinha. Eu o agarro pelo cotovelo e, mesmo tendo que fazer muita força, faço que se vire de novo para mim.

– Não é besteira! – eu declaro em voz alta. Minhas bochechas já estão molhadas de lagrimas. Ele evita o meu olhar. – Julian é o meu pai e eu tenho certeza disso! Você pensa que ele está morto, mas ele não está. Ele me contou a verdade.

– O que? Julian está morto! – ele chega perto de mim e coloca as mãos em meus ombros. Seu olhar é piedoso. – Você está se sentindo bem?

– Eu não estou maluca, se é isso que pensa. – minha voz é debochada. Eu afasto suas mãos dos meus ombros. – Quer que eu traga Julian para você ter certeza?

– O que está acontecendo aqui? – Sara está parada ao lado da escada e tem Ginna ao seu lado. As duas estão com caras espantadas, provavelmente pelos nossos gritos. Antes de meu pai responder eu o corto.

– Está acontecendo que ele mentiu para mim a vida inteira! – eu choro como nunca pensei ser possível uma pessoa chorar, soluçando muito. – Ele não é meu pai, não é!

– Jane eu já disse que...

– Pare Richard. – eu olho atentamente para Sara quando ela fala isso. Vejo lagrimas em seus olhos. – Não vê que não pode mais mentir para ela? Jane tem o direito de saber a verdade.

– Mãe. – Ginna olha para a mulher ao seu lado com uma cara espantada. – Essa é uma conversa entre eles dois. Não podemos...

– Ginna. – repreende Sara com o olhar duro. A menina fica quieta e a mulher volta a falar mais calma do que antes. – Se você não contar, eu conto Richard.

– Ele não vai... – eu começo, mas sou cortada pelo homem que eu pensei sempre ser meu pai.

– Eu falo.

Uma pausa grande acontece. Tão grande que eu penso que o tempo parou, como se Deus quisesse me poupar de ouvir o que ele tem a dizer a seguir. Richard se senta no sofá e coloca as mãos na cabeça.

– Quando eu conheci a sua mãe me apaixonei desde o primeiro momento que botei os olhos nela. Começamos a namorar pouco tempo depois e logo eu apresentei ela para a minha família e meus amigos. Foi quando Julian entrou na historia.

Lagrimas corriam pelo rosto dele. Sara sentou-se ao seu lado e colocou sua mão por cima da dele, o dando apoio. Ginna ficou do meu lado, como se sentisse que iria precisar dela em qualquer segundo.

– Ele e sua mãe brigavam o tempo inteiro. – ele ri, negando com a cabeça. – E eu queria apenas que eles se dessem bem, sabe? Então fiquei insistindo para que eles se aproximassem, para serem amigos. Foi ai que veio a surpresa. Windy disse que havia se apaixonado.

Nesse momento eu já estava chorando muito mais. Era a mesma coisa que a minha mãe havia escrito naquela carta que encontrei na casa de Bob, o detetive da morte de Julian.

– Eu não tinha o que fazer Jane. Não podia obrigar a sua mãe a ficar comigo a força. – ele funga e me olha nos olhos. – Depois de um tempo eles terminaram e Windy veio falar comigo, disse que havia errado em ficar com ele. Eu ainda a amava, então voltamos.

– Conte tudo querido. – Sara passava a mão pelas suas costas em um carinho. Ele assentiu e se ajeitou no sofá.

– Julian havia ficado possessivo, maluco. Ele queria a sua mãe de qualquer jeito. Eu disse a ela para procurar a policia, mas acho que Windy era boa demais para isso. Uma noite antes da morte de Julian eu... Fui a casa dele.

– Por que? – perguntei curiosa. Essa parte da historia eu não sabia.

– Disse que chamaria a policia, para que deixasse Windy em paz. – ele olha para o chão e enxuga uma lagrima que caia. – Eu não sabia que ele iria morrer, entende? Mas agora, se ele está vivo... Windy descobriu que estava grávida dias depois. Eu nunca soube se esse filho era realmente meu. Sua mãe disse que acontecesse o que acontecesse, eu era seu pai oficialmente no cartório.

– Por que não me contou tudo isso? – pergunto cruzando os braços.

– Eu tinha medo, Jane. – ele se levanta e fica frente a frente comigo. – Você sofreu tanto com a morte da sua mãe e eu não queria que se sentisse abandonada por mim.

– Mas foi assim que eu me senti! – digo apontando para o meu peito. – Você escondia coisas de mim as quais eu nunca pensei que poderiam ser verdade! Vem me tratando mal e ainda nem pensou em mim quando veio se mudar de novo para São Francisco!

– Eu só queria o seu bem, minha filha.

– Não me chame mais de filha. – eu deixo que a minha raiva tome conta de todo o meu corpo. – Estou cansada de tentar entender as coisas racionalmente. Cansada de bater de cara no chão a cada palavra que é dita por todas as pessoas que amo.

– Jane você tem que tentar entender o lado do seu pai. – Sara se levanta e coloca a mão em meu ombro. – Por favor, não faça nenhuma besteira.

– Como Ginna disse, não se meta no que não é problema seu. – eu me afasto e enxugo totalmente o meu rosto. – É isso o que você tinha para me dizer Richard?

– Jane se acalme antes de tomar qualquer decisão. – ele caminha em minha direção, mas novamente eu desvio.

– Não vou mais ficar aqui. – declaro já subindo as escadas. Todos me seguem correndo, mas eu tranco a porta do meu quarto antes de qualquer um deles entre.

Nem tenho tempo de ver o que está acontecendo. Apenas rumo para o guarda roupa e junto a maior quantidade de roupa que consigo. Pego o essencial e logo estou com uma bolsa de costas na mão.

– Jane? – Andrew atende no primeiro toque, como se estivesse esperando a minha ligação. Eu deixei minha bolsa lá embaixo, mas estava com o celular no bolso.

– Você pode... Pode vir me buscar? – eu soluço e tenho dificuldade em falar.

– Está em casa? – ao fundo da ligação o ouço pegando a chave do carro e uma porta se batendo. Eu murmuro algo em resposta. – Estou indo, fique calma. Eu te amo muito.

Ele desliga. Esse seu “eu te amo muito” só fez as coisas piorarem. Me fez lembrar que Andrew era meu irmão, que eu ainda teria que falar com Julian e que não tinha para onde ir.

Mas principalmente me fez lembrar que eu estava completamente e totalmente sozinha. Não havia ninguém que me desse um porto seguro, como meu “pai” me dava.

– Me ajude mamãe. – agarro o anjo em meu pescoço e pulo da sacada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Visssssssssh!!! Agora a coisa ficou feia :(

Não se esqueçam de falar se querem o "FINAL DE SEMANA ESPECIAL".

Beijoooocas!!