– VAI LÁA DICKY!

O famoso karaokê entrara na festa. O palco era um relevo na sala de estar; um aparelho projetava as letras na parede logo atrás. Dick e BEN soltavam a voz junto com Bruno Mars. Jane dava todo o incentivo junto com Jasmine. Tudo ia bem... Entre aspas. Na verdade se Slender e Zalgo chegassem naquela hora, seria um desastre.

Ao final da música, aplaudiram e uivaram por terem gostado do espetáculo. Uma terceira pessoa resolveu subir ao palco. Adivinhe quem?

– SOBRIIINHO, me de a honra de cartar com você!

– Tio Offender? – Indagou perplexo, mas um sorriso brincava em seus lábios. – E você por algum acaso sabe cantar algo?

– Eu e seu pai ganhamos três torneios de karaokê, criança. Então cale essa boca se não for para cantar.

Nina the Killer subiu ao palco com um microfone, dizendo de um jeito bem animadinho:

– Sou MC Nini e apresento a vocês o segundo round de karaokê dessa festa sem supervisões! Apresentando Dicky e Offender!

– UHUUUUUUUUUU! – A multidão gritara. E logo a música começara a rodar.

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– MAAAAASKYYYYY! AONDE VOCÊ VAI? AINDA NÃO TERMINEI DE FALAR COM VOCÊ!

Masky continuava a correr sem parar de Hoodie que insistia no assunto.

– FICA LONGE DE MIM! – Gritava de volta.

– QUAL É? ESCUTE, EU TENHO UMAS PARADAS LEGAIS LÁ NO MEU QUARTO...

– FICA LONGE DE MIM! – Repetiu.

– EU SEEEI QUE VOCÊ NÃO É 100% MACHO!

Masky corou, e não soube dizer se era por vergonha ou raiva. Apenas continuou apressando os seus passos cada vez mais trêmulos. Tentou se camuflar em meio às pessoas, então teve uma idéia. Sabia que quase ninguém sabia como ele era sem a máscara, então a tirou, assim como a conhecidíssima blusa amarela. Jogando ambas as coisas em qualquer canto. Sentiu-se culpado por deixar seus pertences em tamanho desleixo, mas não havia outra opção.

Bagunçou os cabelos escuros e espiou para trás, não enxergando o outro. Suspirou aliviado.

– Graças à Zalgo – Murmurou para si mesmo.

Não culpava o colega por estar bêbado, só implorava para que aquilo não fosse à causa de ele estar estranho nos últimos dias.

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Jeff e Liu chagaram as escadas do terceiro andar. Haviam marcado com um grupo de gente para que se encontrassem naquele lugar. O menor carregava consigo uma grande mochila e o mais velho se perguntava o que será que ela guardava. Ambos não tinham certeza se poderiam subir lá em cima, porém Jeff pouco se lixava das consequências.

Não demorara quinze minutos para que os convidados chegassem. BEN, Jane, Dick, Kyara, Jasmine, Kather, Eyeless, o desconfiado Alexandre, Angel, os irmãos Skull e...

– Pé- pé- péra aí! – Impediu Jeff que o garoto completamente novo para ele se juntasse – Quem és tu?

– Masky – Ao perceber a intriga na cara do colega, completou – Proxy, amigo do Hoodie, mascarado, chato, briguento... – A expressão do assassino não mudara – Longa história.

– Tá, dane-se. Vamo subir logo.

O terceiro piso era deserto. O corredor, sinistro. Estendido por um longo tapete vermelho-vinho que acompanhava as paredes de madeira escurecida. A cada porta, na parede que as separava, havia um quadro. Caminharam praticamente grudados uns nos outros, sendo liderados por Masky e Jeff. Estava escuro e frio, diferente dos andares inferiores.

– Jeff, por que você nos trouxe aqui?

Quem havia se manifestado fora o tão calado Alex. O assassino se virou para fita-lo. De certa forma, não gostava dele.

– Tenho uns brindes para vocês nesta mochila – Respondeu mostrando-lhe aquilo.

Andaram até o final do corredor. De vez em quando sentindo arrepios. (N/A: Se o lugar assusta a assassinos e monstros, imagina a gente, simples humanos).

Observaram alguns quadros. Slender, Splendor, Trender, Offender, Zalgo... Tudo emoldurado em grandes molduras cor de ouro, sendo que abaixo de todos se encontrava o nome de seus respectivos donos. Antes de prosseguir, pararam em um retrato de um ser não familiar.

– WOW! Quem é esse? – Alguém perguntou. Ninguém respondeu.

Não tiveram muito tempo para visualizar a “pessoa”. Um homem de corpo inteiro. Nem muito jovem, nem muito velho. Cabelos compridos e cor de obsidianas. O que chamava atenção eram seus olhos escuros, quase como um poço negro. Escorriam sangue, mas apenas no esquerdo, sendo que o direito poderia lhe mostrar a morte. Numa das mãos saía um fogo esverdeado e na outra uma adaga afiada. As roupas mostrando a luxuria do mundo humano. E por fim, seus tornozelos presos a correntes enferrujadas. Tudo tendo como fundo uma triste e melancólica paisagem.

– Acho que é até mais superior que o próprio Zalgo.

– Não subestime nosso criador... – Advertiu Masky.

– E se Zalgo não for o nosso criador? – Dick deixou escapar, levando olhares de indignação de todos – O que é? Nunca pararam para pensar nisso?

– NÃO! – Exclamou Jane – Tem nome isso aí? – Apontou para o ser da pintura.

– Sem nome... Nada.

– Gente esquece isso aê! – Falou Jeff, retomando ao caminho – E os brindes?

O grupo o seguiu, deixando o quadro de lado. Apenas Alex ficara lá, encarando o ser, totalmente hipnotizado.

– Mostre-nos o que tem aí, mano – Apontara Liu.

– Okay, okay.

Ele tirou de sua mochila alguma coisa e distribuiu para o restante do grupo.

– Uma... Flor de Lotus? – Kyara franziu o cenho.

– Nunca assistiram o Ladrão de Raios, não?

– Quer dizer que se a gente comer isso aqui... – Começou Jack.

– Vamo virar nóia. É isso aí – Completou Randal.

Todos trocaram sorrisos. Alguns, mesmo depois de hesitar morderam um pedaço da flor. Um deles, o mais chato em relação à responsabilidade, Dick, apenas ficou a observar as pupilas dilatadas de cada um, para só depois de ter certeza de que ninguém iria se matar, se entregar ao prazer da... Podemos dizer: droga.

Tempos mais tarde...

– Minha vez! Eu tô vendo o motoqueiro fantasma comendo o Pacman.

– Eu tô vendo Bob Marley dançando tango com o Michael Jackson.

– Tô vendo o Batman comendo flor de lótus com nóis, usando salto alto, e excitado com a Kyara.

– Você foi... Ã! Quem viajou mais, Jeffrey.

Todos riram, sem saber o motivo.

– Vou abrir o jogo com vocês! – BEN começara, pondo a mão nos ombros de Jasmine e Angelique – Desde quando a Black Widow entrou aqui no casarão... Tive vontade de levá-la para a cama.

– Seu taradow! – Jasmine empurrou BEN de leve, drogada demais para fazer mais do que isso. Ainda rindo.

– Algo a declarar Eyeless? – Indagara Liu, logo percebendo que este não estava em meio ao grupo – Eyeless?

E lá estava ele, no cantinho, batendo uns papos nada a ver com Kather. Enquanto ela falava branco, ele falava preto.

Não demorou para que a diversão tomasse um fim. Todos caindo exaustos no chão, resultado da mistura de uma noite agitada, mais bebidas e mais drogas. Não tiveram tempo para pensar em mais nada...

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Jeff não dormira. Não. Apenas continuara deitado encarando o teto, rindo sozinho até que o efeito da flor de lótus passasse. Era cerca de sete horas. Nada de mais e... OPA! E a bagunça da noite anterior?

– ACORDA CAMBADA! SLENDER VAI CHEGAR A QUALQUER INSTANTE!

Ninguém deu muita bola.

– Cala a boca... Quero dormir – Balbuciou alguém.

– Minha cabeça tá parecendo uma caixa de som... Martelando e martelando – Murmurou Dick.

– É assim mesmo. Se acostume.

– CÊS NÃO ME OUVIRAM NÃO? SE EU COLOCAR FUNK VOCÊS VÃO LEVANTAR?!

Num pulo, todos estavam de pé.

...

...

Desceram até o primeiro piso e se desesperaram com a situação. Muitas pessoas de ressaca espalhadas pelo chão gemiam e roncavam. Havia até mesmo peças de roupa esparramadas pelos lados.

A maioria dos móveis estava quebrada ou suja. Não teriam condições de escapar das broncas de Slender man.

Ouviram a porta de a frente ser empurrada contra as muitas coisas largadas no chão da entrada. Entre elas, pessoas dorminhocas que roncavam como porcos.

Alguns espiaram enquanto outros correram para salvar suas vidas.

– MAS QUE MERDA ACONTECEU NO MEU CASARÃO?!

Com apenas essas palavras, Slender havia construído a sepultura de todos...