– ACOOOORDAAAAAAAAAAA! – Um palhaço em preto e branco abriu a porta do quarto de BEN e mais um rapaz com seus braços longos. O esverdeado caiu da cama com o susto.

– Jack Risonho! – O menor se enfureceu – São seis da manhã! Onde já se viu acordar um garoto há essas horas seu idiota?!

– Oi? O que tá acontecendo? – O rapaz “acordara” coçando os olhos por culpa do sono. Ele tinha cabelos loiros ondulados que normalmente eram jogados para trás, mas graças ao travesseiro, estava todo bagunçado. O que chamava a atenção eram os olhos. Uma espécie de degrade de violeta para vermelho. Hipnotizantes, porém belos.

– É hoje! É hoje! – Risonho parecia animado... Até demais – As moradoras novas!

– Aaaaaah, sei. – BEN voltou lentamente para a sua cama e cobriu o rosto com o lençol, tentando voltar a dormir.

– Creepys novas? – O loiro maior perguntou, sentando-se no colchão.

– É. Duas garotas. Tô muuuuuuuito ansioso pra ver quem são. Será que são bonitas?

– Todas as assassinas que entram no casarão são bonitas.

– OUVIU BEN??? VAMO LOGO! – Risonho puxou o menor pelo pé, arrastando-o pelo chão.

– ESPERAAAAAA PALHAÇO DO CAPIROTO! DEXA EU ME ARRUMAR PRIMEIRO DESGRAÇA!!

Risonho largou o outro, fazendo com que o pé deste batesse com força no chão, quase deslocando um dedo (N/A: ‘__’).

– Posso ir também? – O rapaz loiro indagou.

– Claro. A Nina, a Kather e o Smile já estão esperando lá embaixo.

BEN e o outro loiro vestiram-se como sempre. O menor com a cotidiana camiseta verde, calças pretas e botas marrons. Já o rapaz tinha um cotidiano bem caprichado – por falta de palavra melhor – por vir de uma linhagem nobre por volta do século XVII, Thompson era todo “comportado”. Vestiu-se com um fraque meio estilo gótico, que tinha em seu braço uma fina corrente de ouro que contornava a manga, um lenço cor de vinho em torno do pescoço e penteou os cabelos ondulados para trás. Poucos fios teimosos continuaram caídos na testa. Cara de lorde...

Desceram a escadaria e se encontraram com Nina, K e o Smile esperando em frente à entrada.

Um pouco mais de dez minutos se passaram e não houve nenhum movimento. Começaram a fica impacientes. Então Ellen surgiu.

– Bom dia seres da escuridão – Brincou ela.

– E aí? – Responderam, BEN sonolento.

– Hey, vocês não acham que o casarão anda meio quieto ultimamente?

– Também né? Os encrenqueiros sumiram todos – Thompson respondeu.

– Olha lá! Olha lá! – Risonho apontou para dois pontinhos que se aproximavam ao longe – São as...

– Bisonhas! – Splendorman caiu de paraquedas atrás deles.

– KYAAA! – Assustou-se a dorminhoca K que pulou e se agarrou em Ellen. Podia jurar que ouvira a voz daquele Offender estuprador.

– WOW, que susto foi esse? – Nina perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Da... Dá pra... Sol... Tar? – Ellen indagou, tendo seu pescoço apertado fortemente pela morena dos pés descalços.

– Desculpa – Saiu de cima da outra.

As duas ficaram a vista. A primeira parecia ser uma adolescente normal. Tinha loiros cachos que pulavam conforme seu andar e olhos cor de gelo. Ela era bem bonita para falar a verdade.

A outra era um pouco mais alta que a primeira. Tinha cabelos surpreendentemente compridos que desciam até os seus joelhos como escuros fios lisos. Usava uma saia preta e um suéter vermelho. Nina encarou seus olhos, extremamente assustadores. Queria desviar o olhar, todavia era incapaz disso. E isso acabou resultando em que ela acabasse vendo a dor de uma tortura. Começou a ficar sem ar...

A morena percebeu que a outra assassina com a mecha cor-de-rosa começara a ficar mais pálida ainda e com os olhos arregalados. Demorou alguns segundos para que ela percebesse o que se passava. Abaixou a cabeça, tirando seus olhos de vista de Nina.

– Desculpe – Pediu tímida.

– Nina, você tá legal? – Quis saber Thompson.

– Foi como... Ter visto algo totalmente tenebroso – Respondeu.

Jack Risonho encarou as obres da bisonha de cabelos escuros. Analisou e analisou...

– Não vejo nada. São lindos! – Concluiu.

A garota ficou impressionada, não acreditara no que ouvira. Desde que matou seus pais, seus olhos mostravam a tortura que ela lhes causou, e quem os olhava, sentia – literalmente – a morte tomando-lhes por inteiro. Isso fazia com que a bisonha não pudesse falar com as pessoas sem ter de abaixar a cabeça. Mas... Por que esse palhaço preto e branco não sentia a dor?

– Me apresento – Risonho continuou, estendendo a mão – Eu me chamo Jack Risonho. Estes são BEN, Thompson, Nina, Ellen, Kather e Smile Dog.

– Oi – A mais alta cumprimentou ainda tímida. Aaah. Ela era tão fofa – Sou Suze.

– Me chamo Julia Destiny, mas podem me chamar de Ju – Sorriu a loira.

– Uaaaaaaaaaaau – Thompson chegou próximo de Julia, com os olhos brilhando, depois fez o mesmo com Suze, que se mantinha de cabeça baixa – Como vocês são lindas!

– Eu não sou bonita – Murmurou Suze.

– Lógico que é! Eu poderia te dar um espelho meu pra você ver como você é linda... Pena que eu não tenho nenhum já que eu morro de medo de espelhos... (‘-‘).

– Obrigada – As duas riram um pouco.

– Bem-vindas ao Casarão Creepypasta! – Anunciou Splendorman – Já que o Risonho não apresentou, sou Splendor, irmão de Slenderman o dono deste lugar, liderando com mais outros, Zalgo e Mr. Creepypasta e...

– Detesto discurso – Bocejou BEN.

– Como é que é? – Splendorman colocou as mão na cintura, claramente irritado.

– Isso que tu ouviste. Não falas bem o português? (N/A: Não faço a mínima ideia de que língua eles falam já que são todos Creepys de países diferentes, então como a fic é em português, coloquei esse idioma).

Começara uma discussão que ninguém levou muito a sério.

– Eu levo a mala de vocês! – Thompson se ofereceu, já se apressando a pegar as malas de ambas.

– Que isso Thom? Querendo dar um de cavalheiro? – Risonho pegou a mala da Suze da mão do loiro – Eu também posso ajudar.

– Ér... Eu consigo levar a minha sem problemas – Pronunciou Julia.

– Não, não. Tudo bem. Não faz bem uma dama como você subir esse monte de escada com uma coisa dessas na mão – Thom respondeu.

– Bem, quanto a mim... – Começou Suze, foi interrompida por Risonho.

– Eu levo, pode deixar. Está leve mesmo.

– Estou vendo que os garotos podem cuidar de tudo – Falou Ellen.

– Só viemos dar um olá mesmo – Continuou Nina.

– O café da manhã logo estará pronto – Disse K – Podem sentar com a gente se quiserem.

– Ah, claro – Suze sorriu.

– Seria ótimo – Completou Julia.

Smile Dog deixou o hall com um latido e saiu correndo atrás de Nina. Ela era a pessoa mais próxima dele depois de Jeff e Liu.

As bisonhas e os dois rapazes subiram todos aqueles degraus e chegaram à porta do quarto de ambas. Abriram com uma velha chave e o quartinho padronizado estava lá, bem cuidado.

– É todo de vocês. Podem fazer qualquer coisa com eles – Disse Risonho, colocando a mala de Suze no chão.

– A gente... Tem que dividir? – A morena perguntou. Tinha umas manias estranhas na verdade e... Achava que não seria legal compartilha-las com outra garota. Principalmente quando esta lhe parecia certinha demais.

– Sim, tem. Infelizmente – Thompson respondeu – São muitas Creepys para um único casarão, não importa o tamanho. Acha que é legal dividir o quarto com um garoto viciado em Legend of Zelda? Poxa! Eu querendo dormir e o BEN jogando aquele trequinho altas horas da madrugada!

Riram os quatro.

– Bom, creio que não haverá problemas – Sorriu Julia – Nos daremos bem.

– Certinho então.

– Nos vemos daqui a pouco no refeitório – Perguntou Risonho.

– Com toda a certeza. Estou morrendo de fome! – Suze pronunciou.