– Não temos mais trato nenhum, Daemon – Slender disse sério assim que botou os olhos naquele demônio. Estavam dentro do palácio do inimigo que por acaso agora estava rindo da cara lisa e branca do outro.

– Lógico que temos seu estúpido! – Se levantou do trono – E teremos até aquele pedaço bem guardado de papel existir.

– Não vou deixar você levar a vida de ninguém dessa dimensão!

Daemon fez uma cara surpresa, obviamente ainda querendo irritar o homem esguio.

– E quem disse que o Dick está nessa dimensão?

– O que disse?

– Isso mesmo que você ouviu – Colocou as mãos atrás do corpo e começou a andar em torno de Slenderman, dando um de santo – Ah, você não sabe? Dick, Jeff, Jane e companhia estão no mundo humano nesse mesmo instante.

– Não acredito em você. Não fariam isso.

– Veja com seus próprios olhos... – Riu – Quero dizer... Ora! Você não os tem!

Aquelas provocações estavam tirando Slender cada vez mais do sério. Irritado de tanto insulto e brincadeirinhas, deu meia volta e resolveu voltar para o seu casarão. Deixou o palácio com as risadas psicopatas de Daemon.

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– Eu tô acordado, seu desgraçado!

Com isso pulou em cima de Lord com sua faca afiada, o que deu início a uma batalha não muito comprida, já que o mascarado conseguiu fugir. Liu, Angelique e Kyara acordaram com a barulheira, porém não viram nada.

– O que houve mano? – Liu quis saber.

– Nada... Não houve... Nada – Respondeu ofegante graças aos esforços. Seu moletom manchava de sangue. SEU próprio sangue. As garras do oponente deixou um corte profundo em sua testa, e lhe escorria pelo rosto.

– Meu Zalgo! Como nada?! – Kyara exaltou-se – Olhe para você!

– Ah... Isto? – Jeff tocou na ferida – Sara com um beijo – Sorriu malicioso.

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Jasmine já estava quase dormindo sentada na mesa do refeitório, na espera de BEN. Poxa! O que ele pretendia? E para acordar no dia seguinte? Tudo que a mulher queria era dormir.

Foi só ter esse pensamento que o garoto-duende surgiu na porta.

– BEN? – Ela disse – Nossa... Você viu que horas são?

– Desculpa... – Estendeu um vidro que armazenava um líquido vermelho – Aqui. Demorei por causa disto. Foi difícil conseguir.

– Isto é...

– Sangue fresco. Sei que você precisa disso para manter a tua beleza. Não que você não a tenha... Quero dizer... Acho que você nem precisa disso... Ou melhor... Arg! Travei...

Jasmine riu.

– Obrigada Benzinho.

– Sabe... Tem uma coisa que eu queria que você soubesse... Mas acho que o Jeff ficaria com vontade de me bater se ficar sabendo.

– O Jeff? O que tem ele?

– Nada. Nada não. É que ele tem, sabe? Uma quedinha por você e ele costuma ser muito ciumento.

– Quê? Oxe. Ele já tem a Kyara. Acho que não se incomodaria tanto comigo.

– Ã? Ah. Então... Jas... Queria que soubesse...

– Siiiim – Sorriu mais ainda olhando-o nos olhos. Isso deixou o garoto mais corado e nervoso. Enxugou o suor da testa.

– Eu... Eu...

– Pode falar. Eu não mordo. Juro.

“Não mordo”... Aquelas palavras ecoaram por um momento na cabeça de BEN. Jasmine ou Viúva Negra seduzia os garotos para depois mata-los e devora-los. Quem não garantia que estava fazendo o mesmo com ele?

– Ér... Eu... – Olhou para os lados – Eu tô afim de jogar um jogo, mas só tem graça de dois. Quer jogar comigo?

Jasmine suspirou decepcionada. Porém respondeu:

– Claro. Vamos amanhã.

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Aquele maldito demônio do inferno! Desgraçado, trapaceiro, irritante, infeliz, vagabundo, filha de uma mãe...!! Era tudo o que se passava na cabeça de Slenderman. Maldito! Se pudesse, o mataria. O mataria depois de uma longa tortura. Ah, se ia.

Entrou em seu escritório, batendo a porta atrás de si. Jogou o seu corpo na cadeira e bateu os punhos na escrivaninha.

– Droga! Droga! Droga! DROOOGA!

– Mas que revolta é essa Slendy? – Offenderman e Trender estavam lá dentro antes dele entrar. Mal percebera.

– Daemon! Fui querer cancelar o maldito contrato, mas ele ainda insiste em querer matar o Dick.

– Espere... Você tentou contrariar o Daemon? Ele é mais poderoso que o próprio Mr. Creepypasta – Manifestou-se Trenderman.

– Quando se trata de meu filho... Jurei que cuidaria dele de qualquer forma.

– Ora Slendy, não é possível que você não soubesse que Daemon é insistente em seus contratos.

– Eu sei. Mas não posso deixa-lo matar o Dick enquanto fico aqui sentado sem fazer nada.

– Tem outros planos? – Trender cruzou os braços.

Slenderman cobriu o rosto com as mãos por um instante, pensativo. Não tinha o que fazer. Poderiam rasgar o contrato, mas e para saber onde este estava? Legal. Voltou à estaca 0.

– Pobre do meu sobrinhozinho querido – Offenderman juntou as mãos, colocando-as ao lado da cabeça, numa de suas poses dramáticas – Seu fim não está longe.

– Não – Slender se levantou, apoiando os dedos compridos da mão na escrivaninha – Preciso falar com Zalgo e Lady Elizabeth.

Se Offender tivesse sobrancelha as ergueria. Cochichou para Trenderman:

– Desde quando o Slendy a chama de Lady?

– Offender – Chamou o homem esguio.

– Sim senhor (O~O) – Ficou reto, assustado momentaneamente.

– Lembro-me de Daemon ter citado de que Dick e alguns amigos seu haviam saído desta dimensão. Você não tem ligação com isso, tem?

– EUUUUUUUU?! Que isso caro irmão. Até parece que não me conhece.

– Acontece que eu te conheço até mais do que devia – Suspirou – De todos os quatro, você é o mais irresponsável.

Trender concordou com a cabeça.

– Me desculpe, mas o plano deles parecia tão bom que eu não resisti em quere ajudar.

– Plano? – Até mesmo Trender quis saber.

– Que plano seria esse? – Slender indagou.

– Opa! Acabei falando demais. He, he, he – Riu com seus dentes.

– Offenderman! Eu deveria te castigar – Rosnou Slenderman. Offender ficou com medo, se encolhendo e agarrando-se atrás de Trender – Só não o faço por estarmos no mesmo nível hierárquico!

– Ai, ai! Calminha. É que souberam que você iria expulsar o Jeffrey e acharam que se fugissem por um tempo você mudaria de ideia quando voltassem.

– Que dizer como aconteceu com o Dick aos seus treze anos? – Perguntou Trenderman quase caindo para trás com o peso do irmão.

– Isso mesmo.

– Pirralhos, todos – O homem-esguio começou a sair do seu escritório – Quero todos os superiores reunidos. Isso inclui vocês, Elizabeth, Mr. Creepypasta e Zalgo.

– Ele quis dizer incluem ou que fazem parte? – Sussurrou mais uma vez Offenderman.

– E só para a tua informação Offender – Foi as últimas palavras de Slender antes de sair – Eu ouço tudo o que você cochicha.

Quando a porta se fechou novamente, os outros dois ficaram a encarar por um momento o pedaço de madeira. Até que Trender jogou o irmão no chão:

– Sai de mim!