Magnésio 12 escrita por Evelyn Waldrich


Capítulo 8
O Desafio


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, houve problemas técnicos e a internet bugou. Boa leitura!



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Ellen e Marly acordaram, tomaram café e cada uma se dirigiu aos seus respectivos afazeres. Ellen se dirigiu a sala se treinamento. Estava muito mais calma, se acostumando com seu cronograma, mesmo tendo uma mini sessão tortura toda manhã. Ela chegou com bom humor na sala, esperando ver Emily. Ellen entrou na sala.

– Bom dia.

– Bom dia, Ellen.

Na sala só tinha Celiny, ajeitando algo na parede. No centro da sala havia um objeto estranho com algemas.

– Onde está Emily?

– Ela não vem hoje. Sua mutação não será necessária hoje.

Isso deixou Ellen ansiosa. O que Celiny teria preparado para ela hoje?

– Ellen, vá para perto daquele objeto no centro.

Ellen se dirigiu para onde Celiny apontava, ainda olhando algo na parede, que Ellen não conseguia ver direito. Ellen se dirigiu para o objeto. Eram dois postes com algemas em cima e em baixo e um balcão com uma placa touch. Celiny se aproximou dela.

– Posicione-se ao centro. Isso. – Ela trancou as algemas de cima no braço de Ellen, próximas ao ombro, e as de baixo em seu calcanhar. Ellen estava presa, e as algemas, por serem diretamente presas aos postes, não permitiam a ela fazer muitos movimentos. Ellen se sentia cada vez mais nervosa.

– Bem, Ellen. Hoje você terá um desafio. – Disse Celiny, ligando a placa na frente de Ellen, onde apareceu um teclado e letras aleatórias: EFDJGSF F MJCSUTF – Decifre este código em 5 minutos e você sairá viva.

Ellen achou que era uma brincadeira. Ela riu.

– Oque?

– Vou ligar todo esse mecanismo e o cronometro começará a rodar. Logo a frente, na parede, – Celiny clicou algo e abriu uma janela na parede, com um facão apontado para Ellen. – Tem um facão que no fim destes 5 minutos será atirado em sua direção ou desativado. Mas isso, claro, se você decifrar o código.

Ellen sentiu a cor saindo de seu rosto. Ela olhou para a placa em sua frente. Suas mãos estavam livres o suficiente para digitar o código decifrado. O problema era como desvendar e ela estava presa ali, sem poder fugir da faca reluzente.

– Você está blefando! – Disse Ellen, com a voz mais esganiçada do que pretendia.

– Eu nunca blefo. – Celiny deu a volta e começou a se dirigir para a porta. – Boa sorte.

– Não!!! Eu não ganho uma dica? Algo?? Isso é impossível! E se eu ficar com sede? E se eu precisar ir ao banheiro? E se?? E se...?

Celiny ignorou os pedidos desesperados de Ellen e abriu a porta para sair.

– O desafio começa agora.

Ellen viu, com horror, um cronometro aparecer na borda da placa. 4:49.

– Não! Não!!!

– E lembre-se, Ellen. – Disse Celiny, sem se virar. – Tudo isso é elétrico.

E se retirou. Ellen respirava com dificuldade. A mente parecia embaçada. Elétrico? O que ela queria dizer? Ellen olhou desesperada para o código, seus olhos iam de um lado para o outro, da faca rindo de sua cara lá na frente, da porta chorando por ela, do cronometro correndo aloprado, do código impaciente, querendo ser desvendado. Que tal a primeira letra corresponde a última? 4:06. Não. Duas pra frente? 3:42. Duas pra trás? 3:13. Alfabeto dividido pela metade? 2:35. Algo com números? 2:04. Quantas letras tinha no código, mesmo? 1:31. Aleatório? 1:12. Tinha que ser aleatório! 1:08. Ellen ouviu um clique do mecanismo da faca destravando. 1:02. Não! NÃO! Sua mente berrou em desespero, enquanto sua pele queimava e tudo explodia. As lâmpadas quebraram em múltiplos cacos e tudo apagou. Ellen respirava forte e seu coração pulsava em suas orelhas, quando abriu os olhos. Podia sentir a eletricidade tocar seus cabelos. Uma fraca luz azul saía de seu corpo, onde suas veias pulsavam de energia. Ela ouviu um clique da porta e passos.

– Muito bom, Ellen.

Mas a voz estava abafada, como se tivessem algodões em seu ouvido.

– Eu não... – Sussurrou Ellen, as pernas fracas. – Estou me sentindo muito bem...

A última coisa que Ellen sentiu foi alguém segurando seus ombros.

– Chamem o Andrew!

Berrou alguém, antes que seus sentidos apagassem.

O primeiro sentido que voltou foi a audição. Ela ouvia vozes, sem conseguir identificar o que estavam falando. Depois veio o tato. Ela estava em uma cama com lençóis de linho e tinha um cateter preso a sua mão esquerda. E então a visão voltou. Era um pequeno quarto branco, tinha uma poltrona ao lado da cama e duas portas. A janela tinha uma cortina bege, onde entrava uma brisa fresca e um belo sol. Ellen se sentia bem, porém esgotada. Ela ouviu passos vindos da porta a frente de sua cama, e ela parou para escutar. Era a voz de um homem e uma mulher:

– Como ela está? – Perguntou o homem.

– Está estável. Nenhuma mudança nas últimas cinco horas. – Respondeu a mulher.

– Bom. A última experiência fez ela sofrer um choque, estava preocupado com sua evolução.

– Não se preocupe. Ela parece bem.

– Bem, vou entrar e verificar. Obrigado, Pan.

A porta se abriu e um homem jovem, de uns vinte e tantos anos entrou.

– Ah! Você acordou!

Ellen pôde ver de relance a mulher do lado de fora, antes que o homem fechasse a porta. Ela usava um jaleco branco de médico, tinha pele morena e cabelos negros cacheados presos num belo coque. Sérios olhos negros. O homem que tinha acabado de entrar usava o mesmo jaleco branco da mulher, e a primeira coisa que Ellen notou foram seus olhos. Pacíficos olhos cor de mel que brilhavam bondade. Tinha cabelos castanho-claro bem curtos e um humilde sorriso no rosto.

– Olá, meu nome é Andrew. – Ele se aproximou e ajustou o cateter. Ellen viu o nome no jaleco “Andrew Vandersen”, devia ser ele quem Celiny gritou o nome, antes de Ellen desmaiar. Andrew pegou uma prancheta no criado mudo e se sentou na poltrona. – Como está se sentindo? Está com alguma dor?

– Hm, não.

Ele sorriu.

– Que bom. Lembra do que aconteceu? Antes de desmaiar?

– Treinamento de mutação. Um desafio. Houve uma explosão e tudo apagou.

Ele anotou algo na prancheta.

– Muito bom. Bem, Ellen, logo após sua aula de treinamento de mutação, você entrou em choque e desmaiou. A descarga de mutação causou danos em alguns de seus neurônios.

Ellen arregalou os olhos, assustada. Será que ela sofreu algo parecido com um derrame cerebral? Mas não podia ser, ela estava com todos os sentidos e funções funcionando, não estava? Andrew notou seu medo.

– Não se preocupe. Todos os seus neurônios estão em ótimo estado, ainda melhores do que anteriormente.

– Como? – Se Ellen não se enganava, se neurônios sofriam danos, não era possível curá-los, quanto mais melhorá-los.

– Bem, eu tenho a mutação de cura, eu consigo acelerar o processo de cura natural do corpo, ou rejuvenescer células, ou fortalecer o sistema imunológico. Quando você desmaiou, me chamaram imediatamente. Consegui curá-la a tempo.

– A quanto tempo estou aqui?

– 1 dia e 22 horas.

– Dois dias??

Quase dois dias. Foi como uma pequena cirurgia. Seria esperado você ficar em estado de coma por no mínimo três dias, devido à gravidade de seus ferimentos. É surpreendente você ter acordado com tão pouco tempo.

Ellen quis zombar do “tão pouco tempo”, mas estava sem ânimo nem força para isso. E Ellen sentia que seria falta de educação fazer isso com Andrew, ele parecia realmente querer ajudar.

– Posso ir embora agora?

– Sinto muito, mas não. Precisa ficar em observação por mais um dia.

Ellen consentiu com a cabeça. Estava desanimada. Não conseguia sair daquela maldita aula sem ficar esgotada ou machucada. Sentia como se não houvesse evoluído nada. Andrew deu um sorriso.

– Não se preocupe, logo você vai estar livre daqui. Ficar na enfermaria não é tão ruim. É bem confortável na verdade.

Ellen olhou para janela e sua brisa fresca e deu um sorriso, tinha que concordar.

– Viu? Eu até consegui tirar um sorriso de você! – Disse Andrew. Ellen sorriu ainda mais. – Bem, eu vou indo. Tenho pessoas para ajudar. Tchau, Ellen!

E Andrew fechou a porta. É, parecia que Felipe estava certo: Ellen ia se dar bem com Andrew.


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Notas finais do capítulo

Eu tinha planejado apresentar o Andrew no começo da história, mas por motivos práticos não deu, então até que enfim!!! Ele apareceu! Confissão de escritora: O Andrew é meu personagem preferido! Espero que gostem dele tanto quanto eu! Até a próxima!



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