Stay With Me escrita por Lady Liv


Capítulo 18
Capítulo 18 - Abutre ataca novamente




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Peter Parker

 

— Você vai se sair bem, não se preocupe.

— Achei que não fosse fã da ideia de eu entrar pra equipe.

— Não sou. — Gwen confessou com uma careta. — Mas não sou eu que decido isso... por mais preocupada que eu fique... você não vai parar de ser um herói nem tão cedo, sejamos sinceros.

Sentado no parapeito do prédio dela em minha famosa pose de Aranha, eu suspirei. Conversar com Nick Fury foi assustador, o cara realmente sabe convencer alguém... não que eu fosse recusar a proposta de entrar para Os Vingadores... mas pensei que teria mais tempo.

Era um grande passo.

— Saber que você não vai estar sozinho no meio da luta é um pensamento melhor.

— Nunca estive totalmente sozinho, Gwen. Eu sempre tive você.

Ela sorriu, mas manteve a distância. Era meio de semana e alguns helicópteros sobrevoavam a cidade... não seria bom sermos flagrados tão próximos... já me bastava Fury e suas perguntas!

 

— Ela sabe?

— Desde o começo.

— Interessante, imaginei o contrário.

— Não me entenda mal, sr., mas eu não quero falar sobre isso.

 

— Não é a mesma coisa, Peter.

Virei-me chocado, apesar de que ela não poderia ver minha expressão por causa da máscara.

— É claro que é! Você sempre me deu forças, Gwen.

— Não Peter, eu quis dizer que você vai ter heróis trabalhando com você. Vai ser ajudado melhor-

Ignorando toda a nossa regra de distancia enquanto eu estiver de uniforme, acionei uma teia contra ela e a puxei para mim. Ela arquejou assustada, no entanto a segurei firme.

— Gwen Stacy, vou te falar uma coisa e é bom que guarde isso. — murmurei encostando nossas testas. — Você e eu não somos apenas namorados ouviu? Somos um time. E você é uma heroína sim.

Ela sorriu, e abriu a boca para falar algo quando um som foi mais alto se sobrepôs, e me fez ficar alerta na hora.

A soltei, preocupado.

— Acho melhor você entrar. - avisei, enquanto via carros da polícia passando rápido entre as avenidas.

— Toma cuidado. Você ainda vai ter o mundo pra salvar um dia.

— Vingador... — resmunguei com um sorriso. — Que promoção boba.

Pulei do prédio, ficando em queda livre. — UOWWWH!!!

Enquanto voava, lembrei-me novamente de minha conversa com o diretor da S.H.I.E.L.D.. Apesar de ser bem intimidante, Nick Fury parecia ser um homem sábio e eu tinha certeza que minha identidade secreta estava segura com ele. Apenas os Vingadores, ele e uma tal de Maria Hill sabiam quem eu era.

Me perguntei se devia falar sobre Harry Osborn com ele. Fury não citou nenhuma grande luta do Homem Aranha, porém eu sabia que ele estava curioso em saber o porquê de algumas delas.

Parei em cima de um outdoor, e a primeira coisa que eu vi foi um prédio em chamas. Pessoas desesperadas saiam correndo e outro civis corriam na direção contrária com baldes de água.

Nenhum sinal dos bombeiros.

Subitamente, meu sentido aranha apitou. Desviei bem a tempo de ver um objeto estranho sobrevoar acima de mim.

Opa... Pera ai...

— Abutre! Você conseguiu fugir da prisão?! - exclamei surpreso e tratei de me recompor em seguida. — Não te fez nada bem, né? Continua feio, pelo amor de-

— Ora, cale-se Aranha! — o velho me interrompeu. — Dessa vez, eu vou arrasar com você!

— Arrasar no sentido ruim?

— Cale-se!

Colocar fogo em um prédio apenas para chamar a minha atenção... as intenções dele exclamavam vingança. E pelas mudanças que eu notei em seu traje, dessa vez muito mais tecnológico, ele estava bem determinado a me matar.

Pulei em cima dele, procurando agir da mesma maneira que da última vez, e percebi que o local aonde ficava o ship de energia de suas asas estava coberto e impenetrável. Fui pego de surpresa, e ele me acertou um soco, me fazendo cair alguns metros...

Me preparo para me salvar com uma teia quando ele me agarra pelos ombros com suas garras do pé, arrastando-me de volta ao outdoor. 

— ALGUÉM ME AJUDE! — dentro do prédio em chamas, uma mulher gritava com uma criança nos braços.

Precisava terminar essa luta agora.

Me segurei com Abutre, fazendo-o perder o controle e nós dois atravessamos o outdoor.

Rolamos distantes um do outro sobre o terraço de um prédio. Abutre se aproximou, rápido.

— Sabe, pra um idoso, até que você é bem ágil. — ironizei, e assustei-me ao vê-lo sorrir. Meu Deus... que cara feio.

— 70 são os novos 30!  

Ele riu e em um movimento inacreditável, começou a girar. De suas asas, pequenas navalhas voaram em minha direção. Arregalei os olhos, deixando-me confiar em meu sentido aranha.

De algum modo, consegui desviar de todas elas.

— É, e sua vista tá péssima!

É agora ou nunca.

Saltei, segurando sua asa esquerda e a puxando para baixo comigo, em queda livre novamente. Giramos no ar, eu lhe dei uma cotovelada e ele socou o meu estômago. Ugh, o ar me faltou nessa hora! Vai ficar a marca com certeza!

Joguei uma teia em uma janela enquanto o empurrava na direção do prédio em chamas. Ele tentou me levar junto, segurando meu braço, mas eu chutei sua mão, o movimento fazendo suas asas bateram com tudo no fogo.

O material era inflamável como eu imaginei.

— Com o fogo feres, com o fogo serás ferido. — declarei com uma voz de locutor.

Em segundos ele já estava se contorcendo, tentando se salvar.

— Hummm, flango flito...

Aproveitei que ele estava ocupado demais, e fui até a mulher que estava dentro do prédio. Segurei ela pela cintura e com cuidado, a levei até o chão. A criança em seu colo não deveria ter mais que 4 anos, coberta em fumaça.

— Cuide bem dela! — falei, me afastando.

Atrás de mim, os bombeiros chegavam.

— Obrigada! — a mulher chorou e eu bati uma breve continência.

Voltei minha atenção ao prédio aonde Abutre estava...

...e ele não estava mais lá.

— Ah, que ótimo. — resmunguei frustrado.

Nesse momento, a gritaria pela avenida parece aumentar. Uma movimentação estranha e desesperada me leva a escalar por alguns prédios mais a frente, e é quando eu vejo.

Abutre.

Numa sacada, segurando uma mulher pelo pescoço. A cascata de cabelos vermelhos muito familiares e a roupa...

Ah não.

Arregalei os olhos e meu sangue ferveu.

Mary Jane.

— DEIXA ELA EM PAZ, PASSARINHO! - gritei chegando perto dele, mas ele ameaçou joga-la mais uma vez. — Isso é entre você e eu!!!

— É claro que é, você tentou me matar!

— Tem que ir pra um asilo, cara. Tomar uns remédios, foi você que me atraiu até aqui-

— Você se acha um herói, não é?!

— Bom, você certamente não é.

— CALE-SE! - vociferou.  Você não sabe nada sobre mim! Não sabe nada sobre o que nós queremos fazer com você!

Minha mente clareou.

— Nós? Então quer dizer que tem alguém te ajudando? perguntei com calma.

O rosto dele se assustou e ele largou Mary Jane sem mais avisos prévios. Tenho certeza que o grito dela ficaria soando em minha cabeça de modo torturante por muitos dias à frente. 

— NÃO!

A queda era mortal.

Eu nunca me perdoaria.

Impulsionei meu corpo pra frente, jogando uma teia em sua cintura e puxando-a até mim. Mary Jane se abraçou a mim fortemente e eu nos afastei do local, em busca de um lugar mais seguro.

A deixei em frente a uma ambulância, no meio do público.

Tremendo, seus olhos arregalados brilhavam ainda abraçada mim.

— Moça, pode... pode me soltar. — eu tossi, nervoso ao fazer uma voz mais grossa.

Felizmente, ela não pareceu notar nada.

— V-V-Você me sal-salvou.. - gaguejava sorrindo.  E-eu sabia que conseguiria.

Passei a mão por suas madeixas, sentindo uma estranha culpa em meu peito, o pescoço dela com certeza ia ficar roxo.

— Cuide-se, moça!

Dizendo isso, voei novamente para o alto, buscando Abutre.

Mas é claro que ele não estava mais ali!

Fugiu novamente.

E fugiu com medo, pensei. Humm. Havia mais pessoas com ele. Isso não era nada bom.

Seja lá o que for, eu estarei preparado... preparado como um Vingador. Não estaria sozinho em uma luta.

 

Narrador

 

Abutre fez um pouso forçado, rolando por alguns metros.

O local era grande e amplo.

Uma fábrica por fora abandonada, tinha as maiores tecnologias escondidas em seu interior. Era aonde o Rei do Crime se escondia por muitas vezes. Seus homens jogados em qualquer canto, protegendo o local, fazendo experiências, alguns até mesmo tomando cerveja e jogando cartas sobre caixas de madeira enormes.

Abutre ignorou a todos, encaminhando-se para o centro. 

Wilson Fisk estava lá junto do tal Osborn Jr. e...

— Ora ora princesa, você é uma rosa entre os espinhos. — esquecendo um pouco a raiva, ele esticou a mão até a mulher, que lhe deu um tapa.

— Get the hell away from me. — ela alertou com nojo, fazendo-o sorrir.

— Que indomável.

— TOOMES! — Wilson gritou, ele e o garoto Osborn o fitando com reprovação. — Estou vendo que já me trouxe prejuízos, Toomes... de novo.

O Abutre sentiu medo e raiva colidirem em seu peito.

— Aquele aracnídeo maldito, me jogou no fogo!

— Não foi você que provocou o incêndio? — Harry o olhou de sobrancelhas erguidas.

— É da sua conta, moleque?! Isso não vem ao caso!

O Rei do Crime riu.

— Está vendo, Harry? Essa é uma das razões pelas quais eu mantenho esse velho por perto. Ele falha, mas ainda assim me diverte.

Abutre respirou em alívio. Ótimo, Fisk não estava irado com ele... isso significava mais um dia de vida.

— Deixe-me apresenta-lo a nossa nova parceira já que se interessou tanto nela. — Fisk bateu em seus ombros, o virando para a jovem mulher: — Esta é Felícia Hardy.

— Parceira? — o velho a olhou de cima à baixo. — Ela não é um pouco magrinha pra isso?

Felícia lhe encarou com repulsa.

— A não ser que você tire a roupa, meu bem, não vejo que serventia tenha pra nós.

— Olha como fala comigo, ô careca. Eu posso ser jovem mas você, bem... você está muito velho, já devia estar num asilo.

— Olha você como fala comigo, garota! — ele levantou o dedo. — Não sabe quem eu sou!

— Adrian Toomes. Mestrado em engenharia elétrica. — Harry ergueu a voz. — Mais conhecido como Abutre.  Agora ela sabe quem você é. Continue a ofendê-la e não vai gostar de como essa história vai terminar.

Fisk sorriu, observando o olhar desconfiado de Adrian. O circo estava se formando e ele estava se divertindo bastante.

— Toomes, volte a trabalhar nos equipamentos. Meus convidados e eu estaremos ocupados pelas próximas horas... — Fisk passou pelo velho, chamando o casal com um aceno.

Eles atravessaram algumas sessões da fábrica até chegarem a uma sala esterilizada aonde uma cientista separava um líquido branco em uma seringa.

Quando ela apontou para a maca, Fisk virou-se para o casal voltando a dizer:

— Srta. Hardy, o que a senhorita vai passar agora é um recomeço. Espero que esteja pronta.

— Um soro que vai me dar força sobre-humana e uma agilidade tão grande quanto a de um felino? Não me parece ruim.

Fisk sorriu falsamente, indo até a porta.

— Lembre-se que é temporário. E o processo pode ser doloroso na primeira vez, foi baseado no soro do super soldado que infelizmente, ninguém nunca conseguiu recriar. Esta é a nossa tecnologia mais recente.

— Tenho ideias para nomes, se precisar. — Harry sugeriu com arrogância.

— Veremos se ela sobrevive ao processo primeiro.

E saiu, deixando-os sozinhos.

Felícia encara Harry, assustada. Ele não parecia nenhum pouco tenso.

— Sobrevive?

— É apenas pressão, ele quer te testar.

— Harry-

— Ei, olha pra mim. — o rapaz se aproxima. — Eu não deixaria você passar por isso se não tivesse certeza que daria certo.

A expressão dela suavizou, mas ainda havia desconfiança em seus olhos.

— Vai ficar tudo bem... confia em mim.

Ela engoliu em seco.

— Eu não deveria.

Num impulso, ele a abraçou, colocando a cabeça dela contra seu peito. Ela sentiu os dedos dele deslizarem por seus cabelos e suspirou, dizendo:

— Eu não deveria, mas... confio. Confio sim.

Ela não viu o breve, porém sincero, sorriso que ele deu com sua declaração.


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