E lá estava eu.

Eu sabia que era loucura tentar,mas precisava disso.Há Éons minha casa,minha família e meus amigos tinham sido destruídos e eu não poderia voltar mais ao lugar em que chamava de lar.

Quero que saiba,você,mortal,que está lendo agora,que,toda a minha história não é uma benção.

Isso é uma maldição.

Não,eu não estou sendo modesta ou humilde.Antes fosse uma semideusa comum.Mas,o fato é que,até os deuses fazem questão de me perseguir,e não estou falando de deuses menores.

[Aut/a:Tá,tá,já entendemos,será que não poderia pular logo para o próximo passo?!][Pers/a:Será que você não poderia me deixar contar a minha história em paz?!]

A onde eu parei mesmo?Ah,sim,claro,as perseguições.Isso já era uma rotina bem normal para mim.

Continuei a caminhar feito um zumbi pelo trajeto.Aquele lugar me cheirava a morangos,e,depois de passar anos no tártaro comendo oferendas e bebendo fogo do rio flegetonte a única coisa que eu queria era uma boa refeição.

Mas estava fraca demais para isso.Minha roupa,que,um dia foi uma linda túnica Romana,estava em farrapos,minhas pernas,que um dia conseguiram correr de uma fúria,agora bambeavam,e meu corpo que um dia estava mais forte que um touro,estava encharcado de sangue.

O que aconteceu comigo?Simplesmente Tártaro.

Avancei pelo grande pinheiro,e cheguei a uma espécie de acampamento.Eu já tinha ouvido falar desse lugar,o refúgio dos gregos.

Será que eles me receberiam bem?

Não tive tempo para pensar,ao ver a grama lisa e macia desabei no chão e pude ver vários semideuses tentando me socorrer.

–Oh meus deuses,eu nunca vi um caso assim.-Disse um centauro.-Qual é o seu nome?

–Agatha.Agatha Armstrong.-Falei.

Eu entendia o seu motivo de preocupação.Tinha vários cortes pelo corpo,estava suja,e,como eu já disse,minha roupa estava um trapo.

Mas,graças aos deuses,eu não desmaiei.

Um garoto de cabelos negros e olhos extremamente verdes me carregou para um lugar em que deduzi ser a enfermaria,me sentei em uma maca e percebi que todos me fitavam com curiosidade.Eu odiava ser o centro das atenções.O centauro me entregou um copo com um líquido estranho,provavelmente a bebida dos deuses.

–Bem vinda ao acampamento meio sangue.-Disse o garoto estendendo a mão.-Meu nome é Percy.Percy Jackson.

Oh meus deuses,oh meus deuses.Não,aquele não poderia ser.Na hora em que ouvi o seu nome cuspi o néctar.

–Está tudo bem?-Perguntou.

–S-sim.-Falei engasgando.

–Você está pálida.-Disse uma loira.

–Eu já disse,estou bem.-Respondi.

Alguns dos campistas saíram por ordem do centauro,e só ficaram ele (Que se apresentou como Quíron)Percy e a garota loira(Que disse que se chamava Annabeth).

–Então,está preparada?-Perguntou Annabeth.

Eu sabia do que eles estavam falando,mas fingi não saber de nada.

–Preparada para o que?

–Para saber a verdade.-Disse Quíron.

Depois de uma longa pausa ele retornou:

–Se você conseguiu passar pelo pinheiro de Thalia,quer dizer que você é uma meio sangue.

–Meio o que?!-Disse sem demonstrar minha falsa surpresa.

–Meio sangue.Meio a meio.Meio deus,meio humano.-Ela corrigiu.

–Ah sim,-Disse em um tom sarcástico.-Minha avó sempre me disse que eu era filha de Deus.

Não sei porque,mais Percy começou a rir.Fiquei feliz com isso,se ele soubesse...Não,eu não poderia contar.

–Acredite,-Falou-Foi isso que eu disse quando descobri.Mas não estamos falando de Deus com "D" maiúsculo,e sim em deuses,no plural.Deuses Gregos.

Dei um sorriso fraco.Eu grega?!Ele só poderia estar brincando.

Não queria parecer grosseira mais aquilo era o que eu mais desejava no momento.

–Tudo bem.-Respondi.-Onde fica a comida?Estou morrendo de fome.