Havia se passado alguns dias desde o ocorrido com a invasão de domicilio ao apartamento da vizinha e por sorte nenhum deles recebera nenhum processo ou fora preso por conta desse fato. Cho não iria denuncia-los e Ginny ainda insistia que deveria ser uma forma de agradecimento da asiática pelo fato de terem invadido o apartamento dela para arrumá-lo mesmo que todos soubessem que era simplesmente para não comprometer o grupo pela ação esquisita da ruiva.

Harry e Neville se encontravam no apartamento deles com o policial arrumando suas malas para uma viagem que iria ter que fazer naquele final de semana. Alguns policiais da Scotland Yard tinham sido selecionados para participar de um programa especial fora da cidade com um batalhão antibombas. Ron e Harry estavam entre os escolhidos.

Aquela ideia não estava agradando Neville que tinha um mau pressentimento de que algo poderia acontecer naquela viagem. Fora o fato de que Harry não viajava com frequência e quando ia geralmente o botânico o acompanhava ou iria para algum outro lugar também como visitar a avó ou algum outro parente.

Os rapazes estavam no quarto de Harry que estava arrumando as malas enquanto o seu colega de quarto o observava da porta a onde estava encostado na passagem. Ele ficara em silêncio enquanto o amigo andava de um lado para o outro tentando terminar logo aquilo antes que Ron viesse pega-lo. Era de se esperar que fossem ficar sem tempo quando alguém deixa para fazer as malas de última hora.

_ Você podia me ajudar com isso não acha? – disse Harry olhando sobre o ombro para o amigo que ainda estava com uma face tristonha – não me olhe assim.

_ Harry – falou Neville sendo que o policial nem o deixou terminar.

_ É apenas um fim de semana – respondeu Harry.

_ Eu sei, só que... – respondeu Neville só que acabou sendo interrompido.

_ Além disso, na sua idade você deve ser capaz de ficar num apartamento sem nenhum colega de quarto por perto – disse Harry – quer dizer quando foi a última vez em que teve um lugar só para você? Vai por mim, isso vai ser legal...

_ Por que eu não posso ir com você? – perguntou Neville.

_ Por que você não é um policial? – respondeu Harry sarcástico.

_ Eu não sei se quero ficar por aqui sozinho – disse Neville.

_ Chame alguém então – respondeu Harry – chame o Draco para ficar aqui no final de semana aposto que vão se divertir juntos – então parou para pensar melhor – se ele vier não permita que ele dê festas ou traga alguma mulher para nosso apartamento... – fez outra pausa - Ou melhor dizendo... - ele olhou para Neville - para o meu quarto.

_ Certo, deixei o dinheiro das compras no pote sobre a geladeira – disse Harry – tem o suficiente para abastecê-lo por alguns dias – Neville lhe olhou chocado enquanto o moreno se voltava para ele trazendo as malas em cada uma das mãos – O que foi?

_ Você quer dizer que eu vou ter que fazer compras? – respondeu Neville – sabe que não gosto de fazê-las perco muito tempo com isso e tenho coisas melhores para fazer também – eles saíram do quarto seguindo pelo corredor e indo em direção à sala.

_ Não iria perder muito tempo com as compras se fizesse como uma pessoa normal e parasse de ler as embalagens e apenas os pegasse e colocasse nos carrinhos – disse Harry – e outra não é um fim do mundo comprar algo apenas porque você gosta e mesmo que isso te faça mal.

_ Claro, compro algo que tenha alguma coisa que tenha na produção algo que me faça ter uma reação alérgica... Ou seja... Prejudicial para mim só porque eu gosto do sabor – falou Neville sarcástico – sabe? A maioria das pessoas morre por deixar de fazer coisas estupidas como parar para ler alguma coisa só por estar com pressa.

_ Diz um – pediu Harry.

_ O cara que morreu ao tentar pular uma cerca porque não leu o aviso que dizia perigo essa é uma cerca elétrica – disse Neville – ou o cara que teve sua cabeça esmagada porque passou enfrente a uma obra que dizia cuidado homens trabalhando e isso também serve para o cara que caiu em um bueiro porque não percebeu a mesma placa. Ah, e como ia me esquecendo do cara que estava com tanta pressa que não viu que o semáforo estava fechado para ele e acabou sendo pego por um... Não lembro o que o atropelou só sei que acabou com ele.

_ São muitos caras bastante azarados – respondeu Harry com sarcasmo - Ok, sabe de algo curioso? É que seus casos são interessantes e a maioria deles se pode ser assistidos em um desenho animado.

_ Eu não quero fazer compras – disse Neville - Por que não posso simplesmente comer com as garotas enquanto você não volta?

_ Porque você seria um estorvo para as duas – respondeu Harry.

_ Não seria não – disse Neville – É muita maldade para um fim de semana afinal eu estou sendo punido ou algo assim?

_ Eu estava apenas me perguntando à mesma pergunta – respondeu Harry então ele abriu a porta e saem no corredor onde Ron esta ao lado de Hermione e Ginny.

_ Mas, Ron... – disse Ginny - Eu estou apenas sugerindo...

_ Eu já falei que é melhor assim – respondeu Ron.

_ Não é possível Neville cuidar de si mesmo? Ele já é bastante crescidinho acho que está mais do que... – falou Ginny então percebendo a presença do botânico ali – Oi... Neville...

_ Hei, garotas... Vocês sejam legais enquanto estamos no litoral – pediu Ron.

_ Bem, estou de mau humor – respondeu Neville - E alguém vai sofrer.

_ Por favor, nos leve com você – pediu Hermione.

_ Se eu pudesse – respondeu Ron - mas este um programa que é apenas para membros do Scotland Yard – e os três assentiram.

_ Sem companhias – disse Harry.

_ Sem família – falou Ron olhando para a irmã.

_ Sem amigos – completou Harry e naquele momento surgiram Luna e Draco nas escadas estando ambos vestidos com roupas de praia e óculos escuros além de toda a parafernália que gritava turistas de longe.

_ Cara, isso vai ser demais – vibrou Draco.

_ Oh, se vai... – disse Luna rindo.

_ Estamos indo para o litoral – falou Draco ajustando os óculos – Eu vi a previsão de que vai ser sol nesse final de semana e uma temperatura altíssima. Sabe o que significa? Estamos indo para a casa do biquíni fio dental.

_ E eu estou levando o meu violão para ver se o mar me inspira para novas composições – respondeu Luna alegremente como uma criança – Da última vez que estive na praia compus a canção da queimadura solar por ter esquecido o protetor.

_ Acho que há algo que vocês devem saber: Vocês não vão – contou Hermione.

_ Oh, nós vamos sim – respondeu Luna – Olhe só para isso não temos até nossas coisas guardadas e eu comprei o protetor solar dessa vez.

_ É algo só para policiais – disse Hermione.

_ E vocês deixaram esse negocio de fora quando nos contaram? – perguntou Draco.

_ Eu falei que ia ser um curso antibombas – respondeu Ron - Achei que já estivesse bastante claro sobre isso.

_ Pelo jeito você achou errado – respondeu Luna – Cara, o que vou fazer com esse protetor solar agora? – ela mostrou o tubo que havia puxado da bolsa – Não é como se eu pudesse devolver a loja da qual eu roubei.

_ Você roubou isso? – falou Ginny surpresa.

_ Não, por que você pensaria em algo assim? – respondeu Luna rindo.

_ Por que você falou – disse Hermione como se fosse obvio.

_ Eu posso ter dito sim – falou Luna com um olhar misterioso – eu digo muita coisa.

O pessoal estava reunido no pub Leaky Cauldron estando sentados em seu lugar de costume e bebendo os seus drinks naquele inicio de noite. Fazia algumas horas já que Harry e Ron tinham partido para sua viagem deixando os amigos para trás. Todos os cinco que haviam ficado em Londres estavam totalmente chateados pela ausência dos dois policiais em seu grupo como se as coisas não fossem mais ser as mesmas naquele final de semana.

Hermione estava servindo algumas pessoas na maquina automática de cerveja quando a mangueira pareceu travar e espalhar a bebida sobre o balcão. Ela desesperada começou a pegar todos objetos próximos para enche-los e evitar o desperdício. Quando viu que não era possível acabou pegando a mangueira e dando um nó nela. Aquilo resolveu o problema por um tempo.

Ela então pegou a bandeja com os canecos de cerveja como se não tivesse acontecido nada e foi os levar para uma mesa próxima e servir as pessoas que estavam ali. O restante do grupo se encontrava sentado no sofá purpura (com exceção de Draco que tinha ido ao banheiro) com um olhar distante sendo que todos pareciam desanimados menos Luna que estava passando protetor solar em seus braços e rosto. Neville e Ginny pareceram notar e então se voltaram para encara-la.

_ O que você esta fazendo? – questionou Neville.

_ Passando protetor solar? – respondeu Luna como se fosse obvio.

_ Era exatamente isso que eu estava achando que era – respondeu Neville.

_ Luna, por que esta fazendo isso? – perguntou Ginny.

_ Eu estou tentando me proteger – disse Luna – não consegue ler o que está escrito aqui?

_ Do que? Esta noite lá fora não temos sol – respondeu Ginny.

_ Não se engane por estar escuro – disse Luna – Ele ainda está lá fora no espaço.

_ Sim, só que ele esta do outro lado do mundo agora – falou Neville – Não é como se houvesse algum perigo.

_ Pensei que um cientista como você ia me apoiar afinal foi vocês que disseram que existe os tais buracos na camada de ozônios – respondeu Luna – e que os raios solares penetram na atmosfera do nosso planeta.

_ Sim, só que... – disse Neville.

_ E eu acho que tenho direito de usar um protetor solar a noite – disse Luna – porque eu estou chateada por não ter ido à praia hoje e também porque eu perdi meu tempo roubando isso – ela fez uma pausa – comprando isso... Eu falei comprar.

_ Nós ouvimos – respondeu Ginny tentando não criar problemas com uma nova discussão.

_ E outra, o cheiro é bom... – disse Luna estendendo o braço para Neville – sente.

_ É, mesmo muito bom... – respondeu Neville sentindo-o pegando um pouco do tubo e espalhando pela superfície de sua mão – tem mais desse?

_ Tenho outro tubo se quiser mais tarde posso dar uma passada no seu apartamento para poder passar em você – falou Luna e tanto o botânico quanto Ginny olharam para a amiga com olhares surpresos com aquela frase – digo... – ela parecia ter percebido o fora que havia dado - Passa-lo para você... Quero dizer entrega-lo a você para que você mesmo o passe.

Por sorte da loira foi que Draco estava retornando do banheiro e logo os três voltaram suas atenções para ele que falava ao celular. O rapaz se sentou na poltrona e continuou falando parecendo alheio aos olhares dos amigos.

_ Então, estamos combinados? – falou Draco ao celular e aguardou a resposta do outro lado - Você vai chegar ao aeroporto e quer que eu vá até lá? – escutando – certo me deixe mostrar Londres de um jeito que você não vê há tempos. Vai ser um dos melhores finais de semana da sua vida. Certo... – escutando – bem, então vou até lá então. Beijos... – ele sorriu parecendo se estender melhor naquela poltrona - Também te amo Blaise.

_ Essa tal de Blaise deve ser especial porque acho que nunca tinha visto o Malfoy dizer que amava uma pessoa – falou Ginny.

_ Eu já – disse Neville – no dia que o conhecemos nós o ouvimos falar que amava a ex-noiva dele – e o rapaz deu um gole em sua bebida – mas ele não estava nos seus melhores dias depois da tentativa de suicídio – e deu um novo gole.

_ Então Draco quem é essa garota que te fez sentir o amor novamente? – disse Luna e Hermione que passava perto parou e foi na direção do grupo parecendo bastante surpresa.

_ Digam-me que ouvi direito – falou Hermione – vocês perguntaram para o Draco quem era a garota que ele estava amando novamente?

_ Ele estava no telefone e quando foi desligar e então foi que ele falou: eu te amo – respondeu Ginny e a garçonete lançou um sorriso para o amigo loiro que fitava tudo com tédio de onde estava sentado - para alguém chamada Blaise.

_ Quem é Blaise? – perguntou Hermione sorrindo como se tivesse acabado de descobrir um dos maiores segredos – Ela é bonita?

_ Ele é bastante atraente sim – disse Draco e Neville cuspiu toda a sua bebida além de ter um ataque de tosse.

_ Blaise é um cara? – falou Neville chocado.

_ É – respondeu Draco.

_ Desde quando você... – começou Neville até ser interrompido pelo loiro.

_ Ele é meu irmão – disse Draco seriamente.

_ Isso é mais assustador ainda – respondeu Hermione – há outro igual a você?

_ Não somos exatamente parecidos – disse Draco – vocês irão vê-lo porque irei busca-lo no aeroporto já que esta voltando para Londres esta noite – ele deu um gole de sua bebida – se vocês quiserem ir comigo.

_ Claro – disseram todos concordando então é escutado um barulho de alguém caindo e todos voltam seu olhar em direção ao balcão sendo que atrás dele estava Tom que tinha escorregado na cerveja que vazara da maquina defeituosa.

_ Na verdade acho que vou ter que fazer hora extra hoje – respondeu Hermione.

_ Ai, minha perna... – soou a voz de Tom.

_ Depois de levar o meu chefe para o hospital - completou Hermione então se virando para os amigos – rezem por mim para não ser demitida hoje – e saiu indo em direção do balcão para socorrer Tom.

...

O grupo se encontrava no aeroporto naquela noite. Draco parecia animado com o retorno de seu irmão enquanto o restante de seus amigos que tinham ido com ele no hospital não pareciam muito interessados em estar ali afinal o voo acabou por atrasar e agora lá estavam esperando pela chegada de um avião vindo de um país distante para que pudessem encontrar alguém desconhecido para eles.

Draco estava segurando um pedaço de papel como uma espécie de placa em que se lia o nome de Blaise. O loiro estava em pé enfrente ao desembarque de passageiros sendo que mais atrás dele vinham os outros três (Hermione acabara não podendo ir já que tivera que levar o chefe ao hospital) que observavam a movimentação das pessoas que haviam acabado de descer do avião.

_ Como vocês acham que é esse tal de Blaise? – perguntou Luna.

_ Ele é irmão do Draco acho que podemos imaginar como ele pode ser – respondeu Ginny.

O trio então olhou para o loiro que estava vendo umas aeromoças passarem próximo a ele e seguindo-as com o olhar sendo que sua feição parecia de cobiça e animação fora o seu sorriso de sedução posta em pratica. Então se virou para olha-las melhor que em seguida ir atrás delas sendo que ao passar próximo de Neville entregou a placa para o botânico.

_ Segure isso para mim e espere aqui que eu já volto – disse Draco então voltando-se em direção as aeromoças que se distanciavam – aquelas garotas estão a muito tempo nas nuvens e agora que aterrissaram é hora do papai aqui ir a caçada – ele deu uma cotovelada no rapaz – por que você sabe não é? Mulheres de uniforme são terrivelmente sexys – então viu que as garotas estavam se afastando e deu uns tapas no ombro do amigo – olha lá, estou quase as perdendo de vista... – então começou a correr para longe se voltando na direção deles ao olhar sobre o ombro - Vocês Fiquem ai – finalmente desaparecendo.

_ Não sei se o mundo seria cruel o bastante para por dois seres como esse para serem criados pelos mesmos pais – falou Ginny – mas pode acontecer afinal não sabemos como é o pai deles vai que é uma versão mais antiga dele.

_ Isso é ridículo não é como se você pudesse pegar de base uma pessoa e usa-la para compará-la com um membro da família – disse Neville – sabia que poderia ser o completo oposto dele?

_ Sério? – perguntou Ginny.

_ É – respondeu Neville.

_ Isso é verdade – disse Luna – Eu e minha irmã não somos parecidas e olha que dividimos um útero por nove meses. Eu sempre fui a gêmea boa e ela é má desde aquela época sabia? – o loira olhou para ambos – aquela garota tentou me estrangular com o cordão umbilical dela enquanto ainda estávamos naquele útero fora os chutes que me dava para tentar me tirar dali.

_ Nossa... Isso é cruel só que não é como se ela fosse consciente daquela época do que fazia – respondeu Neville.

_ Vai por mim aquela vadia sabia muito bem o que estava fazendo – disse Luna então começando a brincar com seu cabelo – E se fossemos ser influenciados pelos nossos pais iriamos ou acabar na prisão como meu padrasto ou suicidas como minha mãe.

_ Certo... Então como você imagina que seja o irmão do Draco? – perguntou Ginny.

_ Oh, isso é difícil de responder – disse Luna fazendo então uma pausa e todos parecem concordar então a loira se agita e começa a pular – Oh... Acho que sei como eu imagino o irmão do Draco.

_ Como? – perguntaram os dois.

_ Como aquele cara ali – disse Luna apontando para um rapaz que havia acabado de passar pelo portão de desembarque e os dois se voltaram para encarar.

Aquele era um jovem alto que tinha um porte atlético de quem costuma praticar esportes com frequência. Possuía a pele escura com maçãs do rosto salientes e os olhos oblíquos e num tom cor de café. Aquele rapaz deveria estar numa faixa etária próxima ou igual a eles.

Neville e Ginny voltaram seus olhares para como se ela tivesse perdido a cabeça. Aquele rapaz não tinha nada haver com Draco então como que a loira poderia supor que pudesse ser o irmão do amigo deles. Luna pareceu não compreender aquilo e começou a acenar para o rapaz parecia não tê-los notado ainda sendo que a loira começou a chamar por seu nome e balançar aquele cartaz que Draco havia lhe dado.

Neville e Ginny estavam se sentindo envergonhados alheiamente como viam sua amiga pulando para cima e para baixo com aquele cartaz em mãos e gritando o nome do irmão de Draco no aeroporto. Todas as pessoas que passavam por ali estavam lhe encarando. Foi então que o rapaz pareceu notar e acenou na direção deles.

_ Acho que ele nos ouviu – falou Luna.

_ Pergunto quem nesse aeroporto não te ouviu – respondeu Ginny.

_ Olá – disse o rapaz – vocês estavam me chamando?

_ Sim só que acho que nossa amiga cometeu um engano... – falou Neville – Não queríamos incomodá-lo.

_ Não é incomodo algum quando se trata de fãs – disse o rapaz pegando a placa das mãos de Luna – Oh, algo bastante simples aqui acho que alguém foi surpreendido com a minha chegada – ele tirou uma caneta do bolso e começando a assinar o cartaz – parece que foram sortudos por estarem no lugar certo na hora certa... Então, alguém quer tirar fotos?

_ Quem é você? – perguntou Neville completamente confuso e estranhando aquela atitude do desconhecido fazendo com que o rapaz ficasse sem reação – Digo... Desculpe é que nós não te conhecemos...

_ Claro por que alguém me conheceria afinal? – falou o rapaz – passei cinco malditos anos jogando basquetebol profissional na Albânia e chego a meu próprio país onde eu continuo sendo um ninguém.

_ Ah, claro... – falou Ginny fingindo surpresa – você é aquele jogador da Albânia acho que já vi alguns jogos seus e devo dizer que você estava muito bom – o rapaz pareceu sorrir – sabe, não entendo muito de basquete só posso dizer que se eu cheguei perto de acompanhar algo foi por causa daquele jogo que foi surpreendente.

_ Você não assistiu não é mesmo? – disse o rapaz rindo.

_ Não – riu Ginny – sinto muito apenas não gosto de ver caras bonitos como você tão tristes assim até porque eu sou uma jogadora e sei como dói não ter o reconhecimento que merecêssemos.

_ Oh, é mesmo? – disse o rapaz - Bem então devo dizer que estou bem melhor agora até porque eu apenas criei um pouco de esperança quando vi vocês três gritando meu nome.

_ Ela que estava gritando seu nome – falou Neville apontando para Luna – sabe a loira com voz feminina nada haver com o cara moreno e alto que sou eu – e o rapaz negro riu novamente e sorriu para o botânico.

_ Espera... Acho que reconheço essa letra – disse o rapaz – vocês estão com o... – então Draco retorna parecendo bastante satisfeito e exibindo uns papeis com telefone das aeromoças de quem fora atrás – meu irmão? Hei Drake.

_ Hei Blaisy – respondeu Draco indo o abraçar calorosamente e fortemente – Vejo que conheceu meus amigos já – naquele momento Ginny e Neville se encontravam completamente sem jeito e Luna se via sorridente e acenava para o rapaz – Pessoal esse é meu irmão Blaise.

_ Isso é meio constrangedor – falou Neville com o olhar para Ginny.

_ Eu sei – respondeu Ginny com o olhar também – Eu estava flertando com o irmão do Malfoy.

_ Eles parecem meio confusos... – disse Blaise percebendo como o casal parecia meio que sem reação – você contou a eles que eu era negro?

_ Por quê? – riu Draco - Eu deveria? – os amigos lhe olharam seriamente – É acho que deveria ter avisado e contado mais sobre você antes de virmos. Enfim... A algo engraçado que deixei de contar sobre meu irmão pessoal é que ele é negro.

_ Nossa isso resolve as coisas muito bem – disse Ginny rindo – desculpe-me por tudo isso Blaise não queremos que pense mal de nós é que apenas foi uma surpresa para a gente.

_ Entendo não é a primeira vez – respondeu Blaise – Tinha que ver o desconforto dos meus amigos quando via que o Draco era meu irmão – ele deu alguns tapinhas camaradas no ombro do loiro - eu sempre quebrava o clima de tensão com uma piada singela sobre eu ser o chocolate escuro e ele o branco – e o grupo riu.

...

O grupo se localizava agora do lado de fora do aeroporto. Draco estava tentando chamar um taxi para o grupo enquanto Ginny tentava conhecer melhor Blaise. Mesmo que fosse irmão de algum de seus amigos não significava que não poderiam ter algo.

Até porque se Blaise tivesse mesmo puxado algumas características de Draco sendo que talvez não estivesse interessado em um relacionamento sério naquele momento. E Ginny estaria feliz em sair com uma pessoa sem ser nada oficial mesmo que por alguns dias.

_ Enfim, como é possível isso? – perguntou Ginny – digo...

_ Oh, é uma longa historia – disse Blaise.

Luna e Neville estavam um pouco afastados já que haviam percebido o interesse de Ginny no rapaz e tinham decidido dar um tempo para os dois. Os dois olhavam o casal de onde estavam parecendo bastante curiosos.

_ Nunca que iria imaginar que esse fosse ser o irmão do Draco – disse Neville – Ele parece um cara legal só espero que não seja como o Malfoy do contrário Ginny pode acabar se machucando.

_ Ela é bem grandinha acho que sabe se cuidar sozinha – falou Luna parecendo enciumada.

_ Eu sei é só que me preocupo – disse Neville – Ela é nossa amiga e mal conhecemos esse cara quer dizer nem ao menos sabíamos da existência dele até essa tarde ou mesmo como parecia até ele chegar.

_ Eu sabia que era ele – falou Luna e o rapaz lhe encarou.

_ É, eu percebi isso – respondeu Neville – a pergunta é como?

_ Eu tinha visto uma foto ontem quando o Draco passou lá em casa – disse Luna e Neville pareceu surpreso com aquilo – O que foi?

_ Espera o Draco te visitou ontem? – perguntou Neville – E quando planejava dizer?

_ Eu não achei que precisava dizer para você quando alguém me visita em minha casa – respondeu Luna cruzando os braços e o botânico assentiu parecendo envergonhado.

_ Vai nos contar? – disse Neville – como foi?

_ Bem... – respondeu Luna – Esta bem... Foi assim.

Flashback – Algumas horas atrás.

Luna estava em seu apartamento fazendo artesanato com barro. Ela estava moldando uma espécie de escultura numa daquelas maquinas de roda enquanto deslizava suas mãos sobre a peça para dar o formato. Quando a campainha toca e a loira para o que esta fazendo.

_ Estou indo – Luna se levanta e vai em direção a porta para abri-la sendo que a campainha toca de novo – Já vai – ela olha pelo olho magico antes de abrir a porta só que suas mãos estão sujas de argila então a loira tem de se virar para remover todas as trancas.

O trinco ela puxa com a boca enquanto o outro usa o nariz acabando por resmungar um pouco. O cadeado ela usa o cotovelo para solta-lo do lugar e novamente a boca e mais uma vez o nariz para dai finalmente chegar à maçaneta em que tem que usar os dois cotovelos para conseguir gira-la.

Interrupção de Flashback

_ Você poderia ter simplesmente secado as mãos antes de abrir a porta – falou Neville.

_ Quer que eu continue ou não? – respondeu Luna.

Continuação do Flashback

Luna abre a porta e do outro lado se encontra Draco encostado ao arco da porta parecendo bastante triste e ele olhou para a loira com um olhar que simplesmente lhe deu muita pena. Os dois ficaram ali por alguns segundos antes que a garota revolvesse quebrar o silêncio.

_ Posso fazer alguma coisa por você? – perguntou Luna.

_ Estou precisando de alguém para conversar – respondeu Draco – Será que posso falar com você?

_Claro – disse Luna e Draco a abraçou fazendo com que a loira fosse pega de surpresa e o abraçasse também – então um som de molhado foi escutado e o rapaz se afastou da amiga – suas mãos estão molhadas?

_ Não – respondeu Luna se separando dele e mostrando suas mãos – sujas de argila.

_ Certo, mudando minha pergunta: Será que eu posso falar com você e usar a sua maquina de lavar? – disse Draco e a garota sorriu dando espaço para que ele entrasse enquanto já ia tirando o casaco que usava.

Fim do Flashback

_ E é isso – falou Luna – nada demais viu? Apenas uma conversa entre amigos.

_ Sério que foi apenas isso e não esta ocultando nada? – perguntou Neville.

_ Bem... – falou Luna.

Novo Flashback

Draco tinha acabado de retirar o casaco e agora estava desabotoando a camisa que usava para a confusão de Luna. Ela que encarou aquela cena com certo espanto no olhar só que não disse nada até que o rapaz já tinha terminado de remover a camisa e decidira continuar pelas calças já começando por soltar o cinto. Então Luna decidiu se pronunciar.

_ Eu pensei que tivesse apenas sujado seu casaco – respondeu Luna.

_ Oh, bem... – falou Draco parecendo confuso com a reação da garota - sim só que eu pensei que nós dois já que estamos aqui poderíamos... – ele fez uma pausa significativa e lançou um olhar para a loira - você sabe?

Interrupção de Flashback.

_ Aquele filho da... – disse Neville então sendo interrompido pela loira.

_ Não rolou nada esta legal? – falou Luna – E outra... Poderia ter muito bem acontecido sim porque fazia um tempo que um homem ficava nu no meu apartamento que não fosse o meu pai na quinta-feira naturalista.

_ Então você pensou... – começou Neville então sendo interrompido novamente por Luna.

_ Por alguns segundos sim – falou Luna – Ainda bem que o que veio a seguir quebrou qualquer chance de acontecer – e o botânico a fitou com curiosidade – Eu vou te contar o que houve.

Voltando ao Flashback

A cena retorna de onde tinha parado com Draco sem camisa e de calças com o cinto solto sendo seguradas por suas mãos. Foi então que um som foi escutado e parecia vir do estomago do rapaz que fez uma careta antes de levar uma das mãos a boca e começar a procurar algo com aflição até achar um objeto semelhante a um vaso colocado numa pequena mesa. E então Draco vomitou para o desagrado de Luna que fez uma careta enojada.

_ Desculpe-me – respondeu Draco.

_ Era a urna que tinha as cinzas da minha mãe – falou Luna parecendo chocada.

_ O que? – falou Draco extremamente chocado.

Interrupção de Flashback.

_ O que? – exclamou Neville chocado da mesma forma que Draco estivera ao receber a noticia.

_ Calma – respondeu Luna sorrindo.

Voltando ao Flashback

_ O que? – falou Draco extremamente chocado.

_ Brincadeira – respondeu Luna – É apenas um vaso que meu pai usa como cinzeiro quando quer fumar escondido – ela então riu – ele acha que eu não sei – então a loira se encaminhou até o sofá enquanto o rapaz tornou a colocar o objeto sobre seu lugar original e andou até ela ainda segurando as calças – Então qual é o seu problema?

_ Você e eu não vamos... – falou Draco até ser interrompido pela garota.

_ Não – respondeu Luna – você vomitou no que poderiam ser as cinzas da minha mãe.

_ É um vaso qualquer com cinzas de cigarro – disse Draco.

_ Mas é bonito o bastante para que pudesse ter guardado as cinzas da minha mãe se nós não as tivéssemos espalhado sobre a floresta tropical – falou Luna.

_ Vocês fizeram isso mesmo? – perguntou Draco.

_ Não – falou Luna – Mas era a vontade dela em vez disso estamos guardando suas cinzas numa lata de café que eu e minha irmã perdemos quando tivemos de nos mudar.

_ Isso é triste – respondeu Draco parecendo compadecido – sabe o que pode acabar com uma tristeza assim? Sexo... – ela o fitou surpresa enquanto ele parecia mais animado - E olha, eu estou aqui disposto a fazer se você quiser é claro.

_ Não vai rolar Draco se você quiser conversar será apenas isso... – disse Luna - Sem sexo antes – o loiro parecia ainda não estar muito convencido sobre aquela decisão e decidiu insistir.

_ Mas o que tenho a contar é do tipo de coisa de conversa de cama – falou Draco – Eu sempre tinha sexo com a Olivia quando queria dizer algo importante depois porque achávamos que isso servia para nos relaxar e também por...

_ Nós não vamos transar Draco – disse Luna com convicção.

_ Certo – falou Draco se sentando ao lado dela.

_ Você está bêbado – observou Luna ao sentir o cheiro de álcool vindo da direção dele.

_ É... Eu estou – respondeu Draco rindo sem motivo nenhum aparente.

Fim flashback

_ E depois disso eu e Draco conversamos sobre o irmão dele e de como se sentia sobre o retorno dele – disse Luna – o nosso amigo está muito frustrado pelo que tem sido de sua vida quer dizer a noiva dele desmanchou com ele e seu pai cortou qualquer financiamento porque simplesmente não apoia sua carreira de ator que até agora não tem se mostrado ter muito sucesso.

_ Sinto muito pelo Draco – falou Neville – E sei que ele tem todos estes problemas só que nunca parece demonstrar para nós sempre parecendo estar muito bem como se tudo isso não importasse.

_ Draco não é a pessoa mais aberta aos seus sentimentos pelo menos os verdadeiros e precisou estar bêbado para fazer todas essas confidencias a mim – respondeu Luna.

_ E por que ele estava assim? – perguntou Neville.

_ Pela chegada do Blaise – respondeu Luna - O Blaise é praticamente tudo o que o Draco queria ser porque o irmão dele conseguiu vencer na vida fazendo o que gosta e teve uma grande carreira internacional. Então com o retorno dele...

_ Bateu esse sentimento de autoestima baixa – falou Neville – bem, pelo menos ele falou com você e certamente conseguiu fazer com que ele ficasse melhor ou pelo menos sóbrio.

_ É, eu consegui sim – disse Luna sorrindo.

_ E ele não tentou mais... – falou Neville até que foi interrompido pela loira.

_ Bem... – respondeu Luna.

Flashback Final.

Luna estava em seu apartamento fazendo artesanato com barro. Ela estava moldando uma espécie de escultura numa daquelas maquinas de roda enquanto deslizava suas mãos sobre a peça para dar o formato. Quando Draco chega por trás se sentando atrás dela e parecendo estar completamente nu e Luna nem ao menos se vira para encara-lo.

O rapaz coloca suas mãos sobre as dela para também dar forma a argila sendo que a loira franziu as sobrancelhas para aquela cena. Então se voltando para encara-lo de canto de olho.

_ Nós não vamos fazer Draco – falou Luna.

_ Qual é... Estamos numa cena de Ghost versão erótica aqui – respondeu Draco.

_ Não – disse Luna e Draco bufou se afastando dela.

Fim de Flashback

Neville e Luna estavam ainda no aeroporto sendo que o botânico parecia realmente chocado com aquela última revelação então bufando em raiva ao mesmo tempo em que cerrava os punhos para tentar conter sua fúria.

_ Eu vou matar o Malfoy se ele tentar isso novamente – respondeu Neville entre dentes.

_ Ele não tentaria – disse Luna – acho que sabe que nada irá rolar entre nós dois – eles se encaminhavam em direção de onde Draco ainda tentava achar um táxi em frustração – além do mais ele não se lembra de muita coisa ou esta fingindo que nada aconteceu.

_ Dá para acreditar? Sem nenhuma droga de táxi – respondeu Draco – alguém ai pode ligar para a companhia e pedir que mandem um para nós? – ele suspira indicando o próprio aparelho celular – maldita falta de crédito.

Ginny já ia tirando o celular do bolso quando eles veem um carro parando próximo a eles e o vidro da janela abaixa-se revelando Hermione em seu interior. O grupo se aproxima do automóvel em que a morena estava ao volante.

_ Hei pessoal – respondeu Hermione abrindo a porta do carro – Vamos logo que eu não posso ficar muito tempo estando estacionada por aqui – ela olhou para o grupo - Então onde esta o irmão do Draco?

_ Sou eu – respondeu Blaise e Hermione pareceu surpresa – E sim eu sou negro.

_ Oh, me desculpe não é como se eu fosse... – falou Hermione apressadamente.

_ Nós entendemos – respondeu Draco – Eu deveria ter falado que o Blaise era adotado.

_ É deveria mesmo – disseram todos em conjunto.

_ Teria evitado toda essa situação desconfortável – respondeu Blaise.

_ Onde conseguiu esse carro? – perguntou Ginny.

_ É do Tom – respondeu Hermione – Eu o levei ao hospital e depois para casa então ele decidiu me deixar com as chaves do pub para quando for fecha-lo – o grupo já ia entrando no automóvel – e também tinha as chaves no molho que ele me deu então pensei que eu pudesse pega-lo emprestado.

_ Então estamos no carro de alguém que não sabe que você esta com ele? – perguntou Luna – Isso é legal – e bateu as palmas parecendo animada – Já olhou o porta-luvas para ver o que tem nele?