O diário

Nas semanas que Hermione ficou na enfermaria ela recebia visitas diariamente para receber os deveres que ela insistia em continuar fazendo. Foi lá que eles contaram aos outros o que fizeram no feriado de natal.

Quando Ron, Harry e Jason caminhavam até o salão principal depois de uma visita a garota e o ruivo ainda falava sobre a visita aos sonserinos.

– Tinha tanta certeza que era Draco. – Ele se calou repentinamente ao ouvirem a voz de Filch no andar de cima.

– Sempre sobra para mim. – ele berrava. – Passar a noite toda esfregando o chão.

Os garotos subiram sorrateiramente para ver o que tinha acontecido. O motivo da irritação de Filch era a água que escorria por debaixo da porta do banheiro da Murta. A essa distância também era possível escutar as lamentações da fantasma.

Aproveitando que Filch tinha se trancado em seu escritório, os três entraram no banheiro para satisfazer sua curiosidade. Ela estava escondida em seu boxe, chorando mais alto do que o normal.

– O que aconteceu Murta? – Harry questionou.

– Quem é você? – ela berrou de volta, ainda sem abrir a porta. – Veio jogar mais alguma coisa em mim?

– Sou eu que devia estar perguntando. – abriu a porta furiosa. – Aqui estava eu, cuidando da minha morte, quando alguém achou engraçado jogar um livro em mim.

– Mas na doeu, não é? – Jason perguntou curioso. – Só atravessou.

– Claro, que ótimo, vamos todos jogar coisas na murta porque ela não sente nada. – ela parecia ainda mais irritada.

– Mas quem jogou o livro em você. – Rony, que estivera quieto até então, perguntou.

– Eu não vi. – choramingou. – Estava de costas e o livro atravessou minha cabeça. Ele está lá agora.

Apontou para um livro pequeno e fino embaixo de uma das pias. Harry se abaixou e pegou-o. Sob os protestos de Rony ele abriu o livro, que se mostrou um diário de cinquenta anos atrás.

– T. S. Riddle. – Leu o nome na primeira página.

– Eu me lembro desse nome. – Ron exclamou. – Tive que limpar o troféu dele de serviços prestados à escola.

A única coisa curiosa sobre o livro, além de ter sido comprado em uma livraria trouxa, era que não tinha nada escrito nele. Harry guardou o diário e os três retomaram seu rumo para o salão principal.

Eles mostraram o diário aos outros na biblioteca, onde se reunião com alguma frequência, geralmente para pegar as anotações da garotas.

Rony era o único que insistia que deveriam jogar o diário fora. Mas só porque Hermione, recentemente liberada da ala hospitalar sem pelos, achava que ele era importante.

– Draco disse qua a câmara secreta foi aberta há cinquenta anos atrás. O diário é dessa época também. – dizia. – Riddle tem um troféu por serviços prestados a escola, talvez tenha descoberto o herdeiro de Slytherin. O diário contaria tudo.

– Está tudo em branco, Hermione! – Rony rebateu.

– Pode ter usado tinta invisível. – pegou a varinha. – Aparecium.

– Viu? Nada aconteceu. – o ruivo se levantou. – deve ter ganhado esse troço de Natal e não quis usar.

Ninguém abriu a boca. Costumavam não se meter nas discussões entre esses dois. No entanto, não desistiram de procurar e certa tarde, Frank encontrou seu nome em uma lista de monitores e um distintivo de Mérito em Magia.