Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 8
Espelho.


Notas iniciais do capítulo

Se demorei,mil desculpas. E continuem a comentar. Já que quanto mais vocês comentam, mais animada eu fico e mais rápido eu vou escrevendo e postando a historia.



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Existem muitas coisas assustadoras na vida.

A morte, o abandono e a decepção são algumas. Mas mais assustador ainda é quando alguém, literalmente, entra em sua cabeça e diz se você se apaixonar por certa pessoa vai matá-la de um jeito pior do que o planejado inicialmente. A pior parte é que você no fundo sabe que vai ser impossível não se apaixonar, ainda mais se uma convivência maior estiver por vim. E se, principalmente for um Garden. E se for o Garden fofo Alef piora tudo. É como amar o que nunca teve. Mas mesmo assim você ama. Mesmo não querendo. A pior parte para mim é que Drakon esta sempre dentro de minha mente. Até parece que não tem mais nada para fazer. Mas eu espero sinceramente que a quantidade de emoções que sou capaz de sentir e a intensidade em que consigo sentir, o enlouqueçam. Isso se ele não já for pirado. O que bem provavelmente deve ser.

–Você esta mais avoada hoje.

Comentou Alef, me trazendo de volta a realidade. Ele estava fazendo alguma coisa no fogão. Não consigo me lembrar o que. Acho que panquecas. E eu estava sentada no balcão da cozinha do apartamento que disseram que era meu. Não me sinto confortável nesse lugar, apesar de que meu apartamento é minha cara, com tons de azul e branco. Tem até um aquário gigante. E um jardim. E eu não consigo aproveitar nada quando estou preocupada. E agora estou hiper preocupada. A Angel saiu correndo da sala e sumiu e tem o Drakon que de vez em quando da o ar da graça(SQN) em meu pensamentos. A propósito acho que o Drakon quer me enlouquecer. Quando ele não consegue me atingir com piadas maldosas, ele simplesmente coloca imagens e lembranças horríveis em minha cabeça. Talvez isso faça parte do plano maligno dele para dominar o mundo. Isso eu já descobrir. Aproveitei a deixa que ele me deu e fucei um pouco a mente dele também. Descobri algumas informações bem interessantes. Como a fome de poder dos sadics, que são bem gananciosos. Que na verdade os sadics nasceram humanos e foram vitimas de um programa governamental em que injetaram um soro chamado Delta neles. Pelo menos os primeiros eram assim. Esses são chamados de Primordiais Alfas. Foi quando meu pai, Ítalo Blood, (pasmem ele casou com minha mãe, ou seja, pacto sem sentido nenhum, apesar de que ele ficou desaparecido desde antes que eu nasci), teve a maravilhosa idéia de aumentar a população sadic no mundo, por que ele estava se sentindo muito sozinho. Drakon só aceitou a idéia por que era ganancioso desde que era humano. E o soro Delta não aumenta só a força, agilidade e rapidez, quanto dá uma sensação de imortalidade por desacelerar o processo de envelhecimento e de poder, por que os sadics, em sua maioria têm dons especiais, (Exemplo? Alef pode controlar os quatro elementos, mas só que ele usa somente o de controlar a terra)mas aumenta as características da personalidade da pessoa. Tipo, se a pessoa for do bem ela se torna mais do bem ainda e se ela for do mal se torna mais malvada ainda. E Drakon ficou ainda mais ganancioso, a ponto de querer controlar o mundo inteiro. Mas voltando a historia, os sadics primordiais tentaram varias vezes recriar o soro. Foi quando eles usaram seu próprio DNA para isso. Só que tem um, porém, o soro só funciona em humanos de sangue O+ E O-, por que esse era o tipo de sangue deles antes de serem sadics. Então eles começaram a usar o tal soro na própria família. Primeiro em voluntários que sabiam seu segredo e depois esse soro foi passando para as esposas, e conseqüentemente para as crianças que nasceram depois. Os filhos mais velhos com medo de perder o carinho dos pais começaram a aceitar usar o soro. E isso se tornou um grande circulo vicioso. No final toda a família Garden já era sadic. Foi quando ocorreu um grande desentendimento entre Drakon e Ítalo. Acho que eles queriam a mesma garota ou algo assim. (Motivo besta). E a família se dividiu em duas. Aaron e Ítalo de um lado, por serem bonzinhos e Drakon e Izzan do outro por compartilharem o mesmo amor pelo poder. Foi quando os Gardens do mal começaram a usar humanos que não eram da família para se tornarem sadics. Mas ao invés de se tornarem sadics se tornaram os zumbis, controlados por seus progenitores. Já os do lado bom aumentaram por conta de parentes novos que nasciam do lado do bem. Entre eles humanos, que mais tarde viravam sadics. Entre eles estavam Dexter, Cam e Alef, que são os primórdios de sua espécie. Ou seja, eles foram os primeiros fora da família Garden a serem transformados, ou morriam. Então descobriram que quanto mais novos acontecesse a transformação, maior era a chance da mutação ser maior. Por exemplo, Dexter foi transformado aos oito anos e adquiriu presa, enquanto Alef foi transformado aos quatro e ganhou asas. Os Gardens do mal, que começaram a se chamar Apaches, foram e criaram seus próprios primórdios peculiares. Esses são os Troubles. Eles foram criados especialmente para serem os Anti dos Gardens. Até então estava tudo bem, ate meu pai se apaixonou pela minha mãe, e ela por ele,e para o desespero total de Drakon teve eu e minhas irmãs. O grande motivo para o desespero dele é que todos os sadics tem seu Anti. E como fomos geradas, não criadas, estamos sem Anti. E os primórdios Alfa também não tem Anti. Ou seja. Somos bem provavelmente a resposta da natureza para os Primórdios Alfa. Somos os Anti deles. É a vida é injusta mesmo. Eu queria ser só mais uma adolescente normal no mundo. Com problemas normais. Com uma família normal. Mas não. Minha mãe é humana e meu pai sadic. E bem provavelmente tenho duas naturezas e em breve uma vai querer comer a outra.

–Estou?

Perguntei a mim mesma. Que eu vivo no mundo da lua qualquer um pode perceber ao me ver. Mas que hoje estou mais avoada, bem talvez seja verdade.

–É, tipo eu acho que já falei muita coisa com você e você estava voando na sua imaginação. Olhando fixamente para parede. E de vez em quando coçava o nariz.

Respondeu ele me dando um copo de suco de goiaba. Alef é muito eficiente em qualquer coisa que fazia. Principalmente em me agradar. Eu nem cheguei a dizer a ele que amo suco de goiaba. E panquecas. Mas ele mesmo assim fez.

–Você parece que me conhece mesmo.

Comentei bebericando o suco. Estava do jeitinho que eu gosto. Nem sei por que estou impressionada. Alef tem uma estranha ligação comigo.

–Mais do que você pensa.

Concordou Alef sorrindo levemente.

–Não duvido.

–Já descobriu uma maneira de me falar quem é que fica em sua cabeça te perturbando?

Perguntou Alef. Por incrível que pareça ele foi o único a acreditar em mim. Todos disseram que era só minha imaginação. Como sempre.

–Não.

Respondi mais ou menos mal humorada. Um pouco frustrada. Drakon me fazia esquecer o nome dele toda vez que estava na ponta da minha língua. Ele não quer que eu diga seu nome. Uma hora vou soltar e ele nem vai perceber. Uma pena é que eu não posso nem planejar nada. Se eu quiser fazer alguma coisa para impedi-lo tenho que tomar decisões de ultima hora. É tipo com jogar damas contra o computador. Para vencer você não pode pensar muito, ou deve pensar muito e confundir seu inimigo. Para conseguir vencer o calculista do Drakon vou ter que me tornar imprevisível e calculista ao mesmo tempo. E essa sim, é uma tarefa difícil.

–Nem a primeira letra?

Perguntou Alef. Ele estava mesmo disposto a e me ajudar.

–D.

Conseguir responder.

–Bem. Aí não ajuda. Tem muitos sadics com o nome que começa com D. Tem Daniel Faryn, Douglas Caul e muitos outros.

–Primórdios alfa.

Falei do nada. Sem o menor planejamento. Depois dessa Drakon não iria deixar que eu falasse mais nada. Tive certeza disso assim que senti gosto de fel em minha boca e minha língua ficando dormente Alef parou pensativo, escorado na bancada.

–Você disse primórdios Alfa?

Perguntou ele. Abri a boca para responder, mas a voz não saiu.Confirmei com a cabeça por ser o jeito mais fácil. Consegui um torci colo. Eu mereço. Esse cara vai me perseguir até conseguir o que quer. Que é me matar e matar minhas irmãs.

– Perdeu a voz de novo?

Perguntou Alef. Ele já tinha percebido.

Balancei a cabeça com dificuldade.

“Idiota”.

Soltei para Drakon, que soltou uma gargalhada maligna, que me provocou dor de cabeça. Massageei as têmporas. Meu Deus do céu. Eu tenho mesmo que ter um vilão em minha cabeça? A parte mais frustrante é que eu nem posso me defender. Expulsar-lo, ou coisa do tipo. Só suportar, literalmente, calada.

– Vou tentar algo que nunca tentei antes. Mas é só para te ajudar ta?

Disse Alef. Deixando-me confusa. E deixando Drakon confuso também. O que é um milagre, ninguém conseguiu deixar Drakon confuso até agora. Nem quando Dexter beijou a Angel, e a Angel mordeu o Dexter, deixando o Dexter furioso e a Angel arrasada. Eu até acho que, talvez tenha dedo do Drakon aí. Como e por quê? Não faço mínima idéia.

Fiz com que sim com a cabeça. Dessa vez Drakon liberou por sua própria curiosidade.

Alef segurou meu rosto com as duas mãos. Senti minha pele queimar ao seu toque. E achei errado. Muito errado. Eu estava tentando não me apaixonar. E dessa maneira era difícil. Olhei dentro dos olhos azuis dele somente para encontrar uma imensidão de intensidade e sentimentos confusos. Percebi que se eu me torno-se imprevisível o Alef também se tornaria. Ele era como meu espelho. Eu fazia ou sentia e ele inconscientemente repetia. Mas também perceber que seu humor poderia refletir no meu também. Estávamos sincronizados. O que eu queria, faria, pensaria ou sentia era o apoio para o que quer que ele fosse sentir, fazer, pensar ou querer. Seria estranho. Seria útil. É como uma prisão. Uma prisão inquebrável. E eu estou presa ao Alef. Não tinha jeito, solução ou cura. Teríamos que aprender a controlar o que quer que a natureza tenha nos dado. Ou isso nos controlaria. Comecei a me perder nos olhos dele. Que tinham se tornados calmos, suaves como a brisa de verão. Ele tinha olhos bonitos também. Azuis, brilhantes e intensos. Como uma porta aberta para sua alma. Eu definitivamente tive certeza de que o Alef era uma pessoa maravilhosa. Eu não quero magoá-lo. Isso acabaria com nos dois. Seria como me auto magoar. Eu não poderia me apaixonar por ele. Era como se apaixonar por mim mesma. Tipo o Narcíseo. E o Narcíseo morreu por ter se apaixonado por seu reflexo. E Alef é meu reflexo. Seria difícil separar as emoções do Alef das minhas. Saber o que ele estar sentindo realmente. Se ele gostava de mim, ou se era só o reflexo do fato que eu gosto de mim. Alef fechou os olhos e repeti sua atitude. Acho que eu estava o atrapalhando no que quer que ele esteja fazendo. Foi quando realmente o senti na minha mente. Não como sinto Drakon que chega provocando dor. Alef era bem mais suave. Como um orvalho. Era agradável. Prazeroso até. Ele expulsou Drakon de minha mente sem falar nada. Pelo jeito não poderia ter três pessoas interligadas em uma única mente. E como a mente era minha, nenhum dos dois poderia me expulsar. Ou meu corpo poderia entrar em um colapso. Afinal de contas eu era a chefona suprema. O era só restantes invasores, eles poderia mexer aqui e ali, mas que controlava tudo ainda sou eu.

Alef tirou as mãos do meu rosto e sorriu.

“Acabei.”

Disse ele em minha mente. O olhei surpresa. Nossa que rápido. Como ele tinha feito isso tão rápido.

–Nossa ligação parece mais forte do que o poder de Drakon de invadir mentes. E também dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Que por direito era meu, mas eu nunca pensei em usar por que iria invadir sua privacidade. Mas como essa é uma situação um pouco mais desesperadora fui obrigado a fazer isso.

Explicou ele fofamente. Não resistir e lhe dei um beijinho rápido na bochecha pontilhada de sardinhas.

–Obrigada.

Agradeci, descendo da bancada de mármore da cozinha e sentando em um dos bancos azuis e começando a comer. Parecia que tinha passado uma eternidade desde a ultima vez que eu comi. E pior que foi de manhã. O dia hoje passou rápido de mais. Enquanto eu comia Alef ficou em silencio.

–Você já comeu hoje?

Perguntei, ele estava muito parado. Olhando fixamente para algum lugar.

–Eu gasto pouca energia desde que perdi as asas. Então não preciso comer sempre. Como somente quando é necessário.

Respondeu Alef, formando um sorriso levemente. O problema daquele sorriso é que ele queria parecer um pouco simpático. Mas ao falar de suas asas, sua voz saiu com uma ponta de rancor. Aquele era um assunto definitivamente difícil para Alef. Mas não era pra menos. Ele passou a vida toda para se acostumar com as asas e quando começou a gostar delas, elas foram arrancadas.Ficamos em um silencio bem longo até eu terminar de comer. Depois tomei um banho. E finalmente fui dormir. O que meu corpo agradeceu muito. Até eu deitar na boxe Queen que ganhei, eu não tinha percebido o quanto eu estava cansada. Dormi tão rápido que nem vi a hora. Acordei com um estranho barulho vindo do lado de fora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da historinha?Não esqueçam de comentar e eu estou sentindo falta de uma avida mandadora de comentários. Ah,vou tentar não demorar com o próximo capitulo.



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