Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 7
Instintivo Coração Partido.


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas chegou. Foi mal para todos. Motivo da demora? O mesmo de sempre.



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—Bev.
Gritei assim ao ver minha irmã bem e acordada. Ela estava corada, linda e feliz. E eu não a via assim a muito tempo. O Alef estava melhor ainda, beirando a magnificência. Descansado ele parecia um Garden mesmo. Não um daqueles garotos humanos normais bonitos. Por que até sardas o garoto tem. E os irmãos dele não. Mas tanto faz. As sardas combinam com ele e combinam com Bervely também. Pronto, o casal perfeito. Alef o protetor super apaixonado e Bervely a protegida que precisa de proteção. Afinal até nós próprios pés ela tropeça.
Ela abriu os braços pedindo um abraço e não neguei. Afinal sensibilidade ao extremo faz parte da Bervely. E ok. Confesso, eu já estava morrendo de saudade dela. E nem tínhamos ficado separadas por muito tempo.
—Oi.
Disse Bervely, sorrindo. Como ela sempre faz quando acorda.
— Oi.
Falei dando um abraço de urso nela.
— Me sinto estranha.
Disse ela. Antes que eu perguntasse.
—Eu também.
Concordei.
—Temos de sair daqui.
Avisou Bervely.
—Por quê?
Perguntou Alef.
—Ele esta vindo.
—Bev. Ele quem?
—Eu não consigo falar o nome dele.
—Como não?
—Alef. Eu sei o nome dele, mas ele não me deixa falar o nome dele. Toda vez que tento, ele me deixa muda.–Pelo menos sabemos que é um homem.
—Com certeza absoluta.
—É poderoso também.
—Poderoso, frio e calculista e quer nós matar. Principalmente eu e você, Alef.
—Mas por que alguém iria te matar Bev? Você é um doce de pessoa.
Elogiou Alef.
Bervely corou um pouco.
Alef sorriu um pouco vitorioso.
Ah, My God. Que mimimi é esse? Cam e Caryn, rola o maior clima e Bervely e Alef é todo fofinho. Enquanto eu tó aqui, sozinha. Como única opção o irritante do Dexter. Apesar de que Dexter não se é de jogar...Ohhhhh. Eu tó enlouquecendo. De vez. Igual minha mãe, igual a Caryn que não deu um baita murro no Cam quando ele a beijou, como a Bervely que agora tem mania de perseguição. Acho que loucura passa pelos genes. Só pode ser de família.
—Temos de sair daqui.
Concordei exasperada. Não por que Bervely teve uma ilusão com sei lá quem. Mas esse lugar esta me enlouquecendo. Pirando mesmo. Imagine eu, Angel, apaixonada pelo Dexter. Mas é o fim de mundo mesmo. Uma bomba atômica explodir em minha cabeça seria melhor. Peraí, parei, rolou um exagero agora. Mas é o que desespero faz com nós. Afunda-nos em nossa própria loucura.
—Você também o viu?
Perguntou Bervely esperançosa.
—Não. Estamos enlouquecendo.
Respondi estabanada.
—Você tá mesmo pirando na batatinha.
Comentou Alef.
—Pirando na batata? Eu? Tem algum engano aqui. Sou a única que ainda tem sanidade mental nesse lugar. E a minha já está indo embora.
Exasperei-me. Agora eles acham que estou louca. Mas estou ficando mesmo.
—Não duvido.
Concordou Dexter.
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—Mas o que? Eu não estou ficando louca tá. Tudo aqui é surreal. Tem gente com presa, gente que se transforma em lobo, gente que invadi a cabeça das pessoas...
—Você está muito histérica sabia?
—Eu não sou louca.
—E eu não disse isso.
—Mas foi o que pensou.
—Ler mentes agora?
—Não.
—Então pronto.
—Então pronto.
Eu e Dexter ficamos em silencio por alguns instantes. Eu não gosto de discutir com o Dexter,ele sempre ganha. É um saco. Ele pensa mais rápido, fala mais rápido e não me deixa pensar. Mas com aqueles olhos verdes intensos, brilhantes e espetacularmente cativantes quem consegue?
—Mas que merda.
Reclamou Dexter.
—É uma merda mesmo Dexter. E das bem grandes.
Concordei exasperado.
—Por que discutimos tanto?
Perguntou Dexter sorrindo. Ele era tão encantador. Tão lindo. Ah, My God. Estou fazendo de novo.
—Vá-te catar.
Mandei. Dexter entrou na ofensiva novamente.
—Me catar?Porque você não faz isso primeiro?
—Por que eu mandei você fazer isso primeiro.
—O grande fato é você não manda em mim.
—Vá lamber sabão.
—Fique a vontade.
—Pra que?
—Pra lamber sabão. Tem uma dispensa logo ali.–Se joga de uma ponte.
—Você sabe que eu não vou morrer né?
—Como assim você não vai morrer?
—Eu não sou humano.
Disse Dexter naturalmente, me assustando.
Na hora fiquei histérica mesmo. Tipo, muito louca. Comecei a gritar com Dexter coisas que nem eu mesma lembro, por que foi como se a adrenalina tivesse me fazendo perder a consciência momentaneamente. E ele começou a gritar comigo também. E logo comecei a jogar as coisas nele. Tudo que eu via na frente, jogava nele. Joguei de travesseiro a agulha. Dexter continuava a se aproximar. Cada vez mais. E eu recuava. Até sentir a parede em minhas costas.
Se eu estava com medo dele? Muito.
Como fala para alguém que não é humano com tanta facilidade. Com tanta frieza. Quer dizer eu já sabia. Mas tinha esperança que tudo fosse só coisa da minha cabeça.
Dexter parou tão perto de mim que meu coração começou a bater desesperado. Em um ritmo alucinado. Tive de segurar bem a minha respiração. O mundo, o tempo e tudo estava em câmera lenta. O som desapareceu. Só tinha eu e Dexter no mundo. Só. Ele encostou sua testa na minha. Seu cheiro tinha me deixado tonta. Era bom. Atraente. Tive de me segurar para não encostar na nuca dele e o cheirar. Isso seria mais estranho do que o fato que eu quero que ele me beije. Dexter acariciou levemente o meu queixo e onde ele tocava ficava um estranho rasto de calor.
—Aí que droga!
Sussurrei.
—É a vida. Mas você tem medo de mim Angel?
Perguntou Dexter suavemente. Olhei bem para ele. Olhos verdes intensos que pareciam ver o que você pensa, pele pálida com um leve toque argênteo, ele era o mais pálido de seus irmão ,lábios carnudos e rosados,tinha uma pequena cicatriz no lábio inferior. Não consegui me segurar e o toquei. Ele não poderia ser de verdade. Mas era. Muito real na verdade. Muito real e quente.
—Não.
Respondi convicta.
Dexter sorriu torto. Seu rosto estava a centímetros do meu. Meu coração batia tão rápido e alto que me perguntei se ele estava ouvindo. No meu estomago borboletas voavam malucas. Eu reconheci a intenção nos seus olhos. Sentir uma sensação nova quando seus cálidos lábios tocaram o meus. Uma estranha corrente elétrica percorreu meu corpo. O que senti era novo,estranho, mas agradável. Eu acho que a intenção era só tocar os lábios nos meus, de leve, mas as coisas mudaram quando nossas peles se encontraram. Era como álcool no fogo. Inevitável. Sua boca tornou-se firme e rude, suas mãos firmaram meu rosto enquanto sua boca se movia contra a minha com movimentos urgentes. O corpo se rebelou. Eu não o controlava mais – ele me controlava. E bem no fundo meu consciente estava me acusando. Mas que se dane a razão. Se dane tudo. Meu corpo queria Dexter, independente de quanto eu lutava para que isso não ocorrer-se. Tínhamos sido feitos um para o outro. Totalmente compatíveis. Em sincronia. Nossas respirações ecoavam alto: a minha frenética e ofegante; a dele, selvagem, quase um rosnado. Meus braços se libertaram do meu controle. Minha mão esquerda alcançou o seu rosto, seu cabelo. A mão agarrou seu cabelo, puxando-o para mim, como se fosse possível ficarmos mais perto. Usando a parede como apoio eu enrolei as pernas em volta da cintura dele. Sua língua torcendo com a minha, e não havia parte da minha mente que não estivesse invadida pelo insano desejo que me possuía.
—Ah meu Deus do céu. Alguém pelo amor de Deus salve minha irmã dela mesma. Melhor dessa alienígena invasora de mentes que por acaso invadiu a mente dela.
Pediu Caryn, me fazendo voltar a mim. Mas que droga. O que estava acontecendo comigo? Eu estou sendo controlada por desejo. E isso é tão frustrante. Imagine. Eu racional toda, me deixando levar por um desejo primitivo. Isso tinha que acabar. E agora.
O mordi de propósito.
Dexter parou surpreso.
—Você me mordeu? De propósito?
Perguntou ele perplexo.
—Eu acho que sim.
Respondi. Dexter injuriou com minha cara. Mas não era para menos. Ele educadamente me colocou em uma das macas. E saiu da sala.
—É Alef Eles não estão bem. Dexter não é nada instintivo.
—E Angie não gosta dele. Mas eles se pegaram de jeito hoje.
Completou Caryn.
—Cala boca Caryn.
Ordenei.
—Você deveria estar relaxada.
Comentou Caryn.
—Cala a boca Caryn.
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Repito saindo furiosa comigo mesma. Mas que mancada. Eu tinha que ser instintiva hoje. Se eu estivesse cem por cento teria dado um murro nele. Mas não agora eu devo estar parecendo um furacão de hormônios, como Bev diz. Meu cabelo dever estar uma bagunça e minha boca estava com uma sensação estranha. Na verdade todo meu corpo estava com uma sensação estranha. Senti uma dor não natural no coração. Não ele parando. Seria uma dor natural para qualquer um se ela não ferisse meu ego. Coração partido pode muito bem matar. Disso eu sei. Como alguém partiu meu coração tão rápido? Disso eu não sei.
Sei que é uma sensação horrível que nunca mais quero sentir.


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Notas finais do capítulo

Comentem, pessoinhas. E não, eu não vou abandonar a historia, só estou ocupada por de mais.



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