Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 21
Caryn, a magnifica.


Notas iniciais do capítulo

Que rufemos os tambores e os lobos uivam, nosso alfa supremo Cam Garden vai falar. Espero que gostem.



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Eu não posso dizer que não gosto de festas porque é mentira. Mas as festas que Drakon promove são deprimentes. Eu as odeio! Simplesmente. Odeio aquela formalidade, os ternos, a comida. Odeio tudo. E ainda sou obrigado a ir. Nem chocolate tem.

Respirei fundo, concertei a gravata e entrei naquele salão cheio de sadics sem graça. Pra se ter idéia nem dançando eles estão. O povo esta todo elegante no terno e não ousam mexer o esqueleto. E se é pra mexer, dançam valsa. Assim não tem nem graça ser um sadic. Você pode fazer um monte de coisa, tem a forma física privilegiada e fica parado. Pelo amor de Deus. Qual é a graça disso? Viver eternamente como uma estatua que só mexe o pulso e os lábios. Cumprimentei umas garotas bem vestidas com a cabeça que estavam na porta e peguei uma taça com um formal garçom que passou.

–Cam.

Cumprimentou Fenny suavemente. Pelo menos ela era uma ruiva bonitinha. Os olhos verdes e o cabelo laranja preso em um monte de cristais, e o vestido rosa a deixava uma gracinha. Mas era uma garota má. Ficava boazinha perto de mim, mas não me enganava. Eu não sou bobo.

–Oi.

Cumprimentei de volta.

–Que bom que você veio. Achei que ia fugir como fez da ultima vez.

–Você queria que eu aceitar-se casar com você na marra.

Lembrei-a do episódio horrendo que eu quase passei. Imagine casar e focado por cima. E depois reclamam quando tomei o partido do bem. Pelo menos eles têm livre arbítrio lá. O que aqui não tem. Ou você faz, ou você faz ou você foge, aí o bicho literalmente pega.

–Ah, você Cam. Você precisa de uma coleira de vez em quando.

–Não desse tipo de coleira pode crer.

–Ah, o Alef e o Dexter estão aí.

Avisou Fenny de mau gosto. Não entendi o porquê até ver a Gaia e a Margarett de mau humor em um canto conversando. Procurei meus irmãos e os vi conversando com uma loira e uma morena estonteantes na parte de cima do salão.

–Com licença, eu tenho que...

–Não vai voltar para aquela loirinha de novo Cam. Se tentar, vou ter que apagar ela permanentemente de sua vida.

Interrompeu Fenny grudando em meu braço. Pelo jeito a garota enlouqueceu de vez. Eu nem sei de que loirinha ela esta falando. Até porque já teve muitas loiras, ruivas e morenas na minha vida. Só ainda não sei quem é Caryn. Tenho a impressão que ela é muito importante, mas eu não consigo me lembrar quem é.

–Eu não estou te entendendo.

–Se eu não posso colocar uma coleira em você, ela também não pode.

–Você esta ficando paranóica.

Avisei me soltando da maneira menos bruta possível. Ninguém vai me colocar uma coleira, até porque se tentar vai perde a mão. Sou uma criatura livre, não nasci para ser subjugado por ninguém. Faço o que eu quero, quando quero e como eu quero. E esta pra nascer alguém que mude isso.

Caminhei até Alef e Dexter.

Parei um pouco para observar a cena curiosa que se enrolava. A loira estava com um vestido curto vermelho um pouco esvoaçante tinha sentado em cima de uma bancada, e Dexter estava simplesmente dando uma flor amarela para ela que a cheirou e agradeceu. Depois o beijou e colocou a flor na lapela. A morena estava sendo abraçada pelo Alef de um jeito que eu não vi o Alef abraçando ninguém. Era algo mais ou menos protetor e ao mesmo tempo ostentador. É claro que se eu tivesse uma morena mais ou menos como essa eu faria a mesma coisa. A loira lindamente humana e a morena delicadamente sadic. Ambas eram dignas da atenção de meus irmãos.

–Onde vocês estavam?

Perguntei me aproximando.

–Eu estava em um sono profundo e ele foi seqüestrado.

Respondeu Alef, abraçando um pouquinho mais forte a deusa dele. Era pelo menos como ela parecia com aquele vestido branco estilo grego, e a trança com fitas. É meu maninho está adquirindo bom gosto e crescendo também. Sem mais essa de se apaixonar por ruivas más, agora são as morenas com sorrisos simpáticos e olhos quase cor de gelo. O Alef é com certeza um romântico incorrigível.

–Por quem?

Perguntei olhando para o Dexter que ajudou a garota dele descer. E a menina nem ficou verde depois de ele a beijar como aconteceu com a irmã de Hector. Que dizer, a irmã de Hector foi que beijou o Dexter, mas deu na mesma.

–Bem, ainda estamos seqüestrados na verdade. E foi pelo Drakon. Ou chefão como vocês mesmo chamam.

Respondeu à loira. Como ela sabia desse mínimo e significante detalhe? Bem, as garotas de hoje sabem de muita coisa para falar a verdade. Por isso eu nasci nessa época.

–É hoje que a coisa vai feder.

Concordou Dexter serio.

–Estamos todos juntos. É isso que importa.

–É Bev. Isso que importa.

Concordou Alef com a morena. Bev, esse nome me é vagamente familiar. Acho que o Alef já tinha mencionado ele antes. Mas eu não lembro quando.

–Todos exceto...

A loira deixou a frase morrer e todos olharam para mim. Mas o que era agora? Eu estou solteiro, não sozinho. E não encontrei a mulher de minha vida ainda. Espero sinceramente que ela seja o contrario da Fenny.

–Do que você esta falando?

Perguntei com cautela. A loira tinha uma cara de traquina que até dava para assustar. È o Dexter arranjou um problema. Um problema bonito na verdade.

–Dela.

Respondeu a loira apontando com a cabeça para o lado.

Quando eu a vi meu coração parou.

Em uma explosão de dourado, como um anjo descendo dos céus, alva como a neve, de cabelos claríssimos quase brancos, olhos azuis céu e sorriso encantador caminhando até nós. Tudo quanto era sadic do sexo masculino abria passagem para ela. Eu acabo de ver a mulher da minha vida e ela esta caminhando para perto de mim. Ah, que droga! E eu nem sei o que falar e o que fazer. Eu elogio ou finjo que não vi? Jogo charme ou finjo naturalidade? Eu estou apaixonado por um anjo!

A garota parou do meu lado.

–Nota dez para entrada triunfal.

Elogiou a loira.

–Ah, Angel, que bom que você esta bem e saudável. E...

–Dá uma olhada para o lado.

Ordenou Bev, fazendo a Angel sorriu.

A recém chegada respirou fundo, mordeu os lábios e deu uma espiadela rápida pra mim. Dei meu melhor sorriso.

–Droga Cam.

Resmungou nervosa. Mais do que eu não estava pode ter certeza. E como ela sabia meu nome? E nem sei o nome dela. E agora o que eu faço?

–Cam, esta é nossa irmã mais nova Caryn.

Apresentou à loira, Angel.

Agora, eu estou ferrado. Aquela loira estonteante é a Caryn que não sai da minha mente? Mas que droga! O que eu faço?Beijo e corro ou mordo e pago de louco? Ou o que mesmo? Ah, sei lá.

–Oi Cam.

Cumprimentou a Caryn muxoxo.

–Oi pra você também Caryn.

–É um prazer lhe reencontrar.

Disse ela estendendo a mão. Tive uma idéia de ultima hora. Segurei a mão dela e encostei meus lábios levemente. A Caryn prendeu a respiração. Angel deu-lhe um beliscão e sussurrou em seu ouvido “controle-se”. A Caryn olhou para ela e respondeu:

–O que você quer que eu faça? Estou fazendo o meu melhor.

–Acho que vou dançar um pouco, vem comigo Dex.

–Claro Angie. Esse povo precisa saber o que é um pé de valsa de primeira.

Concordou Dexter sendo puxado pela Angel. O que eles iriam dançar eu não sei. Só tem valsa. E eu não consigo imaginar o Dexter dançando valsa.

–Ah, vamos ver o show da Angel.

Puxou Bev o Alef que sorriu para ela com uma traquinagem sem limites.

–Que ótimo me deixaram na boca do lobo. Literalmente.

Resmungou Caryn. Será que ela tinha algo contra lobos? Porque se tiver, em nome do nosso futuro relacionamento eu não digo que sou um, ou melhor, que sou meio um e ainda por cima líder deles. Depois que nos casar eu digo. E eu estou ficando paranóico. Totalmente.

–Não gosta de lobos?

E se ela não gostar? Aí que droga!

–Amo um lobo. Isso basta para você?

–Que lobo? Eu conheço? Ele é seu namorado? É um alfa? Um beta? O que ele é?Como ele é?

–Eu creio que sim. E ele não é meu namorado porque não lembra nem que eu existo. E é realmente um alfa. O supremo a propósito.

Respondeu ela como se fosse uma alfinetada. Como ela namoraria o alfa supremo se eu sou o alfa supremo? É essa historia esta estranha. Muito estranha. Eu não sou louco! Se tivesse uma garota como a Caryn a fim de mim eu casaria com ela. E eu com certeza absoluta lembraria dela.

–Explica essa historia direito. Eu não entendo nada. Eu me lembraria de você. Eu juro que eu lembraria.

–Mas não lembra. Não de lembra de nada. E quando foi embora foi com a Fenny. Tipo, a Fenny. Isso me ofendeu sabia? Muito. Tipo, você poderia ter me trocado por qualquer uma, menos pela filha do cara que quer me matar...

Eu tipo parei de prestar a atenção no que ela dizia, não de propósito. Mas aquela voz soprano suave e a boca rosada eram tão atrativas. Que eu não pensei muito e a interrompi com um beijo. Caryn desistiu do que estava falando. E segurou meu pescoço, a puxei ao rápido pra mim. Senti uma falta de ar inédita.

Fomos interrompidos por um garfo batendo em uma taça de cristal. A Fenny tinha praticamente subido em cima da mesa e sorria com maldade para mim e para a Caryn.

–Bem, eu quero brindar o motivo de nossa comemoração hoje: O meu noivado com o Cam.


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Notas finais do capítulo

Talvez os capítulos demorem mais para chegar.Afinal, estamos chegando na reta final. E vou tentar não demorar muito. E comentem. Muito.



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