You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras fantasmas
kk sim pois sei que estão ai mas nada de comentários kkk
não quero implorar comentários, mas quero somente saber realmente a opinião sincera de vocês sobre a história
esse capítulo é muito especial espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/516585/chapter/11

Capítulo 10

Evitei todos, quando Christina me chamou no refeitório para almoçar eu sorri forçadamente, mas fui diretamente sentar do lado de fora, em um dos bancos. Eu mal consegui tomar meu suco e mal comi. Tudo estava tão fora do lugar, tão errado.

— Precisamos ver tudo sobre o baile, eu ando agitada demais nem consigo me organizar! — disse Monica sentando-se ao meu lado, ela estava polvorosa. — Oh Hazel, desculpe-me, você está bem? — ela perguntou percebendo meu estado.

— Não muito, estava querendo ficar sozinha. — resolvi que não mentiria.

— Olhe, eu sei mais do que ninguém que se uma pessoa quer ficar sozinha deve-se atender a esse pedido. Mas eu estou enlouquecendo Hazel! Será que poderíamos essa semana resolver tudo para o baile?

— Monica, eu prometo que vou me dedicar, só me deixe hoje ficar sozinha com meus pensamentos ok?

— Tudo bem. — disse ela me olhando triste, logo depois se levantou e saiu.

(Musica 1 *)

Eu fiquei ali sentada tentando organizar as minhas ideias, não deveria ficar abalada por tão pouca coisa, mas percebi que eu estava assim não somente por Tobias, era o conjunto todo, Molli, Ele, Edward, tudo... Mas Tobias ainda era o motivo principal.

Por que me magoou tanto a forma como ele falou comigo hoje? E ele sempre me tratou assim, porém hoje isso me destruiu.

Assim que entrei na aula de artes aquele era meu momento, eu não iria trabalhar em meu tordo enjaulado, eu queria desenhar o rosto de uma pessoa, queria descarregar minha raiva, então o grafite novamente foi criando vida, e ali estava o rosto de Tobias.

Como era em minha mente, aquele olhar de raiva, aquela dor que ele estava guardando, seus fantasmas.

Observando aquele olhar me encarando, pude perceber o que tínhamos em comum, nós dois éramos marcados por cicatrizes da vida mesmo tão jovens, mas o problema de Tobias era que ele usava a dor como escudo transformando-a em raiva.

Eu não queria que ele ocupasse minha mente, mas já havia a preenchido de uma forma tão grande que eu não conseguia esvaziar, eu podia espremer cada vez mais, que ele parecia tomar conta de todo o espaço.

Achei que o colocando no papel desenhando ele iria sair, mas não, preenchia cada vez mais.

Desta vez eu arranquei a folha do desenho do cavalete antes de sair, o levei comigo, o coloquei em minha mochila e corri até a aula de história.

Sentada atrás dele, isso não estava ajudando muito. Eu me sentia incomodada, tentava me distrair com alguma coisa, mas sempre me pegava observando as pequenas marcas pretas que apareciam em seu pescoço e várias vezes imaginava o que seria a tatuagem que ele tinha.

— Hazel! — a professora chamou, me fazendo saltar de susto.

— Sim?

— Ontem você não esteve na aula, então poderia entregar o trabalho em dupla, Tobias disse que ficou com você.

— Ah! — lembrei-me do trabalho, eu não o havia entregado ainda, o peguei em minha bolsa e como sempre desajeitada eu derrubei alguns papéis, mas nem os juntei, fui até a professora e entreguei a pasta.

Quando me virei dei de cara com Tobias os juntando, e observando um deles.

"Que não seja meu desenho!" — pensei, mas não adiantou, era o desenho.

— Você deveria não ser fuxiqueiro! — falei irritada.

— Só fui educado. — ele nada disse sobre o desenho, somente colocou os olhos nele, e depois me devolveu.

Sentei enterrando-me na cadeira desejando que fosse um buraco aquele cujo nunca aparecia.

***

O que eu posso dizer desse primeiro mês de aula?

Eu tive de tudo, amigos, inimigos, provocações, e depois meus dias ficaram tão ocupados com os preparativos do baile para os calouros que eu mal tive tempo de respirar e pensar sequer em um desses problemas que pareciam distantes.

Os convites estavam esgotados, tinha tudo para ser uma grande festa.

A semana que antecedia o baile estava agitada ao lado de All e tive que aguentar os surtos psicóticos de Monica quando algo dava errado.

Eu realmente estava entendendo o que significava um baile para ela. As aulas de arte eram o meu refúgio, e o Tordo e Tobias eram revezados em meus desenhos, mas algo estava mudando sempre, o Tordo estava livre, eu o desenhava agora em um céu claro, as cores vivas eram como se a gaiola nem mais existisse em minha mente, porém a principal mudança foi no desenho de Tobias.

Na Quarta-feira sentei como sempre com meus amigos, entretanto ele sentou-se à mesa em nossa frente, de início achei que era pela falta de lugares disponíveis, porém ele estava sentado de uma forma que ficava diretamente em minha direção. Mordendo a maçã, eu olhei para ele quando sua carrancuda expressão de sempre se transformou em um sorriso sarcástico antes me imitar com sua própria maçã.

— Tem mais pessoas querendo convites. — disse All sentando-se ao meu lado, fazendo com que Tobias desviasse o olhar direcionando ao seu prato novamente.

— O diretor e a orientadora foram bem claros na lotação do ginásio, não podemos abrir exceção a mais ninguém. — disse a ele naturalmente, mesmo assim sentia minhas bochechas esquentarem.

Christina aproveitou o seu tempo junto com Will, os dois agora que eram namorados estavam quase insuportáveis, e raramente ficavam em nossa rodinha, eles pareciam viver dentro de uma bolha particular.

Restava me sentar com All e Isaac, porém Monica estava andando muito conosco para arrumar tudo para o baile, então estávamos sempre os quatro juntos.

Eu tentava evitar Tobias inutilmente, mas parecia que aquele pequeno beijo foi em outra realidade alternativa, jamais foi dito nada. Nossas conversas estavam menos implicantes, e se restringiam a nossa apresentação do trabalho oralmente.

Era um relacionamento automático. Em meus desenhos agora seu antes carrancudo olhar de raiva era substituído por um Tobias mais sereno e cativante, ficava tentando raciocinar se esse Tobias vivia somente em minha mente.

Molli, eu acho que ela aderiu o clima pré-baile, e suas provocações não passavam de me chamar de E.T sempre que podia eu até que estava me acostumando a esse apelido.

Mas uma coisa estava cada dia pior, eu ainda sentia algumas dores no peito que de início eu achava ser normal, mas os resultados de meus últimos exames deram uma pequena alteração o que levou os médicos trocarem meus medicamentos, e essas trocas traziam o problema da adaptação às novas drogas.

Tobias ainda ocupava meus sonhos, mas resolvi isolar isso, o desenho que fiz dele na primeira vez, eu deixei dentro de minha agenda que ficava na minha cabeceira, era um vício olhar para ele sempre pelas manhãs, e antes de dormir. Ele era meu segredo pessoal.

***

Todas as minhas teorias sobre Tobias Eaton foram por terra na aula que se seguiu depois do almoço da sexta-feira, quando meu professor de artes faltou e fiquei com a aula vaga.

Fui ao meu lugar de sempre na biblioteca coloquei meu novo caderno de desenhos em cima da mesa e comecei a rabiscar, depois que descobri que isso era um dom, comecei a trabalhar cada vez mais nele.

As linhas finas, porém definidas, agora traçavam com facilidade qualquer coisa que eu tivesse vontade de expressar, mas eu não estava muito inspirada naquele momento então decidi pegar o meu celular e navegar na rede social.

Um sorriso bobo estava estampado em meu rosto, quando o celular vibrou e uma mensagem chegou e li o nome de quem era: Tobias Eaton. Imediatamente abri a caixa de mensagens online.

"Está matando aula Hazel Grace?"

Não sabia como responder a essa mensagem, e imediatamente imaginei como ele sabia que eu não estava em aula, olhei em volta encontrando Tobias sentado em uma posição bem relaxada na última fileira das mesas, suas pernas estavam apoiadas em outra cadeira e parecia estar em casa com as costas voltadas para a parede e o celular em suas mãos.

Simplesmente abaixei a cabeça e respondi com outra pergunta.

"Está matando aula Tobias?"

Fiquei o observando de longe, meu coração disparou ao ver o sorriso que ele esboçou, e a sensação de falta de ar cresceu assim que ele levantou a cabeça e me observou, em seguida abaixou novamente digitando algo. Em milésimos de segundos meu celular vibrou.

"Educação física." — ele colocou uma carinha mostrando a língua o que me fez rir.

Entrei em seu jogo e respondi a mensagem.

"Não seria sua aula favorita?"

Ri com a cara que ele fez ao ver minha mensagem.

"Não quando se tem que fazer ginástica. Qual sua desculpa?"

"Professor faltou"

Ele leu e não respondeu, percebi que ele digitava algo, porém nada chegava, ou ele falava com mais alguém ou apagava as mensagens, pois ele levantava o olhar em minha direção e abaixava novamente.

Quando estava desistindo de esperar mais mensagens, ele se levantou e caminhou entre as mesas que alguns alunos estudavam até chegar à frente da mesa que eu estava, ele puxou a cadeira e se sentou.

— Achei que estava usando seus privilégios.

— Eu não gosto de ter privilégios Tobias, pensei que havia percebido isso.

— Uma garota normal usaria.

— Uma garota normal não estaria aqui falando com você sabendo o quão grosso você pode ser.

O pouco divertimento estampado em seu rosto se desfez assumindo um olhar de preocupação.

— Eu te pedi desculpa aquele dia que... Bem eu estava falando com meu pai e eu fico irritado com facilidade.

— Não diga! — usei meu maior tom sarcástico, mas percebi que não era o momento. — Também te devo um pedido de desculpa, não era da minha conta.

— Tudo bem, entendo que você é uma curiosa, está perdoada.

— Ok. Eu também entendo que você é um grosso.

— É nisso você tem razão. — ele sorriu o que fez o clima ficar mais relaxado.

— O que você tem contra ginástica? Parece-me mais fácil do que se matar em um campo!

— Isso não é mesmo, você não tem noção.

— É não tenho. — abaixei a cabeça.

— Ei, pare de ser auto piedosa.

—Não estou sendo isso, só estava pensando como seria escolher entre se matar em um campo ou uma simples ginástica. Olhe Tobias... — estava preparada para acabar a conversa ali mesmo.

— Calma... Cara você não dá folego, eu não sei medir as palavras se você percebeu?!

— Nunca reparei! — novamente usei sarcasmo, porém ambos sorrimos.

A Primeira conversa que fluiu naturalmente entre nós dois e eu realmente não encontrava assunto, mas entre uma provocação e outra eu podia conhecer um pouco mais do cara que antes me assustava e agora ocupava minha mente.

A conversa divertida com Tobias teve fim assim que o sinal para a última aula tocou, caminhamos na mesma direção, porém não juntos até a aula de história.

***

O dia do baile finalmente chegou, e entre terminar a decoração e estar apresentável, tive pouco tempo, porém eu estava realizada com meu trabalho.

A festa estava linda, as luzes pendiam de um lado a outro do ginásio fiquei orgulhosa de mim mesma de ter tido a ideia para o mural de fotos. Vi que muitos gostaram disso.

As bexigas em tom de verde escuro, as cores do time, rodeavam os pilares.

— Está de parabéns E.T — conheci aquela voz melosa, sua repudia e a pitada de inveja que Molli sempre deixava escapar.

— O que foi? — ergui uma sobrancelha a encarando.

— Estou te dando os parabéns e você rejeita? É um E.T esquisito mesmo!

Ela saiu do meu lado, eu bufei contrariada, aquela garota não ia estragar minha noite! Deu muito trabalho para deixar tudo perfeito.

Monica estava vendo os últimos detalhes com o D.J, enquanto eu fui autorizar abrir as portas.

Observei no espelho perto da entrada eu estava impecável, resolvi usar sapatilhas, pois eu teria de correr muito esta noite, e meu vestido era azul na altura dos joelhos levemente armado na saia, ele tinha um decote mais alto para não deixar a mostra minha cicatriz, mas o cetim era levemente brilhante, as costas por sua vez eram compostas por uma fita entrelaçada.

Meus cabelos curtos estavam perfeitamente alinhados e um topete foi erguido por minha mãe, fazendo um milagre dele parar. Deixei que Christina usasse seus dons e ela passou um lápis preto em meus olhos, uma máscara, ela até abusou com uma sombra e blush, e para finalizar, eu decidi usar somente um brilho labial, sorri para o reflexo que quase não parecia a mesma Hazel.

Aos poucos os alunos iam chegando e enchendo o ambiente, Isaac chegou e eu quase fiquei de boca aberta quando o vi.

— Isaac que lindo que você está! — ele usava um terno azul escuro, e uma gravata Royal.

— Bem você não está mal Hazel Grace!

— Obrigada!

Christina estava acompanhada por Will, e All estava sozinho assim como Isaac.

Eu me atentava a tudo, mas estava tudo correndo tão bem, Isaac sumiu de minha visão.

Quando olhei para a pista o vi com Monica, ele teve a coragem de chama-la para dançar o que me fez sorrir.

— Vou buscar um ponche, quer também Hazel? — All perguntou.

— Não obrigada, vou ficar observando mais um pouco depois tento relaxar.

Fiquei a beira da pista de dança, a música estava agitada, o que deixou a pista cheia.

— Você está linda Hazel Grace! — a voz grossa e marcante não me era estranha.

Olhei para o lado e lá estava ele, Tobias, meu queixo caiu ao vê-lo vestido daquela forma, ele estava lindo, meu coração saltou, meu peito sentiu uma leve pontada, um terno cinza, com uma gravata bordo, ele parecia mais alto e mais velho.

— Você está... Está bem com essa roupa, Tobias Eaton. — tentei ser indiferente, mas foi sem sucesso, eu vi pelo leve sorriso de lado que ele percebeu meu olhar de admiração.

Desde o dia em que ficamos presos na detenção sozinhos e que aquele beijo rolou, não foi bem um beijo, não sei se posso contar, mas desde aquele dia, nós não nos falamos mais, não de forma mais íntima, ou até mesmo suficiente para uma conversa completa. A correria para deixar tudo perfeito para a festa dos calouros me fez ficar ocupada o bastante para me afastar dele.

Porém aquela simples conversa na biblioteca no dia anterior ao baile me fez conhecer o lado divertido e simpático ao modo Tobias.

Eu não queria admitir que ele ocupava meus sonhos e muito menos admitir que Tobias mexia comigo da forma mais estranha que se pode sentir.

Eu preferia a comodidade de quando nós simplesmente nos odiávamos, quando as palavras rudes saíam tão facilmente de nossas bocas que nem era preciso pensar, era fácil e tranquilo a sua maneira, mas eu preferia aquilo a esse silêncio que perpetuava em nosso meio agora.

— Quer dançar? — Tobias perguntou.

Aquele pedido me pegou mais de surpresa do que qualquer outra coisa, eu não estava preparada para dançar, nem com nenhum rapaz muito menos com ele!

— Não sei dançar. — respondi rapidamente.

— Não precisa, eu te levo.

A sua mão estava estendida em minha direção. Fiquei completamente sem reação.

— Vamos Hazel, antes que eu desista!

— Bem, desista então. — dei de ombros ele se abaixou pude sentir seu perfume.

Um arrepio percorreu minha espinha assim que ele sussurrou em meu ouvido:

— Você é teimosa como uma mula, vamos não vai doer nada!

Esse sim era Tobias, sorri e peguei sua mão e fomos até a pista.

A música agitada estava no fim, o que nos deu poucos passos desengonçados, mas seguindo o ritmo, porém a música mudou e uma lenta se iniciou.

(Musica 2*)

A sua mão se manteve segurando a minha e a outra enlaçou em minha cintura, ele não me pressionou, ficamos a uma distância respeitosa, mas seus dedos estavam fazendo círculos em minha espinha através dos espaços que a fita entrelaçada em minhas costas deixava pequenas partes de pele a mostra. Enquanto a música embalava os movimentos em que ele me levava.

— Vê se fica menos tensa Hazel, se não vou achar que te deixo nervosa estando assim tão perto. — ele sussurrou novamente em meu ouvido enquanto se debruçava sobre meu ombro.

— Nem um pouco. — mordi os lábios, mas sabendo que essa aproximação estava me fazendo ter mil tipos de reações internas.

Ele me puxou para mais perto dele, meu coração naquele momento parecia que iria saltar, e por um instante eu arrisquei olhar para cima, um erro, pois encontrei seus olhos me encarando, e não era o olhar de pura raiva de Tobias, ele estava com olhar profundo de quem estava se divertindo, que estava aproveitando aquele momento.

Eu arrisquei sorrir para ele que somente puxou o canto de seus lábios, eu não sabia mais o que estava acontecendo, não era algo que se podia controlar.

Eu o odiava, ou o amava?

Sim eu sabia a resposta, mas eu não poderia deixar isso me dominar, Tobias não sentia o mesmo, não poderia, ou talvez pudesse...

Abaixei a cabeça encarando o chão, quando ele parou, fiquei aliviada achando que ele percebeu o erro de estarmos dançando, quando fui me virar, ele me segurou, somente para erguer meu queixo com seus dedos e se curvar sobre meu corpo, até que seus lábios alcançaram os meus, eu não pude resistir, não estava mais na pista de dança, era como tudo se apagasse ao meu redor, era somente Tobias e eu.

Não sei quanto tempo, eu só sei que eu não queria que aquele momento acabasse. Estava com a sensação de que esse momento pudesse ser arrancado de mim.

Assim que a música romântica acabou e uma mais agitada tomou conta do ambiente, eu me afastei mais que depressa eu não sabia se encarava Tobias, quando ele pegou em minha mão puxando para fora da pista.

Passei por Molli a tempo só de ver seu olhar mortal para mim, eu fingi que nem vi e segui o caminho depressa que Tobias me conduziu, All estava perto da porta, mas eu sabia que a pista de dança era vista de todos os cantos do ginásio, porém evitei encará-lo.

Assim que nós saímos do ginásio eu não sabia o que esperar.

Estávamos no corredor dos armários, ele me girou ficando de frente para mim, observou meu rosto e sua mão foi até minha bochecha ele a afagou ali, eu fechei os olhos diante de seu toque.

— Você é tão delicada Hazel como pode ter uma garota tão durona aí dentro?

— Como?

— Eu achava que te odiava.

Ergui as sobrancelhas ao ouvir essa revelação.

— Obrigada pela sinceridade, eu acho, sendo que sempre disse que não me odiava.

— Sério Hazel, mas eu descobri que não era ódio, era eu tentando lutar contra esse outro sentimento... — ele colocou a sua mão em seu peito. — Aqui dentro algo mudou, e eu não queria admitir.

Eu percebi que éramos mais parecidos do que eu podia imaginar, eu fazia o mesmo, porém estava ciente em alguns momentos dessa condição de fuga.

— Eu fazia isso também...

Ele me encarou e me empurrou contra um dos armários, e me beijou desta vez não tão doce como na pista de dança, mais intenso, como se ele quisesse descontar a raiva desse sentimento ali, mas era bom, diferente e gostoso.

Quando lembrei que ele era um garoto, que teve talvez outros relacionamentos, e eu não, de repente tudo veio à tona em minha mente, a minha cicatriz jamais me incomodou, mas não sei por que eu pensei nela, meu corpo estava reagindo àquele beijo, sensações hormonais, eu sabia onde isso sempre levava e não somente por filmes e livros, mas por saber da química humana.

Lágrimas começaram a cair em meu rosto, até que Tobias se afastou.

— O que foi Hazel? Desculpe-me eu te machuquei?

— Não, é só que... — eu não conseguia organizar as palavras certas.

— Fale.

— É... É bobeira, deixe vamos voltar... Eu preciso...

— Não... Fale-me! É algo que eu fiz? Você não quer?

— Tobias, há meia hora nem me passava pela cabeça nada disso, é que... Eu quero, e é esse o problema.

— Por quê?

Peguei sua mão e vi que ele ficou nervoso ao ver o caminho que eu fazia conduzindo-a próxima a meus seios, minha respiração ficou pesada, até que a levei entre eles.

— Aqui, eu tenho uma operação, um dia não vai ser tão visível, mas agora é...

— Eu sei disso, quando me falou da cirurgia, do transplante eu soube que deveria ser recente, cirurgias deixam marcas, mas o que isso tem a ver?

— Tobias, meu primeiro beijo de verdade foi essa agora ali na pista de dança. — resolvi despejar tudo de uma vez. — Na sala de detenção aquele dia era para ser o beijo oficial, mas bem acho que foi esse...

— Seus dois primeiros beijos foram comigo? — ele se afastou rindo torcendo seu lábio de lado.

— Não comece... — coloquei o dedo entre ele e meu rosto assim que ele foi se aproximar para mais um beijo. — Sim foram, e você, bem você é um rapaz que já teve um relacionamento e tudo, e com certeza quer mais, sabe... Olhe, eu não sei se posso te dar o que você vai querer, pelo menos não já...

As palavras saíam de minha boca sem sentido e rapidamente, até que ele colocou seus dedos em meus lábios me calando.

Tobias me encarou.

— E daí? Eu não posso namorar uma garota sem querer fazer sexo, é isso?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?? **__**



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You could be Happy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.