You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá e mais um capítulo Boa leitura



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Capítulo 9

Era estranho estar acordada ainda, eu tive um fim de semana cheio mais do que eu podia estar acostumada, e isso me cansava muito, mas Tobias dominava minha mente de uma forma que eu não podia controlar.

Minha Cabeça estava a ponto de partir, porém como o sono é gradativo aos poucos a inconsciência me tomou.

Não foi surpresa Tobias dominar meus sonhos naquela noite, mas a surpresa ficou desagradável quando pela manhã eu olhei no relógio e estava consideravelmente atrasada, corri o que pude para colocar a primeira roupa que me apareceu, e eu obviamente nem liguei se combinava. Cheguei à cozinha e engoli o café que minha mãe tinha feito e vi o bilhete em cima da mesa.

"Filha desculpa não estar aqui, esqueci-me de avisar eu tinha uma consulta médica. Beijos te amo use o carro de seu pai!"

Peguei as chaves sem pensar muito e saí.

Se no trajeto de casa até a escola tivesse algum radar, estava encrencada, mas cheguei a tempo em cima da hora.

Corri o máximo que eu podia e conseguia, estava ofegante, e antes de entrar na sala, lembrei que não tinha tomado meu remédio pela manhã. E antes mesmo de procurar na mochila percebi que eu o havia deixado na cabeceira.

Merda!

Respirei fundo.

Achei que um dia sem remédios não me fariam tão mal, afinal eu nunca os esqueci, sempre fui criteriosa com isso, eu vivi a base de remédios e isso era parte de mim, como respirar.

Entrei na sala, e automaticamente olhei em volta, Tobias em sua carteira estava de capuz e de cabeça baixa. Perguntei-me o porquê disso.

Sentei em meu lugar quando o professor entrou.

— Quase não deu tempo. — Isaac falou.

— Ufa, mas deu. — olhei para Isaac e dei um sorriso.

— Você perdeu.

— O que?

— Bem, eu acho que Tobias realmente vai perder o posto de capitão. Edward e alguns outros integrantes do time estavam o provocando na entrada.

Entendi o motivo de Tobias estar praticamente se escondendo.

A aula passou entediante, e até o horário do almoço eu ainda me sentia bem, pensei em mandar alguma mensagem a meus pais, porém eu não queria os preocupar, eu poderia passar por isso eu sabia disso.

Estava a caminho do refeitório, e senti uma leve tontura, parei em frente ao bebedouro bebi o máximo de agua que podia aguentar, respirei fundo e voltei a andar.

— Você está bem? — Christina chegou a meu lado percebendo meu estado.

— Chris sim, eu estou só um pouco tonta, mas já passou. — menti.

— É que você está branca , aliás, mais branca do que já é!

— Estou bem, vamos almoçar.

Entramos no refeitório e assim que entrei ouvi meu nome em uma voz masculina diferente.

— Hazel! — olhei em volta e vi Edward sentado com o time em uma das mesas sorrindo. O encarei. — Você mesma Hazel Grace, é essa aí a nova namoradinha do Tobias gente! — ele se levantou e começou a apontar em minha direção, todos os olhos no refeitório se voltaram para mim.

Meu queixo caiu e eu fiquei completamente estática.

— A E.T? — ouvi a voz de Molli. Olhei para ela que estava rindo com as amigas, aquela situação não poderia ficar pior, mas ela piorou.

Tobias estava atrás de mim, olhei em sua direção e ali eu vi ódio, eu queria um buraco enorme, e profundo para me jogar.

— Ela mesma gente, ele estava lá domingo, passeando, será por isso que ele agora não é um bom Jogador?

Edward começou a proferir provocações, e nesse instante um misto de coisas aconteceu enquanto eu tentava focar na situação, mas eu já não ouvia mais nada.

Senti quando Tobias passou por mim, ele deu um forte esbarrão em meu ombro, retirou o capuz que usava, ele foi em direção a Edward e vi a sua mão se fechando em punho.

— Seu idiota! Eu vou te mostrar onde está o covarde!

Se Edward o chamou de covarde eu não escutei, mas eu vi o exato momento em que Tobias deu um soco certeiro no olho dele.

Em instantes os dois estavam no chão, Edward tentou bater nele, mas eu só vi Tobias o dominar e lhe dar uma sequência de socos diretos em seu rosto, os rapazes em volta estavam gritando e vibrando, mas ninguém separava essa briga, aquilo estava sendo cruel.

Quando estava chegando mais perto, parecia que tudo andava em câmera lenta, então senti alguém segurar em meu ombro, era Molli.

— Então é isso, agora você ainda o quer? — ela estava tentando me provocar, mas meu foco não era ela, eu estava preocupada com a briga.

— Me deixe Molli não estou bem para isso.

Tentei desviar dela quando a mesma apertou mais forte meu braço.

Virei-me e com toda minha força lhe dei um empurrão, atraindo os olhos de muitos, quando vi que o inspetor chegava, eu consegui sair correndo em direção a Tobias e tentei segurar seu braço, mas eu acabei sendo atingida por seu cotovelo.

— Tobias pare!

E eu caí no exato momento em que o inspetor chegou, Tobias me encarou perplexo por eu estar ali caída no chão, olhou para sua mão, havia um pouco de sangue nela, encarei seu olhar de frustação, mas meus olhos correram até Edward, e que estava em situação lastimável, Tobias acompanhou a direção de meu olhar, e vi que ele caiu em si da burrada que tinha feito.

— Todos vocês, você, você e você! Todos para orientação agora! — ele apontou para Molli, Tobias e para mim, e depois olhou Edward. — Garoto, oh não você vá à enfermaria!

***

A orientadora estava sentada à mesa em frente da sala, o relógio ficava fazendo seu trabalho e com aquele barulho irritante, eu nem podia pegar meu celular para avisar minha mãe.

Tentei controlar minha respiração, ao meu lado direito estava Molli, e ao esquerdo Tobias, nós três ficamos de detenção, Edward foi até a enfermaria, e acho que seus pais o vieram buscar.

O clima estava tenso, estávamos esperando o nosso "castigo", mas acho que eles queriam realmente nos matar de tédio.

Quando alguém bateu a porta.

A orientadora levantou-se falou com a secretária ruiva e voltou a nos olhar.

— Senhorita pode vir aqui.

Ela apontou para Molli.

— Acho que temos uns papeis precisando ser organizados na secretaria.

Molli bufou e saiu com a orientadora que se virou para nós.

— Esperem aqui e eu já volto com algo para vocês.

Assim que ela fechou a porta eu deitei minha cabeça na carteira encostando minha bochecha na madeira, eu ainda estava meio tonta, mas se eu falasse isso agora pareceria que eu estaria inventando só para fugir do castigo, tentei não focar na minha respiração.

Virei meu rosto sentindo a outra bochecha na madeira e olhei para Tobias que estava imóvel, ele não tinha traços de uma briga, mas sua mão estava machucada.

— Deveria ter ido à enfermaria. — falei, mas não me movendo.

— Não foi nada. — ele respondeu, mas só olhou para sua mão, nem se deu o trabalho de virar-se em minha direção.

— O que estava pensando? Por que você fez aquilo? — falei ainda com a cabeça deitada na mesa.

— Edward é um idiota! — seu tom de voz era firme.

— Por que me repudia tanto? E o fato dele te provocar dizendo que é meu namorado, prova que isso é verdade não negue! — o lembrei de que a principal provocação de Edward foi dizer que éramos namorados, isso devia o irritar muito.

— Não foi o que ele disse, mas a forma como ele disse.

Neste instante a orientadora chegou, levantei minha cabeça olhando na direção dela.

— Estamos com algumas salas faltando lâmpadas, como estão em dois poderiam pegar a escada com o zelador e os números delas e trocá-las.

***

— Acho que a detenção é uma forma deles adquirir mão de obra gratuita. — falei enquanto Tobias subia na escada e eu segurava.

Estávamos já na quarta sala tínhamos mais três para trocar.

— Vamos, quanto mais rápido acabar mais rápido vamos embora. — Tobias falou firme.

— O que você acha que vai acontecer agora? — perguntei me referindo as acusações de Edward, da briga, enfim pensando em tudo.

— Como assim? — ele perguntou espantado assim que desceu da escada.

— Sei lá! — dei de ombros. — Edward falou aquilo tudo, as pessoas pensam coisas, Molli já estava pensando.

— Sim, não entendi porque as duas estavam na detenção também, você eu lembro que tentou me parar, aliás, o que você estava pensando eu poderia ter te machucado! — ele perguntou e eu pude ver sinceridade em sua preocupação.

— Não pensei, só agi, foi tudo muito rápido, Molli me provocou, mas eu a empurrei e fui tentar fazer você parar. Edward foi um idiota, mas você estava descontrolado!

— Eu tenho um problema com meu temperamento.

— Não diga. — ironizei. — Vamos me deixe fazer isso parece divertido. — falei para ele apontando para a escada.

— Tudo bem vai lá.

Eu me posicionei e subi. Troquei a lâmpada, foi muito bom me sentir útil.

— Me senti uma super mulher agora! — falei sorrindo, e isso até que arrancou um sorriso de Tobias.

— Vamos lá super mulher, troque mais uma então! — ele me entregou mais uma lâmpada.

Subi na escada e depois de trocar a lâmpada senti a pressão em minha nuca. Eu a conhecia bem, a tontura veio em seguida eu tentei lutar contra isso eu não queria desmaiar ali então tentei manter meus olhos abertos, mas assim que eu ia descer a tontura me dominou e eu pisei em falso em um degrau caindo, Tobias me segurou firme.

— Calma! — nesse instante a minha visão se estabilizou e eu encarei os olhos de Tobias, ele engoliu em seco e seu olhar estava diferente. Ele se aproximou, e seus lábios encostaram-se aos meus, foi leve e rápido.

Eu nunca havia beijado, mas acho que era mais que isso, ele se afastou rápido demais, me deixando frustrada pensando o que tinha acabado de acontecer.

— Desculpa. — pude ver o espanto em seus olhos.

Demorei até perceber o que aconteceu, Tobias me beijou ou não?

Segurei na escada recuperei meu equilíbrio, eu devia estar alucinando!

Saí da sala o deixando sozinho, não pensei na última sala que faltava, eu somente segui o caminho do carro abri a porta e fiquei ali parada encarando o volante.

Sentia que eu precisava urgente dos meus remédios, pois meu coração estava tão acelerado que me deixava sem ar.

Dirigir não foi tão simples sentindo aquele aperto no peito.

Quando cheguei a minha casa ao olhar para minha mãe ela identificou que eu estava mal.

— Filha o que houve?

— Eu... Eu esqueci meus remédios em casa.

— Hazel como pôde esquecer? Vamos tomar urgente e vamos ao hospital!

— Não, eu só preciso...

E tudo escureceu.

Ao acordar observei tudo ao meu redor e constatei que eu estava no hospital. Minha mãe estava ao meu lado, ela não parecia preocupada lia uma revista de moda.

— Ei. — falei sentindo minha garganta seca, e minha boca amarga.

— Ei, Hazel acordou meu anjo!

Ela foi ao meu lado, mas estava serena diferente das nossas vindas ao hospital antes do transplante.

— Sim, acordei o que aconteceu?

— Você ficou tempo demais sem o coquetel, mas isso não foi o caso principal o médico disse que você deve estar exausta acontece muito, mas nada preocupante.

— Que bom.

— Vou avisar que você acordou, o doutor disse que quer vê-la.

— Então eu posso ir embora depois?

— Acho que não filha, por mais que esteja bem, o doutor quer aproveitar fazer mais alguns exames e você ficará aqui até amanhã.

— Mas e a escola?

— Calma, avisamos, ei a maioria dos estudantes fica feliz em matar aula melhor ainda com consentimento, porque você não é uma adolescente normal?

Ela citou minha frase invertida o que me fez rir, porém isso me cansou, mostrando que realmente eu precisava de um descanso.

Passar a noite em um hospital não era tão normal, não mais, eu me incomodei com todos os barulhos que antes eram até certo ponto reconfortantes, mas acho que o motivo principal de eu não dormir direito era a lembrança de Tobias me beijando. Ok, não foi um beijo o qual eu considerasse meu primeiro! Ou sim?

Terça eu não fui à aula, fiz uma bateria de exames, e voltei para minha casa, onde eu dormi durante boa parte do dia, já que no hospital eu não descansei nada.

Acordei sem saber ao certo que horas eram, então puxei meu celular e comecei a vagar na rede social, e lógico que muitos estavam comentando a briga no refeitório, os vídeos já haviam sido deletados, o que me aliviava, mas os comentários maldosos eram de doer.

Eu nem conseguia imaginar como eu consegui dormir a noite depois de um dia inteiro praticamente dormindo!

Acordei cedo o que me deu tempo de sobra para organizar as ideias, e imaginar como eu iria encara Tobias.

Quando meu carro chegou ao estacionamento eu pude sentir os olhares de todos, mas eu respirei fundo e caminhei, assim que contornei o prédio dei com as costas de Tobias ele estava ao telefone, pela sua atitude e tom de voz estava irritado, mais que o normal.

— Mas que Droga, foda-se a sua preocupação, foda-se que você desejava que eu fosse o capitão essa temporada e foda-se a bolsa da faculdade pai, essa é minha vida e não sua, merda!

Ele estava muito irritado e ao se virar, ele me encarou e eu podia imaginar que ele estava tão constrangido quanto eu estava, ele desligou o celular o colocando em seu bolso.

Tobias colocou as mãos no bolso eu poderia ver a raiva em seus olhos, eu sabia que o certo seria sair e fingir que não ouvi nada, mas não consegui refrear a minha boca.

— Você... Está bem? Parece nervoso. — ele se aproximou, se abaixou em minha frente, e falou firmemente:

— Faz um favor Hazel? — seus olhos eram pura raiva, e perplexidade. — Me deixe em paz! — onde está aquele buraco quando se precisa dele...

Com uma enorme dor, a pontada em meu peito foi funda dessa vez, girei meus pés, forçando-os a andar eu tinha que sair dali, ir para longe daquele garoto grosseiro, babaca e insensível!

Quando me virei, senti seus dedos em meu ombro, eu estava segurando as lágrimas, eu não deveria chora, não na frente de Tobias Eaton.

— Cacete Hazel, me desculpe!

— Deveria lavar essa boca!

Olhei por cima dos ombros encontrando uma pontada de arrependimento em seu olhar, mas eu não ia ser fraca, puxei meu ombro e voltei a andar.


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Notas finais do capítulo

E o prox tem o baile o beijos