Seis Anos Atrás... Ruas do Japão...

– Parem com isso, por favor! – berrei enquanto corria o mais rápido que podia pelas ruas do Japão.

– Você esta cercada. Nem ouse usar seus poderes! – um dos homens grita de cima do helicóptero.

Eu tinha por volta de dez anos, estava fugindo dos policiais que arrombaram minha casa tentando me pegar para levar a um laboratório, apenas pelos meus poderes.

– Atchi e Ike! (Vá embora!) – Gritei.

– Vamos garota. Não seja teimosa. – Pronunciou um deles.

– Não vou a lugar nenhum! – já morei em vários países e sei a língua deles. Distrai-me e quando me dei conta, estava em um beco sem saída. – Kuso! (Merda!) – resmunguei.

– Venha logo – dois se aproximaram com armas.

– Entre ali – mandou, apontando para uma gaiola de ferro.

– Não. – vociferei, usando meus poderes, sem controle, para arrancar a cabeça de ambos

Na mesma hora que o sangue começou a jorrar eu não consegui acreditar que havia os matado. Cai no chão e fui me afastando até o cantinho da parede com a mão na boca, indignada com minha atitude.

Vi um homem de terno se aproximando de mim. Tinha cabelos pretos e olhos amarelos.

– Olá, eu sou Vicktor. O diretor da empresa – se apresenta, mas apenas me encolhi. – Não tenha medo, não irei lhe machucar. – alegou, então o encarei medrosa. – Que lindos olhos vermelhos.

– Vermelhos? Eles são azuis! – me pronunciei, o interrompendo.

– Estão vermelhos. – sorriu. – Sua voz também é muito bonita.

– A-Arigatou... Quero dizer, Obrigado. – agradeci.

– Olha, eu quero levá-la a meu centro de ajuda. – disse, mas só o olhei com nojo. – Está bem, Levá-la à minha empresa para ajudá-la a controlar seus poderes.

– Mentira.

– Verdade, eu quero ajudá-la a controlá-los para que isso – apontou para os corpos sem cabeça – não aconteça de novo.

– Serio?

– Seríssimo. Não é Debrah? – indagou a uma garota de cabelos castanhos que estava com o Uniforme de escola japonesa.

– Sim – responde, com um sorriso falso no rosto.

– Letícia, eu estou contando a verdade?

– Sim senhor. – respondeu outra que estava ao lado de Debrah, ela tinha cabelos azuis escuros cheios de presilhas e usava Uniforme japonês.

Todas duas aparentavam ter doze anos.

– Por que pergunta a elas? São crianças. – observei, repreendendo Viktor.

– Elas são ajudantes de lá. Cuidam de pessoas como você e até de outros modos. Lá existem vários setores para cada tipo de ajuda.

– Sugoi (Incrível!)! Tem mais pessoas como eu?

– Sim. - elas se intrometeram. – Tem um garoto de sua idade chamado Kentin, o pai dele pediu ajuda ao CAE por ele ser muito pequeno, baixo e “feminino” para sua idade. Ele ficou na base militar da agencia.

– CAE? – Perguntei.

– Centro de Ajuda Especial. Essa é a empresa que queremos lhe levar.

– Amigos! – abracei Vicktor.

– Vários. – ele levantou-se comigo no colo.

Viktor me colocou no carro e no meio da viajem adormeci...

... Seis Anos depois... Base da CAE...

Fui enganada. Fui burra. E por isso vivo aqui, exilada do mundo.

Conheci Kentin, ele me visitava nas segundas e quartas. Era o único que confiava nesse lugar. Dei-lhe o apelido de Ken, ele se acostumou. Era o único com que eu falava, o único que me entendia, o único que me escutava e agora? Não sei porquê, mas parou de me visitar... Faz dois anos. Já estou acostumada a ficar presa em uma sala branca só de vestido.

A sala não é tão branca, pois há marcas de sangue que eles não tiram direito quando me acertam com dardos tranquilizantes. Se me deixassem acordada enquanto limpavam a sala teriam muitas mais marcas... Ah se teriam e um dia as dessa base vão estar manchadas com o sangue de Vicktor.