Rivais escrita por Strife


Capítulo 6
Cap.5- Treino


Notas iniciais do capítulo

Yo-ho. Demorei menos de um mês pra postar dessa vez, não foi?
Impressão minha ou esses capítulos estão fofos? *-----------------------------*
Comentem
Boa leitura.



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Dormi demais e acabei chegando atrasada no colégio, e como conseqüência ou castigo, quem sabe, tive que me sentar quase que no fundo da sala, que era onde haviam carteiras vagas. Na frente do Lucas pra ser mais exata, sorte minha que ele vive dormindo.

–A nerd dormiu demais. -algum idiota comentou.

–Mesmo dormindo ela ainda é mais esperta que você seu babaca. -rebateu a Valentina e a sala toda riu.

–Ok. Já acabaram ou querem terminar lá fora? -perguntou o professor, já sem paciência.

–Mais tarde. -a rosada riu.

–Te vejo lá esquentadinha. -o garoto gritou novamente.

Depois de um longo sermão que os dois levaram do professor, o mesmo se virou para o quadro e começou a escrever regras e mais regras de gramática. Depois de encher todo o quadro rapidamente, ele decide parar e sai da sala, deixando os alunos copiar/conversarem como se o mundo fosse acabar hoje.

–Vai me deixar copiar ou não? -abaixei a cabeça e falei bem baixinho.

–Não. -respondeu.

–Para de puxar. -reclamei.

–Por quê? Somos amigos agora, não é? -o olhei pelo canto do olho, ele estava com a cabeça deitada no encosto da minha cadeira, tomando meu espaço quase todo.

–Somos? -segurei o riso.

Ele levantou a cabeça e depois deu um tapa em minha nuca, obviamente fraco, e no mesmo instante voltou a se apoiar na minha cadeira.

–Ei! -reclamei.

–Pra você aprender.

–Aprender o que? O único que precisa aprender algo aqui é você. -ri baixinho.

–Ah é?

–É. - ajeitei meus óculos.

–Hoje será minha vez de te ajudar. Vá lá pra casa hoje as quatro da tarde.

–Não posso. -suspirei.

–Por quê? -voltou a brincar com os fios soltos da minha trança de cabelo.

–Meu... hm... pai... está em casa. -abaixei a cabeça.

–Só uma coisa... caso você não vá eu mesmo vou te buscar, entendeu?

–Nem pensar!

–Experimente faltar então. -puxou de leve meu cabelo.

(...)

Três e meia da tarde e o tempo corria em uma verdadeira maratona. Quem o Lucas pensa que é? Fica exigindo que eu vá até sua casa mesmo eu dizendo que não posso. O que eu falo para o meu pai? Justo hoje que ele vai passar o dia em casa...

Desci para a sala de estar. Meu pai estava ocupado lendo um livro, sentado ereto em uma cadeira de balanço. Cheguei perto dele tentando fazer o mínimo de barulho, mas ele me notou.

–O que faz aqui? Não vê que está atrapalhando minha leitura? -abaixou os óculos de leitura.

–De-Desculpa... pai... -gaguejei ao encontrar com seu olhar gélido.

Ignorando minha presença ele voltou a ler. Engoli em seco e respirei bem fundo. O tempo estava passando e se eu não quisesse que um garoto com cara de bad boy batesse na minha porta e eu fosse lixada por meu pai, teria que me virar nos 30 para ir até a casa dele.

–Aonde pensa que está indo? -sua voz cortante me assustou.

–Ahn... ao cursinho... -falei a primeira coisa que me veio à cabeça.

–De que? -interrompeu.

Perdi a coragem por um instante, mas lembrei que não queria causar uma briga causada por um ser acéfalo que não me escuta. Então prossegui:

–De... matemática! -falei um pouco alto demais.

–Isso cheira a mentira. -me encarou.

–Não é. Só estou me precavendo para que possa ter mais chances futuras assim como o... senhor.

Ele soltou um longo suspiro de decepção.

–De inútil já bastava su -parou de falar- Saia daqui.

–... -sai rapidamente dali.

Dei a volta pelo quarteirão para chegar até a casa do Lucas pelo lado oposto e não correr o risco de ser pega pelo meu pai. Cobri minha cabeça com o capuz da jaqueta e toquei a campainha diversas vezes e quase bato em certo alguém.

–Calma! -exclamou- Que bicho te mordeu?

–Um bicho chamado Rodolfo. -entrei sem esperar ser convidada.

–Já entra achando que é dona da casa? -entrou e fechou a porta atrás de si.

–Desculpa. -falei sem jeito, eu não queria ser mal educada.

–Só se me contar o que aconteceu. -exigiu.

–Um certo alguém me obrigou a ir à casa dele contra a minha vontade.

–Quem seria capaz de fazer uma coisa dessas?

–Cara de pau. -lancei um olhar nada amigável para ele.

–Diz vai. Eu já disse que somos -hesitou por um momento- amigos e que pode confiar em mim.

–O que faremos hoje? -mudei de assunto.

–Ah... tenho algo especial preparado para você. -lançou um olhar maligno para mim.

–Manda ver. -engoli em seco.

(...)

–Tá tentando me matar? Ou só cegar mesmo? -berrei ajeitando meus óculos.

–Já disse que era pra ter tirado. -chutou novamente.

Não sei o que esse retardado tem na cabeça, mas já sei que cérebro não é. O treino especial dele consistia em, fora me matar, fazer com que eu desenvolvesse meu físico e não fosse facilmente agredida por aqueles brutamontes idiotas do time. Lucas chutava as bolas, uma de cada vez, e eu tinha que devolver, e olha que ele não chutava nada fraco. Fora isso, eu já havia corrido pelo quintal milhares de vezes e cada vez que eu desviasse da bola -eu estou desviando de quase todas- correria várias vezes em círculos pelo local.

–Eu desisto!!! -cai de bunda no chão.

–Nada disso. Levanta e corre. -chutou a bola novamente, sorte que eu me assustei com o ato e me abaixei, evitando um belo de um sangramento nasal.

–Estou cansada. Pare um pouco. -cai de costas na grama e comecei a arfar que nem louca, parecia que tinha me afogado e voltava a respirar agora.

–Vai acabar com o oxigênio do planeta desse jeito. -ele riu e se jogou ao meu lado.

–Incrível você saber o que é oxigênio. -ri.

–Eu só disse que precisava de ajuda nas matérias, nunca disse que era burro. -pegou uma garrafa de água de Nárnia e começou a beber/se molhar/derramar no chão.

–Isso -apontei para a garrafa- é tortura.

–Quer água? -se sentou.

–Quero.

Arrependi-me no mesmo instante, ele simplesmente virou a garrafa em cima de minha cabeça, me molhando quase toda. Água fria do caramba.

–O que está fazendo, idiota!? -bati em sua mão e joguei a garrafinha longe.

–Te refrescando, obviamente. -revirei os olhos.

–Idiota. Eu vou te matar. -peguei a bola e chutei bem em suas partes baixas.

Ele ficou se contorcendo de dor no chão e me xingando dos mais diversos nomes.

–Bem feito, você mereceu. -me sentei e fiquei rindo de sua desgraça.

–Se tem forças para fazer isso tem força pra correr, não é? -jogou a bola em mim, mas eu a segurei.

–Não.

De que adianta falar com essa parede? Voltamos ao treinamento e... é, ele estava irritado. Chutava sem dó, quase que eu não consigo chutar de volta. Resultado: um tornozelo dolorido e roxo.

–Não aguento mais. Vamos parar já está escurecendo.

–Por hoje.

–Meu deus, já é tão tarde assim! -me apressei em me limpar da melhor maneira possível e ficar pelo menos apresentável.

–Já vai?

–Claro. -arrumei o coque de meu cabelo e arrumei meus óculos.

–Quer dizer que vou ficar sozinho novamente? -fez bico.

–Vá se encontrar com seus amigos, ou algo assim. -me alonguei.

–Não preciso.

–Por quê?

–já tenho uma amiga aqui. -riu.

–Sua amiga -fiz aspas com os dedos- já vai.

–Está cedo, porque não fica para o jantar?

–Não. E nem insista, Lucas. -apontei o dedo em sua cara e estava pra sair correndo.

–Catarine. -me virei para ele.

–O que?

–Obrigado. -olhou para o céu.

–Ah... de nada... eu acho.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo?
Opiniões? Críticas? Algo para ser melhorado?
Até o próximo! u.u
Tchau povo '-'