Rivais escrita por Strife


Capítulo 5
Cap.4- Amigos?


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoal. estou triste Ç.Ç cadê os comentários? Foi dificil escrever esse capítulo sabendo que meus leitores não me dão idéias... Ç.Ç
Maaaassss ele ficou bem grandinho, né? Eu achei fofo esse capítulo *----------------------* adorei escrever ele.
Até as notinhas finais
Aproveitem bastante!



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–Errado. –falei.

–Pois faça você. Cansei de refazer isso aí. -apontou para mim.

–Não reclama. Faça direito, e rápido. –me sentei.

–Culpa sua que não sabe explicar nada direito. –resmungou.

–Oi? –o fuzilei com o olhar.

–Burra. Explique direito. –deu um peteleco em minha testa.

–Burro é você que não entende merda nenhuma! –alterei meu tom de voz.

–Sua pirralha... quer que eu lembre a você o porque de estarmos aqui? –falou com uma pitada de ironia na voz.

–Aff. Não precisa. –cruzei os braços.

–Vamos fazer outra coisa. Cansei de tentar fazer esses exercícios. –se deitou no chão, com os braços atrás da cabeça.

–Nem pensar. Anda, termina logo isso. –o chutei de leve.

–Não.

–Termine isso.

–Não vou.

–Lucas.

–Não.

Que garoto cabeça dura, meu deus. Ele devia era estar aproveitando já que hoje combinamos que eu iria ajudá-lo a estudar, pra isso eu até desisti de ver o treino e ainda tenho que escutar as reclamações desse idiota? Burro é ele.

–Pois até mais. –me levantei e joguei meu material dentro da mochila. Ele deve estar pensando que eu estou blefando, já que continuou deitado lá.

Segurei a vontade de chutá-lo e passei por cima de suas pernas, quando já estava na porta ele se pronuncia.

–Ei. Aonde vai? –segurou meu pulso.

–Para casa, claro. –me soltei.

–Não vá. –isso foi um pedido ou uma ordem?

–Vou sim. –o encarei.

–Não vá. –repetiu.

–Lucas, até... –fui interrompida pelo toque de meu celular- Tenho que ir. –falei rapidamente.

–O que aconteceu? Você parece mais pálida do que de costume. –me encarou. Finalmente.

–Tenho que ir. –repeti e corri para casa. Não no sentido literal da coisa, eu corri mesmo.

(...)

–Onde estava? –aquela voz cortante, que eu não esperava e nem queria ouvir tão cedo, me fez estremecer.

–Ajudando uma amiga a estudar. –falei baixo, não era uma mentira, era uma meia verdade.

–Amiga? –pareceu desconfiado.

–É... –apertei a alça da mochila com força.

–Vá para o seu quarto, está tarde. –se virou e subiu as escadas, provavelmente indo para o quarto.

–Tá... -suspirei- Pai...

Não gosto de comentar sobre o meu pai, a verdade é que nós temos uma relação pai e filha realmente péssima. Ele trabalha no exterior e raramente manda notícias e quando finalmente volta para casa o clima fica tenso.

Obedeci e fui para o quarto, liguei para a Vale o Beto para avisá-los que o papai estava em casa, eles sabem tudo sobre a nossa quase relação instável. Olhei para o relógio. 20:00.

–Aquele idiota me roubou uma tarde. -murmurei e ri inconscientemente.

Não desci para comer, com o receio de encontrar com meu pai lá em baixo. Ele é o tipo de pessoa que passa tempos fora do país sem mandar noticias e quando volta quer impor regras e mais regras na minha vida, visando a filha perfeita que ele nunca vai ter. Ah, sem contar que ele odeia a idéia de que eu jogue futebol.

Estudei até cair no sono, e mais uma vez tive aquele sonho.

–Escute Catarine, querida.

–Sim?

–Você precisa ficar com o seu pai, longe de todos os meus problemas.

–Não. Eu não quero.

–Não chore querida. Mamãe te ama e vai sempre te proteger, mesmo longe.

–Não! Mamãe! Não me deixe só... Mamãe!

–Catarine, venha.

–Mas papai... A mamãe... Ela...

–Ela não pode mais ficar com você, entenda de uma vez!

–Mamãe! Mamãe! Me espera,, não me abandona. Mamãe!

–Droga... -passei as mãos pelo rosto, bastante suado.

Faz muito tempo desde que eu tive esse pesadelo, eu considero essas lembranças como as piores da minha vida. Lembranças afogadas na mágoa do meu coração, o lado negro do meu peito. Depois disso não consegui mais dormir, temia lembrar daquilo que custei a “esquecer”.

Eu estava acabada, estava mais branca que o normal e com olheiras profundas embaixo dos olhos, por sorte os óculos escondiam parcialmente as marcas escuras embaixo de meus olhos, então fiz uma trança e a joguei pra frente, ela cobria metade de meu rosto. Confesso que eu estava assustadora, até eu me assustei quando me olhei no espelho.

(...)

–Bom... que aparência horrível é essa, criatura!? -o loiro quase estoura meus tímpanos.

–Não consegui dormir. -bocejei.

–Valentina! Ei! Coisa rosa dos infernos, vem cá! -ele gritou novamente.

–Para de gritar. -rosnei.

–Oi cat’s. Meu deus, Catarine. -sua expressão era de horror. Poxa, não estou tão mal assim... tá, talvez eu esteja sim.

–Sem gracinhas, por favor. -apoiei minha cabeça no ombro do loiro.

–Vê se não baba ok? -me beliscou de leve.

–Não me deixem dormir, vai. Preciso assistir às aulas. -falei.

–Ah Catarine, matar aula uma vez na vida não faz mal a ninguém não é, Beto? -cutucou o garoto.

–É, até por que ontem deve ter sido bastante desgastante para você, não? -ele afagou meus cabelos sujos e lambidos.

–E foi mesmo, mas mesmo assim... não justifica. -semicerrei os olhos.

A campa tocou e eu me levantei cambaleando um pouco e com a visão embaçada. Os dois trocaram rápidos olhares e suspiraram pesadamente, a rosada enlaçou o braço no meu e me ajudou a chegar na minha carteira.

Aulas que pareciam infinitas. Essa era a minha definição para elas, tentei ao máximo ficar acordada mas meus olhos pesavam mais a cada minuto que passava. Até que eu não pudesse escutar mais nada que diziam, só o silencio.

(...)

–Catarine. -me cutucaram.

–Hmm. -respondi.

–Acorda. -puxaram meu cabelo.

–Catarine. -chamaram novamente.

–Hmm.

–-LEVANTA CARAMBA! -gritaram.

–O que é? -encarei a pessoa que gritou.

–As aulas já acabaram. Vai embora ou prefere ficar aí? -Vale

–O QUE? JÁ? -me levantei num pulo e comecei a enfiar, sem dó, o material dentro da mochila.

–Calma filha não é pra tanto, você agüentou até a quarta aula. Está de parabéns. -os dois riram e Beto afagou meus cabelos.

–Que merda, Beto. Porque não me acordaram antes? -olhei irritada na direção deles.

–Ai. A fera despertou. -a rosada balançou as mãos em frente ao corpo.

–Desculpem. -suspirei.

–-Já estou acostumada com tuas mudanças com a TPM, relaxa. -ela piscou para mim.

–Não é TPM. -fiquei vermelha.

–Olha que fofa, ela tá vermelhinha. -o loiro beijou minha testa.

–Tenho que ir. -falei.

–Vá lá, princesa. -ele fez uma pequena reverencia.

–Besta. -ri.

–Vai logo, está ficando tarde. -assenti com a cabeça.

Corri para fora, assim que passei pelo portão um ser de outro mundo, um golem talvez, brotou atrás de mim.

–Nerd. -falou.

–GYAAA... -tapou minha boca e quase me mata sem ar.

–Cala a boca, escandalosa. Só vim te avisar uma coisa. -me virou de frente para si.

–Filho de uma mãe. -chutei sua canela e ele cambaleou para o lado.

–Droga... Vá lá para casa as 17, estarei esperando. -e saiu resmungando.

–Garoto estranho. -murmurei e me apressei em ir para casa.

Felizmente papai não estava mais em casa, deve ter voltado ou está só resolvendo seus assuntos particulares por aí. Ainda bem que não me encontrei com ele, não estava com a mínima vontade de ouvir suas reclamações sobre mim. Cheguei em casa, larguei meu material em cima da cama, comi qualquer porcaria que tinha dentro do armário, estudei um pouco para física, tomei um banho e vesti umas roupas confortáveis. Uma calça jeans, uma regata preta, uma jaqueta larga e confortável por cima e meus inseparáveis óculos grossos.

(...)

–... então você coloca todos em base 10, divide e encontra a resposta. -expliquei pela, sei lá, décima vez aquele mesmo cálculo de física para ele.

–Acho que estou começando a entender. -balançou a cabeça.

–Como assim começando!? Faz uma hora que eu estou te ensinando essa mesma questão e você ainda não entendeu nada!!!??? -me levantei bruscamente da cadeira.

–Tá estressadinha porque? -se levantou e me encarou, com uma carranca assustadora.

–Argh. Nada não. Senta aí e vamos terminar logo. -suspirei e me sentei novamente.

Ele não me respondeu, fechou ainda mais a cara e se sentou, o único som ali era o de minha voz.

–...pronto? Agora tente resolver as questões sozinho. -me levantei da cadeira e me sentei em sua cama.

Novamente ele não me respondeu, ficou apenas concentrado nas questões que deixei ele resolvendo, vez ou outra ele olhava de relance para mim e pouco a pouco a carranca foi diminuindo e ele ficou com uma expressão... serena, digamos assim.

–Não durma. -falou assim que eu cai de costas na sua cama.

–Não vou. -resmunguei.

–Ei. -se virou para mim.

–O que? Alguma duvida? -me sentei novamente.

–Não, na verdade... já acabei isso aí. -apontou para a folha de questões.

–Mentira! -levantei, peguei a folha e me sentei na cama novamente.

–Tá se sentindo em casa, é? -riu pelo nariz.

–Ah... desculpe. -fiquei constrangida e fui me sentar na cadeira, ao seu lado.

–Tudo bem. Eu não me importo. -bagunçou meus cabelos, e agora eles caiam sobre meu rosto.

–Mentiroso. -resmunguei sem tirar meus olhos dos cálculos, é... CÁLCULOS.

–Não é mentira. -riu pelo nariz.

–Ok. Agora fica quieto aí para que eu possa me concentrar nisso aqui. -o “expulsei’’ de meu lado, abanando as mãos em sua cara, provavelmente.

Ele saiu silenciosamente do quarto, me deixando sozinha. Acho que passe uma hora corrigindo aquilo e, impressionantemente, estavam todos certos. Será se aquele idiota não era tão idiota assim?

–Estranho...

–O que é estranho? -perguntou.

–Que susto. Não me assuste assim. -o encarei.

–Nem sou tão feio assim. -se sentou na cama, comendo uma maçã.

–Sinceramente? -o encarei, uma das sobrancelhas levantadas.

–Está brincando, não é? -juntou as sobrancelhas.

–Não. -uma risada escapou.

–Você é uma péssima mentirosa, sabia? -rodou a cadeira em que eu sentava e apoiou os braços, ficando a centímetros de mim, o brilho dourado de seus olhos era hipnótico.

–Não é pra tanto. -gaguejei um pouco.

–Me diga.

–O que? -perguntei.

–O que aconteceu?

–Como assim? -o empurrei de leve e ele se afastou.

–Não estava prestando atenção nas aulas, e ainda dormiu na sala. Isso é estranho vindo de uma nerd como você.

–Estava apenas cansada. Só isso. -tentei desconversar.

–Eu já disse. Você é uma péssima mentirosa. -me encarou com um sorriso cínico no rosto.

–O que? Vai me ameaçar agora? -o encarei de volta.

–Sem falar que está estressadinha.

–Não. É. Da. Sua. Conta. -me levantei.

–Vai me contar o que aconteceu?

–Claro que não. -me puxou para sentar ao seu lado na cama.

–Porque não?

–Não confio em você. -dei de ombros.

–Porque não?

–Esses seus porque’s me irritam.

–Então confie.

–Oi? -o encarei.

–Vamos ser amigos. Aprenda a confiar em mim. -riu.

–Está louco garoto?

–Não precisa ser da noite para o dia. Pode aprender a confiar em mim aos poucos.

–Como isso? -cruzei os braços.

–Você tem que sentir.

–O que?

–Minhas intenções.

–Ah tá. Estou desconfiando que você esteja mesmo louco. -me levantei.

–Talvez eu esteja mesmo. Querendo a amizade de uma nerd. -se levantou também.

–Olha. Escuta aqui... -me encarou de uma forma que eu não sabia explicar, só sei que me deixou sem palavras.

–Uma coisa de cada vez. -estirou a mão em minha direção.

–Ahn... E o que eu faço com isso?

–O que acha que deve fazer?

Ok, eu sabia o que ele queria mas ele ficar me encarando a cada segundo é pressão psicológica. Hesitei um pouco, mas acabei aceitando literalmente “uma mão’’.

–vamos trabalhar juntos de agora em diante. -riu, deixando a mostra suas covinhas.

–Uma coisa de cada vez, esqueceu?

–Não vou forçar.

–tenho que ir. -suspirei.

–Espero que confie em mim para, algum dia, poder me contar o que está acontecendo.

–Pode soltar minha mão agora?^

–Sinceramente? Não.

–Tchau. -me despedi e fui para casa.

Garoto idiota e louco. Só faltava mais essa mesmo...


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Notas finais do capítulo

eae, o que acharam?
está ruim demais para receber algum comentário? Ou não?
Me digam um oi povo feio :3
Byyyyeee



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