Rivais escrita por Strife


Capítulo 12
Cap.11 -Em território inimigo


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei muito dessa vez, certo? kkk
Por favor, comentem, já tenho alguns capítulos prontos, mas sem comentários para incentivar, aí nem dá vontade de postar mais.
Boa leitura.



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"

— Lu... -Tapei a boca, não querendo que ele me reconhecesse.

Ele me olhou, parecendo me analisar novamente.

— Eu sei que é você. -e voltou a atenção para o loiro bêbado.

(...)

— Reconheço esse sobrenome em qualquer lugar... -as palavras sairam ásperas. - Não acredito que está se envolvendo com os Herondale! Que tipo de educação eu te dei?!

Ele agarrou bruscamente o meu braço e me arrastou.

— N-não...! Pai, espere...!

— Vamos pra casa, e não diga mais nem uma palavra! -me puxou bruscamente até o lado de fora da mansão e imediatamente chamou o motorista da limousine.

(...)

— Vá arrumar suas coisas. - falou baixo. Parece que minha última frase o havia afetado.

Fiquei lá parada, as lágrimas descendo como cachoeira por meu rosto.

— Arrume suas coisas e esteja aqui em dez minutos! - ele me fitou, seus olhos negros sem brilho algum, como se ele estivesse perdido em lembranças obscuras.

(...)

Ignorei o fato de que o meu quarto era no segundo andar e que eu morreria caso algo desse errado. Tirei meus saltos e calcei uma sandália rasteira e confortável, pulei para a sacada que ficava um pouco abaixo da minha janela e comecei a, praticamente, me "empoleirar" nos tijolos e vinhas de árvores até cair no chão a, aproximadamente, uns dois metros do chão.

Senti uma fisgada forte no meu tornozelo machucado e gemi um pouco de dor antes de começar a correr. Joguei meu celular para trás e corri pelas ruas frias e escuras, chorando e suando. Virei em uma esquina e bati contra alguém.

— Desculpa. -gemi de dor novamente e apoiei um joelho no chão.

— O que está fazendo? -olhei para cima e dei graças a deus por ele estar ali.

— Eu...

Antes que desse para terminar a frase escutei as sirenes do carro da polícia. A única coisa que pensei, foi que, a criatura que eu chamo de pai havia contatado a força armada inteira para vir atrás de mim. Sem conseguir raciocinar direito, pus-me a correr, sem antes arrastar o Lucas comigo, claro. Passamos por becos estreitos e ruas vazias, até a dor em meu tornozelo se tornar insuportável e eu perder o equilíbrio. Lucas me puxou pela cintura e impediu que minha cara encontrasse o chão.

— Calminha aí, Catarine. O que está fazendo?

— Meu... Pai... E eu...

— Respira.

Inspirei e expirei várias vezes, mas meus batimentos continuavam acelerados.

Tomei fôlego para explicar tudo, mas ele foi mais rápido. Passou a mão gentilmente por meu rosto, onde, provavelmente, estava vermelho e começando a inchar.

— O que foi isso? Quem fez isso?

Recuei rapidamente. Sua voz fez um frio percorrer por minha espinha.

— Fugi de casa. -soltei rápido.

— O que?

— Eu fugi de casa, porra! Quer que eu repita?!

— Você acabou de repetir. Não estou interessado em suas fugas. Você levou um tapa não foi?

Desviei o olhar. Ele podia ser mais discreto ou ter fingido que nem viu.

— Quem...?

Eu não queria dizer. Me negava a compreender que eu havia apanhado dele. Por culpa de um sobrenome estúpido.

— B...briguei com meu pai e...

Escutei novamente o barulho das cirenes de polícia. Meus batimentos aceleraram o dobro.

— Me esconde!

— Oi?

— Rápido, me esconde!

— Sorte sua que não estamos muito longe de casa. -começou a se alongar.

— Não! Devem ter milhares de policiais lá! -Tapei a boca antes que alguém nos notasse.

— Por isso você vem comigo. -passou um braço por baixo de meus joelhos e outro por minhas costas.

— Me põe no chão! -agarrei sua camisa branca do terno.

— É melhor ficar quieta. -resmungou e me "acomodou" melhor em seu colo.

— O que você vai fazer? -o encarei temerosa.

— Não importa.

Ele começou a correr. Comigo em seus braços! Eu realmente odeio essa sensação. Braços+corrida+Lucas... Isso não era bom.

Depois de alguns minutos ele parou bruscamente, arfando. Ele me ergueu um pouco e eu o encarei.

— O que você...

— Cuidado. -me jogou.

Ele. Me. Jogou.

— Gyaaa! Está louco? -fiquei de quatro na grama, sentindo meu coração pulsar na garganta.

— Você pediu minha ajuda. -pulou o muro e me levantou, puxando-me pelos ombros.

— Eu quase morri! -voiciferei e ele sorriu de canto, me pegando novamente- Isso está se tornando um péssimo hábito seu. -revirei os olhos.

— Concordo. E você é... Pesada. -respirou forte.

— Oi? -senti minhas bochechas esquentarem.

Ótimo. Já estavam vermelhas antes, e agora devem estar piscando em neon.

Fui levada como um saco de batatas para dentro. Ele me acomodou no sofá sem dizer nada. A campainha tocou. Congelei. Só podia ser os policiais para fazer perguntas.

Olhei atônita para ele, mas o mesmo já estava virando as costas. Rapidamente puxei na barra da camisa dele, fazendo-o virar de súbito, um pouco confuso.

— Não... Me deixe só. - minha voz saiu baixa, quase inaudivel.

Ele pareceu surpreso e até constrangido, mas antes que eu constatasse seu constrangimento, ele esboçou um meio sorriso.

— Volto já. - e soltou minha mão de sua camisa.

Meu coração acelerou. O que diabos foi isso?

Não consegui escutar a conversa, mas o Lucas logo voltou.

— Ficou muito solitária?

— Cala a boca. -resmunguei.

Ele saiu e em poucos segundos voltou com um saco de gelo, uma vasilinha branca e gaze.

— Vamos para o meu quarto.

— Como espera que eu ande?

— Ahn... Com os pés? - ele sorriu. -  Oh... Parece que você gostou dos meus braços.

Corei e me pus de pé. Ele me ofereu o braço e subi as escadas mancando um pouco.

— Você é muito atrapalhada, sabia? -retirou o paletó e afrouxou a gravata, logo baguncando os cabelos negros que antes estavam impecáveis e cheios de gel.

— Como assim? Creio que você também não deve ser um exemplo de pessoa nesse quesito. -reclamei quando ele passou um algodão com álcool em meu joelho.

— Primeiro deixou que o Velásquez, bêbado, te agarrasse.

— Ei! -ele pressionou o algodão no ferimento e eu desisti de reclamar.

— E ainda me aparece toda suja, descabelada e machucada.

Minha lingua coçava para que eu o respondesse, mas ele parecia tão concentrado no que fazia que eu optei por fingir que ele não havia falado nada.

— Obrigada. -resmunguei quando ele disse que já havia terminado.

— Então... Pode me contar o que aconteceu? -sentou ao meu lado.

— Sobre? -fingi não entender.

— O Velásquez... -desviou o olhar, o que foi estranho- E... Todo o resto.

Respirei fundo. Uma história dessas não tinha nem por onde começar. Fitei o teto, organizando meus pensamentos, pensando o que eu diria primeiro. Se bem que nem tem rodeios. Respirei fundo novamente e comecei a contar.

(...)

— Foi um dia bem conturbado. -levantou da cama.

— Eu só preciso dormir... E não acordar nunca mais. -suspirei- Me empresta o celular?

— O que vai fazer? -tirou o aparelho do bolso da calça e me entregou.

— Ligar para os meus amigos, claro. Pedir abrigo por tempo indeterminado.

Mal terminei de falar e ele já arrancara o aparelho de minhas mãos.

— Ei! -reclamei- Devolve!

— Você não vai.

— O que? -pisquei.

— Você não vai. Não sai daqui hoje, é muito arriscado. -desviou o olhar.

— Tudo bem. -suspirei- Agora pode, por favor, me levar até o quarto de hóspedes?

— Por que? Durma aí mesmo. -apontou para a cama.

— Claro que não! Isso é um quarto de um garoto, não vou dormir aqui! E eu preciso dos meus óculos!

— Para que precisa deles? Tenho, agora, quase certeza que você não precisa de óculos. -cruzou os braços.

— Preciso sim. Agora faça o favor de me mostrar logo o quarto e me arranjar um óculos. Preciso tomar banho e desmaiar. -desviei o olhar.

— Você sabe ser bem mandona quando quer. Anda, vem logo.

Ele me levou a um quarto próximo ao seu, apenas umas quatro portas de distância. O cômodo era simples e refinado, me encantei pela decoração rústica daquele quarto.

— Sinta-se à vontade. -me empurrou de leve para dentro e fechou a porta.

Tive que ir até a sala pegar minha mochila com minhas roupas.

Que ótimo! Só tinha vestido lá dentro, vestidos, vestidos, mais vestidos, nenhuma calcinha ou sutiã... Que maravilha! Hoje meu dia está uma merda mesmo!

— O que foi? -ele descia as escadas calmamente.

— Aqui só tem vestido e eu acabei não pegando uma merda de calcinha! -bufei irritada e logo fiquei morrendo de vergonha- Desculpa... Só... Nada. -ia passando por ele, para o "meu quarto" quando ele segurou meu antebraço.

— Vem cá.

Me levou novamente para o seu quarto e começou a revirar suas gavetas. Ele jogou um pequeno saco plástico em cima de mim.

— Pode usar.

— Lucas, eu não vou usar uma cueca, ainda mais uma sua!

— Como assim "ainda mais uma sua"? Eu estou tentando te ajudar. -fez uma carranca.

— Eu desisto! Vou para a casa do Beto!

— Eu disse que você não vai sair daqui.

— Vai me obrigar a ficar?

— Se for preciso, sim.

— Você é um chato.

— Vai logo tomar seu banho. E eu nunca usei, ok? -apontou para a cueca.

— Eu mereço...

(...)

Acordei toda dolorida. Parece que um caminhão passou por cima de mim enquanto eu dormia.

Tateei a mesinha ao lado da cama em busca de algum despertador ou celular, o que me lembrou que eu havia jogado meu pobre aparelho telefônico em algum fim de mundo.

Tirei um pouco da remela dos olhos e me espreguicei, levantando da cama e indo em direção à porta, abrindo-a em seguida.

— Boa tarde, dorminhoca. -um moreno suado passou correndo em minha frente, indo em direção às escadas.

Eu ouvia seus passos pesados no piso, mas logo foi silenciado. Fui para a cozinha em busca de comida, mas aí lembrei que não tinha feito minha higiene matinal e voltei para o quarto. Aproximadamente meia hora depois, eu estava arrumada. Fui, finalmente, em busca de comida, mas, infelizmente, não encontrei nada que pudesse satisfazer minha fome.

Eu estava me lamentando, olhando na direção da geladeira quando ouvi passos aproximarem-se de mim.

— Como você sobrevive sem nenhum tipo de...

O homem ali presente me encarava, sério, com as sobrancelhas semi-cerradas.

— Boa tarde... Eu... Bem... -desviei o olhar- Desculpe, eu já vou indo. -falei ainda olhando para qualquer ponto que não fosse aquele homem.

— Pode ficar. Só vim trazer alguma comida saudável para esta casa. -colocou a mão em meu ombro.

— Não precisa, senhor... Eu já estava de saída. Desculpe.

— Mas você realmente não entende o que os outros dizem, não é? -a criatura de olhos negros me puxou para trás.

— Lucas, é sério. Eu não vou morar aqui, certo? Vou para a casa dos meus amigos até o meu... Pai... Se acalmar. -me livrei de suas mãos.

— E eu não sou seu amigo? Por que você não pode ficar aqui?

— Porque não. -bufei irritada.

— Você é uma mimada, sabia?

— E você um grosso!

— Calma crianças. -o senhor, que só agora eu percebi ser o mesmo que acenou para o meu pai ontem, na "briga"- Você pode ficar aqui o tempo que quiser. Tenho certeza que o seu pai nunca viria até aqui atrás de você.

— Mas eu...

— Porra Catarine! Fica aí e pronto.

— Eu disse que ele era um grosso. -resmunguei.

— Pode me chamar de Lorenzo. -sorriu- Vou trabalhar agora, tenham uma boa tarde. E você -olhou para o Lucas- se comporte, ela está passando por muita coisa agora.

— Ok pai. -suspirou.

Assim que o senhor Lorenzo saiu, o moreno começou a remexer as diversas sacolas de supermercado que tinham sido colocadas sobre o balcão.

— Você está com fome, certo? -resmunguei uma resposta para ele.

— Olha... Eu sei que estou sendo um imbecil nesses últimos dias, mas a verdade é que eu... -me encarou- Nada.

— Que horas são?

— Ahn... 14:45.

— O que?

— Isso aí.

— Meu deus! Me empresta um celular.

— O que vai fazer? -estreitou os olhos.

— Preciso dar sinal de vida para a Valentina e o Alberto. Eu nunca falto à escola!

— Hoje não tem escola.

— Não importa!

Ele me entregou o aparelho e saiu dali. Não antes de dizer um autoritário "Coma alguma coisa".

Passei quase uma hora pendurada no celular falando/sendo ameaçada pela Tina.

Em meia hora ela estaria ali comigo. Ótimo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo?
Sugestões?
Será que vai acontecer algo entre esses dois? Agora morando sob o mesmo teto.
Alguém aí já tem alguém pra shippar?kkk
Até o próximo.
P.S: comentem, pessoas lindas do meu coração.



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