Happiness is a house where you can't live escrita por Bonnie Parker


Capítulo 7
Você parece ser inteligente




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Eu peguei um ônibus até a praia, e me lembrei dos tempos com a Oreko. É... acho que foi a melhor época da minha vida.

Foi quando eu tinha 12 anos. Eu estava muito, mas muito entediada. Estava quente, e meu computador ia fritar se eu ligasse. Eu sai de casa e olhei os destinos dos ônibus que passavam por ali e vi que um ia pra praia. Eu quase soltei fogos de artifício. Ele passava em 10 minutos. E demorava 20 pra chegar lá. Valeria a pena se eu não virasse peixe frito no caminho.

Ta, eu quase desmaiei no caminho. Fiquei repetindo “Sabitsuki porque você não trouxe água?Água...”

Apesar do dia estar quente quente quente, as pessoas não tiveram a brilhante ideia de ir pra praia. Deve ser porque nem todos moram no meu prédio velho que não tem ar condicionado.

O senhor que estava dirigindo o ônibus me acordou, eu agradeci e sai. Parecia que a areia ia derreter minhas sandálias. Na beira da areia, tinha uma casinha. Eu fiquei curiosa, mas meu calor era mais forte. Eu só fiquei enterrada na água, de vez em quando inclinando minha cabeça pra dentro para meus miolos não fritarem.

–Olá?- eu ouvi depois de uns 20 minutos. Me virei, e tinha uma garota com um vestido azul e um escafandro parada atrás de mim. Ela estava segurando uma miniatura de um barco, pelo visto bem caro porque era muito detalhado.- O que você está fazendo aqui?

–Ah, eu vim da cidade vizinha. É que está muuuito quente...

–Ah, entendo. Onde estão seus pais?

Eu olhei pra ela por um momento, tentando ver alguma coisa além do vidro do escafandro, e então balancei a cabeça negativamente.

–Hum... sinto dizer, mas você não vai poder voltar pra casa hoje.

–Você e seus bracinhos magros vão me prender?

–Hahaha!- a risada dela era abafada, mas eu gostei. Soava bem.- Não, mas o próximo ônibus pra cidade de ferrugem só passa daqui a 4 dias. Ele está indo pra cidade de neon e tem 2 dias de feriado.

–Ah... merda. Da pra ir daqui até a cidade de neon a pé?

–Você não vai durar muito lá. Você parece inteligente. Deve saber o que fazem com garotas lá.

–Bom eu não vou conseguir chegar na minha cidade.

Depois de um momento de silencio, ela disse:

–Pode ficar aqui se quiser.

–Seus pais não vão ficar bravos por você chamar uma estranha?

Ela balançou a cabeça.

–Você parece ter a mesma idade que eu. Então não pode fazer nada. E mesmo que fizesse, eu não me importaria. Estou levando uma vida medíocre de qualquer jeito.

Eu fiquei olhando pro escafandro. Ele dava um ar melancólico á tudo isso.

–Ok. Obrigada.

Isso foi antes de eu conhecer o Smile. Então foi a primeira vez que eu me senti...

Amada.


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