Sweet Mystery escrita por MistyMayDawn


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Levanta Ash! – Gritei e nada dele acordar.

Fui ao banheiro e enchi um balde com água e fui até Ash, gritei de novo e ele murmurou um Só mais cinco minutinhos, mãe e voltou a dormir. Senti uma veia saltar da minha testa só de raiva desse infeliz, Ash como sempre, patético. Levantei o balde o mais alto que consegui e joguei tudo em cima dele, Ash levantou em um pulo da cama, se abraçando, tremendo e batendo os dentes de frio.

– Porque fez isso? – Ele perguntou sem entender o motivo daquilo.

– Fiquei chamando você por quase meia hora e você não levantava – Respondi cruzando os braços – E acho melhor você se apressar, porque você só tem 15 minutos. – Disse enquanto pegava minha mochila ao lado da cama de And.

Ele olhou pra mim sem entender, eu apenas apontei pro relógio e ele levou um susto, correu em direção ao banheiro e um segundo depois voltou de lá com a escova na boca e pegando qualquer roupa que via na gaveta. Começou a se vestir usando apenas uma mão enquanto a outra estava na escova, se vestia escovando os dentes. Saí de lá calmamente tendo a visão de um And tropeçando na calça e caindo no chão, apenas ri da cena. Desci as escadas e fui à cozinha, peguei um pão e o cortei no meio, peguei a manteiga e retirei um pouco com a faca e depois passei no pão. Quando comecei a comer vi Ash com os cabelos ainda molhados entrando na cozinha desesperado, pegando cereal e leite e jogando tudo em uma tigela.

– Relaxa – Falei

– Relaxar? Relaxar?! – Perguntou indignado – Primeiro dia de aula e já estou atrasado. – Jogou todo aquele cereal na boca.

Peguei uma xicara com um pouco de café e comecei a beber enquanto via um Ash se engasgando. Terminei de beber e deixei a xicara na pia.

– Tô indo – Avisei.

– Espera – Desesperou-se – Me espera! – Ele limpou a boca na manga da camisa

Ignorei e fui em direção à porta da frente, sai calmamente e 5 minutos depois Ash saiu. Ele correu pra me alcançar e depois murmurou um Obrigada por me esperar. A escola ficava a mais ou menos três quadras da casa de Ash e da minha ficava sete, e falando na minha casa: Espero que meu pai hoje esteja com humor melhor, eu pensei muito sobre o que And me disse, vou conversar com ele ou pelo menos tentar, espero que ele entenda o meu lado. Eu e And fizemos o trajeto sem falar nada, até avistar a nossa loja favorita de comprar porcaria. Ela ficava na esquina, bem pertinho da escola.

– Vamos parar pra comprar um cachorro quente? – Perguntou And com os outros brilhando, ele parecia uma criança.

– Não era você que estava desesperado pra chegar à escola cedo? Você nem se secou direito And ainda estava molhado do banho frio que dei nele.

– Eu sei Shinji, mas eu estou desejando faz semanas esse cachorro quente... Sem falar que você tá me devendo um cachorro quente.

O pior é que era verdade, na ultima vez que estivemos aqui foi And que pagou pra mim. Contra gosto entreguei uma nota de 5 reais pra ele, e And correu pra dentro da loja.

– Tá! Mas se não chegar em cinco minutos vou embora sem você – Gritei pra ele, mas acho que ele nem me ouviu

Não me restava nada além de esperar aquele idiota, me encostei na parede da loja e observei os alunos irem em direção a escola, alguns estavam vestidos com os uniformes ridículos da escola, as meninas vestiam uma blusa branca com mandas, um laço azul no pescoço, uma saia azul até o joelho, sapatilhas pretas e meias brancas. Aquilo era ridículo, podiam pelo menos diminuir o comprimento da saia. Já os meninos, usavam uma blusa branca e gravata azul, calça azul e sapatos sociais pretos. Se o uniforme das meninas era ridículo, nem se falava no dos meninos. Na primeira semana de aula não era obrigatório o uniforme, então And e eu não estávamos usando aquela coisa patética. Eu estava vestido com uma blusa azul claro, casaco de couro porque estava fazendo muito frio, all star e calça jeans preta. And estava vestindo uma blusa com mangas cumpridas listrada de azul, vermelho e branco, all star e calça jeans azul.

Ash estava demorando de mais e já tinha se passado os cinco minutos, desisti de espera-lo, paciência não é o meu forte. Já estava indo quando Ash apareceu com um cachorro-quente quase do tamanho da sua cabeça, ele estava com um sorriso enorme no rosto, maior do que o normal. Algo tinha acontecido.

– Desembucha!

– Nossa Paul, como você sabia que tinha acontecido algo? – Perguntou dando uma mordida naquele cachorro-quente enorme.

– Esse seu sorriso – Respondi como se fosse a coisa mais obvia do mundo e na verdade era – Agora me conta!

– Eu derrubei cachorro-quente em uma menina muuuuuito gata

– Quê?

– Serio! Eu comprei o cachorro-quente com o seu dinheiro que você me deu só que quando eu peguei ele e tava voltando pra cá a menina entrou na minha frente e eu derrubei o cachorro-quente sem querer nela – Ele narrava com uma empolgação enorme – E o mais incrível é que ela não ficou zangada comigo, ela só disse "Não precisa se preocupar!" e comprou pra mim esse cachorro-quente enorme! E ela é muito gata, ela tem o cabelos e os olhos azuis e estava vestindo o uniforme da nossa escola.

– Então quer dizer que você gastou meu dinheiro pra nada?! – Berrei com ele.

– Não acredito que depois de tudo que eu contei você só prestou atenção nisso?

– É claro! Agora vamos pra escola – And me olhou irritado. Bufei – Tá, desculpe. Te pago o que você quiser amanhã.

– Não precisa disso, mas já que você insiste – Ele deu um sorriso largo.

E, finalmente, depois de mais dois minutos andando chegamos a Escola Bom Bosco, o nome mais brega do mundo. Bom Bosco é uma escola enorme, um prédio de quatro andares e bem largo, no primeiro andar ficavam as crianças do maternal, no segundo andar era onde ficava da Quinta a oitava serie, no terceiro ficava o ensino médio e o quarto era apenas o refeitório, com salão enorme lotado de mesas redondas e cadeiras de alumínio. A estrada da escola era o que ela tinha de mais lindo, tinha grama verdinha e bem cortada, alguns bancos e ao lado direito três mastros com a bandeira do Brasil, do estado e da cidade. Atrás da escola ficava a pista de corrida, um campo de futebol, uma quadra de vôlei, duas piscinas, uma funda e outra rasa para as crianças e vários brinquedos, gangorra, balanço, escorregador e até uma casa na arvore. Aquela escola era o sonho de qualquer um.

A entrada estava lotada de alunos uniformizados e outros não, ao lado da entrada estavam sentadas duas mulheres, eram elas que iriam nos entregar a combinação e a localização dos nossos armários e em qual sala o aluno ficara. And e eu atravessamos o gramado e paramos próximo a entrada, ficamos encarando aquele alvoroço em cima das duas mulheres responsáveis pelas informações.

– Não to nem um pouco afim de enfrentar aquele tumulto – Lamentou-se Ash. Ele ainda estava terminando de comer aquele cachorro-quente – Vamos esperar um pouco até diminuir o numero de pessoas.

– Paul! – Virei pra ver quem me chamava e era Reggie – O que aconteceu? Porque não voltou pra casa? Fiquei preocupado.

– Pelo visto só você. – Respondi sem emoção. Ele suspirou.

– Onde dormiu?

– Na minha casa – Ash respondeu.

– Devia ter adivinhado – Sorriu de se mesmo – Paul, papai esta furioso com você.

– Me conta uma novidade. Ele nunca me da razão mesmo, eu sempre estou errado. – Virei às costas pra Reggie e entrei no tumulto.

Eu já devia saber, meu pai nunca vai parar pra me escutar, nunca. Faz oito anos que moro com ele e esse tempo todo nada mudou. Eu tinha uma vida diferente quando minha mãe ainda era viva.

Cheguei à entrada com muita dificuldade, empurrei algumas pessoas pelo caminho, esbarrei em outra, mas consegui chegar inteiro. Ao chegar lá fui direito ao encontro de umas das mulheres, a loira vestida com uma blusa cheia de laranjas do lado direito foi que falou comigo, ela me perguntou meu nome, respondi e ela me entregou um papel com os horários, a localização de cada sala de aula e a senha do meu novo armário. Sim, nos somos a única escola do estado, senão do país que tem armário na escola. Subi as escadas em direção ao terceiro andar e ao chegar lá à primeira coisa que fiz foi procurar meu armário , quando achei joguei os livros lá dentro, peguei o papel pra ver qual iria ser o primeiro horário e me lamentei, era Matemática, ótimo! Tinha que começar com uma matéria que odeio. Nesse ano a sala era a ultima do corredor, quando entrei na sala vi alguns rostos conhecidos e outros nem tanto, os alunos conversavam animadamente e nem perceberam quando passei por eles e sentei na ultima carteira, abri a mochila e tirei o livro de matemática e o caderno e joguei em cima da mesa. De repente o sinal tocou avisando a todos para irem as suas respectivas classes e iria começar o primeiro horário. Bufei. Cadê o And? Tô começando me arrepender de ter deixado ele pra trás.

– Hey! – Só era o que me faltava, Barry Jun, filho da Diretora Mildred e primo do Drew, Barry Jun é o garoto que eu mais odeio em toda aquela escola.

– O que você quer? – Falei frio o fitando com minha cara mais intimidadora.

– Calma cara, não sei por que você me odeia tanto assim, mas eu só vim te perguntar se você sabe onde esta o Ash. – Ele respondeu com uma gota.

Eu tinha 10 anos quando estava no refeitório, eu andava entre as mesas com uma bandeja com o meu lanche assim como os outros alunos faziam. Eu estava chegando a minha mesa quando alguém colocou o pé e eu tropecei derramando toda a comida em cima de mim. Todos os alunos começaram a rir. Eu me levantei e me sentei no chão com uma cara de assustado, quase pra chorar, um garoto loiro de olhos mel que não estava vestido com o uniforme da escola falou Tome cuidado Paul gargalhando. Era Barry Jun, desde então eu me tornei o bode expiatório dele, sempre levando a culpa pelas coisas erradas que ele fazia e eu nem reclamava, como era idiota. Tudo acabou quando eu disse CHEGA! E meio que me vinguei dele. E agora esse ser patético vem até mim e fala que não sabe por que eu o odeio, vontade de quebrar a cara dele.

O professor entrou, Sr. Shimizu, um homem gordo de 50 anos de cabelos grisalhos, ele começou falando umas coisas sem sentido que eu ignorei por completo.

– Não faço a mínima ideia de onde esteja. – Respondi pra Barry

Alguém bateu na porta, o professor falou um pode entrar. A porta lentamente se abriu e de lá saiu uma garota de longos cabelos e olhos azuis na qual vestia um vestido curto e preto. Barry assoviou e eu revirei os olhos, a garota ficou vermelha. Ela olhou pra mim com um olhar meigo, demorou um pouco até a reconhecer, era a minha nova vizinha, a que eu tinha esbarrado no dias anterior, só não me lembro do nome dela. O professor tirou os óculos e a encarou sério.

– A senhorita sabe que horas são? – Ele não deu tempo de ela responder – Esta atrasadíssima!

– Desculpe-me senhor, mas sou nova por aqui, ainda estou me acostumando. Sem falar que foi muito complicado pra chegar até a entrada e pegar minhas informações.

– Tudo bem, mas não vou tolerar outra vez. – O professor colocou novamente os óculos – Apresente-se para a turma.

– Olá, sou Dawn Hikari da cidade de Twinleaf, me mudei há pouco tempo. – deu uma piscada para ninguém em particular – Meus pais queriam um lugar mais calmo pra viver, e acharam que Sinnoh era o melhor dessa região.

– Gostei dela – Barry falou pra se mesmo, mas acabei ouvindo.

Sou obrigado a conviver com idiotas.

– Muito bem Dawn, se sente ao lado de Zoey Nazomi. Aquela garota ruiva ali – Ele apontou pra Zoey, ela estava sentada a uma fila de distancia de mim . – Agora alunos, voltamos ao que realmente interessa.

Zoey na verdade é morena, um preto muito forte, mas já faz uns três anos que ela pintou de vermelho. Ela já recebeu muitos apelidos por isso, cabeça de fosforo, cabelo menstruado. Enfim... Zoey e eu éramos muito amigos quando tínhamos entre 7 e 8 anos, assim que cheguei a Rosário, essa cidadezinha patética. Enfim, nem sei por que estou falando disso, não me importo nem um pouco com o fim da nossa amizade, ela acabou tão rápido que quando percebi já não éramos tão próximos, foi quando me tornei amigo do Ash.

– Zoey Nazomi, prazer em conhecê-la Dawn. – Zoey sorriu pra Dawn e ela retribuiu – Se quiser te mostro a escola.

– Claro, seria uma boa.

A aula passou normalmente, eu estava quase dormindo na carteira quando o professor saiu da sala, intervalo. Esfreguei os olhos e olhei pro quadro, aquilo parecia uma língua ainda não identificada pela humanidade, mas era só um calculo matemático que não faço a minha ideia do nome. Acho que estou me esquecendo de alguma coisa, ou alguém... Ah! Onde esta o Ash mesmo? Pra quem estava desesperado pra não chegar atrasado perdeu os dois primeiros horários.

– E ai Paul, quanto tempo – Olho pro lado e vejo uma garota com cabelos negros e olhos mel, eu a conheço, só que não lembro seu nome – Não acredito que se esqueceu do meu nome de novo! Sou a Candice!

Ah, agora lembrei. Candice (vivo esquecendo o nome dela) é uma garota chata, mas tipo, CHATA MERMO. Ela é doida por mim desde sempre!

– Oi.

– Paul... Eu fiquei sabendo que esse ano vai ter um baile de boas-vindas, isso não é fantástico? Acho que vamos ser a primeira escola do país a ter um baile que nem nos filmes Americanos. Isso é um máximo. – Ela me encarou esboçando um sorriso largo – Então... Eu estava pensando se a gente podia ir junto. Como um... Encontro.

– Não é o garoto que convida?

– Bem... É! Só que eu quis ter atitude. – Ela estava mais vermelha que um pimentão.

– Candice! Deixa esse babaca pra lá – Barry falou.

–Mas Barry... – Barry a puxou pelo braço para fora da sala.

Deus, obrigado por essa ajuda, eu agradeço muito.

Saí da sala de aula e subi até o quarto andar, refeitório, lá era bem largo, tinha muitas janelas, as mesas eram brancas e redondas assim como as cadeiras. Atravessei o refeitório e entrei na fila pra pegar um hambúrguer, escolhi entre o de franco e de porta e fui procurar meus amigos. Lá no fundo Ash estava sentado com Misty, May, Drew e Brock.

Misty ou Minene Baence, é uma ruiva de olhos verdes apaixonada por nadar, já até participou de uma olimpíada e ganhou medalha de bronze (eu acho). Ela é mandona, autoritária, controladora, tem uma voizinha fina que irrita, é baixinha, tem 1,50 e alguma coisa de altura. E é apaixonada pelo Ash (Posso dizer isso porque já faz dois anos que ela tenta, mas como o Ash é lerdo ele nunca percebeu nada).

May Santos, a namorado do Drew. Ela não tem nada de feminino, ela é boa em todos os esportes: futebol, basquete, vôlei, enfim, tudo mesmo (Só não em natação). Sendo sincero eu acho que quem é a mulher na relação é o Drew e quem é o homem é a May. Não queira brigar com ela, ela é um mostro. Mas ela é até bonita, cabelo castanho claro, pele bronzeada que destaca seus olhos azuis. Também posso dizer que May, é inteligente, bonita e gostosa.

– Oi Paul – Disse Brock, apenas acenei com a cabeça e me sentei.

Brock Oliveira, faz o terceiro ano, mas não anda com os alunos do terceiro, e ele age como se fosse pai da gente. Tem os olhos muito puxados, até hoje não sei a cor dos olhos dele e pele escura. É inteligente, se fossemos do mesmo ano eu colava dele com certeza, ele também é um ótimo cozinheiro, a mãe e o pai vivem brigando, e eu nunca o vi reclamando de ter que cuidar praticamente sozinho de seus dez irmãos.

Peguei meu hambúrguer e mordi, olhei em volta do refeitório, às pessoas mais conversavam do que comiam, era a única hora que você podia conversar sem ter um professor pau no cú por perto. Um pouco mais no fundo vi Dawn, ela conversava animadamente com Zoey e um garoto chato chamado Kenny. Os três se sentaram na mesa do Barry e da Candice, Barry se levantou e puxou a cadeira pra Dawn se sentar. Revirei os olhos e ignorei aquela cena. Mais atrás estava meu irmão Reggie e sua namorada Maylene, ela tinha cabelos tingidos de cor de rosa e ela também usava lente de contato lilás, os dois estavam conversando animadamente enquanto trocavam beijos. Voltei minha atenção para os meus amigos e os três estavam olhando pra mim.

– Que foi? – Foi à única coisa que passou pela minha cabeça, perguntar, e nem me lembrei de que estava com a boca cheia.

– Coisa feia Paul, falar de boca cheia – Disse Misty.

– Foda-se. Porque estão me olhando desse jeito?

– Porque você esta olhando para aquela mesa? – Brock perguntou apontando para a mesa de Barry.

– Vamos mudar de assunto. Ash porque perdeu os dois primeiros horários?

– É ela Paul! – Ash gritou.

– O que?

– A garota do cachorro-quente – Ele apontou para onde quer que fosse –Aquela garota de cabelo azul sentada com a Zoey.

– A Dawn?

– É esse o nome dela? – Ele perguntou interessado.

– Garota do cachorro-quente? – Misty perguntou com ciúmes.

– Err... Eu est....

– Não precisa mais me explicar. – Misty nem deixou ele responder, se levantou e saiu furiosa do refeitório.

– Mas... – Ash ficou sem entender, contive a minha vontade de gargalhar. – Garota doida.

– Souberam do assassinato? – Perguntou Drew e me lembrei de que já tínhamos falado daquilo ontem à noite.

– Soube. Uma morte horrível, quem será que fez isso? – Falou May.

– A policia ainda não tem nenhum suspeito? – Perguntou Brock – A cidade é pequena, daqui a pouco as pessoas nem vão querer sair de casa à noite.

– Infelizmente não.

Depois, May e Drew saíram do refeitório, ficaram apenas eu, Ash e Brock, And falou sobre o comportamento de Misty e porque ela tinha agido daquele jeito, Brock e eu não falamos nada, Ash tinha que descobrir ele mesmo, depois Ash disse que faltou os dois primeiros horários porque acabou ficando no meio de uma confusão na entrada, ele disse que era uma briga idiota de duas garota pra ficar com o armário do lado do bebedouro do segundo andar, depois ficamos conversando sobre o jogo de futebol que passou anteontem até que o sinal tocou. Saímos do refeitório, Drew apareceu reclamando que tinha brigado de novo com May e não fazia em duas horas que tinha feito às pazes, e tudo porque ele deu um rosa para uma amiga. Revirei os olhos e fui ao meu armário, aula de Geografia agora. Peguei o livro e fechei o armário com força. Dawn estava retirando algumas coisas do seu armário acompanhada de Zoey e Kenny. Passei por ela como se não a conhecesse e entrei na sala deixando o livro lá. Acho que vou matar aula, não estou com cabeça pra isso.

***

Queria ficar na casa do Ash, mas hoje não vai dar. Vou ter que enfrentar meu pai. Cheguei à porta e coloquei minha mão no trinco, suspirei e abri. Meu pai estava assistindo televisão com Clarie, ou era o que deviam estar fazendo, eles estavam se beijando. Senti vontade de vomitar, agradeci a ajuda do cara lá de cima e subi devagarinho sem ser notado. Entrei no meu quarto e tranquei a porta, joguei a mochila na minha cama e fui ao banheiro tomar banho, a água caindo no meu corpo me relaxava, fiquei lá por muito tempo e sai com a toalha enrolada na cintura. Sei que não vou conseguir evitar meu pai pra sempre, mas quero tentar pelo menos até amanhã, Reggie foi com Maylene pra casa dela e sem ele não vai ter ninguém pra me proteger, meu castigo vai ser pior. Reggie definitivamente é um filho da puta, literalmente. Me vesti com calça moletom e uma blusa velha e liguei o computador, ele ficava de frente pra janela, dei um rápida olhadinha e me assustei: Dawn estava só de short e sutiã, ela fechou a cortina e só deu pra ver sua sombra vestindo uma blusa. Dei de ombros e voltei a mexer no computador. Apareceu uma matéria e eu a apertei, era sobre o assassinato da noite passada, sem nenhum suspeito e como se já não fosse o bastante encontraram uma garota morta na cidade, sem os olhos e os braços estavam separados do corpo, aconteceu hoje à tarde. Até agora morreram duas mulheres, será se esse assassino só mata mulher? Será se ele pode me fazer um favor e matar a Clarie? Pelo menos uma pessoa ia gostar dele.


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Notas finais do capítulo

O próximo capitulo será postado de 28. Por quê? Ora, porque dia 28 de junho é o dia mundial de Ikarishipping!
Mas, infelizmente, ele só é levado reeeealmente à serio nos Estados Unidos e no Japão. Mas enfim, o capitulo será postado esse dia.



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