Anjo Travesso escrita por Vanessa


Capítulo 32
O motoqueiro fantasma.


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, eu voltei *-*
Amores, obrigada pelos reviews, pelas favoritações, e por tudo. Já bati meu record em acessos. Anjo Travesso já passou na frente das minhas Fic's terminadas e eu tô super feliz. Continuem assim *-* Queria recomendação, maaaasss, tudo tem seu tempo.
Espero que gostem do capítulo.



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Descanso calmamente em seu peito depois de mais uma sessão de sexo. James é insaciável. E eu ainda não acredito que cedi mais uma vez. Isso parece que não está acontecendo, de maneira alguma.

James está com uma mão pousada embaixo de meu pescoço, enquanto a outra, contorna sua cabeça; ele olha para o teto em silêncio, enquanto eu escuto a sua respiração se acalmar. O que ele está pensando? Eu gostaria de saber.

Então, meu celular toca em cima da pequena cômoda que está ao lado da cama. James vira seu rosto para me encarar e em seguida me dá um sorriso tímido. James tímido? Desde quando? Retiro minha cabeça de seu peito e cuidadosamente me mexo ao seu lado, me espicho cuidadosamente para não cair da cama, enquanto pego meu celular de cima do criado-mudo.

Com o celular em mãos, acomodo-me novamente em seu braço, então eu e ele olhamos para a tela do celular que não para de tocar. É minha mãe. Penso rapidamente em sair da cama e ter mais privacidade para falar com ela, porém estou tão cansada que prefiro atender ali mesmo.

–Mãe?

–Oi meu amor, sou eu. Como está? –Sua voz parece contente.

Olho rapidamente para James que me olha com um sorrisinho nos lábios, um sorrisinho um tanto quanto maroto.

–Estou bem mamãe, e vocês? Como foi a viagem?

–Foi maravilhosa Carrie, queria tanto que você estivesse aqui para ver isso!

Eu sorrio.

–Estamos em Galveston. –Ela diz. –É simplesmente maravilhoso!

–Não é tão longe daqui. –Eu digo em seguida.

–Não é não, porém nunca viemos para cá, e francamente, não sei como ainda não. As pessoas, a paisagem é tudo fantástico. –Sinto seu sorriso do outro lado da linha.

–Eu imagino mamãe, espero que vocês se divirtam. E papai onde está? –Pergunto.

–Ele está no banheiro, aproveitei o pouco tempo livre que temos para ligar. Me desculpe não ter ligado antes, fiquei tão empolgada que acabei esquecendo. –Ela fica desapontada.

–Não se preocupe mamãe, está tudo bem por aqui. –Eu digo.

Então, enquanto mamãe continua a contar coisas sobre Galveston, James se mexe espontaneamente, eu suspeito que ele vá se levantar da cama, mas não o faz. Apenas cai com seu corpo pesado em cima de mim novamente. Eu o encaro com meu olhar ‘estou no telefone’ mas ele apenas me dá um de seus sorrisos safados e morde seu próprio lábio.

Mamãe continua a falar do litoral, enquanto eu tento prestar atenção em suas palavras. James começa a morder minha barriga e a deslizar suas mãos por minhas pernas nuas. Eu ofego tentando esconder minha vontade de gemer.

–Querida, está tudo bem? –Minha mãe de repente pergunta.

Droga!

–Está sim mamãe. –Eu tento disfarçar a rouquidão em minha voz.

James continua, e isso está realmente ficando desconfortável.

–Pare James! –Eu afasto o telefone de minha boca e silabo para ele, que mostra a língua em desaprovação.

Quando retorno o celular à meu ouvido, retomo a conversa com minha mãe, ela não para de tagarelar, e está difícil pra mim responder. James roça com o nariz toda a extensão da minha virilha, e eu tenho vontade de chutá-lo com o pé para que ele se afaste e me dê um pouco de paz. Porém, ele poderia se vingar de uma forma não muito convencional.

–Mamãe... ér.. –Tento prestar atenção no que estou dizendo. –Acho melhor... você ligar mais tarde. Eu tenho... tenho que... fazer o almoço.

James não para de me provocar, eu estou ofegante.

–Tudo bem querida, seu pai logo estará de volta e a excursão levará a gente para almoçar. Eu ligarei em breve, mande um beijo ao James, te amo.

Eu tento conter minha risada.

–Se divirtam, amo vocês. –E desligo.

Deixo o celular cair ao meu lado, e olho imediatamente para James, agora ele passa a língua por minha coxa direita.

–Mamãe mandou um beijo. –Eu digo.

Então ele arqueja a cabeça para me fitar, dá um sorriso sacana e parte pra cima de mim, me beijando violentamente enquanto agarro-o com as pernas.

{...}

Assim que dou a gorjeta, o entregador de pizza sai em direção à rua. Eu fecho a porta e vou até a cozinha, deposito a caixa em cima da mesa e pego o refrigerante de dentro da geladeira. Abrindo-o e depositando o líquido em dois copos.

Logo, James aparece depois de seu banho. Ele está sem camisa e seu cabelo ainda está molhado, sua calça de moletom ajusta-se perfeitamente em seu traseiro. Ele está descalço e me agarra por trás, passando suas mãos por minha cintura enquanto eu fecho a garrafa de refrigerante.

Sinto sua boca em meu pescoço, e ele deposita pequenos beijos nele me fazendo arrepiar.

–Não está com vergonha de mim, está? –Ele pergunta se afastando.

–Vergonha por quê?

–Você sabe, a gente transou 3 vezes depois que seus pais saíram, e agora você me parece distante.

Eu respiro fundo.

–É que, não é certo o que estamos fazendo. Eu ainda estou com Derek e... me sinto um lixo. –Desabafo.

Ele suspira pesado.

–Carrie, você deveria pensar mais em você do que nas pessoas. O Derek por algum momento se preocupou com você? Procurou você? Ele nem se quer sabe por que você não está mais indo à escola. E pelo jeito, não faz questão de saber.

James abre a caixa e retira um pedaço da pizza. Comendo-o em seguida.

Eu fico imóvel pensando no que ele disse, e realmente ele tem razão. Estou dias sem ir à escola e Derek nem ligou para saber o que aconteceu. E eu estou me sentindo culpada? Por quê?

Sento-me em frente à James e começo a comer em silêncio. James me olha vagamente e eu me sinto um tanto quanto envergonhada. Envergonhada por ter dormido com ele três vezes e não saber o que temos.

Ele bebe de seu refrigerante, o engole rapidamente e me olha.

–Eu espero que você repense um pouco sobre isso e não me veja como culpado de tudo isso. Como se eu fosse sempre o culpado de tudo o que acontece. –Ele levanta da mesa arrastando a cadeira para trás, fazendo um grande barulho.

–James! –Me levanto em seguida e pego o braço dele. –Você não é o culpado de tudo, me desculpe.

Ele me olha com o olhar triste.

–Eu só estou confusa, você tá bagunçando a minha vida, tá colocando ela de cabeça para baixo e eu não sei o que fazer para concertar.

–Então por que tá com vergonha de mim agora, e tá me tratando com ignorância? –Ele pergunta com a voz baixa.

–Eu... eu não sei. –Digo repreendida. –Mas me perdoe, eu não quis te ofender nem nada disso. Agi como se você fosse o culpado de tudo, mas realmente eu também tenho culpa.

Ele retira seus olhos do meu e fita o chão. Não sei por que mas meu coração se partiu em dois ao vê-lo assim, ele parece tão triste!

–Carrie, eu não sei se você faz isso por que quer ou não, mas eu nunca transei com uma garota mais de duas vezes, você é a única, e é a única com quem tenho vontade de continuar transando.

Minha boca fica seca e meus olhos arregalados. Ele quer continuar transando comigo? Por quê? Como assim? Diversão ou o quê?

–Eu não sei ao certo, mas você mexe comigo. –Ele completa a frase. –Mas por Deus, se você disser que não quer mais nada comigo, nem um beijo, nenhuma noite, nada, eu te deixo. Te deixo em paz, não vou te obrigar a nada, mas acho que Derek não merece você.

Fecho meus olhos tentando digerir as informações, permaneço imóvel e ouço James se afastar, ele sobe as escadas e não o vejo mais quando abro os olhos. Eu decido que preciso ver e falar com o Derek, mesmo que eu tenha de fazer plantão em frente à sua casa, ele terá que falar comigo em algum momento. Eu sinto saudades dele, e quero saber por que tudo isso está acontecendo, eu nem se quer sei se somos namorados, ainda.

Então, pego meu celular que está em cima da mesa, tomo o restante do refrigerante e saio. Opto por não avisar James, creio que ele deva ter ido dormir ou algo do tipo. Caminho vagamente pelas calçadas, até que de longe eu vejo a senhora Trude, minha antiga babá. Ela me vê e vem sorrindo ao meu encontro, depois de um longo abraço ela me afasta e me avalia com os olhos.

–Que moça bonita! –Ela exclama.

Eu sorrio sem jeito.

–Soube que seus pais estão viajando. –Ela diz. –Sua mãe disse à mim que se precisassem de mim ligaria, mas até agora nada. Acho que você está se virando sozinha hein?

–Sim, -Eu hesito. –Na verdade, eu estou lidando bem com isso. Fico feliz por que sei que eles estão se divertindo, mas seria bom ter a senhora como companhia. –Eu minto.

–Oh veja só. –Ela diz sorrindo. –Estou tão velha que não sei mais se sirvo para essas coisas.

Eu apenas sorrio.

–Aquele rapaz ainda está morando com vocês? –Ela me pega de surpresa.

–Haa sim, o James.

–Você está sozinha com ele, em casa? –Ela pergunta um tanto quanto espantada.

–Ér... sim. –Respondo envergonhada.

Ela não diz nada, apenas faz sinal de ‘entendido’ com a sobrancelha.

–Trude, eu adoraria conversar com você mas, eu estou um pouco ocupada agora. –Eu solto.

–Oh! Tudo bem, eu estou voltando para casa. Fiz algumas compras, precisava de frutas e legumes. –Ela sorri amigavelmente.

–Nos vemos. –Eu digo.

–Nos vemos. –Ela responde. –E juízo.

Assim que me afasto, fico pensando no que ela quis dizer com juízo, conheço a senhora Trude há tantos anos, mas não consegui entender o motivo dela ter dito isso, creio que tenha sido por causa do James. Balanço minha cabeça tentando afastar esses pensamentos, e quando percebo, já estou em frente à casa do Derek.

Respiro fundo e fico observando o quão parado está essa cidade hoje, não há sinal de Derek, a janela de seu quarto está fechada e o carro da mãe dele não está na garagem. Droga! Eu penso. Dou mais alguns passos em direção à porta de entrada que permanece fechada e sem nenhum ruído a mais. Então arrasto minha mão e bato com moderada força na madeira, na esperança que alguém venha abri-la pra mim. Pelo jeito, eles não estão em casa pois até o carro não está no lugar de sempre. Fito o chão por alguns segundos e dou mais uma batida na porta, agora um pouco mais forte. Reparo minha mão e ela está levemente vermelha agora. Espero mais alguns minutos, respiro fundo e dou meia volta. Talvez Derek e a mãe estejam viajando, é difícil dizer.

Já estou na calçada quando ouço o barulho da porta se abrir, viro-me rapidamente parando de caminhar e vejo Derek segurando a porta para que ela não feche novamente. Ele está tão... lindo e é tão bom vê-lo novamente. Um pequeno e envergonhado sorriso se forma em meus lábios e por algum momento eu perco a consciência, o que vim fazer aqui mesmo?

Percebo que Derek me olha calmamente, ele deve estar esperando alguma reação minha, mas no momento eu estou impossibilitada de realizar meus comandos. Ele continua a me olhar sem entender nada, e parece querer fechar a porta e fugir de mim, mas não o faz quando consigo me aproximar dele.

–Éé... Oi. –Digo sem jeito.

Derek me fita imediatamente e não responde o que me deixa extremamente envergonhada, sinto meu rosto queimar e as pontas de meus dedos estão gelados.

–Achei que não estivesse em casa. –Eu solto.

Então, Derek vem até a calçada fechando a porta atrás dele.

–O que você quer Carrie?

Sua agressividade me incomoda, e faz com que eu dê um passo para trás.

–Acho que a gente precisa conversar, você não acha o mesmo? –Pergunto olhando com tristeza para seus olhos.

Derek passa a mão pelo cabelo e levemente fecha os olhos, inspirando fortemente o ar, pegando fôlego e quem sabe coragem.

–Eu estou tentando me afastar de você Carrie, caso ainda não tenha percebido.

–Eu...eu sei, eu percebi, mas por que? –Solto rapidamente.

Derek sopra todo o ar para fora, fazendo um zumbido.

–Por que eu estou me machucando Carrie. –Ele faz uma pausa. –James podia ter me matado aquele dia na escola, e pense bem, é tudo o que ele quer. Desde quando o conheço, seu objetivo é ferrar comigo. E ele está conseguindo, não necessariamente fisicamente, ele está tirando você de mim.

Eu tenho vontade de tocá-lo com os dedos, mas quando levanto minha mão para fazer, Derek a afasta.

–Há um tempo atrás, eu disse que meu ponto fraco era você. –ele continua. –E que James sabia disso.

Não sei porque, mas o ‘era você’ me deixou triste.

–E sim, ele tirou você de mim. –Derek vai falando enquanto lágrimas correm por meu rosto. –O pior é que eu não podia fazer nada Carrie, você simplesmente se entregou de bandeja à ele. Você foi me excluindo da sua vida e eu não tive como te segurar.

–Derek não! –Eu tento interrompê-lo com minha voz desesperada.

–Ele está morando na sua casa, como quer que eu me sinta? Primeiro você tenta segurar a barra e diz que tá tudo bem, depois você me exclui da sua vida, então o James machão tenta me matar. Carrie, eu prefiro perder você mas não a minha vida.

Derek solta a frase e eu sinto como se meu mundo fosse desabar, me sinto fraca e impotente, eu não tenho palavras para me defender, e o motivo deve ser por que tudo o que ele diz faz sentido. Choro desesperadamente, como se meu choro fosse mudar alguma coisa. Eu tento me aproximar de Derek mas ele recua, me deixando sem chão algum.

Ele fica em silêncio, e somente o que podemos ouvir são meus soluços e as gotas de lágrimas que caem na calçada.

Estou de cabeça baixa, envergonhada, tentando segurar os pedaços do meu coração que foram partidos em mil. Lembro-me do dia em que o conheci, e do quanto fui feliz a partir daquele dia. Como eu pude deixar que tudo isso chegasse à esse ponto? Como eu pude?

–Não temos mais nada Carrie, acabou tudo o que havia entre nós. –Ele fala e sua voz está trêmula. –Mate esse sentimento que você sente por mim, se é que você ainda sente alguma coisa.

–Nãão.. –Eu resmungo aos sussurros.

–Por favor, não me procure mais. Agora nós dois seremos apenas colegas de classe, quem sabe assim, James não irá se zangar com você.

De repente, um barulho nos assusta. O barulho de pneus cantando, rapidamente ergo meu rosto,e meu queixo quase cai em seguida.

A moto para, e quando o capacete é retirado posso ver a fúria nos olhos de James.

Ele salta sobre a moto e vem em nossa direção, é tudo muito rápido. Ele passa sua mão por minhas costas apenas e então continua indo em direção de Derek. Meus olhos mal conseguem acompanhar seu ritmo.

–POR QUE ELA ESTÁ CHORANDO SEU CANALHA? –James grita pegando no colarinho de Derek.

Não! Mais briga não!

Derek tenta afastar James de perto, mas não consegue. Eu estou desesperada.

–O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? –James continua gritando frente à frente com Derek.

–Eu não fiz nada. –Derek rebate. –Me solta seu maluco.

–VOCÊ VAI VER QUEM É MALUCO!

James levanta a mão fechada, eu grito e pulo sobre sua mão que continua a segurar Derek.

–PARA! –Eu continuo gritando.

Me coloco à lutar contra sua mão, então James se afasta, eu o seguro no peito, tentando o empurrar para mais longe de Derek. Olho rapidamente para Derek e ele já está fechando a porta.

–ISSO MESMO! FOGE SEU VIADO. –James grita.

James me abraça enquanto eu continuo a chorar, agora em seu peito.

–Por que você veio até aqui? –Ele pergunta tentando suavizar a voz.

Ergo minha cabeça para fitá-lo.

–Eu faço a mesma pergunta. –Respondo segurando meus soluços.

Ele apenas ri. Parece mais calmo agora. Se afasta de mim, pegando na minha mão e me puxa de leve.

–Vem, sobe na moto. Tenho um lugar para te levar.


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Notas finais do capítulo

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