Elphinstone Urquart podia e não podia se considerar um homem de sorte, ele pensava exatamente nisso enquanto olhava pela janela, como as coisas estavam calmas do lado de fora de sua casa, ele se considerava com sorte por ser casado com a pessoa que ele amava, o amor de sua vida sem duvida alguma, no entanto sua sorte parou bem ai, afinal agora o fato de ser um homem sem sorte martelava em sua mente, sabia que quando se casou com Minerva McGonagall, ela não tomaria seu nome e ele realmente não se importava, era só um nome escrito em um pedaço de papel e que consequentemente acabaria ficando eu seu tumulo algum dia, para dizer quem ele raios era em vida, mas algo além disso preocupava ele, sua esposa não o olhava como marido e ainda o olhava como um amigo, um grande amigo e nada mais do que isso e o que o incomodava ainda mais era saber que ela já amou muito, mas que não era ele e que a chance de um dia ele ser o felizardo a ocupar o coração dela era praticamente nula. Quando propôs o casamento da ultima vez, ele tinha jurado que aquela seria a ultima vez que faria aquilo, então para sua surpresa ela aceitou, eles se casaram com uma cerimonia pequena, até se beijaram algumas poucas vezes, no entanto seu momento de felicidade parou ali mesmo, agora ele se perguntava o porque afinal ele decidiu realmente continuar com tal absurdo, talvez ele realmente fosse apenas mais um velho idiota, apaixonado que na verdade fora enganado por si mesmo. Agora ele podia perceber pelo reflexo do vidro da janela que ela fingia ler, um ato que ele inúmeras vezes pegara desde que trabalharam juntos, parecia que ela estava curiosa com o que ele pensava e não demorou muito para ter sua confirmação:

– Elph. – chamou ela cautelosamente.

Ele quase bufou e deixou um sorriso chegar a face, mas isso não parecia o certo para o momento, muito menos se lembrar que ele insistiu por exatos dois anos inteiros para que ela o chamasse assim:

– Uh... – respondeu ele meio preocupado com o assunto que poderia ocorrer a seguir, mesmo que ele fosse extremamente necessário.

– Está tudo bem, anda calado. – disse ela curiosa.

Era claro que para ele, ela estava muito curiosa, talvez isso viesse com o fato de que ela era animaga de um gato? Além é claro de que ela não perguntou nada apenas parecia afirmar um fato com certa curiosidade, já ele sentiu um aperto no peito quando decidiu ser evasivo:

– Só pensando.

– Em que exatamente? – perguntou ela deixando o livro de lado.

Ele quase fechou os olhos, quando sentiu um ardor se formar em sua garganta, principalmente da maneira como parecia que poderia parar de respirar a qualquer momento, novamente ele acusou seu velho coração, para tolices:

– Você se casou comigo por pena?

Ele se virou para olhar para ela após um silencio que poderia ter sido considerado como apocalíptico, ela estava paralisada como se tivesse sido petrificada, ele suspirou baixo já praticamente lendo a resposta em seus olhos, Minerva não sabia, mas da forma como ela podia ler um livro, ele podia lê-la.