Emily

Joel bateu a arma na minha cabeça com força o bastante para machucá-la, sinto o sangue escorrer pelo meu cabelo.

– Por favor, não ! - escuto Ethan suplicar.

Não levanto a cabeça, eu sei exatamente o que vai acontecer, eu não quero que ele olhe em meus olhos quando ... Uma arma é engatilhada.

– POR FAVOR! - Ethan grita desesperado - NÃO FAZ ISSO!

Joel abaixa a arma e vai em direção a porta, um alívio percorre meu corpo. Um estouro e alguma coisa atinge a parte de trás do meu pescoço, não é uma bala, mas uma agulha. Meu corpo cai no chão, não consigo me mexer e minha respiração está quase imperceptível.

– NÃO!! - Ethan grita se lançando em minha direção.

Vejo que o seguram e o arrastam para fora da sela, enquanto lágrimas escorrem por seu rosto contorcido em dor.

Não. Não. Não. Eu ainda estou aqui, Ethan!

A porta se fecha e eu fico no chão. Minutos depois ela se abre e alguém entra e segura meus cabelos atrás da cabeça, ouço som de laminas e meu cabelo é solto, eles os cortaram. Sinto mãos me segurando e me levantando do chão.

– Ela parece mesmo morta - diz a voz masculina que me carrega, só percebo que estamos no elevador quando ele começar se mexer.

– Parece. Isso é estranho - diz outro.

Eles não dizem mais nada. Depois de uns minutos eu sou jogada no chão de maneira incomoda, meu corpo está em cima do meu braço direito e meu rosto de frente para o chão.

...

Não sei a quanto tempo estou aqui, mas sei que já faz horas. Agora eu posso me mexer um pouco, virei meu corpo para cima, meu braço lateja assim como minha cabeça.

...

Estou aqui há alguns dias, eles não trazem comida para mim todos os dias, mas sempre há água.

Eu não vou mais ficar aqui, quando alguém aparecer eu vou fugir, preciso encontrar o Ethan, ele precisa saber que eu estou viva.

A porta se abre e um homem entra, ele abre a grade e coloca uma garrafa de água no chão, ele olha em volta me procurando, mas não me vê porque estou no escuro, ele entra mais e eu corro em direção a grade. Ele me segura pela cintura e me levanta do chão, eu me debato e bato a cabeça em seu nariz quebrando-o. O homem me solta, eu me viro para ele e bato com as duas mãos em seus ouvidos simultaneamente. Ele urra e tropeça na garrafa caindo no chão. Me viro em direção a grande, mas ele segura meu pé e o puxa para trás me fazendo cair. Meu rosto bate com força na grande de ferro e eu fico grogue. Sinto sangue escorrer pelo meu rosto .

– Você não vai fugir - diz o homem entre dentes se levantando.

Ele me levanta do chão e com apenas uma mão me levanta e sustenta meu peso, ele me leva até a parede e prende meus pulsos em correntes pesadas. Elas sempre estiveram aqui?

– Você não vai mais tentar isso.

Ele sai e me deixa lá.

...

Eles me soltam algumas vezes no dia pra que eu possa comer e beber. Estou muito magra, minhas costelas estavam visíveis sob a pele, e tenho certeza que sob meus olhos estavam manchas roxas.

...

Eu estava aqui a um mês. Eu já tinha desistido de que as coisas iriam melhorar, eu nunca mais veria Ethan e nunca mais sairia desse inferno.

A porta se abre e nem me dou o trabalho de erguer a cabeça, eu já sei o que vieram fazer. Escuto barulho de metal batendo nas grandes e levanto o rosto, porque isso nunca aconteceu antes.

Encontro os olhos de Ethan e ele parece prestes a vomitar. Um desespero me pega e eu olho para Joel que está com um sorriso triunfante no rosto.

Isso é tão cruel! Faze-lo ver isso!

– Tire-o daqui - digo com a voz rouca por causa da falta de uso.

Olho para baixo impedindo que ele veja meu rosto. Dois homens seguram Ethan, Bob e Peter. Ambos estão com os rostos brancos e surpresos ao me ver.

– ME SOLTA! - Ethan grita - AMY!

A porta se fecha.