A Hora mais Sombria - Paul escrita por L1m4


Capítulo 10
Capítulo 10




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(PV MARIA)

Já estava tudo acabado. Hector já fora exorcizado, nem sequer precisei da ajuda de Diego, estava sendo tudo muito fácil. Só me faltava acabar com a vidinha daquela mediadora.

Materializei-me em cima de seu telhado. Tive uma surpresa ao ver que ela estava saindo de sua janela. Ela se virou com um pouco de esperança em seu rosto, o que morreu assim que me viu. Ela olhou para mim como que rindo, havia um profundo rancor em seus olhos, ela também estava com uma cara que mostrava que ela havia acabado de chorar, muito.

- vai a algum lugar Suzannah? – perguntei. Isso seria bem rápido. Ao contrario dela, eu já não morria.

- ia, - ela disse. – mas agora que você está aqui, vejo que não preciso. Posso chutar sua bunda ossuda tanto aqui quanto na sua sepultura fedorenta. – ergui as sobrancelhas, estava pasma com sua atitude tão abusada e prepotente.

- que palavreado! – falei. – e o que eu poderia para instigar um vocabulário tão pouco feminino? Você sabe que é mais fácil pegar mais moscas com meu do que com vinagre. – falei, querendo que ela me relacionasse com o outro mediador, Paul,(os estava vigiando enquanto ele tentava arranjar um jeito de levar-la para sair, e quando ele repetiu essa minha frase. ) queria que, pelo menos antes de sua morte, que, para meu divertimento, seria o mais devagar possível.

- você sabe muito bem o que você fez. – ela falou. Não estava acreditando que ela sabia que Hector havia sido exorcizado grassas a mim. – vamos começar pelos insetos no suco de laranja. – falou dando um passo a diante, sabia que isso iria irritá-la, mas era uma coisa bem pequena, minúscula, comparada ao que eu fiz com o Hector.

- é achei que você gostaria deles. – falei tentando fazer com que ela dissesse se os outros motivos, e assim saber se ela sabia sobre Hector.

- mas matar o Dr. Clemmings? – ela falou dando outro passo a diante. – isso foi melhor. Porque imagino que você nem precisou matá-lo, não foi? vocÊ so queria a pintura, não é? A de Jesse. – ela falou. Não entendo o porquê dela chamar o Hector de Jesse, era irritante o jeito carinhoso como ela o chamava.

- Sim, a principio eu não iria matá-lo. Mas quando vi o retrato, o meu retrato sobre a mesa dele, bem, como eu poderia não matar? Ele nem mesmo é meu parente. Por que deveria ficar com um quadro tão belo? E naquela salinha miserável! Aquele quadro enfeitava minha sala de jantar. Ficava um esplendor em cima de uma mesa onde vinte pessoas podiam se sentar. – falei, era meio verdade, fiquei sentida quando vi aquele quadro naquela mesinha. Também, ela estava com bastante raiva pela morte de homenzinho, (não sabia o nome dele antes dela mencionar, alem de ser de difícil pronuncia) não poderia dizer que foi um simples acidente, eu iria cutucar a ferida aberta, claro, é muito mais divertido.

- é, bem. Pelo que eu soube, nem um de seus descendentes o quis. Seus filhos acabaram não passando de um punhado de vagabundos e bandidos. Parece que sua capacidade materna deixou um pouco a desejar. – ela falou, nesse momento eu me lembrei do ditado que dizia “o feitiço virou contra o feiticeiro”. Eu não estava acreditando que ela teve coragem de falar da minha família, muito menos de minhas capacidades maternas. Ela vai se arrepender profundamente por suas palavras. – o que não entendi é para que você queria a pintura. – ela continuou falando. – a de Jesse. Quero dizer, de que ela serve para você? A não ser que tenha roubado a pintura para me causar problemas. – ela não sabia de nada. Não tinha a mínima idéia do que eu havia feito. Que fosse pro inferno sem saber.

- esse motivo não bastaria? – perguntei.

- acho que sim. Só que não funcionou. – ela estava tremendamente enganada. Seu rosto mostrava claramente que havia funcionado perfeitamente. Suas lagrimas não eram pela morte do homenzinho, e sim pela ausência de Hector.

- ainda – eu disse não querendo falar diretamente sobre seu exorcismo – ainda há tempo. – ela simplesmente balançou a cabeça e disse:

- nossa! – ela falou em voz baixa, mais para si mesma – nossa, vou machucar você. – suas palavras não faziam muito sentido, mas estava pronta para começar a briga. Só iria me divertir um pouco mais, deixando-a ainda mais irada.

- ah, sim. – falei estalando os dedos – esqueci. Você deve estar com muita raiva de mim. Ele foi embora, não foi? O Hector. Deve ter sido um tremendo golpe. Sei que você gosta dele. – eu a irritei. Senti que ela pensou em pular em cima de mim, mas não o fez.

- é – ela falou. – bem, acho que os traficantes de escravos não são meu prato predileto. Foi com um deles que você se casou, não foi? Um traficante de escravos. Seu pai deve ter sentido tanto orgulho! – isso estava passando dos limites, eu não deixaria isso barato!

- deixe meu pai de fora – disse furiosamente. Não podia perder o controle.

- ah, por que? Diga uma coisa, ele ficou chateado com você? Seu pai. Você sabe, por ter mandado matar Jesse? Porque imagino que ele ficaria. Quero dizer, basicamente, grassas a você, a família Silva acabou. E seus filhos com Diego, como já discutimos, acabaram virando uns imprestáveis. Aposto que sempre que você esbarra no seu pai por ai, você sabe, no plano espiritual, ele nem diz olá, diz? Isso deve doer. – já não importava os erros que ela cometeu com o nome do Hector, nem com sua imaginação fértil demais sobre como seria esse “plano espiritual”. Não importava mais nada disso. Eu estava irada. ISSO NÃO IA FICAR ASSIM!

- você! – gritei. – eu avisei! Disse para mandar sua família parar de cavar, mas você me ouviu? É sua culpa ter perdido seu precioso Hector. Se tivesse me ouvido, ele ainda estaria aqui. Mas não. Você pensou que só porque é mediadora, uma pessoa especial que se comunica com os espíritos, é melhor do que nós... Melhor do que eu! Mas você não é nada, nada, ouviu? Quem são os Simon? Quem são? Ninguém! Eu Maria Teresa de Silva, sou descendente da realeza, de reis e príncipes! – gritei com todas as minhas forças. Ela não era nada e nunca mais teria a chance de se tornar alguma coisa. Seu tempo acabou!

Ela simplesmente rio. Só rio, e disse:

- ah, sim. E sem duvida foi um comportamento régio matar o namorado daquele jeito. – ela falou, me deixando ainda mais irritada.

- Hector morreu porque ousou romper nosso noivado – sibilei, com ira na voz. Estava pensando varias maneiras de exterminar essa peste. – pensou em me desgraçar na frente de todo mundo. A mim! Sabendo, como sabia, da linhagem real que corria em meu sangue. Sugerir que eu iria... como se eu, Maria se Silva, fosse me permitir ser tão humilhada. Hector tentou devolver minhas cartas e pediu as dele, e o anel, de volta. Disse que não podia se casar comigo depois do que ouviu falar sobre mim e Diego. – disse com repulsa do pensamento de como seria a minha humilhação se ele sobrevivesse. – como se não soubesse que estava falando com uma de Silva!

Ela pigarreou, me fazendo parar, e falou:

- ah. Tenho bastante certeza de que ele sabia. Quero dizer, esse era o sobrenome dele também. Vocês dois não eram primos? – perguntou ela.

Fiz uma careta com esse pensamento.

- sim. Tenho vergonha de dizer que compartilhei o nome e os avós, com aquele hirro de una... Ele não sabia com quem estava mexendo. Não havia um homem no condado que não mataria pela honra de se casar comigo.

- e certamente parece que pelo menos um homem no condado foi morto por recusar essa honra. – falou ela.

- Por que ele não deveria ter morrido depois de me insultar dessa maneira?

- hmm, que tal porque é ilegal? – sugeriu ela – e porque mandar matar um cara por ele não querer se casar com você é um ato de uma completa lunática, exatamente o que você é. Engraçado como essa parte na foi parar nos jornais da historia. Mas não se preocupe. Eu garantirei que a notícia espalhe. – isso eu não deixaria. Isso. Tudo isso. Acaba ­aqui!

Parti para cima dela. Dane-se. Estava farta dessa mediadorazinha!

- garota estúpida! Eu disse a Diego que você era idiota demais para nos causar problemas, mas agora vejo que estava errada. Você é tudo que eu ouvi falar sobre os mediadores: uma criatura desprezível que gosta de interferir!

- se eu sou desprezível, o que você é? Ah, espere, não me diga, já sei. Uma vaca de duas caras que gosta de esfaquear pelas costas, certo?

Tirei a faca que se encontrava em minha manga e a apontei para sua garganta.

- não vou esfaquear você pelas costas – garanti a ela – é seu rosto que eu quero retalhar.


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Notas finais do capítulo

reviews!



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