Nightmare Called Life escrita por RedMoonProductions


Capítulo 6
Bye Wammy's


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/514576/chapter/6

Capítulo 5 - Samantha Jones (Silver)

Os raios de sol entravam com bastante intensidade pela janela e, devido à cor clara da mobilia, era um pouco dificil mirar o quarto.

De qualquer modo, olhava à minha volta, tentado relembrar-me do que acontecera na noite anterior.

Roger, ao ver a minha confusão, decidiu esclarecer-me:

– Menina Silver, encontrámos-te desmaiada na arrecadação do 3º piso e trouxémos-te para o teu quarto.

O que estava lá a fazer? Não sabia, mas também já desistira de me tentar recordar.

Roger, vendo que já me acalmara, retornou a falar:

– L pretende conversar contigo de novo. Encontra-se, neste momento, no gabinete de Watari.

Não percebia o que Roger queria dizer com “de novo” pois, de que me lembrasse, nunca conversara com o grande detetive.

Mesmo assim, segui Roger até à sala, onde me sentei no sofá. O detetive encontrava-se de costas, a ler alguns papeis existentes sobre a secretária de madeira envernizada.

– Ela está aqui. - anunciou Roger, para depois sair da sala e nos deixar a ambos sozinhos.

Observei L, que se virou rapidamente. O detetive observou-me, com os seus grandes olhos negros, e aproximou-se.

– Fico muito feliz de ver que te disponibilizaste novamente para conversar comigo. - agradeceu, com um sorriso amável.

– Desculpe-me mas..... como assim “novamente”? - perguntei, confusa. Não me recordava de ter dialogado com ele anteriormente.

– Há duas semanas conversámos sobre o Death Note.... não te lembras, Silver?

Não entendendo a que se referia, arqueei uma sobrancelha. O que era esse tal “caderno da morte”? Que me lembrasse, o último caderno que tinha era o de desenhos e tinham-mo roubado.

– O que é isso? Um caderno?

– Sim. Se soubéres o nome e rosto de uma pessoa, ao escreveres o seu nome no caderno, ela morrerá.

– Isso não é uma ideia um pouco... fantasiosa? É praticamente impossível existir um livro com tais poderes.

– Mas existe, Silver, e foste tu quem me deu esta informação. - respondeu L, com um pequeno sorriso.

Fiquei ainda mais confusa. L percebeu, esboçando uma expressão curiosa.

– Interessante... a tua reação é-me familiar, Silver. Tens a certeza que não sabes de que falo?

– Sim. - afirmei

L levantou-se, com uma expressão um pouco desiludida.

– Então, até um dia, Silver - despediu-se, enquanto saía.

Observei, calada, cada passo que o detetive dava em direção à porta. Tive pena de não poder ajudar, mas não havia nada que pudesse dizer.

********************************************************************************************************

Entrei no refeitório, procurando a minha mesa. Como era de esperar, Near estava lá. Fiquei surpreendida ao reparar que Ally não se encontrava com o rapaz.

Estranhei. A rapariga costumava, desde alguma semanas, sentar-se connosco diarimente.

Ignorando o pequeno facto, fui buscar a minha comida, o tradicional sumo de laranja e uma sandes, e sentei-me com Near.

O rapaz observou-me durante alguns minutos, decidindo transmitir uma informação, que me deixou bastante chocada:

– Ally fugiu ontem à noite. - respondeu, sem qualquer emoção.

Olhei-o, surpresa. Não percebia porque razão ela poderia ter tomado uma decisão daquelas tão repentinamente e sem me informar previamente.

Enquanto pensava no assunto, enquanto segurava a sandes em ambas as mãos.

– Ouvi dizer que L conversou contigo - informou o rapaz albino.

Decidi compartilhar a conversa com Near, visto que tinha a confiança necessária nele para o fazer.

– L falou sobre um caderno... o Death Note. Supostamente, pode ser utilizado para matar pessoas, com apenas um nome e um rosto. Ele afirmou que tinha sido eu a lhe dar essa informação mas.... eu não me lembro do caderno! - murmurei, para que apenas Near ouvisse.

– Posso fazer uma pergunta, Silver? - eu acenti, esperando que ele continuasse - O que te aconteceu ontem de estranho?

– Bem... À noite, Ally disse-me que teve um pesadelo e eu fui com ela até ao quarto... mas Roger disse-me que me encontrou desmaiada na arrecadação.

– Tinhas a porta do quarto trancada? É um hábito teu. - questionou o rapaz de cabelos brancos, com um pequeno sorriso no rosto.

– Acho que não. - sussurrei.

Near sorriu, a mesma expressão que fazia quando resolvia um mistério ou um puzzle. Observei-o atentamente, esperando que ele falasse.

– Provavelmente tinhas o caderno. Ontem Ally usou o pesadelo como desculpa para te afastar do quarto e deixares a porta aberta e, depois de te trancar, roubou-o e fugiu com ele. Com uma pancada ou algo do género, desmaiaste e perdeste a memória... Mas é apenas uma probabilidade.

Olhei-o, sem saber ao certo o que pensar. Não acreditava que Allison pudesse fazer uma coisa daquelas por um simples caderno. Não acreditava que Ally tivesse passado tanto tempo comigo, a ganhar a minha confiança, para depois fazer um acto destes.

Suspirei, preferia não acreditar que tinha sido traída pela minha amiga. Mas, por outro lado, sabia que Near tinha razão.

– Talvez tenhas razão... - admiti.

Olhei para as paredes do refeitório, não conseguindo deixar de pensar naquele tema.

Allison Taylor (Ally)

Correra o mais rápido que conseguira para fora do orfanato, com Mako atrás. Era o meu último momento naquele local.

Olhei para o edificio uma última vez, sentindo liberdade.

Corri até ao hotel mais próximo, onde usei parte da minha mesada para alugar um quarto. A mulher, mesmo que exitante, entregou-me a chave.

Fechei-me no quarto, suspirando.

Estava livre. Podia finalmente ser independente, cuidar de mim própria.

Lembrei-me das pessoas que conhecera na Wammys House. Mello, Matt, Near, Silver... Pensei por se segundos em como estaria a rapariga. “Provavelmente chateada comigo” pensei.

– Mako, o que vai acontecer a Silver?

O shinigami, que estava sentado na cama a comer rebuçado, olhou-me.

– Samantha Jones? - perguntou, não se recordando do nome falso de Silver.

Com um sorriso, acenti. Era bom conversar com alguém com as mesmas capacidades que eu.

– Ao deixar de ser dona do Death Note, ela perderá todas as suas lembranças relacionadas ao mesmo.

– Então... Ela apenas se irá lembrar de quando eramos “amigas”?

Mako confirmou com um movimento da cabeça, desembrulhando outro rebuçado, agora com sabor a laranja.

Pensei em como seria descobrir que a nossa amiga fugira, sem deixar qualquer tipo de informação ou despedida.

Abanei a cebeça, tentando esquecer tais pensamentos. Iria começar uma nova vida, não podia preocupar-me com pessoas que provavelmente nunca mais veria.

Recordei-me da conversa que tivera com Mako há algumas horas, onde me explicou melhor o que eram olhos shinigami. Seguindo a sua explicação, os humanos poderiam obter os “olhos” fazendo um acordo em que perderiam metade da sua esperança de vida. Mako comentou que não era a primeira humana a os ter desde nascença.

– Mako, que outro humano teve olhos shinigamis desde que nasceu? - perguntei, chamando a atenção do shinigami.

– Havia uma rapaz, Beyond Birthday, que, tal como tu, sempre os teve. Ele utilizou os olhos para matar três pessoas, sendo que tentou se suicidar no fim. Acabou pro ser impedido e preso, sendo que morreu de um ataque cardiaco na prisão.

Suspirei. Mais uma pessoa morta por Kira. Desejei ter conhecido o tal rapaz, pois acreditava que seria interessante conversar com alguém com minhas capacidades. Além disso, saber que estava relacionado a Kira significava que tinhamos uma história semelhante.

Talvez Beyond Birthday fosse uma boa companhia ou, talvez, até compreendesse a solidão a que me habituara.

– Há uma forma de o trazer à vida, visto que o seu corpo ainda não se decompôs. - informou Mako.

– Como? - interroguei, dando completa atenção ao deus perante mim.

– Com a borracha. Se encontrares o note onde foi escrito o nome dele e apagares o seu nome, ele ressuscitará.

– Então... Apenas preciso de encontrar o caderno de Kira?

Sorri, decidindo que já sabia o que iria fazer nos próximos anos. Procuraria Kira, não só pelo caderno, como também para me vingar de todos os crimes que ele cometera e dos quais saira eleso.

O mundo não podia continuar igual, comandado por dor, medo e sofrimento. As pessoas caminhavam nas ruas com medo de serem mortas, ou que algo acontecesse aos seus ente-queridos. Não se pode julgar as pessoas pelos seus atos passados! Todos eramos humanos, todos errávamos pelo menos uma vez na vida.

Por isso, vingar-me-ia de Kira, provocando-lhe o sofrimento que carreguara todos os dias, desde a morte dos meus pais.

Samantha Jones (Silver)

Algumas semanas se passaram. Ally não regressara e já perdera a esperança de a ver novamente.

Ela parecia ter desaparecido, sem deixar rasto. Nunca ninguém a procurou ou comentou sentir saudades, o que me abalou, pois parecia ser a única que não queria que a rapariga fosse embora. Desejava poder falar uma última vez com ela, para descobrir o que acontecera naquela noite.

Near tentara relembrar-me de eventos, como a “suposta” morte de Ally. Infelizmente, até mesmo disso me esquecera. O albino ajudara-me a relacionar os factos, de maneira a que existia uma grande probabilidade de Ally ter realmente roubado o caderno, que anteriormente era meu.

Mas, mesmo assim, negava-me a acreditar.

********************************************************************************************************

Caminhava pelos longos corredores da escola, carregando um amontoado de livros. Não tomava atenção ao percurso, pois apenas pensava no tal caderno. Como poderia não me recordar de uma coisa que era minha?

Graças à minha distração, acabei por chocar com alguém e, consequentemente, cair no chão, espalhando os livros pelo corredor.

– Vê por onde andas.... - o rapaz que me empurrara calou-se, observando-me.

Estava calada, apenas a analisar a confusão de anotações, livros e cadernos que decoravam o chão. Observei o rapaz, reparando que era Mello, o rapaz que brigara com Near na primeira vez que o vira. Desta vez, contudo, não vinha acompanhado pelo ruivo, Matt.

Ri-me timidamente, achando graça à confusão à minha volta.

Mello pareceu ponderar por segundos, mas estendeu-me a mão para ajudar. Sem exitar, usei-a como apoio para me levantar.

– Desculpa. - pedi, recolhendo do chão os livros multicoloridos.

– N-não há problema... - respondeu, sorrindo timidamente.

Quando terminei de recolher todos os objetos, olhei novamente o rapaz, uns vinte centimetros mais alto que eu, e reparei que o mesmo observava-me. Sem querer causar um silêncio constrangedor, iniciei uma conversa.

– Bem... Mello, certo? Chamo-me Silver.

O rapaz saiu do seu tranze e observou os cadernos que carregava.

– Queres ajuda, Silver? - perguntou, gozando - Ainda cais mais uma vez.

Com um sorriso, entreguei-lhe metade dos livros e pedi para que me acompanhasse até à biblioteca, para os devolver.

********************************************************************************************************

Saí da biblioteca apressadamente, pois já era meio-dia. Dirigi-me até à sala dos brinquedos, onde Near se encontrava.

Quando cheguei, dei de caras com uma muralha feita de dados. Procurei uma abertura onde pudesse passar mas, não vendo nenhuma, decidi ficar quieta, para não destruir a construção.

Estava prestes a chamar pelo Albino mas fui empurrada, acabando por destruir toda a muralha. Near, que estava no centro do quarto, olhou-me inexpressivo, mas acabou por focar a sua atenção na pessoa que me empurrara.

Virei-me, observando a rapariga loira que se ria baixinho. Nunca a tinha visto.

– Sim, Linda? - perguntou Near.

Fiquei confusa, sem entender se ele acabara de a elogiar ou chamar. De qualquer forma, foquei novamente a minha atenção na rapariga, que parou de rir.

– O Roger quer falar contigo e com o Mello. Ele diz que é importante. - ela sorriu docemente e olhou-me - Desculpa pelo empurrão.

A rapariga afastou-se, indo embora. Near pegou um dos puzzles que estavam espalhados pelo chão e levantou-se, aproximando-se da porta.

Não querendo ficar sozinha, segui-o até ao gabinete.

Acompanhei Near até às grandes portas da sala, onde, parados e a conversar, estavam Mello e Matt.

Mello olhou-nos a ambos, esboçando um sorriso irritado e irónico.

– Isso explica a demora. - comentou.

Ainda irritado, Mello abriu as grande portas, olhando para Near de seguida..

– Então ovelha idiota, queres deixar o velho à espera?

Mello entrou, sendo seguido por Near, que me olhou, antes de fechar, calmamente, as portas.

Reparei que estava, pela primeira vez, sozinha com Matt, que jogava alguma coisa na psp.

Os meus olhos arregalaram-se ao ouvir a música tão familiar. O meu pai passara horas a jogar aquele jogo, tendo-me a mim como critica e espectadora.

– I-Isso é Zelda? - perguntei, aproximando-me um pouco.

Matt olhou-me, sorrindo, e entregou-me a consola. Mesmo que reluntante, peguei-a. Avaliei os gráficos, deduzindo que era Wind Waker.

Distraidos, começamos a jogar e a compartilhar opiniões. estava bastante feliz de perceber que existia alguém com gostos semelhantes aos meus, pelo menos em jogos.

– Já alguma vez jogaste algum? - perguntou.

– Sim, mas, normalmente, apenas observava o meu pai a jogar.... Mas agora ele... Já não pode fazer isso. - respondi, ficando com vontade de chorar ao terminar.

O olhar do rapaz mostrava arrependimento, como se desejasse não ter falado no assunto.

Matt ia perguntar mais alguma coisa, mas foi interrompido pelo estrondo da porta a ser aberta bruscamente.

– Eu tenho quase quinze anos! - berrou Mello, pegando Matt pelo braço.

– O-oque... - Matt calou-se ao observar o olhar irritado e repreendedor do amigo.

Ambos afastaram-se em direção aos quartos, num passo apressado. Matt olhou tristemente para a psp, que estava nas minhas mãos.

– Cuida bem dela! - gritou, quando estava quase do outro lado do corredor.

********************************************************************************************************

Apenas minutos mais tarde, Near saiu da sala, com um olhar sério e sem emoção. O rapaz passou por mim, empurrando-me levemente o ombro.

– O que aconteceu? - perguntei.

Near permaneceu calado, ignorando-me por completo, e caminhou até ao seu quarto. Preocupada, decidi segui-lo.

Fiquei chocada com a claridade do quarto, o que me obrigou a fechar os olhos momentaneamente. Sem, perceber, nesse espaço de tempo, Near tinha colocado uma mala de viagem em cima da cama.

– Near! Estás a ignorar-me? - acusei, irritada.

Como era de esperar, continuou calado, arrumando a sua roupa na mala.

– Eu não fiz nada! Responde!

Decidida a chamar a sua atenção, peguei numa das almofadas da cama e atirei-lha à cara com a minha máxima força.

Near olhou-me, com a almofada na sua mão e um expressão levemente irritada.

– O L morreu e eu irei sucedê-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado º.º



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nightmare Called Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.