Agora são duas da manhã, o único horário que posso escrever. Continuando a contar, depois de me arrumar (agora as empregadas do castelo serviam apenas para limpara os locais do castelo) sai do quarto e fui até a cozinha tomar o café, não me surpreendi de estar vazio. Enchi uma tigela com cereal e leite já que não queria muita coisa.

– que surpresa você aqui. – Albert novamente. – acordou tarde, era assim na sua casa? – isso realmente me ofendeu.

– você está brincando? Eu só acordei aqui por que podia dormir! – ele estava acabando comigo.

Ele soltou uma leve risada. Não era o irmão que eu conhecia, estava rude e egocêntrico. Onde estavam aqueles guardas que seguram nossos braços agora? Estava a ponto de bater nele.

– por que me chamou de Albert? Eu revisei seu convite e estava escrito Alberto.

E agora?

– mas... não foi o que o guarda disse. O nome de quem de deu o aviso a você é Frederick Woodwork, conversei com ele e confirmou que disse Alberto. – Woodwork? Já ouvi esse nome em algum lugar...

Fiquei sem palavras. O que eu diria agora?

– eu sabia. – ele respondeu.

– por acaso você já teve contato com alguma das selecionadas? Vá atazanar as outras e me deixe comer em paz! – me sentei e comecei a comer. Eu já sabia que a seleção é um teste para reencontrar a princesa e as selecionadas não podem ter contato com as outras.

– sim eu já tive, mas você foi a que mais me chamou atenção. – ele sentou na mesa onde eu estava. – e querendo ou não, você vai ficar aqui.

– olha os dois brigando. – olhei para trás e era minha irmã. – não vejo isso faz tempo. Venha aqui Alberto, tenho que conversar com você.

Ela saiu com meu irmão e fechou a porta do escritório para que eu escutasse atrás da porta, não resisti e caí na tentação.

– é ela mesmo. Sabe da seleção, do meu nome, de tudo. – meu irmão disse.

– eu sei disso. Pode mandar as outras embora, só precisamos de Elizabeth.

Não acreditei. Mandar todas as outras trinta e uma garotas em borá para ficar comigo? O que deu neles?

– aqui de novo senhorita? – me virei, e era o mesmo guarda. Loiro, olhos verdes e estava me observando.

– você é Frederick Woodwork?

– nem nos conhecemos e você já sabe meu nome? – ele sorriu. – e qual seu nome?

– Elizabeth Houdson. – ele fez uma expressão de surpreso e se curvou.

– princesa.

– princesa? Eu sou apenas uma cinco!

Agucei a audição. Vi que já haviam ido em borá então podia continuar a conversa. Ele se aproximou do meu ouvido o que me fez sentir um calafrio.

– é o querem que pense. – ele sorriu. – não é o que acho. Você é bem mais charmosa do que uma cinco. – dizendo isso saiu. Eu já estava vermelha.

“e você? Mal nos conhecemos e já saiu me cantando” pensei. Então comecei a rir sozinha mas parei quando ele se virou.

– e isso é uma refeição digna de uma princesa? – disse ele olhando para a tigela que algum dia já esteve cheia de cereal.

– só de uma cinco. Então nós rimos.