Prólogo de Hans escrita por Victor


Capítulo 2
A culpa é das estrelas.


Notas iniciais do capítulo

Tentar escrever uma história à moda do Romantismo do século XIX, sem negar as origens Diney/Andersenianas é uma tarefa mais difícil do que pensei. Que Deus me ajude, pois sigo insistindo nessa loucura. Bem ao menos posso provar para mim mesmo que sei escrever alguma coisa, nem que seja um fic. (Já que esse é o meu primeiro Texto autoral, ever, a sair da minha mente doentia e ser lido por outra pessoa, sim estou falando de você aí.)

Nesse capítulo, Descobrimos um pouco sobre o Passado dos 13 príncipes das ilhas do Sul. Bem como o tipo de relação que eles tinham.
vemos o Quanto o Príncipe Willian é apaixonado por Kate ops... Elsa!
Bem como a própria Rainha parece corresponder... em parte a esse sentimento.

PS: Aconselho ouvir a melodia da Valsa na hora em que os homens de Neve começam a tocar no mirante do jardim do palácio. Porem se você quiser pode ouvir durante a cena dos 13 jovens príncipes. Aquí vai o Link: https://www.youtube.com/watch?v=ugnDt9SD9rQ



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Klaus! Viktor! Nikolaus! Fredbjorn! Alexander! Andrew! Damien! Derek! Grant! William! Linus! Robert! Hansel!

Gritou o Rei Frederico VI, Debaixo de um céu estrelado. Havia mandado construir aquele observatório em sua casa de campo, O Palácio de Frederiksberg, justamente para essa ocasião.

Frederico, Rei de Sydlige øer, As Ilhas do Sul. Conhecido como Fred o fecundo.

Também pudera, poucos monarcas conseguem alcançar a marca de 13 herdeiros. Ao menos os que não foram educados em um monastério sem garotas.

–Estão todos aqui?

–Falta o Hans. - Respondeu Viktor, um belo rapaz de 18 anos, com um cabelo castanho avermelhado dividido ao meio. Ao lado de outros 11 príncipes enfileirados em pijamas alvos, todos com o escudo da casa de Westergård.

Um Hans de 8 anos de idade chegou a campina correndo e bufando. Seus irmãos troçavam dele.

–Sempre o Último Hans! - Reclamou Willian.

–Sua Lesma imprestável! - Envenenou Alexander.

Derek e Damien puxaram o coro, sendo seguidos por vários de seus irmãos.

–Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma, Lesma,! ^^

–Chega meninos, oh Hans, não chore, venha, venha vero o que eu trouxe de Londres!

Os meninos arregalaram os ossos quando o rei puxou o véu de algodão que cobria um Grande Telescópio de madeira e cobre.

–Sabem o que é isso?

Hans levantou um dedo, e recebeu uma bofetada atrás da cabeça.

–Ai!

Virou-se. Derek e Daminen apontavam um para o outro.

(ambos) “Foi ele!”

–Um telescópio?

–Muito bem Viktor! Esse telescópio pertenceu a William Herschel, O grande Cientista Albiogenese! Agora quero que olhem bem por essa lente.

Os príncipes se revezaram, pelo telescópio viram uma estrela pálida e azulada brilhar como uma pedra de safira.

–Que estrela é essa papai?- Perguntou Hans, após muito (muito) esperar por sua vez.

–Estrela não Hans. Isso é um planeta! O planeta que Herschel descobriu com esse mesmo Telescópio!

O Rei apontou para o céu.

Georgium Sidus! O Planeta foi Batizado com o Nome do Rei de Albion o Rei Jorge III das ilhas Britânicas! Eu ganhei do próprio Rei de presente quando assinamos aquele tratado de paz. O Cientista que descobriu o planeta deu-lhe o nome de seu Rei!

Os olhos dos príncipes fitavam a estrela maravilhados.

Pôs a mão no Obro de Klaus.

–Prestem atenção meus filhos. Sabem porque me chamam de monarca esclarecido? Porque eu patrocino as artes liberais e os homens de ciência. Guerras, assim como Reis ou Imperadores vem em vão. Só a ciência pode nos trazer o futuro, e se tiverem sorte, talvez algum dia, vocês ganhem seu nome em uma estrela!

Hans olhou para o céu, e se perguntou se cada uma daquelas estrelas não seria um Rei do passado olhando de volta.

–Eu posso virar uma estrela um dia Papai?

–Ohh, mas é muito burro! Você estava prestando atenção?- Gritou Alexander.

–Deixe-o Alex.- O Rei o olhou bem nos olhos. Inspirou fundo. suspirou.

–Meu filho, a vida... A vida é como um grande carrossel, que gira e gira... Até que aqueles momentos especias, as ocasiões em que nós realmente fomos felizes, se resumam aos borrões das lembranças pintadas por sobres os espelhos! Tal como a luz das estrelas que brilham no céu!

O Rei ergue os braços.

–Que na verdade são reflexos de astros que já não estão mais lá. Pois só vemos sua luz!

Hans se entristeceu, sem saber por quê. Viktor Sentou-se aos pés de seu pai, que se distraia olhando as estrelas. Robert sentou ao lado e Perguntou.

–Pai?

–Sim filho.

–Nós somos amigos, certo?

– Somos.

– E nós sempre estaremos juntos, não é?

O Rei desceu os olhos a seus filhos, que olhavam todos para ele. Havia um sentimento incontido. Uma sensação que nenhum deles sabia explicar.

O Rei suspirou mais uma vez, e, como que tomando coragem...

–Meninos cheguem mais perto...

Os príncipes sentaram em volta do Rei. Ele passou as mãos nos cabelos ruivos de Hans.

–Vou lhes contar uma coisa que meu Pai me contou... Olhem as estrelas.

Todos os meninos olhavam para as estrelas em silêncio.

–Os grandes Reis do passado... Olham pra nós lá das estrelas...

–Verdade?- Hans se aproximava.

–E sempre que se sentirem sozinhos procurem lembrar que aqueles Reis estarão lá para guia-los. E eu também estarei.

Todos se viraram para o Rei Frederico. Willian começava a chorar, enquanto Derek soluçava.

–Filhos, Não sou um Rei imortal! Haverá um momento em que eu não vou mais poder estar com vocês... Não se lamentem por mim. Lembrem-se, os Reis vos olham pelas estrelas!

Parou para observar seus filhos que seguravam firme o choro. Seu olhar era intenso e apaziguador.

–E eu também estarei.

Chorando, todos os príncipes se abraçaram enquanto abraçavam o Rei. Que também chorava.

O Rei Frederico, O Fecundo, reinou até os 71 anos, tendo falecido em 1839 na mesma noite que uma tempestade engoliu o navio do Rei e da Rainha de Arendelle.

Por pedido do próprio. Seus restos foram colocados ao lado dos de Sua esposa, A Rainha Maria Sofia, que morreu dando a luz a Hänsel. E houve um Luto de uma semana nas Ilhas do Sul.

*** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***

Kristoff Acordou assustado, fungou, suas mãos já estavam dormentes de tanto segurar punhal. Ao seu lado na cama, a princesa Anna dormia assobiando baixinho. Era óbvio que ele perdera o jeito pra coisa.

–Eu devo ser o mais patético dos assassinos!- Sussurrou.

Fosse outrora, no calor da batalha contra piratas, bandidos ou soldados agiria sem hesitar. Mas agora...

não.

Pensando bem, ele nunca realmente matou uma mulher. E quanto mais velho ficava, menos a ideia lhe agradava. Bem, havia uma mulher cuja culpa da morte sempre lhe foi acusada...

Mas agora não era hora pra isso. Ele tinha um plano a executar e seu tempo estava acabando. Decidiu sair do quarto para limpar a cabeça.

Colocando uma camisa nocturnal, pôs-se a caminhar pelo palácio. O Bal masqué havia acabado e os únicos sons que se ouviam no palácio eram dos serviçais que trabalhavam para limpar os restos da festa. Descendo até os jardins, onde a paz poderia lhe clarear as ideias, ouviu sussurros vindos pela seção sul.

Um clarão de luar lhe indicou a presença de dois vultos em um mirante construído à beira do muro do palácio.

Viu uma cena curiosa: Willian estava parado como um soldado de chumbo enquanto Elsa se aproximava solene como uma bailarina.

– Com o perdão da palavra, Minha Rainha, percebi que ainda não se retirara aos teus aposentos. Algo a incomoda?

–Agradeço a gentileza Príncipe Willian.- Respondeu Elsa com um sorriso sempre sereno. - eu apenas precisava de um pouco de paz.

–Nesse caso, perdoe-me o atrevimento mas... A Rainha está pronta para aquela Valsa que não quiseste dançar em teu Hall?

–Valsa?

–Eu percebi como os olhares atrevidos a constrangiam, Minha Rainha. Portanto, penso eu...

O Príncipe olhou para cima onde uma abóbada de vidro permitia a visão do céu nocturno, enquanto convidava a entrar a luz do luar.

–...Ter as estrelas do firmamento por testemunha é muito mais apropriado. Para minha conducta e para vossa dignidade, Minha Senhora.

Elsa corou de tal maneira que mesmo na luz prateada na lua pode-se ver suas bochechas rosadas.

–Mas... não há musica!

Sentiu em suas mãos o calor das mãos de Willian, calejadas porém gentis ao toque.

–Então... Dancemos ao silencio!

Eles ficaram próximos, tão próximos que dava pra ouvir seus corações batendo no silêncio.

Uma gota de orvalho desceu por uma folha, congelou antes de chegar ao solo produzindo um som agudo. Flocos de neve e pequenos cristais de gelo se formavam no chão. Eles começaram a se mover vagarosamente. Kris quase podia ouvir a melodia tocando ao fundo.

E de fato tocava, pois Elsa, sem perceber conjurara uma banda de bonecos de neve com sua própria magia. Engomados, cada um com seu próprio instrumento de fios de orvalho e seda glacial. Tocavam ao casal que valsava.

E com um profundo olhar de inveja, observou Willian e Elsa valsarem em círculos. Como se estivessem juntos valsando em um feliz carrossel da vida.*²

The Merry Go Round Of Life.

E como. Dá voltas feliz.. O carrossel da vida.

Lagrimas desciam dos olhos de Kris, surpreendendo ele mesmo, rogou uma praga baixinho. Pensou em sí mesmo e em como tudo que fizera e passara lhe parecia convergir para aquele momento de intimidade... e solidão.

Eles pararam, e ficaram abraçados em silencio sob o céu estrelado, permaneceram assim por um bom tempo. Um bom tempo.

Willian inclinou-se para beija-la.

–Não!

A rainha afastou-se, o chão ficou completamente congelado, liso como um espelho. O uniforme de Willian começou a cobrir-se de gelo.

–D-desculpe, é que eu não estou pronta!

William nada disse, permaneceu cabisbaixo.

–Não é que eu não confie em seus sentimentos, só que, eu não devo...

Parou. Recompôs-se.

Nós, não devemos Will!

O príncipe permanecia cabisbaixo, ficou assim um bom tempo como que tentando juntar as palavras. Por fim, falou.

– É por causa do meu irmão?

–Em parte, não é que eu não confie em você, só que...- suspirou -É complicado...

Willian engoliu, erigiu-se e beijou a mão da Rainha. Virou-se e ainda de costas.

–Eu lhe amarei, nem que seja em segredo. E eu te esperarei, nem que tenha de guardar o meu coração no gelo!

Virou-se seu olhar era feroz, mesmo com os olhos cheios d’água.

–Mas não fazeis de ti outra Gloriana*³! Minha Rainha!

Saiu em direção aos estábulos. Os bonecos de neve se entreolharam e o mais espigado dentre eles disse.

“Ta legal pessoal, o cafezinho é por minha conta!”

E partiram rumo a cozinha com seu andar engraçado e seus instrumentos de gelo. Passando por Kristoff por detrás das moitas.

–A quanto tempo você está aí Kristoff?

Disse Elsa sem se virar.

–Elsa? Como...?

–Eu senti seu calor.

Ela virou a cabeça, foçou um sorriso. sua voz falhava.

Estranho, né?

–Está tudo bem. Se a senhora quiser, eu saio.

–Não. Pode ficar. Sabe, não é que eu não goste de homens é que...

Kristoff entrou no mirante.

–Não estou julgando ninguém...

–Eu sei, É, ele é lindo, e parece tão apaixonado! Só que ele tem uma visão tão idealizada de mim e, e... Arendell... e o que aconteceu comigo...

Kris passou o dedo por debaixo do queixo dela, fazendo-a se assustar.

–Elsa, eu não estou julgando ninguém. Só me deixa ser seu amigo, tá? Só por hoje...

Deu um sorriso, seus olhos de mel afáveis. Elsa sorriu de volta.

–Hum. Qual é a graça?

–Você... Sabia que é a cara da sua irmã quando resmunga?

–huhu, você acha?

–Estranho né?

Ela riu de novo. E virou-se tapando a boca.

–Não fique desse jeito Elsa! O amor é uma porta aberta...

Permaneceu alí parada, os flocos de neve descendo em seu vestido.

Kristoff olhou para ela, sua expressão pouco a pouco sendo converta por uma sombra.

Ele começou a se aproximar por trás dela, devagar, sua mão pegando no punhal.

Vejo uma porta abrir.


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Notas finais do capítulo

* William Herschel, foi um astrônomo e compositor alemão naturalizado inglês.  Famoso por sua descoberta do planeta Urano, que em meados do século XIX era conhecido como A estrela de George, ou Georgium Sidus. A denominação Urano, é posterior a época da história.
*² “Feliz carrossel da vida é o nome da melodia”

*³ Ele faz alusão a Rainha Elisabeth Tudor, a Rainha virgem. Que nunca se casou afirmando ser “casada com a Inglaterra”. Seu reinado foi conhecido como a Era Isabetiana ou Era Dourada. Foi um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos na fundação daquilo que se tornaria o Império Britânico.