Prólogo de Hans escrita por Victor


Capítulo 1
Prólogo: Parte um.


Notas iniciais do capítulo

Para fazer os irmãos de Hans eu usei o headcanon de

http://southernisleprinces.tumblr.com/

Eu venho vendo fics que fazem coisas horriveis com personagens incríveis como Elsa, Hans e Olaff.Se algo parece OOC, por favor me avisem.

Gistaria de Agradecer MariChia pela correção ortográfica tão bem desenvolvida. As vezes eu realmente odeio a língua portuguesa! Acho que nunca teria notado quatro quintos dos erros que cometi.



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Era uma noite fria, mais fria que o normal. Se bem que a julgar pelo nervosismo da Rainha isso não seria de se estranhar. Elsa detesta bailes. Não que realmente os deteste, mas ela não se sente à vontade em neles.

No espelho, diante de si estava uma linda Dama da neve, a pessoa de quem ela precisou fugir mundo afora para poder se encontrar.

Ela mesma.

Com um vestido de seda cor-de-gelo, cujo decote fazia notar o belo colar de diamantes.

Por debaixo de suas mangas bufantes nos braços, um véu de linho formava uma peça única com sua calda cristalina. Onde pequenos cristais de neve se projetavam enquanto caminhava.

Lá estava ela. A Rainha do Inverno, mulher que deu lugar a menina tímida que vivia trancada em salas como essa...

Olhou em volta.

A sala de conferencias estava quieta.

Os castiçais refletindo sua luz, em cima da mesa uma delicada replica em madeira de um langskip ou Drakar - como começaram a chamar o Navio Viking em Weselton*¹.

Os soldados e empregados do palácio esperavam do lado de fora e davam a rainha a merecida privacidade.

Enquanto saía, a Rainha percebeu que a estante de livros precisava de arrumação e alguns livros pairavam abertos no divã ao lado do tabuleiro de xadrez cuja partida indicava um check.

Com o auxilio da Torre, a Rainha Branca encurralou o Rei Negro.

Sorriu. Sabia exatamente quem era sua torre.

***

Ele encarava para o espelho, tentando encontrar algo de familiar no narigudo loiro de olhos cor de mel que o encarava de volta. Seu olhar era um misto de frieza e solidão.

O velho Alfaiate pigarreou e, tomando a palavra:

–Lord Kristoff, tem algo que o senhor desaprova em seu uniforme de Gala?

Kristoff levantou os olhos como quem acorda de um transe

–Não amiguinho ficou ótimo assim.- Estufou o peito – Melhorou meus "a-hem"... atributos.

O alfaiate virou os olhos e voltou a trabalhar na pequena máscara.

Virou-se de novo para o espelho, sua calça azul-marinho e seu uniforme branco com grandes botões dourados, cortado por uma faixa prateada coberta por uma constelação de insígnias e medalhas, metade delas provavelmente alegóricas. Elas eram no mínimo familiares.

Os acontecimentos do último ano fizeram de Krisstoff de um reles cortador de gelo, para o comandante da guarda palaciana, sem falar seu já conhecido acquaintance com a irmã da rainha... Realmente o mundo dá voltas.

De repente sacudiu a cabeça como se lembrasse de algo

– Mas ficaria agradecido se o senhor me chamasse só de Kristoff, sim?

O Alfaiate se inclinou e, com falsa modéstia, respondeu:

–Como quiseres milorde, sua mascara.

–Obrigado!

Na noite de gala as portas do palácio se abriram para receber os heróis vitoriosos da batalha de Eaström: o Comandante Kristoff e o Príncipe Willian bem como os Almirantes aliados das Ilhas do Sul.

Os convidados chegam ao salão de cristal, um salão externo feito pela própria rainha com seus poderes para o Bal Masqué*². O contramestre da um passo a frente e anuncia.

“Suas Altezas Sereníssimas Nikolaus o Orgulhoso, Terceiro na linha dos Príncipes das Ilhas do Sul. E Willian o Teso, décimo na linha.”

Kristoff lhes lançou um olhar vago.

Willian era um rapaz sem barba de cabelo castanho claro e físico atlético, aparentava ser mais jovem do que era. Usava um uniforme de gala de Almirante da frota das Ilhas do Sul e, embora fosse um dos homenageados da noite, não ostentava nenhuma medalha de honra ou insígnia. Ele não usava máscara.

Nikolaus era um homem maduro, bem apessoado, de alta estatura. Retirou a brochura da capa e, na frente de todos no salão, entregou-as para o contramestre juntamente com sua cartola e bengala, mesmo sabendo que havia na antecâmara do salão um serviçal designado a guardar tais coisas, numa demonstração pífia de arrogância, além de sua máscara ser feita de plumas de corvo.

Tomou uma taça de vinho branco da bandeja de um serviçal que passava e gritou:

–Um Brinde a Rainha!

–Vida longa a Nossa Rainha!- Todos gritaram.

Kristoff brindou junto para manter o decoro.

–Desde quando você bebe?

Disse um Olaff levemente mais ridículo que o normal: com uma cartola alta, uniforme vermelho e medalha azul. Acima dele Anna demostrava um olhar igualmente perplexo. Kristoff olhou para a taça de espumante e de volta a princesa.

–Anh... Anna você está Linda!

E ela estava realmente linda, seu vestido de cetim rosado e uma saia de babados lisos avolumada, possivelmente por anáguas, e embelezado por cristais de gelo bordados sobre as camadas mais delicadas. Um tecido aveludado branco pendia de seus antebraços dando a volta por detrás de seu vestido e um delicado bonnet* imitava o estilo de sua máscara de borboleta que ela segurava pelo bastão.

–Você desconversou. - Disse Olaff sério literalmente tirando a cabeça do lugar.

–Não desconversei não!- Respondeu. Suas grandes bochechas ficando vermelhas.

–Desconversou sim!- Disse Olaff ainda mais inquisitivo.

–Não, não!- Olhando para os lados e botando a máscara.

O boneco cerrou os olhos:

–Por que tu bebes, Sven?

Anna se divertia com a cena e colocando a cabeça de Olaff no lugar disse:

–Deixa ele em paz Olaff. Por que não vai buscar algo pra gente comer?

Disse dispensando o boneco e tomando Kriss pelo braço, seu olho avaliando o uniforme de cima abaixo.

–Quem foi o milagreiro que te convenceu a entrar nesse uniforme?

–Como assim?- Respondeu Kristoff aparentemente sem jeito.

–Todo mundo sabe que você nunca foi um dandi*³ Kriss. Que mudança é essa?

– Você não gosta?

–É... vamos dizer... interessante.

Principe Nikolaus, o Orgulhoso, se aproximou e inclinou-se para beijar a mão da princesa.

–Princesa Anna, é sempre um colírio para os nossos olhos.

–Principe Nikolaus, Principe Willian.- Anna curvou-se, acompanhada por uma leve reverência de Kriss.

–Será que todos os convidados estarão presentes? - Perguntou o Príncipe Willian.

–Certamente que sim, irmão! A menos que espere que o Pantaleão de Weselton resolva dar as caras para admitir a derrota. Disse Nikolaus em tom de troça.

–Sua alteza sabe muito bem que minha irmã deseja ver o Duke de Weselton tanto quanto eu desejo ver seu Irmão mais novo.

–Não chame aquilo de nosso irmão! Esse imprestável é a vergonha de nossa família!

Cortou Willian, exaltando-se. Kristoff franziu as sobrancelhas.

–Digo... Quando sua irmã virá se juntar a nós?- Perguntou o príncipe Willian.

Anna riu. Fez que iria responder quando Nikolaus a cortou.

–Diga-me... Kristofer, é isso?

–Hum?- Respondeu, visivelmente incomodado.

–Como é esse seu trabalho de carregador de gelo?

Kristoff hesitou, olhou para Anna que acenou lhe um “sim” com a cabeça.

–Em primeiro lugar “Alteza” é Cortador de gelo! É um trabalho perigoso e difícil, para mãos fortes e corações duros. Mas recompensador por fazer um homem alcançar a paz consigo mesmo e com o Mundo.

Anna sorriu e apertou a mão do amado, deixando escapar por entre os lábios.

Esse é o Kriss que eu conheço!

O príncipe Nikolaus sorriu e comentou com seu irmão:

Le Savage veut idéaliser le travail d'âne.

Kristofer, perdendo a cabeça, andou e ficou frente a frente do príncipe. Encarando-o.

Willian se pôs em posição de ataque, mão na espada. Todos pararam para olhar, os oficiais da guarda palaciana de um lado do salão se pondo a encarar os membros da marinha das Ilhas do Sul que estavam do outro lado. A música parou.

Anna estava preocupada. Havia tensão no ar.

– Mon ami!– Kriss quebrou o silencio.

– Ce sauvage comprendre plus sur le travaux que le vous dans tout votre vie...

Virou se para Willian, que também estava perplexo.

VEL LATINUS SI VIS!

Todos começaram a rir. Para a surpresa do Príncipe e dos presentes, o francês dele era de pronuncia excelente. Melhor que a do próprio Nikolaus. Que literalmente deixou o salão com o rabo entre as pernas e um olhar sinistro sobre Kristoff.

Willian, por outro lado, continuou.

–O senhor conquistou meu respeito, comandante Kristoff.

–Não quero seu respeito!– Disse Kristoff –Só quero que tenham respeito pelo Elsen Hall. Afinal sois convidados aqui!

O principe William fez uma longa reverência.

–Eu Vivo para servir a minha rainha, comandante Kristoff.

A forma como ele pronunciou o “minha rainha”, deixou uma sensação incomoda em Anna.

O Contramestre -com um sorriso de orelha a orelha ao ver Nikolas sair- Anuncia do alto da escadaria de gelo:

–Sua Alteza Real, Rainha Elsa de Isen, Soberana dos Glaciais de Gelo e todo além. Senhora dos Mares de Rime Futura e Sempre Rainha de Arendele!

Lá estava ela. Com toda sua presença. Cristais de gelo se desprendiam em flocos de neve à medida que caminhava pelo salão. E todos lhe faziam reverência enquanto avançava.

Sim. Lá estava Ela.

Willian corou imediatamente, seus suspiros o faziam parecer uma garota. Seu olhar lembrava uma mariposa hipnotizada pelo brilho da luz.

Ela passou e acenou lhe discretamente com a cabeça. Sentou-se em seu trono de pinha adornado com pedras de malaquita e iniciou um breve discurso de agradecimento aos presentes. Chamando Kristoff e Wilian em frente ao seu trono congelado e com um florete que ela mesma confeccionou usando sua magica, ela os consagrou Cavaleiros da Ordem Glacial.

–Sir Kristoff, Sir Willian ergam suas cabeças!

Todos se emocionaram quando a rainha fez nevar dentro do salão. E em seguida o Maestro deu início a Primeira Dança da noite. Willian ficou em frente a rainha, com um dos joelhos flexionados e a mão estendida esperando que a ela lhe desse uma chance (Uma vez que cabe à rainha escolher com quem dançar). Enquanto Kriss, distraído, tomava Anna para dançar.

–Primeiro Francês e Latim, agora isso? É você mesmo Kriss?

Kristoff piscou, acabara de notar que estava dançado com Anna.

–Bem.. Acho que é hora de algumas mudanças no velho Kristoff.- Brincou.

Alguns servos começaram a servir pratos exóticos, à moda das festas de Albion (Grã-Bretanha), com garçons vestidos de roupas típicas das regiões do mundo de onde viriam os respectivos pratos, Kriss reconheceu um indiano servindo curry, um árabe servindo um doce aromático, um típico alpino e etc. Olaff apareceu correndo com uma espécie de bolinho verde.

–Anna prove isso, é delicioso! Tem gosto de verão.

–Onde você pegou?- Ela perguntou.

–Com o Japonês alí, pega você também, Sven.

Kristoff virou-se para o servo vestindo kimono. Ainda estava perplexo por ser abordado por um boneco de neve falante.

–O que é isso que ele pegou?

–É Wassabi, senhor!

–Wassabi? ANNA! Não com...

Tarde demais, a princesa olhava para ele com as bochechas infladas, olhos começando a lacrimejar.

Kristof pensou rápido e pegou uma jarra de suco de um servo vestido de pirata espanhol, dando para a princesa beber. Ela virou a jarra num só gole fazendo com que os oficiais de artilharia próximos gritassem um “Hurra!” bem alto.

–O que é isso que você me deu, estava ótimo!- Disse a princesa.

–O que é isso que você servia?- Perguntou o pobre Kriss ao “Pirata”.

– Piña colada señor...

–Quê?

–Batida de frutas a base de Rum...

–Essa não!

Horas mais tarde um Kristoff cansado arrasta uma Anna TRÊBADA para dentro dos aposentos. A princesa se mostra contrariada.

–Hum... Kriss vem deitar mais eu.

Kristoff a coloca delicadamente na cama.

–Eu já vou querida, só um instante!

Ele delicadamente tira os sapatos dela e os coloca debaixo da cama. Depois vai até o lavado e tira a parte superior do uniforme, o colete e a camisa ficando com o torso nu. Ele molha o rosto e se olha no espelho. Seus olhos com o mesmo olhar de profunda frieza.

Ele tira seu punhal e vai andando até a cama. Senta-se do lado da princesinha e a observa dormir. Seu sono é profundo e por debaixo de suas pálpebras seus olhos mexem.

–Está sonhando?- Sussurrou.

Ele sorri. Mas em seguida sua face adquire uma expressão sombria.

–Em breve você irá sonhar com os anjos, princesa!

Respira fundo.

Ergue o punhal.

A lamina reluz ao luar.


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Notas finais do capítulo

*¹Navio Viking, ou navio longo como chamam na Noruega (Arendelle), em meados do sec. XIX, passou a ser chamado pelos suecos (weselton) de Drakar, por muitos possuírem um dragão esculpido na figura de proa.*²Baile de mascaras. Muito comum nas cortes europeia até o final do século XVIII. Influenciou cultura popular Brasileira.

* Bonnet, Tipo de gorro ou touca muito comum na moda feminina durante o sec. XIX.

*³Dandi, eram homens excessivamente requintados, de aparência impecável e bons modos. De estilo boêmio fascinavam e ao mesmo tempo causavam um certo incomodo na sociedade neo romântica.