Capítulo Um – Anjo

|Pov Bella |

A palavra “Anjo” (do latim angelus e do grego ággelos, mensageiro), segundo a tradição judaico-cristã, é uma criatura celestial - que, na generalidade, a maioria dos crentes das religiões fundadas na revelação bíblica acredita ser superior aos homens - que serve como ajudante ou mensageiro de Deus.

Quando morri a muito tempo atrás nunca me imaginei um anjo. Na verdade eu nem acreditava que eles pudessem existir.

Enfim cá estou eu tendo a minha segunda chance,servindo ao soberano.

Agora sou uma mensageira de Deus!

As vezes penso o porque dele me escolher. Eu uma criatura tão inferior, mediocre e muitas vezes sem pulso para tomar decisões.

Mas de uma coisa eu sei. Farei desta vida, melhor do que a outra.

Se tornar um anjo não foi uma escolha minha. Na verdade eu não sabia o queria da vida até morrer. Agora minhas escolhas fazem parte de um passado a muito esquecido por mim, e que fiquem por lá, pois não desejo saber nada.

A memória daqueles que viram anjos se perde, e vagam por lugares desconhecidos até por nós, seres celestiais.

É como nascer de novo.

Uma criança quando nasce, tem que ser ensinada a ter: bons hábitos, a respeitar os mais velhos, a andar e fazer suas necessidades em momentos certos. Aprende o valor da vida, amar e a ter desejos. Todas as necessidades que um ser humano precisa para sobreviver neste mundo, cheio de violência e maldade e também cheio de paz e alegria.

Quando digo que “nasci de novo”, estou querendo dizer que nem tudo eu sei dessa nova vida – Se é que posso chamar isso de vida!

Como qualquer anjo, eu tenho asas e auréola. E as asas particularmente, são lindas!

A sensação de voar é inexplicável.

Também posso me tele transportar, é incrível como em segundos eu posso visitar lugares e voltar na mesma velocidade que fui.

Outro dom que temos é de prever o que vai acontecer com os nossos protegidos, mas esse já é um degrau acima, que eu ainda não pisei. O mínimo que faço é ler mentes e isso muito me auxilia nas missões.

Vivo na noite em busca daqueles que possam efetivamente precisar da minha ajuda. E também contra aqueles que venham a tirar vidas, em momento s que não devem ser tirados.

Todo ser humano quando nasce, recebe uma moeda. Esta invisível a eles, mas não a nós seres celestiais. A moeda simboliza a vida do homem na terra. Se jogada na hora certa, significa que o seu tempo acabou, ou seja, você nasceu, viveu e curtiu seu tempo destinado na terra.

Minha missão como anjo é proteger esses seres de que sua moeda seja jogada no momento errado, ou seja, que eles mesmos tirem a própria vida, a dos outros ou que sofram investidas de outrem que venham a tirar a sua.

Pode-se dizer que sou um anjo da guarda e como um, respeito à vida e projeto ela o Maximo possível.

Hoje minha missão é proteger um jovem rapaz que vive em Forks. Seu nome: Edward Antonny Masen Cullen, 16 anos, filho de Esme e Carlisle Cullen e irmão de Alice e Emmett Cullen.

Não sei por quanto tempo o protegerei. Na realidade eu nunca sei quem irei proteger, só quando o mensageiro chega que sei que algo de novo ele tem para mim.

(...)

A pequena cidade de Forks era fria e úmida, se eu fosse humana não iria suportar viver lá, mas para Edward não era assim. Ele tinha um brilho no olhar e adorava viver naquele fim de mundo.

 - Pensando mal do lugar onde vive seu protegido Isabella? – perguntou-me Rosalie.

- Ei, nem te vi aí – disse sem graça.

- Lógico que não, estava tão preocupada em pensar mal da onde vive seu protegido – riu Rosalie.

- Não... é que sabe como é – engasguei.

- Sei você queria estar em Nova Iorque e não em uma cidadezinha do interior - afirmou Rosalie.

- Seria bom – dei de ombros.

- Mas nós seguimos ordens! – disse ríspida.

- Eu sei Rosalie Hale! – disse no seu mesmo tom de voz. – E você o que faz aqui, não estava em Los Angeles cuidando de uma celebridade? – indaguei-a.

- Sim estava – disse com a voz cabisbaixa. – Mas a moeda dele foi jogada – sua voz saia triste.

- Sinto muito Rose – disse sentindo sua dor, não era fácil perder um protegido.

- Agora estou aqui numa nova missão, proteger Emmett Mccarty Cullen – disse sorridente. – É sempre bom ter missões novas, para esquecer as antigas – disparou.

- Sim é claro!

- E você como esta com seu protegido? – perguntou-me Rosalie ao olhar Edward que estava em seu quarto escutando música.

- Estou indo bem, ele é adolescente sabe... bem diferente do outro que tive em Nova Iorque – disse lembrando da minha última missão.

Estava em Nova Iorque a proteger um homem de meia idade. John Smith era arrogante, antipático e muito egoísta. Por ser muito rico, não conseguia enxergar ninguém a sua volta a não a si mesmo, seu jeito durão de ser fazia com que as pessoas se afastassem dele. Era dono de grandes empresas no ramo de engenharia. Mas a ambição era o seu pior defeito. Passava por cima de todos, sem medir as conseqüências dos seus atos. Moral da história: eu era o sexto anjo a protegê-lo, o protegia mais de si mesmo do que dos outros. Mas o seu fim veio a cavalo e tão rápido quanto, John morreu. Causa da morte: Parada cardiorrespiratória. Fator incidente: estresse. Sua moeda foi jogada antes da hora por ele mesmo.

- Não se iluda com os adolescentes Bella, eles são imprevisíveis – me alertou Rosalie.

- E você o que faz aqui? – perguntei ignorando sua preocupação para com o meu protegido.

- Fui designada para proteger Emmett Mccarty Cullen – disse ela apontando um jovem altíssimo, cabelo cerrado preto e muito bonito.

- Ah! – disse surpresa. – Que coincidência.

- Coincidências não existem – ela foi categórica. – Se bem que vai ser legal ter alguém por perto – disse sentando-se no galho de uma árvore onde nós estávamos. – O que você conta de novo?

- O mesmo de sempre, ou você já se esqueceu como é proteger um adolescente? - fitou Edward que agora conversava animadamente com outro jovem. – Eles são irmãos? – perguntei lembrando-se do nome que ela me disse “Emmett Mccarty Cullen”, a mesma olhava-o estava fascinada pela sua beleza. E dizem que os anjos são belos, se Edward e Emmett não fossem humanos, eu poderia confundi-los com seres celestiais.

- Sim - respondeu entre suspiros a admirar os dois que brincavam de guerrinha de travesseiros. - E, aliás, eu já me esqueci de como é proteger um adolescente, ultimamente só protejo idosos ou crianças – agora Rosalie me encarava, eu estava tão distraída que nem percebi o parentesco dos dois.

- Quando eu digo o “mesmo de sempre” quer dizer: Escola as sete, quatro tempos de aulas maçantes, dever de casa, garotas, festas e escapulidas a noite para se encontrar com os amigos, para fazer algo que os pais não os deixariam fazer se fossem pedir – disse tudo tão rápido que se Rosalie fosse humana não compreenderia.

- Hum! – murmurou sorrindo de lado. - Então vai ser mais legal do que eu pensava – alegou com um brilho no olhar.

- Legal! – reclamei. – Vai ser corrido demais, nem vai dar tempo de irmos a outro lugar, se quisermos – afirmei.

- Bella nós somos anjos da guarda – me lembrou. – E não podemos sair do lado dos nossos protegidos – fez cara de espanto.

- Eu sei, eu sei! – disse entediada.

- Vou lá – levantou-se do galho de árvore em que estava sentada. – Tenho que seguir meu protegido – apontou Emmett que sairá do quarto de Edward. – A gente se vê - disse antes de sumir de vista.

- Ok! – respondi em pensamento.

Depois disso me materializei no quarto de Edward, o mesmo voltou a escutar música em seu MP10 – hoje em dia tem cada tecnologia heim, antigamente era um rádio enorme que só tinha uma estação - Edward foi interrompido por uma voz feminina que lhe chamava escava a baixo.

- Ed! Ed! Vem jantar, mamãe ta chamando – chamava a pessoa.

- Já vou pequena – respondeu Edward deixando seu MP 10 de lado.

Algum tempo depois já na cozinha, se sentou em uma cadeira e perguntou:

- Hum que cheiro bom, o que temos hoje? – esfregava as mãos.

- Adivinha? – gritou a dona da voz abraçando Edward. Alice era irmã de Edward e mais que velha que ele um ano. Era linda, tinha cabelo Chanel castanho escuro repicado e brilhoso, dona de um lindo olhar verde e uma carinha de bebê.

- Será que temos carne assada com batatas coradas? – chutou. Muito me interessava como os humanos podiam sentir os cheiros. Eu invejava isso deles.

- Não os inveje – disse Jasper aparecendo atrás de Alice que abraçava Edward.

- Jasper, o que faz aqui? – inquiri surpresa.

- O mesmo que você Bella, estou em missão - apontou Alice ainda abraçada ao irmão.

- Você também? Essa família realmente está precisando muito de proteção - segui Edward que agora ia de encontro a uma bela mulher que aparentava uns quarenta e um anos, cabelos castanhos assim como os da filha só que até os ombros e dona de um rosto angelical.

- Mãe – abraçou-a. – Está cheirando – informou.

- Que bom Ed, meu filho, sinal que ainda não perdi a prática – disse a mulher sorridente.

- Você nunca vai perder a prática, Esme querida – comentou um homem alto, loiro, de belos olhos verdes assim como os de Edward. Ele sorria largamente para a mulher a sua frente, um sorriso apaixonado.

- Oh! Carlisle meu amor – Esme ficou envergonha com aquele simples comentário.

- Já podemos jantar? Estou varado de fome – perguntou Emmett descendo as escadas apressadamente em seu encalço vinha Rosalie com um sorriso nos lábios.

- Agora que seu pai chegou e você já acabou de tomar banho – alegou Esme. – Sim, podemos!

Agora eu tinha entendido o porquê de Rosalie estar tão contente.

- Rose você não? – ralhei.

- Sim por quê? – respondeu Rosalie ainda sorrindo.

- Não acredito que você ficou no banheiro enquanto ele tomava banho?! – disparei incrédula.

- Bella! – me olhou feio e impaciente. – Ele é meu protegido e tenho que estar com ele em todos os lugares – retrucou dando de ombros.

- Queria vê esse entusiasmo todo se o protegido dela fosse uma careca e barrigudo – zombou Jasper.

- Duvido que ela fosse querer ficar no banho, para vê-lo se ensaboar – ri.

- Vocês dois heim... não perdem a piada – trincou o maxilar. – Vão me dizer que nunca fizeram isso em toda vossa existência como anjos? – perguntou-nos.

- Não - disse seriamente.

- Eu já, mas por um bom motivo – alegou Jasper sobre os olhares crivos de Rosalie. – Minha protegida ia cometer suicídio – defendeu-se.

- Como anjos devemos estar em todos os lugares, mesmos os que dizem respeito à privacidade do nosso (a) protegido (a) – Rosalie disparou a sua tese. –Aliás, no que contende a privacidade deles, não há nada que proíba-nos de protegê-los no banho – sustentou.

Isso era verdade! A proteção era vinte e quarto horas e todos os dias da semana, independente da onde estivesse o protegido. Mas eu, Isabella Swan, não me sentia bem em vê-los em sua privacidade.

Pra mim isso não era certo, meu íntimo impedia-me de observá-los em atos normais, como um simples banho, a atos carnais, com o sexo.

Não que eu não tivesse curiosidade, se dissesse que não, estaria sendo hipócrita. Mas não me permitia a esses prazeres, por puro medo de gostar e me obrigar a cair na terra apaixonada por um ser humano.

(...)

Duas semanas se passaram desde que comecei a proteger Edward Cullen, estávamos em meados de julho e o inverno castigava Forks, daqui a alguns dias suas aulas começariam. E minha rotina seria acompanhá-lo todos os dias na escola e averiguar se algum perigo ela poderia proporcionar-lhe.

- Ed, já sabe da novidade? – perguntou uma Alice saltitante entrando de supetão no quarto de Edward, este estava ao computador, conversando com os amigos.

Alice era uma garota animada e muito comunicativa. Sua alegria era contagiante, ela parecia estar ligada nos 220 W, nunca cansava e sempre colocava quem quer que fosse pra cima.

- E põe 220 nisso Bella – resmungou Jasper. – Ela não pára! – ri com seu comentário.

- Sinal de juventude Jasper – comentei e ele assentiu com a cabeça, se não fosse anjo já estaria pra lá de cansado.

- Não Alice, qual é? – interpelou a irmã sem tirar os olhos do computador.

- Teremos alunos novos – comentou Alice.

- E? – murmurou Edward.

- Ed você não está prestando atenção no que eu to falando, não é? – Alice fazia beicinho.

- Estou sim Ali, pode falar – disse Edward virando-se agora para a irmã.

- Como eu estava falando – começou Alice. – Teremos alunos novos – falou Alice com um sorriso colgate.

- E isso quer dizer? – indagou Edward confuso.

- Quer dizer que isso é legal! – exclamou Alice deixando Edward mais confuso do que já estava. – Alunos novos, novas companhias e quem sabe novos romances – Alice agora suspirava e se jogava na cama do irmão.

- Romances?! – chiou Edward.

- Sim Ed, romances – afirmou Alice.

- E como você sabe disso Alice? – perguntou curioso.

- Ed, irmãozinho eu sei de tudo – virava os olhos.

- Fofocas! – debochou.

- Fofocas! – disse Alice no mesmo tom dele. – Eu não faço fofocas – não pude deixar de rir com o tom de voz de Alice, Jasper ao meu lado já não se continha. –Eu...só sou uma garota informada – emburrou-se.

- Hey, eu posso participar? – gritou Emmett ao entrar no quarto de Edward de surpresa.

- Ai, assim você me mata do coração – informou Alice pulando da cama.

- Isso não a mataria do coração – disse Jasper entediado.

- Que bom que não Jasper – comunicou Rosalie.

- Que faz aqui Emmett? – ralhou Edward. – Primeiro a Alice, depois você, não tenho mais privacidade é? – perguntou com cara de poucos amigos.

- Desculpe mano se atrapalho – falou Emmett irônico. – Mas não fui eu que comecei - disse ele apontando para Alice. – Do que vocês falavam, pude escutar a euforia de Alice do meu quarto?

- Pergunte a ela? – disse Edward virando-se para o computador.

- Eu estava dizendo a ele – Alice apontara Edward. – Que novos alunos freqüentarão a escola.

- Gostei disso - falou Emmett entusiasmado. – Espero que sejam garotas, e gostosas – Rosalie não gostou do comentário de Emmett, pois ela fechou a cara. Era impressão minha ou ela estava com ciúmes.

- Tomara que tenha um gatinho – Alice falou.

- Ou uma garota viciada em compras que nem você, pra você parar de encher o nosso saco – Edward riu.

- Ei, nem vem, ainda vou continuar a te encher – Alice apontou inquisitiva para Edward.

- Uma viciada em Compras? Tais bem arranjado Jazz – eu ri.

- Bella, por favor, vai cuidar do seu protegido – me pediu sério.

- Rose, está esperando Emmett tomar mais um banho? – instiguei.

- Bella, chega! Se você fosse humana diria que está com TPM – reclamou. Ri deles, eu amo eles. São tão patéticos e fofos. Vi que Edward saiu e o segui. Ele foi andar de moto. Meu Deus, isso é um perigo. Estava andando de moto quando um cara fez sinal para ele parar.

- Oi, sou Alec, novo aqui – se apresentou o carinha. - Vou estudar na Forks High School – informou. Era um vampiro, Edward tinha que sair dali logo. – Onde fica? – inquiriu.

- Siga mais a frente e dobre a esquerda – Edward falou. Ele subiu na moto. Que bom, ia para casa.

- O que foi Bella, você está nervosa? – perguntou Jasper quando chagamos.