O sol nascia no horizonte. Mais um fabuloso fim-de-semana adivinhava-se e a correria na escola Okane era incontrolável.

A maioria dos alunos encontrava-se nos portões da escola acompanhados por dezenas de malas. Esperavam ansiosamente pelos transportes que os levariam até suas casa para passar os dois dias na companhia da família.

Anne não era diferente. Há algum tempo que não regressava a casa e esta seria a oportunidade perfeita para tentar descobrir a verdadeira identidade de Hinaichigo e Wyuuko Hatanne.

Por fala neles, aproximavam-se de Anne sorrindo.

– Vais para casa? - Pergunta Hatanne.

– Sim. Tenho algumas coisas a resolver.

– Que sorte. Também queria! - Diz Hinaichigo fazendo beicinho.

Um Mercedes preto de vidros esfumados estaciona ao portão buzinando.

Anne encara o carro e acenando aos dois entra para o banco para trás.

***

O ruído de parafusos a cair e de motores a trabalhar ouvia-se vindo da cave da mansão de Blue. Vestido com um fato-de-macaco cinzento coberto de óleo e sujidade, Patrick estava debruçado sobre o capô de um Mustang preto.

Syrena e Analie aparecem vindas da zona principal da mansão. Analie vinha a bocejar e as luas roxas por debaixo dos olhos era visíveis a metros de distância.

– Bom dia chefe. - Cumprimentam as mulheres.

– Bom dia meninas.

– Chefe, quando é que vai desistir desse carro? Isso não vai trazer o Chefão* de novo. - Comenta Analie levando um chupa-chupa à boca.

– Quando começares a dormir mais que três horas por noite. - Patrick ergue-se e limpa as mãos a um pano.

– Porque nos chamou tão cedo? - Pergunta Syrena ignorando a anterior conversa.

– Uma pergunta pertinente. - O chefe de Blue leva a mão ao interior do macacão retirando uma chave. - Tenho uma missão para vocês.

– As duas? Juntas? - Syrena preparava-se para recusar.

– Outra vez com a mamuda?! - Refila Analie.

– Sem queixas. Vocês trabalham melhor juntas. Quero que vão até Black encontrar a Informadora. Esta é a chave de um cofre que ela tem guardado, a vossa missão é irem buscar o conteúdo desse cofre.

– Chefe, é seguro confiar nela? Temos de admitir que ela é das pessoas mais suspeitas da cidade. - Diz Syrena cruzando os braços

– Não se preocupem. Agora vão.

– O que é? - Questiona Analie curiosa.

– Depois vês.

As duas entram no Lamborghini de Analie. Patrick observa elas a partirem. Estava finalmente só.

***

A manhã ainda não ia avançada, como tal a movimentação no bar neutro estava fraca.

Kenji polia uma bandeja que já estava polida e Sam arrumava as garrafas por si só já bem arrumadas.

A porta do bar abre. Uma figura envolta numa capa entra e senta-se ao balcão. Os poucos clientes presentes, dois para ser exato, levantam-se e saiem.

A Informadora apoia-se no balcão sorrindo e agarrando uma faca:

– Não sei se és ridiculamente corajosa ou incrivelmente estúpida, Alicia.