Subaru puxava o braço de Amy por entre os corredores da enorme mansão. O albino parecia realmente muito irritado, já a garota permanecia completamente calada perante as ações do garoto, ela estava surpresa e assustada e qualquer um conseguia dizer isso apenas olhando para seu rosto.

A chegada do garoto na biblioteca a surpreendera muito, mas era a atitude dele que a estava assustando nesse momento. Subaru estava muito mais irritado que o normal. Durante toda a sua “estadia” na mansão Sakamaki ele nunca encostara um dedo com o intuito de machuca-la, mas agora ele a estava puxando com força e brutalidade, e Amy não tinha coragem de manda-lo soltá-la, pois se assustava ainda mais com as consequências se ela o irritasse ainda mais.

Assim que chegaram à porta do quarto Subaru a abriu e jogou Amy lá dentro antes de entrar e, logo em seguida, fecha-la com um baque estrondoso atrás de si.

Quando o garoto jogou Amy para dentro do quarto ela foi novamente pega de surpresa o que acabou a fazendo tropeçar em seus próprios pés e cair no chão do local mesmo tendo tentado se segurar na cadeira que estava próxima a ela

Amy se virou com pressa, mas continuou sentada no chão, porém agora ela estava de frente para a porta e, consequentemente, para Subaru também. Ele gritou algo, mas a garota estava muito assustada para ouvir qualquer coisa que ele estivesse falando. Subaru era um garoto muito agressivo e Amy sabia disso e naquele exato momento ela se arrependeu de absolutamente tudo o que ela havia feito com o vampiro. Ela viu a morte chegando perto pela segunda vez desde que havia colocado os pés naquela casa. Como se não bastasse tudo o que ela já havia passado ainda tinham que jogá-la em uma casa cheia de vampiros.

Subaru se aproximou da garota, ainda com a mesma expressão de raiva fixada em seu rosto, fazendo com que Amy se encolhesse por medo.

Ela sentia, e tinha certeza absoluta, que iria morrer, afinal, Subaru era um vampiro, um vampiro muito agressivo que agia pela raiva na grande maioria das vezes e que se encontrava muito irritado neste exato momento. Então, quando Subaru se aproximou mais, Amy apenas fechou os olhos com força e abraçou seu corpo no intuito de, mesmo que fracamente, se proteger.

Impressionantemente isso fez Subaru recuar.

Os olhos do garoto se arregalaram levemente ao perceber o estado de pânico no qual a garota se encontrava. Sua intenção em momento algum foi deixar a garota naquele estado, mas depois de uma pequena revisão de seus atos anteriores ele compreendeu que ela tinha sim motivos suficientes para estar daquele jeito.

O corpo de Subaru se enrijeceu imediatamente ao ouvir os soluços baixos de Amy e ao ver como ela estava tremendo, mesmo com seus punhos cerrados suas pequenas mãos continuavam a tremer de uma forma perceptível

Sem ter a mínima ideia do que fazer Subaru olhou de um lado para o outro várias vezes como se aquilo fosse lhe responder o que ele deveria fazer naquele momento. Agora era ele que estava começando a ficar assustado com a situação. O fato de que Amy estava chorando o incomodava de uma forma estranha e ele queria faze-la parar, mas o que ele deveria fazer?

A única possivel ideia que passou pela cabeça do albino era a única que ele queria evitar, mas talvez fosse também a única solução.

Com esse pensamento Subaru voltou a se aproximar de Amy e agachou em sua frente quando julgou estar próximo o suficiente, mas a garota recuou e se encolheu mais ainda quando o garoto tocou seu braço.

Subaru foi levemente para trás surpreso pela fuga da garota, mas rapidamente se recuperou e voltou a se aproximar dela. Por um momento ele hesitou um pouco e praticamente desistiu três ou quatro vezes antes de finalmente criar a coragem suficiente para conseguir, finalmente, passar seus braços em torno da garota e, depois de mais algum esforço, abraça-la, de um jeito meio desajeitado e, talvez, com um pouco mais de força do que deveria.

Esta atitude fez com que os olhos de Amy praticamente saltassem para fora tamanha era sua surpresa. Ela simplesmente não podia acreditar. Que tipo de droga ela tinha ingerido para ter aquele tipo de alucinação? Mesmo que ela achasse que aquilo era algum tipo de visão esquisita provocada por uma batida muito forte na cabeça ela ainda sim correspondeu ao “abraço” de Subaru e se aninhou a ele.

— Me desculpe – A garota disse fracamente e com a voz abafada se juntando um pouco mais ao corpo do vampiro, o pedido deixou Subaru confuso. Ele se ajeitou melhor na posição que os dois se encontravam antes de falar

— C-como- A-a – Ao perceber que sua voz estava falhando o garoto ficou um pouco embaraçado, virou o rosto na direção de uma parede e limpou a garganta antes de falar novamente.

— Do que você está falando? – Subaru perguntou, mas sua voz acabou saindo mais áspera do que o planejado e Amy se encolheu um pouco mais, o que foi perceptível ao garoto devido a posição que eles se encontravam, ao sentir isso ele voltou seu olhar para Amy, mas a garota continuava com o rosto enterrado em seu corpo

Ela continuava assustada, mesmo estando abraçada a ele, mas de certa forma esse abraço lhe trazia uma estranha sensação de segurança.

— Desculpe – Amy repetiu ainda com a voz abafada pela roupa do garoto e eles ficaram por mais alguns minutos assim, em silencio.

— Você... Você ainda tá... Chorando? – Após fazer a pergunta Subaru virou novamente o rosto para a parede numa tentativa de diminuir sua vergonha momentânea por estar fazendo esse tipo de questionamento para Amy

A fala do vampiro fez com que Amy levantasse sua cabeça e se separasse um pouco dele para conseguir encara-lo e os movimentos da garota fizeram o olhar de Subaru voltar para ela e quando isso ocorreu ela rapidamente secou os últimos resquícios de lagrimas que haviam em seu rosto

— Acho que não – Respondeu Amy abrindo um pequeno sorriso logo em seguida, mas, tão rápido quanto apareceu, ele já tinha sumido. Ela abriu a boca para falar, mas antes de começar Subaru a interrompeu.

— Por que você estava falando com aquele cara? – Perguntou o garoto, irritação novamente presente em sua voz.

— “Aquele cara” você quer dizer Richter? – Amy devolveu o questionamento

— Sim – Subaru respondeu secamente

— Ele disse que é tio de vocês – Começou a garota e junto com a sua afirmação ela pode escutar um barulho de desgosto vindo de Subaru – E disse que iria responder nossas perguntas e esclarecer nossas duvidas

— O que vocês falaram para ele?

— Nada de mais, nós perguntamos – Respondeu Amy dando de ombros enquanto falava.

— Sobre o que? – O vampiro questionou novamente

— Coisas como o porquê de estarmos aqui e entre outras coisas – Esclareceu a garota

— Só?

— Só.

— E por que você estava se desculpando pra mim? – Subaru perguntou e os olhos de Amy se arregalaram levemente. Houve um pequeno momento de total silencio antes que Amy respondesse a pergunta

— Eu... Eu achei que você fosse... Que você fosse me matar – Respondeu a garota voltando seu olhar para suas pernas

A resposta dela fez com que Subaru arregalasse os olhos e fizesse uma expressão de total surpresa

— Então eu estava me desculpando pelas coisas que eu fiz com você – Continuou Amy ainda olhando para suas pernas

— Eu não vou matar você

Subaru soltou a frase junto com um suspiro e Amy levantou a cabeça um pouco surpresa ao ouvir, mas deu um pequeno sorriso e voltou a abaixar a cabeça.

— Isso quer dizer – Amy começou atraindo de volta para seu rosto a atenção de Subaru e seu pequeno sorriso tinha se transformado em um sorriso provocador antes dela continuar falando – Isso quer dizer que você gosta de mim Subaru-kun?

Subaru revirou os olhos e abriu a boca para responder, mas antes disso acontecer Amy o interrompeu e continuou falando.

— Tão cedo no relacionamento e você já está confessando seu amor Subaru-kun?

— Cale a boca garota – Subaru resmungou olhando na direção contraria da garota e cerrando os punhos

— Mas vamos ser sinceros aqui – Amy atraiu a atenção do garoto novamente e ele fez um pequeno sinal com a cabeça para que ela continuasse falando – Você estava preocupado, não estava? Até me abraçou e tudo... Você tá melhorando Subaru-kun

— Ora, cale a boca! – Subaru se levantou rapidamente e agarrou Amy pelo braço fazendo com que ela se levantasse também – Como alguém pode mudar tão rápido de humor? – Ele resmungou enquanto arrastava ela pelo quarto.

— O que você está fazendo? – A garota perguntou enquanto assistia ele arrumar a “cama” onde eles dormiam, mas antes de responder ele agarrou o braço dela e começou a se deitar.

— Eu estou com sono, vamos dormir.